dezembro 17, 2008
OBAMA E O SEU "TEAM"
Obama, ainda não tomou posse, e já está a tomar decisões inteligentes. A " pré-nomeação" de Hillary para Secretary of State começa a esbater a animosidade dos "Hillaristas", como eu. Igualmente interessante é o convite feito ao Ministro da Defese de Bush, que compromete de algum modo, se é que não converte, sectores oposicionistas.
Lembrando a indignação que rodeou a aceitação por Freitas do Amaral - ainda por cima um independente, desde o século passado - do cargo de "Secretary of State", ou MNE de Sócrates, damo-nos conta do abismo que nos separa de democracias antigas. A política, por cá, joga-se em terreno pelado, na "liga dos últimos"...
Particularmente impressionante, o "recrutamento" de um Nobel para a pasta do Ambiente! Parece anunciar um retorno a "Camelot", anos 60, aos fascinantes mil dias de JFK, cercado de notabilidades "made in Harvard"..
Passei os últimos dias de campanha eleitoral nos EUA, em mais um dos "Encontros para a Cidadania", organizado (e bem!) por Deolinda Adão, prof. da Universidade de Berkeley, com a presença da Drª Maria Barroso e do Dr. António Pacheco, da Fundação Pro Dignitate (eu representava, ali, a Associação "Mulher Migrante" (AMM), que lançou, em 2005, com o apoio do SECP, estes "fora" sobre "questóes de género", no espaço da emigração).
Desta vez, a iniciativa até se integrava na visita do SECP à Califórnia. Estive, sempre, no meio de portugueses, todos, os visitantes e os locais "Obamistas" radicais. Todos, menos eu ... E não porque tenha qualquer pendor republicano, mas porque perdi a minha candidadta. Ainda assim, por lá andei, seguindo, sem a mesma ligação afectiva, que não sem o meu meu habitual entusiasmo minhoto pelo folclore eleitoral, os "Obamistas" portugueses na visita ao quartel general da campanha, em Berkeley.
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novembro 16, 2008
NA ARGENTINA, PRESENÇA PORTUGUESA NO FEMININO
Acabo de regressar de Buenos Aires, onde fui para as comemorações do 10º aniversário da "Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina ".
Esta Associação é um caso singular no panorama actual das organizações das nossas comunidades do estrangeiro.
Em primeiro lugar, porque surgiu do reconhecimento da quase completa ausência de participação das mulheres no dirigismo associativo português (semelhante à que se verificava em tantos outros, na maioria dos países, da Europa à Oceania...) e da intenção de abrir um espaço à actuação da "metade feminina".
Tendo estado presente na 1ª reunião, realizada em Novembro de 1998, em Villa Elisa, recordo os animados debates para a elaboração de um programa de acção - era ainda preciso encontrar as causas concretas em que se iria concretizar a "causa" de chamar as mulheres à liça.
Em segundo lugar, porque as oportunidades foram, de facto, aproveitadas de uma forma superlativa pelas associadas, num rol extenso e impressionante de actividades, que, talvez, nenhuma das fundadoras tenha sequer sonhado..
Em terceiro lugar, porque souberam responder aos desafios de uma conjuntura excepcional. A Argentina iria atravessar uma dramática crise social e política , com crescente pauperização geral, a sentir-se, também no meio da nossa comunidade. A adversidade orientou a Associação para a área assistencial, preenchendo, de algum modo, o vazio deixado pelo desaparecimento do Hospital da Beneficência Portuguesa. A partir daí, não houve mais dúvidas, nem da parte de homens, nem de mulheres. A reputação e o prestígio da organização cresciam, num ambiente consensual. Na comunidades e não só, também faceà Embaixada de Portugal, ao Governo, e, finalmente, a nível internacional.
Em Junho deste ano, a Associação Mulher Migrante da Argentina foi uma das três associações ditinguidas com os "Prémios Talento", da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas.
A meteórica ascensão desta extraordinária ONG começou, afinal, na vontade eficaz de responder ao famoso apelo de JFK: "o que podemos nós fazer pelo nosso país, pela nosssa comunidade". Uma resposta no feminino
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novembro 05, 2008
HABEMOS OBAMA
A Obamania tornou a TV, ontem, particularmente insuportável- todos os canais a dar o mesmo, na vã tentativa de criar "suspense", sem qualquer base para TANTO.
Nem o "trio de ataque"resistiu: às 23.30, cedeu lugar àquela multidão de "enviados especiais", que foram de passeio até aos "States", comentar um evento, que, da mesma forma, comentariam sentados, nos estúdios de Lisboa.
O melhor da noite foi o golo do Derlei!
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novembro 04, 2008
A NOSSA BANCA E O NOSSO FUTEBOL
Anda muito preocupada com os desmandos do nosso futebol a Senhora Doutora Procuradora- Geral Adjunta Morgado. Parece que é aí que começam os males maiores do País.
Mas está visto que não é... É noutros terrenos, de outros jogos, que se cava a ruína do Portugal de hoje.
Sinto -me tentada a citar, a propósito das cruzadas de Morgado, de novo, o inevitável Lampedusa...
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novembro 03, 2008
SEM HILLARY
As eleições made in USA perderam toda a graça, para a velha feminista, que sou. É excelente que a América esteja preparada para eleger um negro, pois é coisa demasiado estúpida votar em função da cor da pele, e bem poderia ter aberto a 1ª excepção, antes, para Colin Powell. E é lamentável que não seja capaz eleger uma Mulher!
Hillary, diga-se, merecia ganhar não por ser mulher, mas por ser a melhor entre todos os candidatos.
Curioso é andarmos todos a debater nomes e ideias de concorrentes, como se pudessemos votar... Em boa verdade, até deveríamos, porque sofremos as consequências das más escolhas. Bush, como desde a guerra do Iraque eu esperava, não desgraçou somente aquele país, mas a América e o mundo inteiro.
A única coisa certa, nesta eleição, é que, qualquer que seja o homem vencedor, o democrata ou o republicano, vai pôr fim à "era Bush".
A favor do Obama, para mim, pesa o facto de ter sido, declaradamente, desde o início, contra a guerra do Iraque.
"Les beaux esprits ..." No parlamento português, fui a única deputad do meu partido (o PSD, na altura, o PSD de Durão Barroso...), a manifestar-se publicamente contra essa guerra absurda e injusta. E no partido extra parlamentar, no PSD total, só recordo outra voz discordante, a de Angelo Correia... Talvez houvesse mais um ou dois, mas eu não dei por isso..
O que teria sido o mundo sem Bush?
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novembro 01, 2008
VIVER A APOSENTAÇÂO AOS 66 ANOS
Na quinta feira, 30, estive na Assembleia., aonde já não ia há meses sem conta. Para além de encontrar quem procurava, e outras pessoas simpáticas, que saudei em poucos e agradáveis segundos, pude ver uma exposição sobre José Relvas, com retratos de Malhoa, Columbano etc. etc.. De encher os olhos! Como galeria de arte, a nossa Ar não deixa de me surpreender...Mas saudades daquela Casa, não tenho. Não posso dizer, como o Malato:"Jà fui muito feliz aqui". Não fui, nem deixei de ser. Não tive demasiadas oportunidades de dizer o que me ia na alma - o que possivelmente foi um bem, para os poderes constituidos, e, se calhar, até para mim. Falar dos, ou pelos, emigrantes não é nunca tema capaz de prender atenções e de entusiasmar audiências. No plenário, marcava presença, com a sensação de estar a perder tempo, sempre preocupada com os requerimentos ao Governo, os relatórios para o Conselho da Europa, os artigos sobre as comunidades, os telefonemas por fazer, os faxes por enviar, com a organização de deslocações próximas futuras e outras tarefas, a desenvolver sozinha, sem secretariado - realidade só admissível num parlamento de 3º ou 4º mundo...
Assim, nos meus longos anos de deputada, os melhores tempos foram aqueles em que, por dever de ofício, estive a muitas milhas de distância do hemiciclo, nas comunidades do estrangeiro, ou nas reuniões da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa e da UEO. Dessa parte do meu trabalho, sim, gostava. E continuo a trabalhar com a emigração, em muito projetos. Muitos, até demais...
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dezembro 29, 2009
AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA EM ESPINHO
Erguer um mastro de 100 metros para anunciar o centenário da República, e nele hastear uma bandeira gigante, não é propriamente o meu ideal de celebração seja do que for, incluindo os festejos de um novo regime instalado por um punhado de revolucionários em Lisboa.
Mais interessante me parece o pensar as mutações que se seguiram ao 5 de Outubro de 1910 e fazer o balanco do século.
J nem digo o mais democrático seria lançar, em Portugal, finalmente, à semelhança do Brasil, um referendo sobre a mudanca de regime, que nunca foi legitimado pelo voto. Ou, pelo menos, retirar da Constituição a "clausula pétrea" que proibe a consulta popular sobre a "questão de regime"
Herdeira, na familia materna e paterna das duas tradições, monárquica e republicana, olho 2010 como o ano para recordar, em especial, a vida, a luta e os ideais dos avós monárquicos e dos tios republicanos, que passaram pelo Aljube ou por terras de exílio.
Não, eu não sou republicana, como eles foram, mas acho que teria sido, se vivesse nesse início do século XX. Como feminista, teria posto no derrube da monarquia a esperança na igualdade de género e de em outras formas de igualdade consagradas na Constituição e nas leis. Porém, como sabemos, a República frustrou essas esperanças... E, hoje, são as monarquias europeias o melhor paradigma nestes domínios.
Em qualquer caso, a data não é para esquecer, nem tem de dividir dividir (assim remova os últimos tabus).
Por sorte, ou ironia do destino, encontro-me, neste começo de 2010, a exercer, pela primeira vez um cargo em que posso dar livre curso as comemorações do centenário, através do pelouro da cultura da Câmara de Espinho.
E vou faze-lo! Sem gastos sumptuários, mas, espero, com imaginação e dignidade.
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dezembro 10, 2009
ARQUIVO ABERTO
Enquanto munícipe confesso que não me apercebi do excelente trabalho que a responsável pelo Arquivo Municipal de Espinho, Drª Beatriz Fernandes vem fazendo, no campo da acção educativa, abrindo aos mais jovens os arquivos e dando-lhes a possibilidade de a partir deles desvendarem a história e realidade de factos e instituições.
Hoje, em reunião, várias iniciativas futuras foram equacionadas, desde a colaboração a prestar às mais antigas colectividades de Espinho, aceitando, em depósito, os seus arquivos e dando-lhes o devido tratamento - assim preservando e aumentando o património da terra e das instituições! - até novas accções no campo educativo, a partir dos arquivos. Tema para o ano de 1910: Monarquia Constitucional e República.
Várias exposições em preparação. Aceitação de uma importante doação. Talvez algumas primeiras publicações. E em perspectiva, também, já, um trabalho que se impõe sobre as migrações para a Venezuela. Os arquivos são uma fonte insubstituível de conhecimento exacto sobre esse passado.
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dezembro 09, 2009
A GEMINAÇÃO COM BRUBOY
Dois dias em Brunoy, 30 de Novembro e 1 de Dezembro, com o objectivo relançar a geminação com Espinho, a única com uma cidade europeia.
Fui recebida, esplendidamente, pela vereadora responsável pelas geminações, Mme Geneviève Finel, pelo Sénateur-Maire Beteille, e pelos membros do "Comité de Jumelage" (uma ONG), todos desejosos de reatar laços de cooperação. Vários projectos ficaram em agenda: intercâmbios com a Universidade Sénior, com as escolas (alunos de português num país e de francês no outro); participação de jovens dos 12 aos 16 anos num torneio quadrangular de futebol; uma conferência sobre o centenário da República Portuguesa; exposições e concertos de orgão na belíssima igreja barroca de Brunoy.
Com Brunoy temos muito a aprender, antes de mais, na criação de estruturas assentes no voluntariado: lá existe um "Comité de Jumelage" que edita a sua própria informação, um simples e despretensioso boletim periódico, com o curioso título de "Jourmelage". Eis uma forma a que podíamos recorrer no diálogo e na divulgação da realidade das cidadas connosco geminadas, todas, com excepção de Brunoy, de países de língua portuguesa. Trata-se de fazer apelo à mobilização da sociedade civil, de envolver os cidadãos, e não só os políticos, no relacionamento das cidades. O paradigma do "Comité de Jumelage" não pode ser transposto sem adaptações, mas é uma fonte de inspiração. E o "jornal", também.
Pra já, trouxe na agenda o projecto de realização, em Espinho, na primeira semana de Agosto do próximo ano, do 13º Encontro de Jovens Europeus Luso-descendentes (cerca de meia centena de rapazes e raparigas), apoiado pelo Instituto Português da Juventude e pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas. É apenas o começo (ou recomeço)...
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novembro 08, 2009
CIMEIRA LUSO-ESPANHOLA SOBRE MIGRAÇÕES
É um projecto antigo, que nunca consegui levar a cabo (como muitos outros, pelo menos tantos quantos os que aconteceram - excesso de ambição ou de imaginação?...). Estava, naturalmente, na agenda da Subcomissão das Comunidades Portuguesas a que presidia, quando caiu o Governo Santana Lopes.
Digo naturalmente porque é óbvio que eu proporia essa iniciativa, (o que fiz), e ninguém a recusaria (e não recusou). O obstáculo foi o desaparecimento prematuro da própria Subcomissão, da sua agenda e prioridades...
Na 3ª feira parto para Léon, onde professores, investigadores e especialistas se vão debruçar sobre a temática das migrações ibéricas. Fui convidada a apresentar uma comunicação.
O enfoque não será o mesmo de uma audição parlamentar, mas vou com muita expectativa.
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novembro 04, 2009
É TUDO SERVIÇO!
Em tempos, no meu gabinete da SECP- MNE, tive um motorista suplente ao qual recorria, de longe a longe, quando o titular estava indisponível. Embora conduzisse abaixo da velocidade a que gosto de andar, era muito simpático, prestável e bem educado. E, um dia em que passou horas e horas á espera que saísse de uma qualquer reunião e lhe pedi desculpa por isso, respondeu com um grande sorriso:
"Náo há problema nenhum, Srª Drª, é tudo serviço".
Hoje, no dia em que iniciei funções como vereadora com pelouro da Cultura na Càmara Municipal de Espinho, lembrei-me dessa expressão de sabor popular. Não porque haja paralelismo nas situações, mas porque, até agora, tinha recusado firmemente, o envolvimento na política local. Por quatro ou cinco vezes, fui convidada a ser candidata à presidência de uma Câmara ou da Assembleia, e sempre me escusei (com uma exceção para a Assembleia Municipal do Porto).
Depois de ser vereadora da oposição, em 2005/2009, eis-me, agora, vereadora executiva, ou seja, com pelouro... Numa terra que bem precisa de mudanças, e que me diz muito. O que estiver ao meu alcance farei com imenso gosto. É tudo serviço!
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novembro 03, 2009
50 ANOS DE JORNALISMO
"Para o Fernando Cruz Gomes umas palavras breves como forma de estar presente aí, neste dia, vencendo a distância que separa Espinho de Toronto.
50 anos de grande jornalismo, repartido entre a África, Europa e Américas exigem a homenagem que todos os seus amigos e admiradores lhe prestam, num gesto de estima e de reconhecimento do que é uma verdadeira vocação, acompanhada de empenhamento cívico, servida por inteligência e por talento, expressão de uma cidadania intensamente vivida no País da geografia e no país da diáspora. E através de uma escrita que nos encanta pelo rigor, pela acutilância, muitas vezes também pela graça e, sempre, pela arte de bem escrever!
O meu voto é que continue, por muitos anos ainda, a ser, como tem sido, intérprete da história do nosso tempo e visionário do nosso futuro, de um Portugal que as migrações fazem melhor e maior".
Mensagem enviada.
Com mensagens não se brinca... Já num blogue, tudo nos é permitido - como lembrar que este foi o primeiro jornalista que me chamou "D Quixote de saias"... No que fez escola.
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julho 12, 2009
UM ADEUS EUROPEU AOS LIBERAIS
O episódio já está contado, neste blogue.
Refiro-me à patética mudança do PPD/PSD do "Grupo Liberal e Reformista" para o "PPE" (que era e, agora, é de novo o do CDS, onde o CDS está obviamente com mais coerência do que nós...).
RUSSEL, Lord Russel Johnston, era, então o presidente dos Liberais, e um grande presidente. E, também, como já escrevi grande amigo dos Portugueses, do Pedro Roseta e meu.
Acabo de encontrar o documento em que se alude à ruptura política, à metamorfose de um PSD, que, quando aderiu ao G Liberal com algumas reservas ou pruridos ideológicos, no tempo de Sá Carneiro, depois de ter sido "candidato" rejeitado à Internacional Socialista, até exigiu que se acrescentasse ao "liberal"o ambíguo qualificativo " reformista", baralhando os espíritos europeus cultos, que conotam reformismo com religião, mais do que com política...
Encontrei esta circular do GLR, em que esta "transição" é referida, simpaticamente, para o Pedro e para mim, que sempre ocupamos lugares prestigiantes de representação, num Grupo, com o qual nos identificavamos...
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julho 11, 2009
NO MUNDO AZUL
O meu mundo é azul e branco. Foi sempre e sempre vai ser. Aconteça o que acontecer.
Até rima e é exacto! Como disse na entrevista ao "Mundo Azul". Falámos horas, sobre o meu tema favorito - o meu Clube. (meu Clube, minha Pátria e minha Família....).
Encontrámo-nos, a directora da revista, Filomena Pinto da Costa, a jornalista Mónica Monteiro, o fotógrafo Rui Russo e eu, e conversámos, descontraidamente, no Guarani, um dos cafés da minha infância.
Estava, como diria Eça, "um calor de ananases", e muito vento (quente!). Só saímos para tirar fotografias, o mais perto possível, mas, por perto, não faltavam símbolos e monumentos da cidade. A torre dos Clérigos, toda a Praça, a própria Câmara - essa Câmara do Porto agora, estranhamente, fechada ao FCP...
Foi uma tarde bem passada. Imagino o trabalho que deu, particularmente à Mónica, fazer a indispensável selecção de matérias, depois de eu tanto me ter dispersado... Seleção muito bem feita, diga-se!
A revista é uma aposta pessoal, ganha por Filomena Pinto da Costa, para nos mostrar um FCP, que cresce não só em curriculum desportivo, mas também enquanto fenómeno social e cultural. O "Mundo Azul" procura dar-nos, nas suas páginas, esta outra dimensão. Por isso, aceitei, com entusiamo, a ideia de dizer coisas sinceras e verdadeiras, ainda que, algumas, porventura, politicamente incorrectas, sobre a minha forma própria de viver o "portismo".
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julho 08, 2009
PRAIA, EM TEMPO DE LUFA-LUFA
Encontram-se de férias, em Espinho, a Teresa, o João Miguel e a Madalena. Decidi, pois, fazer coincidir o meu início da época de banhos com a estada deles. Por isto, quero significar, apenas, uma rápida passagem por areia e mar, pela manhã (melhor seria ao fim da tarde, mas a nortada não o permite...). Ainda não consegui encontra-los na baía. OU não estão no lugar, ou no tempo certo. Hoje terão ido para a Granja. Regressei prontamente a casa, ao trabalho, rodeada de gatos. Trabalho pesado: duas publicações, ou mesmo três .
Uma pendia, desde 2003, e que já teve várias coordenações, que desistiram logo de início. Não há nada feito, aó a transcrição dos diálogos do colóquio em "cassettes"...
Outra, ou outras, são do "Encontro em Espinho", de Março último: as comunicações e os textos do blogue ("Mulher Migrante em Congresso").
Ah! E, falta ainda, a transcrição dos diálogos da "Tertúlia da Lusofonia", que decorreu na Biblioteca, à margem Encontro. É um trabalhão! Chego ao fim do dia e está ainda tanto por fazer...
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julho 05, 2009
TRÊS CONSECUTIVAS AÇÕES, EM FUNDO AZUL E BRANCO
Na 6ª feira, foi a Assembleia Geral extraordinária da casa do FCP de Espinho, que tive de presidir, porque o mandato só termina com a posse da nova Mesa. Até 13 de Junho, não houve candidatos. Desta reunião parece ter saido uma nova dinâmica eleitoral para o próximo biénio. Foram pouco mais de 60 minutos de diálogo, que terão conseguido o que em alguns meses não fora possível. Isto é, encontrar voluntários para dar continuidade a 10 anos de vida de uma bela "Casa" como o presidente Julio Lemos informara em entrevista à "Defesa de Espinho".
No sábado, um convívio com os dragões de Terras de Santa Maria, em Paços de Brandão, para festejar o TETRA. Fui às 6.00, com o colega do Conselho de Delegações e Filiais do FCP, o Júlio Marques. Uma sardinhada, com sardinhas deliciosas, do "nosso mar" de Espinho. Muita música portista, animação e a esperança no PENTA.
Hoje, em Matosinhos, o final da Taça do Mundo de Bilhar, onde o Porto brilha sempre, com o Alípio Jorge, presidente do Conselho de Delegações.
Estou já de partida!
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O MEU 10 DE JUNHO EM NEWARK e ELIZABETH
Uma vez mais, estive no maior 10 de junho do Portugal e comunidades: o de Newark. O 30º organizado pelo Senhor Coutinho, e, nos anos mais recentes, pela "Fundação Coutinho".
Espantosa, a imensa adesão popular! A 11, apesar da chuva, a missa encheu de Portugueses a enorme Catedral de Newark. Palavras sábias e inspiradas do Bispo Emérito de Leiria e Fátima, D. Serafim.
A "festa dos amigos", uma iniciativa de Maria Coutinho, na noite de 12 de Junho, reuniu mais de 750 pessoas, no resplandescente salão do Hotel Robert Treat. A parada, a 14, atraiu dezenas de milhares, e o tempo ajudou: nem chuva, nem muito calor (uma raridade).
Muitas autoridades americanas, o Governador do Estado, o "Mayor", políticos de ascendência portuguesa. Contudo, de Portugal, apenas o autarca distinguido como "Grand Marshall" da Parada. Insólita ausência... O ano passado, em representação do governo, veio o Secretário de Estado da Presidência, Jorge Lacão, que, devo dizer, deixou a melhor das imagens, pela sua simplicidade e simpatia.
Na paróquia de Elizabeth, fui, de novo, convidada por Monsenhor João Antão e pelo Padre José Manuel Fernandes (um conselheiro do CCP, eleito pela Venezuela), e com o Bispo D. Serafim.
E pude bailar nas alegres e tradicionais marchas de Santo António, a 13 de junho, organizadas pela Igreja de Nossa Senhora de Fátima.
Ou seja, na América, não saí de Portugal.
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junho 02, 2009
LORD RUSSEL JOHNSTON, LIBERAL, EUROPEÍSTA, HUMANISTA
Só hoje soube do seu falecimento, em Paris, por altura de uma reunião da UEO.
Era um grande amigo e um político "pas comme les autres". Um europeu de grande dimensão, original, heterodoxo - para sorte sua, integrado no Grupo Liberal, o que mais "liberdade" de opiniões dava aos seus membros, sobretudo quando ele (ainda "Sir" Russel) era o presidente.
Orador espantoso, com uma vida ao serviço dos direitos humanos, temido pela sua independência e excentricidade.
Veio a ser, com o meu entusiástico voto (e, previamente, activa campanha), presidente da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa. Na altura, havia os que temiam a força das suas graças contundentes. Nessa posição institucional, nunca abusou do seu famoso "humor britânico" (ou, mais precisamente, escocês). Só no no discurso inaugural deu largas à sua "verve" irreverente - nunca assisti a nada de semelhante... Depois, talvez o "Espírito Santo" tenha descido sobre ele, e não repetiu...
O seu entendimento com os portugueses, em particular com o Pedro Roseta e comigo, era perfeito. Chegamos a ter, durante o seu mandato à frente do Grupo Liberal, 100% das presidências que cabiam ao grupo (duas, o Pedro na Cultura e eu nas Migrações e refugiados).
Alegava que eramos os melhores naqueles domínios e não houve contestação. Nem dele, nem de nós.
Quando o PSD, por decisão do partido em Lisboa, sem nos ouvir, aderiu ao PPE (era Marcelo o Chefe...), o Pedro e eu ficamos desolados. Eu, pior ainda: revoltada! Ingressar num grupo de direita, o grupo natural do CDS!... Impossível com Sá Carneiro...
No Grupo Liberal estavam tão desolados quanto nós próprios. Fizeram-nos uma bela festa de despedida! Oferecerm-nos presentes (litografias, genuinamente antigas, de Estrasburgo). O discurso de Russel foi memorável, misturando em doses iguais, ma afetividade e o humor.E correspondia ao sentir colectivo. No PPE, sempre me senti uma ET...
Foi já como membro do PPE que fiz a campanha de Russel à presidência da APCE. Era o meu Sá Carneiro escossês!
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abril
Revolução! - disse a Tia Lola
Ninguém, na família, se levanta mais cedo do que a Tia Lola.
Antes das 8.00, já ela costumava estar, de jornal na mão, a tomar o pequeno almoço, no Café. Pelo puro prazer de madrugar, porque não tinha trabalho fora de casa, e em casa, praticamente, também não.
Imagino a satisfação que lhe deu, nesse dia 25 de Abril de 1974, o facto de ter um bom pretexto para acordar toda a gente.
Não sei se fui das primeiras a ouvir o toque do telefone. Sei que era cedíssimo, e lembro-me da conversa, como se fosse hoje. A Tia estava excitadíssima. Via-se bem que a perspectiva a entusiamava, mesmo antes de saber exactamente onde as coisas iriam parar: "Manela, há uma revolução das Forças Armadas, aqui no Rossio. O melhor é ires já ao supermercado comprar o essencial para os próximos dias, porque deve fechar o comércio todo. E não saias daí - é o que os militares estão a pedir, na rádio".
E eu assim fiz. Muito me arrependo! A Tia estava na "baixa", no centro dos acontecimentos, a dar bons conselhos aos outros. Eu devia era ter ido ter com ela, deixando, tranquilamente, na quietude do meu apartamento, e na companhia das simpáticas vizinhas, a Maria Póvoas, já idosa demais para aventuras de rua, e a Endora, uma jovem e fogosa "Serra de Aire" .
Perdi essa oportunidade histórica, e desperdicei tempo a fazer compras inúteis de conservas, de bolachas, de fruta e de comida de cão - as lojas não fecharam, nunca - e, seguidamente, a ouvir e a gravar as emissões de rádio o dia inteiro. Música que, ainda hoje, me empolga. E, ao fim da noite, o anúncio de que o General Spínola, o do lido e relido "Portugal e o Futuro", estava à frente da Junta de Salvação Nacional. Uma revolução à medida dos meus sonhos. Pelo menos durante uns meses - até fins de Setembro. E, depois de algumas peripécias, com um fim feliz.
Em qualquer caso, achava e acho que teria valido a pena pagar um preço alto - mesmo que tivesse sido muito mais alto do que acabou sendo - para pôr termo à ditatura acabrunhante em que vivíamos.
Tal Tia Lola, tal sobrinha, para mim, qualquer movimento era preferível a águas paradas, que não levavam a lado nenhum...
Nesse 25 de Abril, saí para compras, apenas na Av. Uruguai: de manhã, provisões do ramo alimentar, no supermercado do meu prédio, e, de tarde, um disco grande, uma espécie de "souvenir", na Livraria Ulmeiro - "As cantigas de Maio" de Zeca Afonso. Como não tinha dinheiro vivo, a dona da livraria não só mo vendeu "fiado", como me emprestou uns contos de reis, para sobreviver até à abertura dos bancos - que, por acaso, foi logo no dia seguinte. Lá voltei a pagar a dívida, e a conversar sobre a revolução, que era tema único de conversas.
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fevereiro 09, 2009
Bye bye, Scolari
Scolari nunca me convenceu.
Perdemos os anos todos que ele esteve à frente da Selecção, do primeiro ao último, sem promover novos valores, sem formar um conjunto ofensivo, corajoso, pronto a bater-se, de igual para igual, com qualquer equipa do mundo.
Aquelas contas de mercearia no apuramento para o "Mundial" só podiam dar em frustração - vamos ganhar em casa, para podermos empatar ou perder fora, porque precisamos de "X" pontos para atingir o objectivo... não é necessário mais... Depois, claro, começámos por empatar a torto e a direito, dentro ou fora, porque não é assim que se geram as chamadas "dinâmicas de vitória". Fomos salvos pela inépcia das outras equipas, que conseguiram perder e empatar mais do que nós! Um grupo desgraçado, mas providencial.
Nenhum verdadeiro Portista suporta a petulância, o paternalismo sonso do Sr Scolari. Temos sobejas razões de queixa, mas não é por isso que o homem nunca me convenceu. É porque não presta mesmo!
Ao contrário da maioria dos altos especialistas do nosso futebol, não esqueci o interregno, que acabou com a chegada de Scolari, e fora preenchido por um modesto treinador português, um tal prof. Oliveira. Durante esse período, ele ensaiou vários esquemas tácticos, ele convocou numerosos jogadores jovens , sem a preocupação essencial de ganhar no imediato, para melhor preparar as vitórias futuras. E que bem jogava a sua equipa (ou as suas sucessivas equipas)!
O último triunfo foi sobre a Suécia, na Suécia (3-1, salvo erro). Portugal entrava em campo como o natural provável vencedor, com confiança, com alegria, e saía com os três pontos. Dando espectáculo. Um português, que acreditava nos portugueses...
Com Scolari foi o que se viu.
As embirrações, as manias, os impasses... E, em pano de fundo, a convicção de que tinha "aterrado" num país terceiro mundista, em termos de futebol.
Começou o Europeu caseiro a perder, e, depois, por puro medo do descalabro prenunciado, aceitou o que todas as cabeças sensatas aconselhavam, e foi buscar, pronto e perfeito, o núcleo da equipa de José Mourinho - com a excepção do guarda redes, erro fatal que lhe custou o título...
(há alguém que acredite num FCP campeão da Europa com um Keeper medíocre, como o "protegé" de Scolari?).
A seguir, foi o plano inclinado... Aquilo que, realmente, previsivelmente, está ao alcance de um "canastrão", de um tipo como ele, preguiçoso e antiquado - até porque todos os preguiçosos tendem a desactualizar-se, não?
O "dream team" de Mourinho dispersou-se, envelheceu...
Ficou o desconcerto de um malabarista que só brilha quando um génio, no apogeu da forma física, como Ronaldinho Gaúcho, pelo Brasil, ou Deco, por Portugal, resolve as coisas por si e pelos outros ...ou, se preferirem , com os outros.
Bom, no Chelsea, durou 7 meses.
Muito mais do que eu esperava.
Em qualquer clube europeu com pretensões, não lhe dava mais do que 7 semanas.
E no Chelsea, ainda menos...
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AMÁLIA ausente num "soap" vulgar...
Fui ver o filme, sem grandes expectativas.
Uma Mulher tão grande, mais do que grande, genial, e, para além de genial, mítica, uma Mulher que foi o verdadeiro rosto feminino de Portugal no séculoXX, que o mundo inteiro admirava como símbolo da nossa cultura, da nossa diferença , merecia ser retratada nos ecrãs com um máximo de qualidade artística - e, na pior das hipóteses, com um mínimo de centelha e de verosimelhança. Tinha as minhas dúvidas de que este mínimo fosse atingido, e considero que não foi.
Não falo da precisão histórica, porque sobre os mesmos factos e os mesmos gestos ou palavras, há sempre espaço para a interpretação subjectiva. Obviamente, também, sobre os sentimentos e estados de alma.
Por isso, estava preparada para aceitar erros menores, desde que a essência da fascinante individualidade de Amália perpassasse na tela...
Sabia que a voz era mesmo a sua voz - pelo menos o som seria genuino e encantatório. E que a actriz é bonita e até faz, realmente, lembrar, quanto baste, a jovem Amália. A banda sonora, a beleza da intérprete e alguns "maneirismos" em que se sai bem, são tudo o que de positivo se pode dizer sobre o empreendimento ou o atrevimento, de que falamos.
Não encontrei mais nada da Amália, que conheci , por acaso, na altura em que começa a narrativa - ou melhor, logo a seguir, quando já estava recuperada da doença, ainda muito lembrada . E é certo que contava, com enorme franqueza e simplicidade, quanto os musicais de Fred Astaire a tinham ajudado a superar uma das piores fases da sua vida. Mas não estava demasiadamente traumatizada por isso.
O filme principia com as soturnas imagens da vedeta, envelhecidíssima, feíssima, fantasmagórica, sozinha num hotel de Nova York. E com a sua tentativa, não consumada, de suicídio. A acção decorre em "flash back". Ela vai lembrando o seu passado, desde a infância de pobreza e infelicidade até ao tempo dramático que está a viver.
É uma história que toda a gente conhece - ou pode conhecer, lendo o que há escrito... Só vale a pena contá-la, se fôr bem contada.
Este "Amália" é um aproveitamento do nome, de registos sonoros, de factos ou de boatos do domínio público, em estilo puramente "soap". Ainda por cima, com uma selecção pouco criteriosa entre o importante e o acessório, diminuindo, talvez mais por inépcia do que intencionalmente, o percurso profissional, o ascendente cultural, a inteligência, a alma e a capacidade de expressão, a graça e o carisma - para além de uma voz incomparável - de alguém que se tornou muito mais do que uma cantora de renome internacional ( a avaliar pelo que nos é mostrado, limitada ao país, ao Brasil e a Paris de França!...).
A Amália, que eu encontrei, pela primeira vez, como disse, depois do "check out" daquele hotel (em 1984), em que é figurada no ecrã, era, ainda, e foi sempre bonita. Envelheceu bem.
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E era uma Senhora! Sabia conversar, sabia estar. Tinha imensa vida, imensa graça. Dava resposta pronta e directa, acutilante. Não parecia, porém, uma celebridade. Parecia uma senhora culta e inteligente, e muito simpática. Era espontânea, natural. Eu nem acreditava que estava diante de Amália Rodrigues. Era um jantar de família - da família Seabra - e eu a única "outsider". Mas logo me senti em família. O marido, o Engº Seabra não tinha qualquer sotaque brasileiro e dizem-me os primos (meus amigos há muitos anos), que nunca teve... Entendiam-se bem. Ele era muito tranquilo, muito simpático também. A sua morte, anos mais tarde, deixou Amália irremediavelmente só.
A partir de 1984, encontrei-a, muitas vezes, até no estrangeiro: em Connecticut, em casa dos primos Seabra da Veiga, numa longa viagem transoceânica de Lisboa para o Rio (cidade, onde a vi e ouvi cantar, num espectáculo fabuloso no "Canecão); em Newark, nas festas do 10 de Junho, quando foi "Grand marshall" da Parada. E muitas vezes, em Lisboa. E a última vez, inesperadamente num restaurante da Foz. Estava eu em campanha autárquica, com o General Carlos Azeredo e o Prof. Marcelo Rebelo se Sousa
Era uma espantosa personalidade, como figura pública.
Na convivência pessoal, era uma Senhora.
Dizia Simone de Beauvoir: On ne naît pas femme, on le deviant".
Num sentido um pouco diferente, podemos bem dizer: "Não é o berço, que faz uma Senhora. É a cultura, a cultura interiorizada.
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NOV 7
Novembro 07, 2010 Porto! Porto! Porto!
És a nossa glória...
Dá-nos nesta dia mais uma alegria, mais uma vitória.
E deu!
E que vitória!!!
Nunca na vida vi o FCP ganhar por 5 golos ao SLB, porque falhei, há 56 anos a outra hipótese que a história nos ofereceu, nas Antas, e uma outra, bem mais recente, na Luz... E esta, agora! Não há duas sem três, diz o ditado.
Tivesse semelhante possibilidade estado nas minhas mais remotas previsões e não teria perdido a partida "in loco", no Estádio do Dragão. Mas perdi, lembrando o sofrimento do jogo com o Braga, disputado lance a lance, com aquele terrível "suspense", prolongado até ao último segundo.
E assim me deixei ficar em casa, garantindo a ocupação do meu "dragon seat" pela presença de um amigo.
Estava, pois, a ver um programa de natureza política (um substituto mais deprimente, mas menos "stressante" do que o desporto), quando vi no rodapé do ecrã a notícia de que, no final da 1ª parte, O FCP vencia por 3-0. Saí, de imediato, porta fora em direcção à Casa do FCP em Espinho, onde ainda pude ver, em directo e no meio de uma assistência entusiástica, os dois golos de um HULK mais do que perfeito.
Publicada por Maria Manuela Aguiar em Domingo, Novembro 07, 2010 6 comentários:
Maria Manuela Aguiar disse...
Incrível também aquele golo de calcanhar de Falcão, que já só vi em repetição televisiva!
7 de Novembro de 2010 15:20
Maria Manuela Aguiar disse...
Ao incrível Hulk e ao incrível Falcão, haverá que acrescentar o mais incrível dos incríveis:
ANDRÉ VILLAS BOAS.
Incrível, no sentido de genial, de fantástico, de fenomenal. Ñão no sentido de improvável ou de inverosímil. Há muito considero que o adolescente que convenceu B. Robson com a sua análise e percepção do jogo só pode ser mesmo genial.
Além disso, é civilizado, bem educado, bem formado. E, ainda por cima, um genuíno PORTISTA!
Há muitos, muitos anos que eu não sentia esta confiança, admiração e simpatia por um treinador do FCP. Os anteriores nem eram portistas nem particularmente convincentes como treinadores.(salvo Mourinho, que é mais do que convincente, mas não portista). A gente tinha a impressão de que, com aquela referida e notabilíssima excepção, era a máquina organizativa do FCP que os "fazia" vencedores e não eles que faziam do Porto campeão.
7 de Novembro de 2010 15:43
Maria Manuela Aguiar disse...
Para ser mais precisa, devo ressalvar um outro caso - o de um simpático treinador espanhol, que esteve cá na altura errada.
Falo de Fernandez, que ganhou todos os jogos difíceis, incluindo o que nos deu o 2º título mundial no Japão, mas pertdeu alguns dos fáceis. Se bem se lembram, essa foi a época em que os grandes protagonistas da equipa de Mourinho se dispersaram por toda a Europa, a começar por Deco, que rumou a Barcelona. Os que não saíram no verão sairam logo depois, no inverno... E chegavam, para os substituir, sul americanos de torna viagem (para casa ou para clubes secundários de qualquer outro país...)
Ainda por cima, o fabuloso Fabiano só acertava nos postes da baliza.
7 de Novembro de 2010 16:06
Maria Manuela Aguiar disse...
Vimos o Jesualdo corrido do Málaga esta semana.
Nada que me surprendesse...
7 de Novembro de 2010 16:09
Maria Manuela Aguiar disse...
Um patamar acima está o Engenheiro. Sai-se bem...na Grécia. Mas tem aquele ar tão triste, ainda que a sua honestidade não levante sombra de dúvida.
7 de Novembro de 2010 16:15
Maria Manuela Aguiar disse...
De Bobby Robson gostei imenso!Depois de António Oliveira (desse sou fã, desde os tempos em que jogava nas Antas) foi o único que me convenceu plenamente.
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7 novembro
O risco de viver...
O risco está sempre presente nas nossas vidas. A percepção do risco é que varia, para uma mesma situação.
Recordo a conversa de dois estrangeiros, que seguiam ao meu lado, num autocarro de Lisboa, há pouco tempo. Dizia um para o outro (em inglês) que os portugueses tinham a mania de que a cidade era perigosa, quando, de facto, era das mais seguras do mundo. E o amigo concordava... Na opinião deles, raiavamos a obssessão, em termos de complexo de insegurança.
Não sei se tinham inteira razão, mas, de qualquer modo, estes dois olhares sobre uma só realidade exemplificam o que quero dizer.
Ali era o povo que estava em causa, mas poderia ser igualmente qualquer famoso político... Há os que se sentem mais ou menos visados por eventuais ameaças à integridade física.
Num extremo está o prudente Cavaco Silva, que ninguém imagina a escapar à mínima regra de segurança (e que até se queixa das falhas de segurança dos computadores da presidência) e no outro os despreocupados Mário Soares ou Sá Carneiro. É, a meu ver, uma questão de feitio, de cálculo do risco também, não uma questão de "ética da responsabilidade"!
Confesso que fiquei profundamente chocada pela forma como o mais recente biógrafo do Dr. Sá Carneiro apresenta esta sua faceta de menorização do papel ou das virtualidades da segurança que lhe era imposta, nas funções de Primeiro Ministro. Para ele, trata-se de uma "irresponsabilidade", que chega ao ponto de adjectivar de pueril!
Leva o assunto a peito, dedica-lhe muito mais espaço do que às inúmeras realizações e polémicas políticas que, pura e simplesmente, omite. A "petite histoire" interessa~lhe bem mais do que a história que se fez, sector a sector, nesse governo extraordinário.
Só nos faltava esta: classificar os nossos Homens de Estado, pela sua capacidade de obediência aos ditâmes do guarda-costas!!!
E o pior é que por este critério "chumbavam" os dois políticos mais notáveis do século XX português, Sá Carneiro e Mário Soares - e ficavam todos os medianos, ou todos os medíocres, mais o Ditador, que de preferência nem se deixava ver em grandes ajuntamentos!
É quanto basta para chumbar o critério.
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O risco de viver...
O risco está sempre presente nas nossas vidas. A percepção do risco é que varia, para uma mesma situação.
Recordo a conversa de dois estrangeiros, que seguiam ao meu lado, num autocarro de Lisboa, há pouco tempo. Dizia um para o outro (em inglês) que os portugueses tinham a mania de que a cidade era perigosa, quando, de facto, era das mais seguras do mundo. E o amigo concordava... Na opinião deles, raiavamos a obssessão, em termos de complexo de insegurança.
Não sei se tinham inteira razão, mas, de qualquer modo, estes dois olhares sobre uma só realidade exemplificam o que quero dizer.
Ali era o povo que estava em causa, mas poderia ser igualmente qualquer famoso político... Há os que se sentem mais ou menos visados por eventuais ameaças à integridade física.
Num extremo está o prudente Cavaco Silva, que ninguém imagina a escapar à mínima regra de segurança (e que até se queixa das falhas de segurança dos computadores da presidência) e no outro os despreocupados Mário Soares ou Sá Carneiro. É, a meu ver, uma questão de feitio, de cálculo do risco também, não uma questão de "ética da responsabilidade"!
Confesso que fiquei profundamente chocada pela forma como o mais recente biógrafo do Dr. Sá Carneiro apresenta esta sua faceta de menorização do papel ou das virtualidades da segurança que lhe era imposta, nas funções de Primeiro Ministro. Para ele, trata-se de uma "irresponsabilidade", que chega ao ponto de adjectivar de pueril!
Leva o assunto a peito, dedica-lhe muito mais espaço do que às inúmeras realizações e polémicas políticas que, pura e simplesmente, omite. A "petite histoire" interessa~lhe bem mais do que a história que se fez, sector a sector, nesse governo extraordinário.
Só nos faltava esta: classificar os nossos Homens de Estado, pela sua capacidade de obediência aos ditâmes do guarda-costas!!!
E o pior é que por este critério "chumbavam" os dois políticos mais notáveis do século XX português, Sá Carneiro e Mário Soares - e ficavam todos os medianos, ou todos os medíocres, mais o Ditador, que de preferência nem se deixava ver em grandes ajuntamentos!
É quanto basta para chumbar o critério.
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setembro 24, 2010
ROSTOS VIVOS DA REPÚBLICA - em Espinho
MARIA JOSÉ RITTA
Espinho recebe, na próxima quinta-feira, dia 30 de Setembro, pelas 21.00 horas, no Centro Multimeios, a visita de uma exemplar personalidade da República, que nos vem falar de si, da sua visão do mundo, das suas causas humanistas, da sua vida como” Primeira-dama”, durante uma década: MARIA JOSÉ RITTA à conversa com MARGARIDA PINTO CORREIA, e connosco, num ambiente informal, de tertúlia, onde não faltarão pequenos apontamentos de dança (pelo Núcleo de Dança Contemporânea – Move’ imento) e de música (2 pra Jazz).
Estão convidados a participar nesta iniciativa, integrada nas comemorações do Centenário da República em Espinho.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~setembro 11, 2010
Emoções no Dragão!
Foi um jogo de futebol esplêndido entre as duas melhores equipas portuguesas neste recomeço de campeonato: o FCP e o BRAGA.
Vitória do Porto, que ganhou também em todos os campos, contra os adversários directos. Vitória difícil!
Ainda bem que, por razões alheias à minha vontade - que era de escapar às emoções...-acabei por estar presente no estádio.
E ver os estonteantes dribles, a velocidade, a força e a alegria de jogar de Hulk, é, por si só, um espectáculo absolutamente imperdível.
O melhor entre os melhores. Hoje como de costume.
Um mito "avant la lettre". Igual a fenómenos como Deco ou Quaresma, para citar apenas exemplos ainda "no activo". "Todos diferentes, todos iguais", como no slogan do Conselho da Europa!
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agosto 16, 2010
ESPINHO EM FESTA... RUIDOSA!
Mais uma interpelação de rua sobre as festas que duram até às 6.00 da manhã, muito audivelmente!
O que hei-de responder?
Não é do meu pelouro, embora pareça às pessoas que é.
Podia ser, mas, por sinal, não é!
Há cultura e cultura, com diferentes decisores. De diferentes idades...
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) segunda-feira, agosto 16, 2010 Sem comentários:
A FRONTEIRA DA CULTURA...
1 - Em Espinho. Falo da cultura, no sentido de "pelouro da cultura" da Câmara.
Começa a ser cada vez mais difícil explicar aos munícipes, que me interpelam na rua, os limites da minha competência na vereação!
O "programa cultural" da Alameda 8, tal como as "beach parties" e os "happenings" nocturnos da piscina não são comigo. Sobre essas organizações, sei tanto quanto os próprios munícipes. Isto é: sei "ex post facto". Ainda hoje estive a ler, por curiosidade, num dos "plackards" da Alameda o elenco dos artistas ou conjuntos musicais que actuam diariamente nesse vasto e centralíssimo "espaço cultural". Só conheço dois. Na 1ª quinzena o panorama era ligeiramente melhor - conhecia 3 ou 4.
Não há nisto nada de extraordinário. Constato simplesmente a diferença geracional!
A escolha é, a 100%, dessa gente nova, que é o presente e o futuro da terra. O seu, a seu dono!
Eu só tenho a ver com as exposições do museu, com as iniciativas da biblioteca e do arquivo municipal, com festivais como o "Tu cá tu lá" ou as marionetes - com o concurso das "estátuas vivas, com as comemorações do centenário da República... Coisas desta natureza. Por sinal, todas pouco ruidosas, pelo que, ao contrário do que se passa na Alameda, ou nas noites da piscina ou da praia, não dão lugar a protestos de ninguém. Note-se: não sou contra a animação nocturna de uma cidade turística como é Espinho. Com conta, peso e medida. Conciliando interesses, nem sempre, reconheço, fáceis de conciliar. Se fosse minha a responsabilidade de os equacionar procuraria a fórmula, e o modo de a por em prática, em diálogo com a população. Mas não é. E não sendo, não posso responder aos espinhenses que me encontram na rua por processos cujas particularidades ignoro em absoluto.
Comigo, alías, não trabalham jovens assessores. Os meus colaboradores directos podem não ser exactamente da minha geração, mas é como se fossem. Temos afinidades, Estou em total sintonia com eles. Uma sorte, porque não foram nomeados por mim. Já estavam onde continuam. Que boa sorte! São funcionários com uma grande capacidade de trabalho, com talento e criatividade. Sentamo-nos à volta de uma mesa redonda (positiva e simbolicamente redonda), no meu gabinete do FACE, e preparamos em conjunto as formas de executar os nossos projectos.
É obra colectiva, que me tem dado muito prazer. Impressiona-me imenso o fazerem tanto com tão escassas verbas e tão pouco pessoal.
Não sou só eu que fico impressionada, dentro e fora do país... Um exemplo: em julho, em Brunoy, durante uma visita a equipamentos culturais, comparamos os nossos respectivos programas culturais e chegamos à conclusão de que eram surpreendentemente semelhantes. Eu lembrei-me de acrescentar que os festivais e o concurso de estátuas, mais o apoio dado ao Cinanima e ao Fest e a vários outros eventos, estavam a cargo de uma dirigente (a Drª Idalina Sousa) e de apenas três funcionários. A estupefacção no rosto do Director da Cultura daquela nossa cidade geminada foi digna de se ver!.
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gosto 12, 2010
Viver o presente - prioridade a Ricardo Carvalho
Portugal é um país mal gerido. Vai de mal a pior. E vai pior do que os outros - está na cauda da Europa, depois de ter querido, como dizia um antigo 1º Ministro, "estar no pelotão da frente". (Já estamos habituados ao optimismo inveterado dos Primeiros Ministros...).
Esta situação deve-se certamente a razões múltiplas. Tenho para mim que uma das principais é o sacrifício do presente numa procura obsessiva da preparação do futuro, da renovação de pessoas, da mudança de paradigmas, de linhas de rumo, de soluções.
São constantes as rupturas, as mutações, a procura de novos rostos e novas experiências (ou, não raro, novas inexperiências!). Assim é, entre nós, em domínios vários, da política ao futebol.
Não é tanto assim em outros países e continentes. Já nem penso na África, onde os mais velhos são sempre vistos e respeitados como os mais sábios. Penso nos EUA ou na Europa.
Na Itália, na Espanha...
Vamos deixar a política para mais tarde e olhar, para já, o mundo do futebol. Nomes como Otto Rehagel ou Aragonés, Oliver Kahn ou Cambiasso vêm à memória...
José Mourinho, falando da necessidade de contratar um central de grande qualidade para o seu clube, equacionava, teoricamente, a opção entre escolher um jovem com muito futuro pela frente ou um mais senior com prazo de utilização mais limitado. E quando indagado sobre a hipótese Ricardo Carvalho afirmou o óbvio - "Ricardo Carvalho é o presente, não é o futuro" - daí se tirou a conclusão de que o português, com a provecta idade futebolística de 32 anos, estava afastado da corrida.
Afinal, foi mesmo a prioridade de Mourinho!
The special one is the special one.
Ele tem a exacta noção de que para ganhar títulos no tempo presente precisa mais de valores do presente do que do futuro. É uma lição que nos dá e da qual estamos a precisar - e não só no campo desportivo.
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agosto 07, 2010
Um Sábado Memorável
Por várias razões, das quais só vou referir as que estão relacionadas com o futebol: a Taça ganha pelo FCP e a saída de Deco do Chelsea para um clube brasileiro (o Flu).
Começo por Deco: é bom que deixe Londres, onde não me parece que tenha sido feliz. É bom que possa brilhar no seu país de nascimento. Acredito que isso vai acontecer. Aos 32anos, o que eu considero o melhor construtor de jogo do mundo - quando em boa forma física - poderá sentir-se mais confortável com o ritmo do futebol latino americano.
E, consequentemente, voltar à nossa selecção, se entretanto nos virmos livres do mal educado "looser", que nos põe ajogar um futebol triste e deprimente... Não sei se a decisão de Deco é inabalável. Acho que é a decisão de um homem lúcido, que sabe ceder lugar aos jovens. Mas o sucesso na pátria maior do futebol talvez o leve a uma espécie de rejuvenescimento "psicológico".
Não sei. É o que eu gostaria que acontecesse.
André Villas Boas tem, como Deco, 32 anos. Para treinador é muito, muito jovem. Mas eu acredito piamente no que hoje disse um comentador desportivo: "a competência não tem idade". O génio ainda menos... Será André um génio? É o que vamos ver.
Para já, começou, fulgurantemente, a arrebatar uma Taça Cândido dos Reis contra a "invencível armada SLB". Ninguém se atreveu a discutir o mérito do triunfo - coisa rara, em se tratando do SLB...
Estratégia perfeita, executores à altura, ânimo e garra que surpreenderam todos, dentro e fora do campo. Incluo-me neste amplo lote.
Ganhar era uma esperança - mas não esperava tanto...
É certo que, no meio campo, estava o meu médio preferido: Beluschi! O mais estranho para mim é que ele não seja o preferido de mais ninguém (ao que parece).
Tenho de reconhecer que, quase sempre, os meus favoritos são médios ofensivos - Deco, Alenitchev, Diego, Ibson, Lucho...
Naturalmente os fenómenos, tipo Anderson, Quaresma ou Hulk, também me fascinam. (Como é possível que Anderson se tenha "perdido" em Manchester?).
E há talentosos jogadores que me encantam pela simplicidade, pela simpatia, tanto quanto pela forma de jogar. Por exemplo: Varela. Ou Fucile.
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A primeira revolução nacional
A 6 de Agosto, em Espinho, uma iniciativa do Centenário da República em cenário diferente do habitual - naquele espaço de passagem, do lado sul da grande tenda da "Feira do Livro", convertido em sala de eventos, ao ar livre. Um achado: para além de quem lá vai expressamente para participar, há os que transitam, param para ouvir e ficam, às dezenas.
Ficam, pela certa, quando o orador é o Miguel Urbano Rodrigues. Já aconteceu por duas vezes: primeiro na apresentação conjunta com a Ana Catarina de Almeida do livro "Metamorfose de Efigénia", a convite da Editora Calendário e, ontem, numa organização em parceria entre a Calendário e a Câmara de Espinho, para falar sobre as grandes revoluções populares, em Portugal: a de 1383-85 e a de 1640 - com incursão, numa perspectiva comparatista, por outras revoluções, como a francesa (é um "must"!) e, também, pela que todos conhecemos, a de 1974.
Concorde-se ou não com ele a cem por cento, é sempre um prazer ouvi-lo e aprender com o que tão brilhantemente, nos sabe ensinar!
Por ali andou, na sua palavra inspirada, bem vivo o Povo - "sujeito da História", na que foi, como salietou, a primeira de todas as revoluções nacionais da nossa era, no século XIV. E, depois, a de Seiscentos, a da reconquista da independência, que se prolongou por quase 3 décadas e se estendeu, contra espanhois, holandeses e outros "invasores", pelo universo das possessões quase perdidas do Reino de Portugal. Hora de lembrar o sentimento nacional luso -brasileiro (a prenunciar já a Nação futura), que derrotou os holandeses no nordeste, e de enaltecer a grande expedição de Pedro Teixeira, desconhecida de quase todos os portugueses - a que, de Belém aos Andes, subindo, o curso dos rios de todos os perigos, acrescentou ao Brasil a imensa Amazónia!
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julho 20, 2010
Com um pouco de humor
O Centenário da Republica em Espinho, entre conferências, mesas redondas, exposições, reconstituição histórica de efemérides e de modos de viver uma época passada, ainda, em muitos aspectos, presente no País que somos, também nos permite momentos didácticos de pura diversão - em tempo de lançar um olhar mais lúdico e mais crítico sobre acontecimentos, pessoas, instituições, ideias e projectos, cujo destino bem conhecemos...
Depois do animadíssimo e bastante dialéctico "Comício Republicano", com monárquicos à mistura, logo no início de Julho, vamos, agora, terminar o mês com uma exposição sobre "A República na Caricatura de Imprensa".
E para mostrar que as tradições estão bem viva entre nós, teremos na abertura da exposição, três talentosos caricaturistas, prontos a fazer, "in loco", a traço rápido e seguro, o "retrato" de qualquer um de nós, com humor e muita simpatia!
É no Centro Multimeios, sábado próximo, às 16.00.
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julho 18, 2010
BALBINA MENDES, a exposição da cor e da magia
Foi uma das mais interessantes e animadas aberturas de exposições a que jamais assisti. E não só porque havia muita gente, muita expectativa, o lançamente do livro sobre esta originalíssima colecção, a simpatia irradiante da Balbina, trasmontana de Miranda do Douro.
Os quadros, em si mesmos, são um festival de alegria e de cor - mas também ajudou à festa a presença dos famosos caretos de Podence, que pereciam saídos das telas de Balbina, por uns momentos, expressamente para virem dançar connosco. Correram as ruas de Espinho, pouco habituada ao espectáculo que ofereciam na sua eufórica passagem pelos sítios de grande econcentração de veraneantes (neste aspecto, Espinho é um auditório sempre cheio!).
Muito divertido e com o seu "quê" de insólito, foi, depois, vê-los como que a mirarem-se ao espelho, na Galeria do Museu, admirando aquela fantástica mostra das máscaras rituais trasmontanas. Em boa hora tive a ideia de somar as duas iniciativas. Mais do que soma, acabou sendo uma multiplicação de cor e magia
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julho 05, 2010
Comício Republicano em Espinho
Está de parabéns a Drª Idalina Sousa!
O comício - festa revelou, uma vez mais, a classe dos grupos de teatro, de música, de folclore desta terra de Espinho, que pequena só é na geografia.
Foi um convívio muito divertido, com oradores e oradoras de alto gabarito, com tudo o que um "Happening" deve ter, para além das palavras incêndiárias, um belo simulacro de incêndio, rapidamente apagado pelos bombeiros de Espinho, trajados a rigor, à 1910, manejando com à vontade, um precioso e gracioso carro de época, que funciona, como novo! Sem dúvida, uma das grandes atracções da festa, para além dos caricaturistas (que não tiveram "mãos a medir", como diz o povo), do fotógrafo "à la minute", dos gigantones e Robertos, da GNR, montada nos seus belos cavalos brancos, do ardina que distribuía o "Espinho Republicano", o nº1, que poderá até ter sequência...
Muitos "vivas" à República, sobretudo quando os famosos falavam das alturas da varanda camarária ou os anónimos, do alto de um escadote (o nosso "Hyde Park corner"). Mas, porque era tempo de fazer democracia, ali, no Largo da Câmara, também "vivas" ao Rei e à Monarquia. O grande agitador monárquico do dia, que é, na vida real, 100% republicano, saiu-se magnificamente, a mostrar quão bom actor ele é, e parece que ficou fã do papel representado. Está pronto para outro... comício. Vamos a ver!...
A meu lado, até ouvi cantar o hino da Maria da Fonte!
Por fim, monárquicos e republicanos, anarquista e feministas - que nos deram momentos inesquecíveis, muito actuais e pedagógicos... - acabaram a dançar com os ranchos folclóricos. Era hora de acabar, um pouco mais cedo do que o previsto, porque ia passar, lá mais ao fundo, na Rua 19, a procissão de São Pedro.
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julho 02, 2010
Quando FLU é o futuro
Deco prepara-se relançar a carreira no Brasil.
O FLU aguarda-o, com uma recepção grandiosa em perspectiva - assim o Chelsea não o trame de novo.
Lá vou eu começar a assistir a desafios de competições brasileiras... e, quando for ao Rio, no nosso Outono, quero jogo do FLU no programa!
A última vez que vi Deco "ao vivo" foi no Dragão. Ele vestia a camisola do Chelsea (ou Chelsky, para os detractores desse clube londrino de capitais moscovitas, que Mou tirou do anonimato), mas nós todos o víamos de listas azuis e brancas vestido...
Que fantástico adeus ele teve, então, com um estádio de pé, em estrondoso aplauso, quando saiu, a minutos do fim do jogo.
Podem os portugueses ser ingratos para com ele, como se comprovou neste campeonato perdido. Os portistas, não! O Porto é, para sempre, a sua e nossa Nação!
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blicada por Maria Manuela Aguiar à(s) quarta-feira, junho 30, 2010 9 comentários:
SCOLARI, o mal menor!
Scolari nunca me convenceu.
Porém, sendo as escolhas de MADAÍL (ainda se lembram que ele existe?) o que são - na melhor das hipóteses um "tipo Scolari", na pior um "tipo Queiroz" - eu antes quero o brasileiro de volta!
Sem ele não tinha havido Deco nem Pepe na selecção. Nem bandeiras de Portugal nas janelas. Nem devoção a Nª Sª de Caravaggio.
O que é que nos deu Queiroz, para além de ter, segundo ele próprio, criado Ronaldo, a criatura que se virou contra o criador?
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) quarta-feira, junho 30, 2010 6 comentários:
E QUEIROZ CRIOU... RONALDO!
Não sabia. Mas hoje, fiquei a saber, porque o disse, em conferência de imprensa, o divino Queiroz, que nunca mente, que nunca se engana, que tem sempre razão!
Mas se é assim tão fácil fabricar um Ronaldo, porque é que ele não se dedica, a tempo inteiro, à produção em massa de Ronaldos? Porque é que só produziu aquele?
Já agora: não se importa de "criar" um novo Deco, cuja falta, para todo o sempre, é muito maior do que a de Ronaldo?
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) quarta-feira, junho 30, 2010
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O Baía de Queiroz
Portugal não venceu o Euro 2004 porque o Sr. Scolari decidiu jogar sem um guarda-redes de classe e nenhuma equipa ganha coisa alguma sem um grande guarda-redes...
Por acaso havia um ao dispôr, que, nesse ano, tinha dado ao FCP, semanas antes, o título de campeão da Europa de clubes: Vitor Baía, que individualmente recebeu o galardão de melhor da Europa no seu posto.
Portugal fez um Mundial de 2010 tristonho e apagado. Foi uma equipa partida ao meio, sem um organizador de jogo, sem "cérebro", sem alma. Sem DECO.
DECO: o Vitor Baía deste Scolari de 2ª categoria, que se chama Carlos Queiroz.
E DECO, o mágico estava lá - no banco, castigado só por ter dito a verdade.
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) quarta-feira, junho 30, 2010
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Um projecto que vem de longe: o CD com músicas de Fausto Neves
A feira do livro foi, como disse, proposta que veio ter comigo.
Não assim a ideia de editar um CD com algumas das músicas do mais famoso compositor de Espinho. Já no anterior executivo, quando era vereadora sem pelouro, tinha sugerido que o fizessem. Naturalmente, quando aceitei o pelouro da cultura, esta foi uma das minhas prioridades.
Espinho precisa de se valorizar, valorizando os seus filhos mais ilustres, os seus talentos, os seus génios!
É disso que se trata, antes de tudo o mais.
É justo acrescentar que aqui termina a minha parte... o que se seguiu é mérito, é obra da Academia de Música de Espinho.
Sempre gostei desta forma de colaboração entre poderes públicos e entidades privadas, quando estas sabem fazer as coisas insuperavelmente bem!
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) sexta-feira, junho 04, 2010 Sem comentários:
Feira do Livro na Alameda 8
A Feira do Livro, que vai ser inaugurada na chamada "Alameda 8", no dia da cidade, tem para mim um significado especial: foi uma das primeiras iniciativas que lancei na Câmara de Espinho, ainda em 2009. Nada que tivesse previsto, por mim própria. Fui contactada por uma empresa que apresentava um belo "curriculum" e prometia animação cultural ao longo dos meses de verão.
Nessa altura, não estava sequer equacionada a hipótese de utilização da "Alameda" na parte coberta da linha férrea. Mas a instalação da Feira, e a sua integração no projecto de animação do centro nevrálgico de Espinho, nesse lugar privilegiado, tornou-se uma solução incontornável
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junho 01, 2010
Contra o preconceito anti-futebol na política portuguesa
Desde que a Câmara do Porto iniciou a sua cruzada contra o FCP, a instituição que mais nome e prestígio tem dado à cidade, desde que Mota Amaral, instado pelo seu "vice" Manuel Alegre, na Assembleia da República, se lançou, "alegremente", na mesma senda, nos anos em que o FCP venceu a taça UEFA e, depois, a Champions a a Taça Intercontinental - já muitas vezes critiquei a tentação mal disfarçada de políticos como esses, que se servem do futebol, alta e poderosamente, em proveito de uma imagem de suposta superioridade moral, a pretexto de se distanciarem de qualquer ligação ao futebol.
É uma atitude eticamente tão censurável, do meu ponto de vista, quanto a de manter ligações dúbias e oportunistas em qualquer sector de actividade, seja ele desportivo ou não.
Reconhecer o mérito desportivo, como reconhecer o mérito artístico ou científico, é uma obrigação dos responsáveis pelo poder, a nível autárquico ou nacional. As coisas são tão simples como isto. Menorizar o futebol é, na melhor das hipóteses, uma atitude complexada, pedante e intelectualóide e, na pior, pura hipocrisia ou má fé.
É o que penso como cidadã ou munícipe, em relação a qualquer clube ou delegação de clube, de qualquer cor...
Como portista, para quem o FCP, está sempre àparte - e acima! - de qualquer interesse
partidário ou político, não esqueço, por exemplo, que o meu clube, num dos muitos anos em que ganhou o campeonato nacional, foi homenageado, em Lisboa, pelo presidente da Câmara Santana Lopes e não foi sequer recebido na Câmara do Porto por Rui Rio!
E em 2010, não posso dizer que gostei que o SLB fosse campeão nacional, mas gostei de ver a forma como foi entusiasticamente acolhido na Câmara pelo Presidente António Costa, e como foi chamado, a par de outros clubes da capital, a saudar o Papa Bento XVI.
Também gostei muito de assistir, no sábado passado, na Casa do FCP da Trofa, a um fantástico concerto de Mário Laginha, promovido pela Câmara.
Eis um paradigma de colaboração entre um executivo municipal e uma instituição da terra, que, lá por ter uma ligação umbilical a um grande clube de futebol, não é menos do que qualquer outra, e merece igual consideração e respeito.
Espero, pois, voltar, em breve, à Trofa, para um próximo evento cultural na sede da Delegação do FCP!
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maio 23, 2010
Sérgio Conceição - assumir a cidadania, com coragem e com classe, dentro e fora de um campo de futebol
Tive sempre uma especial predilecção pelo desportista e pelo cidadão Sérgio Conceição.
Para além de um fabuloso jogador de futebol, cheio de talento e de garra, um cidadão sem medo de tomar posições e de lutar contra as injustiças, desassombrado e generoso dentro e fora do campo - desfazendo a imagem comum do português pequeno e subserviente, acomodado e calculista.
Foi hoje a sua festa de despedida. Que pena!
No estádio que leva o seu nome, nomes famosos estiveram com ele. Falou bem. Falou claro, como é seu hábito!
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) domingo, maio 23, 2010 3 comentários:
Um Heroi Português
Basta dizer assim, e todos adivinham de quem falo.
São 20.20 e vejo a reportagem dea SIC- Notícias
"Mourinho está destinado a grandes coisas", diz um fã da Nigéria! Faço suas as minhas palavras...
Em todo o mundo se fala de Mourinhomania, da Indónesia aos Eua, do Japão ao Brasil e à África.
E é óbvio que os entusiastas se dividem entre tiffosi do Inter (e de Mou!) e os tiffosi de Mou, simplesmente Mou. Conto-me entre estes últimos.
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) domingo, maio 23, 2010 1 comentário:
maio 13, 2010
NON HABEMUS ERNANI...
Como todos os portugueses, estou farta de viver ciclos de austeridade e sacrifícios, logo desbaratados por um breve e carnavalesco "regabofe" eleitoral, como aquele a que assistimos o ano passado. Um governo que nos não dá nem "verdade", nem "esperança".
O chamado governo do Bloco Central, em 83-85, formou-se para salvar o país da bancarrota ... e salvou!
Os sacrifícios, então, valeram a pena. Com o PS de Mário Soares, o PSD de Mota Pinto e com o independente Ernani Lopes na pasta das Finanças, as contas públicas foram acertadas, com senso e medida, sem a louca contradição de misturar projectos megalómanos na agenda do executivo. E o governo que se seguiu, o de Cavaco Silva, herdou um país viável, e integrado na CEE.
Compreende-se que, hoje, o PSD de Passos Coelhos se solidarize com um programa de austeridade que procura evitar males maiores.
Não tem alternativa, porque a outra é o abismo.
Mas que confiança merece o governo, os ministros de agora?
Este programa de esmagamento fiscal dos contribuintes, a meu ver, só poderia resultar e ser portadora de esperança com outro governo.
Outro Primeiro Ministro, um segundo Ernâni Lopes ...
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quinta-feira, maio 13, 2010 1 comentário:
Tolerância de ponto, para ver o PAPA
Sim, sou a favor.
Não confundamos as coisas.
A César o que é de César e a Deus o que é de Deus.
Neste caso, confluem os caminhos de Deus e de César. A visita do Papa pode até ser mais significativa para os católicos do que para os que o não são, mas é também muito importante para Portugal.
Um acontecimento com impacto e visibilidade no mundo inteiro! Mobilizadora de multidões e, por isso, dos media, igualmente.
E, na sua mensagem, Bento XVI veio falar daquilo de que tanto precisamos: de verdade, de esperança.
Em Portugal, no reino de César, não temos tido nem uma, nem outra.
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Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) quinta-feira, maio 13, 2010 Sem comentários:
FINALMENTE! OS CAMPEÕES NACIONAIS DE FUTEBOL FORAM RECEBIDOS NA CÂMARA MUNICIPAL
...DE LISBOA, naturalmente.
Espero, que no próximo ano, isso não aconteça.
Percebe-se o que quero dizer com isto... É uma afirmação que individualiza um clube, um presidente de Câmara, e, consequentemente, uma cidade.
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A Santidade de Mandela
Adriano Moreira foi um dos portugueses mais notáveis do século XX - e continua a sê-lo, no presente. Um dos mais cultos, um dos mais lúcidos. Expoente de uma geração, que atravessou dois regimes de forma singularíssima. Demasiado inteligente e não suficientemente acomodado ou "ortodoxo" para ter, na política portuguesa, o sucesso reservado a figuras imensamente menores, que todos sabemos quem são...
Ouvir a sua palavra é sempre um prazer e uma lição.
Como aconteceu hoje, no seu comentário à visita papal, na SIC- Notícias (21.00 h).
Só ele, ao falar de santos do nosso tempo, seria capaz de falar da santidade de Mandela!
Não posso estar mais de acordo!
Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) terça-feira, maio 11, 2010 2 comentários:
maio 09, 2010
Animal Farm - a lição ao vivo em todos os canais de televisão.
Conhecem a expressão:
"Somos todos iguais, mas há uns que são mais iguais do que outros".
Li a fábula de ORWEL, na versão inglesa, há muitos anos. Foi leitura obrigatória - e deliciosa - de um dos trimestres do curso do British Institute de Coimbra, onde tirei o meu "Lower Certificate", pela Universidade de Cambridge.
Parece que em português a tradução é "O triunfo dos porcos". Não tenho a certeza, e, de qualquer forma, não é de porcos que quero falar. É de discriminação - e, por acaso, de discriminação em caso de triunfo.
De uma vergonhosa e escandalosa discriminação, absolutamente paradigmática do centralismo português, que se estende da política ao desporto.
Há cidades ou regiões mais iguais do que outras. Há portugueses mais iguais do que outros. Há clubes de futebol mais iguais do que outros.
Ao longo de 4 anos, o campeão nacional deste desporto, no dia em que ganhou a Liga, não mereceu nos telejornais das várias televisões mais do que uns minutos.
O vencedor era o FCP - um clube do norte do país.
Hoje, todas as televisões nacionais - RTP-1, SIC, TVI, SIC-Notícias, RTPN e TVI 24 estão a dar intragáveis e repetitivas reportagens, todas de uma inevitável similitude, há cerca de 90 minutos, sobre a vitória do SLB - clube da capital da Republica - no campeonato.
Nos TELEJORNAIS!
Haverá algum país do mundo civilizado onde aconteça coisa semelhante?
Já imaginaram uma vitória do Paris-St Germain a dominar por completo os telejornais de França? Ou a vitória do Chelsea a monopolizar os da Grã-Bretanha??
No que respeita aos canais privados, não haverá muito a fazer - apenas "zapping" para outro canal... É ridículo, é quarto-mundista, mas é o mercado a funcionar, deploravelmente. Constata-se (um "galicismo", eu sei...).
Em relação às que pertencem ao Estado, acho que esta discriminação deveria ser objecto de protesto, de análises comparativas com o que aconteceu em anos anteriores, de denúncia desta vergonhosa parcialidade e de sanção, naturalmente.
Que ideia é esta de "serviço público"? É para isto que eu pago taxa de rádio e de televisão na factura da electricidade?
Até às 22.00 h, a única alternativa, em canal aberto, para os teleespectadores, foi a RTP2, onde passou um programa sobre HITLER!...
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abril 28, 2010
O dia seguinte: na Embaixada do Canadá
Fui até ao termo do mandato como deputada, e durante anos, presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Canadá.
O Canadá é um país excepcional, enquanto destino de emigração. Depois do Brasil - por razões óbvias, porque sempre me senti portuguesa e"brasileira também"! - seria o país que escolheria para viver e trabalhar no estrangeiro.
Foram - e são - vários as embaixadoras ou os embaixadores do Canadá em Lisboa que considero amigos especiais.
Por tudo isso, teve um significado especial o almoço de despedida na Embaixada, na Rua Buenos Aires, para o qual, o Embaixador me pediu que lhe desse uma lista de pessoas a convidar. Um círculo restrito, naturalmente. O Pedro Roseta, meu colega em Estrasburgo, a Mª Beatriz Rocha-Trindade e a Rita Gomes, a Mª do Céu Cunha Rego, que colaboraram comigo na SECP e, depois, no "voluntariado" pelas comunidades dos vários continentes ( na Associação da "Mulher Migrante"e outros projectos do mesmo género...), o Dr António Pires, que conheci no Canadá e foi um notável conselheiro das comunidades no CCP e colegas do "Grupo de Amizade".
Uma bela maneira de viver o "dia seguinte", no fim de uma longa estada na política nacional.
Publicada por Docas à(s) quarta-feira, abril 28, 2010 2 comentários:
Terminar o mandato na Madeira
Era ainda deputada quando, a 7 de Março, a convite do Governo Regional da Madeira fui ao Funchal participar nas celebrações (por um dia antecipadas, a meu pedido) do dia Internacional da Mulher. O tema era o factor "emigração" na tomada de consciência cívica e na participação das mulheres na sociedade, na política, na comunidade. Uma sessão excelente, com as conferências a serem seguidas de debate. Presentes dois grandes amigos de muitos anos, a Vanda e o Virgílio Teixeira, com o filho, Pedro.
Virgílio Teixeira, o mais internacional dos actores portugueses é, para além de um artista fora de série, um Homem generoso e dedicado à sua terra, que desempenhou, durante anos, por puro espírito cívico e compreeensão e conhecimento da vida de emigrante (ainda que emigrante especialíssimo!) o lugar de director do Centro das Comunidades Madeirenses. Nessa qualidade o encontrei, nos início dos anos 80 e começou, então, um trabalho de colaboração constante. Sempre pude contar com ele. E reciprocamente!
Além do mais, tem uma distinção natural, um charme, um encanto que são, na vida, como na ecrã, imensos. E a Vanda é encantadora, também. O filho sempre a partir para uma nova missão humanitária, num continente distante - bons génes e boa educação!
Sucedeu-lhe o Gonçalo Nuno Perestrelo Santos - outra óptima escolha para o cargo, e também uma simpatia! A colaboração Madeira-continente, a nível do governo ou do parlamento, no que me respeita, tem sido absolutamente perfeita.
E este ano recebi novo convite do Governo de Alberto João para falar do dia 8 de Março - mas já estava comprometida com idêntica iniciativa nos EUA.
Em 2011, talvez possa voltar à Região Autónoma, no Dia da Mulher
Fui, desde sempre, assumidamente, pró autonomista e pro regionalista e gosto muito das nossas ilhas Atlânticas.
Como me disse, há muitos anos um Secretário Regional dos Açores, sou "alguém que os compreende".
É natural: sou do Porto, não sou da capital de um velho império centralista...
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Publicada por Docas à(s) quarta-feira, abril 28, 2010 2 comentários:
Despedida do Conselho da Europa, Paris, Maio de 2005
Depois da "perseguição" que o presidente da Assembleia da República, estupidamente, me moveu, no fim do mandato europeu, prejudicando a imagem de Portugal na Assembleia do Conselho da Europa, depois do tal episódio do boicote à comparência na última reunião plenária, onde devia ter defendido um relatório (no Conselho da Europa ser relator é uma importante e prestigiante tarefa e não se compreende que o parlamento nacional prejudique a participação de quem não é mero "figurante"...), depois da indignação que os meus "pares" sentiram, acabei por ter uma inesperada compensação: uma verdadeira festa de despedida, com "champagne", na sede da Av Kléber, em Paris. Na Comissão da Igualdade, justamente aquela onde seguiu os trâmites normais, sempre no melhor dos climas de trabalho, o tal relatório que Jaime Gama quis que eu não defendesse!
Em mais de 13 anos de Conselho da Europa, vi muitos colegas de quem gostávamos, fazer a sua despedida. Muitas vezes lhes dirigimos na Comissão palavras de sincero elogio. Nunca vi ninguém ter uma "festa de despedida", como a que me fizeram.
Foi um gesto de solidariedade, sem dúvida. Pró Manuela e anti-Gama, também.
É, de facto, incompreensível, que tenha havido tão pouca sensibilidade para aquela situação...
Para além de ser relatora, eu era vice-presidente da Comissão da Igualdade e...Presidente da Delegação Portuguesa!!!
Será que em relação um presidente da Delegação (homem...) teria Gama tomado a mesma posição? Será que em relação a um homem do "seu" partido teria tomado a mesma posição?
Fica a pergunta sem resposta.
De qualquer modo, convem acrescentar que, em Junho, já depois de empossada a nova Delegação Portuguesa, Gama achou por bem OFERECER viagens pagas a todos os ex-deputados que foram distinguidos como "membros honorários" da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa: o Pedro Roseta (PSD), o Medeiros Ferreira ( PS) e eu.
Pedro Roseta e eu recusamos os dinheiros da Assembleia e fomos a expensas próprias,
O correlegionário de Gama foi pago pela Assembleia.
Faz algum sentido recusar, primeiro, o custo de deslocações de trabalho de representantes da APCE e, depois, pagar viagens de recreio a ex-representantes da APCE - ainda que para a finalidade de receber uma homenagem, por muitos anos de trabalho prestado?
Curiosamente, uma outra organização internacional, à qual pertencíamos, a par da APCE, a Assembleia da União da Europa Ocidental (AUEO), deu, pela primeira vez o título de membro honorário a três antigos membros. Terry Davies, então já Secretário -Geral da APCE, o Pedro Roseta e eu. (na foto, supra, o momento em que agradeci).
Um inglês e dois portugueses, ainda que dois portugueses, ambos, do PSD. Nem por isso menos portugueses... Pareceria que as grandes figuras pátrias - e institucionalmente Gama não deixa de o ser, faça ele o que fizer - se deveriam regozijar. Mas não! Faltava a Gama um correlegionário na lista de honra... Por isso, não houve despacho para pagamento das viagens a Paris... Só para Estrasburgo!
Nada contra Medeiros Ferreira, evidentemente - entendeu aceitar a oferta para a deslocação a Estrasburgo, não a pediu. A crítica vai inteira para o outro, o ofertante selectivo.
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PRIORIDADE AO DRAGÃO
Foi em 26 de Abril de 2005, que recebi o meu "dragão de ouro", das mãos do Dr. Sardoeira Pinto, no Casino da Póvoa do Varzim.
Foi óptimo, porque, para além da infinita alegria, não precisei mais de desmentir que não era "dragão de ouro" - era portista de nascença, isso sim!
E tinha recebido em nome do Tio David, pouco antes falecido, o seu emblema de ouro do clube.
A Tia Lena escolheu-me entre dezenas de possíveis candidatos, os seus muitos sobrinhos, que partilham de sentimentos de "portismo" absoluto, por ser a mais "fanática" de todos (à imagem e semelhança desse querido Tio).
Um só problema: a entrega na noite de 26 tornava impossível estar na manhã de 27 em Estrasburgo, a defender, no hemiciclo da Assembeia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), o meu último relatório - sobre a discriminação das mulheres no desporto. Para mim, essa apresentação e discussão, em plenário, era da maior importância, porque considerava o relatório "coisa minha", iniciativa tomada perante o cepticismo quase geral, e, depois, convertida num dos temas mais debatidos e participados na Comissão da Igualdade! Quando anunciei que ía abandonar a APCE, houve um grande esforço para ultimar os trabalhos e agendar o relatório, por forma a que eu pudesse ainda intervir, na última sessão plenária em que estaria - pelo menos na qualidade de membro e dirigente daquela Comissão e daquele parlamento internacional.
Entretanto, rebentara em São Bento uma insólita "guerra", herdada por Jaime Gama de Mota Amaral: a de não custear as deslocações dos membros da APCE que fossem deputados da nova Assembleia.
Decisão contrária aos Tratados internacionais subscritos por Portugal, que manda continuar em plenitude de funções os representantes do parlamento nacional à APCE até à aceitação de credenciais da nova delegaçaõ, pelo prazo máximo de 6 meses.
Sempre o País tinha respeitado essa regra, que é comum a qualquer Assembleia, do âmbito mais restrito ao mais vasto, sob pena de poder inviabilizar o seu normal funcionamento... É óbvio!
O presidente da Assembleia não tem o poder de impedir a participação dos representantes eleitos para a APCE, mas, na prática, pode não autorizar o pagamento de despesas de viagem e alojamento. Foi o que fez o dito político, homem que não é de leis, mas tinha obrigação de as conhecer e respeitar, ocupando as altas funções que ocupa - a 2ª figura de Estado...
Isso, a mim, não me desmotivava, porque sempre estive pronta a pagar do meu bolso o que necessário fosse para bem representar o País - e durante meses, entre Março e o início de Junho desse ano, assim fiz, participando em várias comissões, entregando relatórios a sucessores, contribuindo para a sua transiçaõ e o seu andamento, sendo uma voz e uma presença solitária de Portugal (não havia praticamente ninguém da anterior delegação na disposição de proceder deste modo - o que é compreensível, não tendo, como eu tinha, relatórios em mãos).
Neste contexto, não tendo o dom da ubiquidade, o que escolher : O FCP ou a APCE? Venceu o FCP, evidentemente!
Transformei, de qualquer modo, como me cumpria, a não ida a Estrasburgo num instrumento de denúncia da posição do Senhor Jaime Gama: foi um escândalo! Um parlamento nacional a impedir a comparência de um relator na sessão plenária da APCE!!! Era o que ele, Gama, queria mesmo. A censura era, consequentemente, o que ele merecia.
E a minha presença na Póvoa era o que bem merecia o FCP!
Em vez de erguer a voz em Estasburgo, a 27, ergui-a, a 26, na Póvoa, falando em nome de todos os que foram, em 2005, distinguidos com o DRAGÃO.
E lá estive, feliz, ao lado do Maniche, como se vê nas fotos - de Maniche, de quem tanto gosto, como jogador e como pessoa. Tenho em comum com ele, não o geito para a prática do futebol, mas o geito contestário.
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maio 06, 2010
PACIÊNCIA!
Que saudades dos tempos em que o vía, semana a semana, desenhar um "slalom" de dribles espantosos, a caminho do golo...
Domingos Paciência!
Passaram os anos, mas ele continua jovem, rápido, fulgurante, exactamente com a mesma forma inconfundível de progredir no terreno e de finalizar! E, em Alvalade, a ovação que lhe destinaram, foi a surpresa da noite! Bem merecida: ele é o treinador campeão, mesmo que o Braga não consiga o título...
E é tão simpático!
Tão hábil no modo como respondeu, inclusivamente, às perguntas sobre o "facto desportivo" em que se converteu a recepção recebida no estádio de um clube que não é o seu. Elegante na linguagem, moderado e modesto nas reacções. Uma grande excepção à regra que impera neste país de gente tão hiper-reactiva, e tão vaidosa, no desporto como na política...
Como eu gostava de ver treinar o meu, e seu, clube de coração!
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abril 26, 2010
E depois do serão (republicano)...
E depois do serão: Começaram, acto contínuo, as iniciativas para lembrar o 25 de Abril, este ano integradas nas comemorações mais englobentes do "Centenário da República" (os cem anos de Republica: segundo alguns, com o interregno do Estado Novo - uma espécie de "tertium genus").
A edição facsimilada do jornal "A Defesa de Espinho", com as primeiras imagens das manifestações populares do pós 25 de Abril de 1974 na nossa cidade (4 de Maio).
O concerto do "Grupo de Baladas Nostalgia" de Espinho: "Seja bem-vindo quem vier por bem". A esta distância, as músicas conservam toda a sua magia - pelo menos, acho eu, para os da minha geração. Gostei!
A 25, depois da cerimónia do hastear da bandeira e da sessão solene na Aseembleia Municipal, à tarde, o Retimbrar animou as ruas e animou o espaço Multimeios, quando estavamos em plena inauguração da exposição "E depois do Adeus" do fotojornalista Marques Valentim - uma incursão pelos caminhos que foi seguindo a nova República, com os seus protagonistas.
Logo a seguir, o debate, que, de tão participado, se prolongou até depois das 19.30. Algumas excelentíssimas intervenções! E a certeza de que podemos voltar ao debate - e não faltarão ocasiões, no quadro do "Centenário"
O filme "Capitães de Abril" começou, atenta a hora, para muito poucos resistentes...
Publicada por Docas à(s) segunda-feira, abril 26, 2010 Sem comentários:
SERÃO REPUBLICANO
Parece uma contradiçaõ nos termos, mas não é:
IRREPETÍVEL E A REPETIR!
Uma noite diferente, inesquecível, cheia de momentos altos, que se sucederam, imparavelmente. Difícil é dizer se foi melhor este ou aquele - ainda por cima na sua grande e muito propositada diversidade.
O ambiente do àtrio do Multimeios presta-se, as camilhas das mesas eram bonitas, na sua extrema simplicidade, acolhendo os discretos biscoitos de Valongo e os cálices de capilé (este dulcíssimo licor, bem mais ao gosto da época do que ao meu, confesso...). A acústica é excelente! Alguém dizia: parece uma catedral! Durante o espectáculo, não se ouvia o menor som intruso. A disposição dos participantes ajudava à harmonia geral. Momentos raros de cumplicidade!
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abril 22, 2010
Um novo encontro em Espinho
"A las cinco in punto de la tarde" na Biblioteca Municipal de Espinho, ainda a funcionar nas instalações provisórias, no grande salão de festas da Piscina, com vista para o mar, num lindo dia de sol , 2ª feira, 19 de Abril.
Para uma conferência integrada no ciclo de palestras do "Centenário da República" em Espinho - a cargo de CARLOS LUIZ, que nos encantou com as suas palavras sobre "Emigração e Exílio nas vésperas da Revolução de 1910" - e para a apresentação colectiva do publicação sobre "Cidadãs em Diáspora - O Encontro de Espinho".
A terminar a homenagemsentida a um amigo desaparecido, o Comendador Aníbal Araújo.
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abril 20, 2010
Centenário a República em Espinho
Ontem, na Biblioteca Municipal de Espinho, prosseguiram as conferências do centenário.
Orador: o Doutor Carlos Luíz. Tema: Emigração e Exílio nas Vésperas da Revolução de 1910. Evocação de duas personalidades que influenciaram os acontecimentos da sua época: Eça de Queiroz - o Eça diplomata, que correu mundo - e Afonso Costa, na sua veste académica, menos conhecida do grande público, de investigador e especialista, em matéria de migrações.
Simplesmente brilhante!
Com a presença do Governador Civil Aveiro José Mota, pela primeira vez, numa sessão em Espinho, depois da tomada de posse nesse cargo, com uma sala completamente cheia, alguns dos participantes de pé - como ainda não tinha visto, em apresentação de livros na Biblioteca - uma simpática e calorosa audiência, foi, de seguida, colectivamente apresentado o livro "Cidadãs da Diáspora - Encontro em Espinho".
E, finalmente, houve ocasião de prestar homenagem a um jornalista que dedicou a sua vida à emigração portuguesa: Aníbal Araújo. A memória e obra permanecem
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março 25, 2010
Deixem jogar o Vandinho !
Está em vigor um regulamento sancionatório de agressões a agentes desportivos que é atentatório dos direitos dos jogadores de futebol à prática do desporto profissional, e que, por isso, devia ser alterado de imendiato e com efeito retroactivo (porque a retroacção da lei só é indevida quando se trata de salvaguardar direitos adquiridos ou prevenir outras formas de prejuízo - e neste caso ninguém poderia legitimamente invocar um prejuízo!).
Os autores do regulamento, note-se são, nada mais nada menos, do que as entidades patronais, os clubes de futebol.
O incompetentissimo jurista, que é o rosto visível (demais!) da Comissão de Disciplina da "Liga" (uma desgraça nunca vem só, e à má qualidade das normas vem acrescendo a péssima qualidade dos juldadores...), naquela paradigmática conferência de imprensa, longa e apalhaçada, em que veio anunciar os castigos de Hulk e Sapunaru, só num ponto teve razão: esse regulamento, que disciplina agressões de jogadores a "agentes desportivos", conduz a resultados injustos e excessivos.
Certo! Face a actos semelhantes, que atingem quaisquer outros cidadãos (sejam eles jogadores, anónimos ou ilustres componentes do público, seguranças privados ou pequenos "apanha-bolas"), impõe para aquela categoria de "intocáveis" castigos imensamente mais gravosos. E, nessa desigualdade, nessa desconformidade absurda, assume um carácter profundamente "autoritário" e discriminatório.(Na época aurea da revolução de 1974 dir-se-ia: "é uma lei fascista" - e, aqui, no sentido em que então se usava o adjectivo, muito a propósito, convenhamos!)
Um ligeiro agravamento da pena quando estejam em causa "autoridades" seria coisa aceitável. Mas chegar à multiplicação por 6 (como aconteceu com Hulk!), 2o, 30, é um achado de "legislador desportivo" absolutamente insensato. E não havendo a mediação de uma entidade disciplinar prudente e inteligente, o efeito só pode ser potenciado no momento da aplicação do regulamento, como foi...
Estão, assim, equacionadas, para um mesmíssimo acto, sanções que configuram, como diz o povo, o "oito e o oitenta".
Hulk e Sapunaru, indevidamente enquadrados no "oitenta" viram a instãncia de recurso reduzir drasticamente para o "oito" o castigo - que já tinham cumprido a mais(em suspensão preventiva). Vandinho, cujo acto é subsumível nessa regra "oitenta", viu mantido a bárbara punição. Acompanho os adeptos do Braga, quando gritam : "É uma vergonha!"
A diferença reside nisto: Hulk e de Sapunaru, que foram provocados e responderam a provocações de agentes de segurança privados do Benfica (que nem sequer estavam, pelos regulamentos, autorizados a permanecer no túnel onde tudo se passou!) a CD da "Liga" aplicou a despropósito o regulamento.
Os seguranças contratados por um clube - no caso, como ficou provado, uns vulgares "arruaceiros" - foram, artificial e espantosamente, convertidos em "agentes desportivos" - para "tramar" os jogadores.
Contra esta aberrante aplicação das normas logo se insurgiram, em esmagadora maioria, os especialistas de direito desportivo.
O Conselho de Jurisdição da FPF limitou-se a dar o devido enquadramento jurídico aos factos imputados a esses dois jogadores. Entram, pois, na moldura disciplinar menor.
Como ambos estavam suspensos por cerca de três meses, perderam 15 ou 16 jogos em que deveriam ter alinhado. Um escândalo!
O caso Vandinho é também um escândalo, mas por outra razão. O enquadramento jurídico não está em causa. O alvo do que foi qualificado como "tentativa de agressão" era, efectivamente, um "agente desportivo", um treinador adjunto do SL Benfica. Todavia, 3 meses de suspensão para um acto que nem chegou a ser "agressão", mas mera tentativa parece não caber na cabeça de ninguém em seu perfeito juízo!...
Encontrões, empurrões, esbracejar, vocifrar são coisas do quotidiano do nosso futebol, que nunca deram em castigo idêntico, nem de longe nem de perto. É um precedente medonho. Mas não creio que vá constituir precedente. Acho que foi caso único... Especial para Vandinho...
Porque é uma peça chave na equipa sensação deste campeonato, o candidato ao título SCB? Acham que não os que acreditam demais em puras coincidências...
Vandinho é um jogador insubstituível para o Braga, como Hulk é para o Porto.
Os imbróglios envolveram o Benfica, e beneficiaram o Benfica, face aos seus mais directos competidores. Coincidência?...
O Presidente da Liga demitiu-se, no dia em que foi conhecido o resultado do recurso de Hulk e Sapunaru. Daí não vem mal ao mundo do futebol. O mal vem do que ele disse: a decisão do Conselho de Justiça "tem implicações que ultrapassam a justiça desportiva".
Estranha afirmação!
Não entendeu ele que, desde o início, a questão era eminentemente jurídica, ou seja, na expressão dele, de "justiça desportiva"? Com grandes nomes do direito desportivo a defender a solução que a instância de recurso perfilhou?
O que ele esperava, pelo visto, é que tinha contornos ou implicações que ultrapassavam a questão de Direito e inviabilizavam um juízo independente da 2ª instância...
Felizmente, esta instância, tal como eu, na qualidade de jurista, esperava, fez bom uso da sua independencia e ninguém se poderá queixar disso.
Quando Madaíl se apressa a vir dizer que as decisões da justiça lhe passam ao lado, vem dizer o óbvio. Assim deve ser, em nome da separação de poderes.
Que existe na Federação como deve existir na Liga.
Porém, se existia essa separação na Liga, porque é que se demitiu Hermínio Loureiro, o presidente do executivo, em vez de se demitirem os membros da Comissão Disciplinar?
Em suma: Mudem as pessoas, logo que possível.
Mas, e de imediato, mudem também o regulamento, se reconhecem que ele é iníquo. Deixem jogar o Vandinho!
Afinal estamos no país em que o trinador da selecção nacional agride, num aeropoto, à vista de toda a gente, um jornalista, agente UEFA, e não lhe acontece nada! talvez em nome dos nossos brandos costumes.
Mais um bom motivo para lembrar que por muito menos está o jogador do Braga suspenso por três meses.
Deixem jogar o Vandinho!
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março 23, 2010
IMAGENS DE NEWARK
A MANUELA COM A CÔNSUL-GERAL Dra MARIA AMÉLIA PAIVA E COM AS MENINAS PIANISTAS, QUE ACTUARAM E RECEBERAM GRANDE APLAUSO.
A CÔNSUL E A MANUELA TAMBÈM.
Publicada por Docas à(s) terça-feira, março 23, 2010 Sem comentários:
março 21, 2010
CENTENÁRIO EM BERKELEY
Berkeley poderá ter sido a única universidade fora do território português a organizar grandes comemorações do Centenário da República. Mais: a única comunidade portuguesa do estrangeiro a integrar as suas iniciativas no plano nacional de comemorações!
Mérito, antes de mais, da Professora Deolinda Adão, que dirige o Departamento de português naquela tão famosa instituição universitária e que teve a visão e a audácia de fazer a proposta em bom tempo. Mérito repartido com os historiadores que deram corpo ao programa: Richard Herr, professor "emeritus" e António Costa Pinto, uma dupla académica, que já organizou eventos memoráveis no passado.
Memorável também este foi - e será, cada vez mais, no futuro, como é da esssência dos eventos memoráveis...
Pena foi que o acidente da Drª Maria Barroso - um braço partido, que a não impediu de presidir ao início de comemorações em Espinho, mas inviabilizou, por completo uma ida ao far-west da América... - não tivesse permitido a sua presença e a do Dr Mário Soares, que estava convidado a presidir à Conferência de Berkeley. No entanto, graças às modernas tecnologias, esteve entre nós, no video, numa bela mensagem de encerramento .Com o brilhantismo e a simpatia que o caracterizam!
A minha parte foi olhar aquilo em que a República mais me atrai: falar sobre a metade da República a que adiro, afectivamente, ideologicamente - a metade feminina. A utopia da igualdade de género, em 1910.
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Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) sexta-feira, fevereiro 19, 2010 Sem comentários:
janeiro 07, 2010
GT para o centenário
Um grupo de trabalho, funcionando a nível do pelouro da cultura, compreendendo o Dr. Fonseca, Drª Idalina Sousa, Dr. Armando Bouçon, Drª Beatriz Matos Fernandes, Drª Isabel de Sousa e Drª Andreia Magalhães, trabalha do delineamento do programa, juntamente com a vereadora.
Reuniões já houve várias, as ideias são muitas e o entusiasmo grande.
A vereadora é monárquica, mas gosta de História e acha fascinante esse período da nossa história - e muito em especial o movimento das mulheres republicanas.
Não se admirem que a questão de género seja central, nas comemorações de Espinho...
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janeiro 04, 2010
Depoimento Artes entre Letras - Um projecto de comemoração do centenário da República
Em Espinho, o centenário é para comemorar, ao longo de todo o ano. Na execução do programa cultural da Câmara, decidimos associar, sempre que possível, as diversas iniciativas, à rememoração dessa efeméride. Queremos ir além da mera celebração simbólica da fundação do regime, com actos solenes e palavras encomiásticas, e olhar para trás, para 1910, revivendo os modos de pensar e de estar, então, na sociedade e na política. E, olhar, também, em frente, para o “futuro do passado”, o caminho percorrido a partir de 1910. Ou seja, empreender o balanço possível das transformações que operou, de facto, uma revolução portadora de esperanças e de promessas, umas cumpridas, outras não. Vamos, por exemplo, promover um ciclo de palestras sobre os últimos “cem anos”, em vários domínios. “Cem anos de poesia” (organizada pela Biblioteca Municipal),” Cem anos de”: Direitos humanos; Direitos das mulheres; Municipalismo; Laicismo; Migrações portuguesas; “Cartoons”; Cinema e desporto em Espinho; ... Uma visão diacrónica do século até à actualidade, com as perspectivas que hoje se nos abrem. A intenção é envolver as pessoas, despertando o seu interesse pelos factos históricos e sua projecção ao longo dos tempos, em diálogo, sem sentimentos passadistas e sem preconceitos. Se houver resposta favorável dos munícipes, dos parceiros, como esperamos, muitos dos Festivais que se tornaram tradicionais em Espinho, integrarão esta componente “extra”, em alguns dos espectáculos – caso do “Tu cá, tu lá”; do concurso de homens-estátuas (com um prémio especial, previsto para a melhor estátua de um dos protagonistas de 1910); do Festival Internacional de Folclore, durante o qual queremos levar a cabo a reconstituição das festas populares e de um “comício republicano”, no Largo da Câmara. Em preparação está uma edição fac-similada dos jornais de Espinho, no período da revolução, que poderá, a par de outros eventos, mobilizar os jovens para a participação num concurso sobre o tema: “o meu diário da República”.
A 5 de Outubro, o Museu Municipal inaugura uma exposição sobre “Os Rostos da República” e organiza um colóquio sobre os movimentos feministas republicanos. Em simultâneo, o Arquivo Municipal promove a recomposição de uma sala de aula de 1910 e, também, trabalhos dos alunos sobre os períodos da Monarquia Constitucional e da República.
E mais haverá, com certeza, pois apoiaremos quaisquer projectos viáveis, que esta dinâmica propicie.
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