maio 29, 2024

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quinta-feira, 30 de junho de 2011 COMO SE ENGANA PACHECO PEREIRA... Quadratura do círculo, há poucos minutos... Pacheco Pereira peremptório: o Secretário de Estado das Comunidades serve para controlar a emigração; a emigração é o único domínio onde o controlo político do Estado é possivel(em matéria de votos, de associações...); o Secretário de Estado é o "homem do aparelho", o responsável pela emigração do partido. Que ideia!!! Pode ser e pode não ser! Basta estudar o perfil dos que se sucederam nesse cargo desde 1974, onde se encontram nomes como os de Rui Machete, Sérvulo Correia, o Embaixador Paulo Enes, o Embaixador Mário Neves, Sousa de Macedo (Mesquitela). Ou mesmo José Vitorino ou Correia de Jesus, militantes do PSD, mas não oriundos do "secretariado da emigração" do PSD. (Nem pensei, em primeira linha, no meu caso, mas posso esclarecer que quando o Doutor Sá Carneiro me convidou para o cargo, em Janeiro de 1980, era INDEPENDENTE - filiei-me, então, voluntariamente no partido, que era o meu (por puro Sá-carneirismo, diga-se...), mas as minhas relações com o dito "secretariado da emigração" foram quase sempre más, e nunca passou pela cabeça de ninguém convidar-me para encabeçar semelhantes estruturas... Mas o que mais me irritou nem foi essa apressada e falsa generalização - que pode até ser hoje mais próxima da realidade, correspondendo, porém, à maior "partidarização" do aparelho de Estado, da administração pública, à "profissionalização" dos jovens políticos, quando não dos menos jovens... (Creio que ele estava a pensar em José Lello e, agora, em José Cesário, que, de facto, eram, ou são, influentes na hierarquia do partido, nas estruturas da emigração). O que mais me irritou foi a falsíssima visão das comunidades do estrangeiro como "coutada" dos partidos. Não são! Não precisam dos partidos políticos para nada! Não precisam do Estado Português para nada! Ao contrário do que acontece em Portugal, onde fundações, associações, iniciativas da chamada "sociedade civil", vivem na inteira dependência dos dinheiros do orçamento de Estado, lá fora tudo é obra das pessoas. Imponentes Beneficências, Gabinetes de Leitura, Hospitais de 1º mundo, clubes sociais ou desportivos de dimensão gigantesca... Se tivessem esperado o apoio do país de origem, nem um só existiria!... Nem uma cabaninha, nem um modesto posto médico, quanto mais o Clube Português de Caracas (com as suas piscinas olípicas, restaurantes de luxo, teatro, jardins, uma frequência de 2000 a 3000 sócios em cada fim-de-semana...) ou o Hospital Português de Recife (o maior, o mais moderno de todo o nordeste brasileiro - um, entre tantos fantásticos hospitais portugueses de norte a sul do Brasil) Na sua maioria, os emigrantes são mais portugueses do que os portugueses do território, mas poucos se interessam pela política. O discurso político passa-lhes quase completamente ao lado! A organização do PSD - que é o maior partido nos votos da emigração, sobretudo Fora da Europa - é ínfima: na África do Sul ou nos EUA, onde sempre consegue as melhores votações não tem organização nenhuma! No Canadá, onde está o PSD? No Rio há um núcleo pequeno, de onde é originário um dos deputados do círculo... Nada de grandioso! O mundo das comunidades é feito de um movimento associativo poderoso, que serve Portugal, pelo afecto e do qual Portugal pode ter a tentação de se servir mal. Mas é um mundo que tem todas as condições para ser completamente autónomo. Poucos votam, como é mais do que sabido. E votam como querem. Sampaio foi eleito pela maioria dos seus votos. Cavaco também. Fora da Europa, a maioria é PSD, Na Europa, a maioria é socialista. Quando há viragem , isso deve-se quase sempre mais às políticas do governo do que aos homens políticos do governo... Quanto a Cesário: Ele será um bom SECP, porque conhece as comunidades e as comunidades o conhecem. Ser ou não um homem importante das estruturas do PSD é coisa mais relevante dentro do que fora do país... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:48 ------------------------------------------------------- sexta-feira, 24 de junho de 2011 MAIS AZUL PARA VILLAS BOAS! Sim, ele é portista como nós, os que o somos para sempre. Mas é também um profissional, que tem um destino a cumprir. A proposta do Chelsea surgiu, irrecusável. Face a ela, não era legítimo exigir que ele continuasse no Dragão. E a sua partida não vai, sequer, previsivelmente, prejudicar os objectivos do nosso clube na próxima época... A equipa aí está intacta, tão bem construída por ele (hopefully...assim se consiga manter o colectivo, com poucas e selectivas transacções sensacionais). À frente fica agora um técnico reconhecidamente competente, que era nº 2 de Villas Boas - uma promessa de continuidade de sucessos (uma solução rápida e inteligente à Pinto da Costa). Ninguém exige a "champions", com ou sem André: "apenas" o campeonato, a dobradinha, um excelente percurso europeu... Coisas ao alcance de Vitor Pereira. Oportunidade para o FCP revelar ao mundo um novo grande treinador português, mais 15 milhões de clausula de rescisão nos cofres. Boa sorte para Villas Boas! Por mim, vou torcer por ele, sempre! (em não estando em causa o Porto, é evidente). Mourinho, que é também um génio, mas não é portista, nem se preocupa em jogar um futebol necessariamente apaixonante, fica, daqui em diante, um lugar abaixo. Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:39 --------------------------------------------------------------- terça-feira, 10 de maio de 2011 O FCP de DECO e o DECO do FCP O FCP do início do século XXI, o Porto campeão da Europa, fica para sempre ligado à magia do jogo de Deco, que foi, depois, relançar, com a mesma incomparável inteligência estratégica e precisão de passe, o Barça (muito por mérito dele!) elevado às alturas de melhor clube do mundo. Houve um "FCP de DECO", que ficou na História do futebol, mas é, igualmente, verdade que há um "DECO do FCP" - um Deco "dragão" para sempre. Condição publicamente assumida por ele e reconhecida por todos os adeptos portistas, como o provaram quando, no estádio do Dragão o aplaudiram de pé, em delírio, não obstante envergar nesse dia a camisola do Chelsea. Eu estava lá. Foi dos momentos mais empolgantes que partilhei com uma multidão perfeitamente unida pelas emoções do companheirismo e do fascínio por uma estrela do seu imaginário, do seu universo. Vi no jornal "O jogo" de hoje, um grande título, que me encantou mas, verdadeiramente, não me surpreendeu: Deco a dizer aos mais talentosos deste novo FCP de Villas Boas que "não serão tão felizes noutro clube". Ninguém pode fazer uma mais perfeita e elogiosa declaração de pertença, baseada numa experiência de vida, que, aliás, passou, de seguida, com imenso sucesso, pelo clube que ocupava e continua a ocupar o 1º lugar do ranking mundial. Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:03 ----------------------------------------------------------------------- sábado, 23 de abril de 2011 ABRIL E DEPOIS DE ABRIL O dia 25 de Abril de 74 foi, para a jovem que ainda era, um dia de grandes expectativas. Vivi a primeira revolução da minha vida em casa, com rádio e televisão ligadas, ansiosa por notícias, encantada com as músicas que, melodicamente, profetizavam radicais transformações. Portugal vivia, então, parado no tempo, décadas atrás do tempo real... Um anacronismo. Uma ditadura patriarcal, ultramontana, misógina, enredada numa guerra colonial, só na Europa e no mundo. Nada acontecia, nada mudava. E, nesse dia, assim de súbito, todas as mutações pareciam ao nosso alcance... De seguida,O o processo dinâmico do 25 de Abril foi uma época fantástica de refundação do Estado, de reconstrução da democracia. Vieram para a política os melhores - com eles e com um povo corajoso e de espírito aberto, se atingiram tantas metas, uma a uma. Para mim, Sá Carneiro foi a expressão máxima de uma nova visão de Portugal e dos meios ideais de lutar por ela. Era, mais do que os outros, o anti-Salazar, o oposto mais oposto. Salazar desconfiava dos portugueses, da sua capacidade de viver em democracia, sem o paternalismo de uma tutela. Sá Carneiro confiava nos portugueses e, por isso, exigia democracia no imediato e sem tutelas, fossem elas civis ou militares. Onde muitos, até mesmo dentro do partido que criara, preconizavam, por temor e calculismo, a cedência a uma transição gradual, ele queria o povo a decidir, na hora, e a fazer futuro, como os povos seus iguais na Europa ocidental. A História das primeiras décadas de regime democrático deu-lhe inteira razão, porque a democracia floresceu entre nós, convivial e fraterna. E agora? Até que ponto o descalabro económico pode minar a soberania do Estado e o estado da democracia? Poder, pode, mas eu continuo a acreditar nos Portugueses, na sua capacidade de tomar em mãos o destino traçado a partir daquele Abril. Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 06:56 ---------------------------------------------------------------------- quarta-feira, 20 de abril de 2011 THE SPECIAL ONES Felicidade a dobrar, num inesquecível 20 de Abril de 2011. Mourinho, Villas -Boas... Fazem-me pensar em Siza e Sotto Moura. O nosso surpreendente Portugal, onde, por vezes, os génios se levantam, aos pares, por sobre a mediocridade geral... "The special ones" do futebol europeu, o que quer dizer universal. Quem diria, alguns meses atrás, que Villas-Boas ascenderia tão rapidamente a este patamar? Eu, por acaso, acreditei nele, desde a 1ª hora - ao contrário do que normalmente acontece, quando chega ao clube um novo treinador, seja ele novo ou velho em experiência (confesso uma conversão tardia e ditada pela força das evidências, no caso de José Mourinho). Em relação a Villas-Boas, portuense e portista de nascença, com o seu ar civilizado e extrovertido, a crença no talento juntou-se à imensa simpatia pela pessoa. Mas nem eu esperava tanto, tão depressa. Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 16:31 ------------------------------------------------------------------------- domingo, 27 de março de 2011 "QUEM INTERVIU NO MEU DESPEDIMENTO? A interrogação é do douto Carlos Queiroz, na entrevista exclusiva concedida à TVI 24, que acabou há poucos minutos. INTERVIU? O homem precisa de voltar à escola primária! A entrevista não teve graça nenhuma, mas eu resisti, de princípio ao fim. Fiquei a saber, por exemplo, que se sentiu pertubado no seu "momento de glória" (a decisão que o iliba no caso doping) pelas palavras de Pepe, lançando agora a nova acusação de que ele foi "instrumentalizado". Queiroz meteu os pés pelas mãos - para usar uma daquelas expressões populares em que ele se exprime, habitualmente - e até chegou a reconhecer que a opinião de Pepe pode ser "verdadeira" (ou seja, que ele disse o que pensa). Não pode é ser "expressa". Não pode ser expressa? Mas em que democracia vive este senhor? Não pode ser expressa, porque não é "profissional". E serão "profissionais" os insultos xenófobos que ele dirigiu ao luso-brasileiro Pepe, gozando até com as cores da bandeira do BRASIL? --------------------------------------------------------------------- quinta-feira, 1 de setembro de 2011 POUCO BENTO...POUCO BENTO A história da saída de Ricardo Carvalho do estágio da selecção nacional está por contar. Não obstante, quantos comentários, ontem, pela noite fora - e todos os que chegaram ao meu conhecimento condenatórios do jogador! Por mim, não faço julgamentos sumários, sem sequer conhecer todos os dados relevantes. Mas, a avaliar pelo passado de Ricardo e de Bento, até prova em contrário, presumo Ricardo inocente. Mais vítima do que culpado. De Bento conhecem-se atritos e sarilhos vários no balneário. Ricardo, por contraste, é um "senhor", para além de ser - como diz Mourinho - o melhor central do mundo. Mesmo que tivesse razão, Bento tê-la-ia perdido com os excessos de linguagem. Desertor? Desertor? Só faltou exigir o "fuzilamento". Ou não faltou... pelo menos na forma metafórica. --------------------------------------------------------------------------- sábado, 27 de agosto de 2011 SOMOS PORTO Claro que às 22.00 estive a ver o Porto Canal! O primeiro "somos Porto" com o entrevistado Jorge Nuno Pinto da Costa no seu melhor. A dizer, por exemplo, que não trocava Hulk por Cristiano Ronaldo. Eu também não! CR joga quando integrado numa grande equipa (e se não, não!). De algum modo, é a equipa que faz Cristiano. Hulk faz a equipa... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:25 --------------------------------------------------------------------------------------- sexta-feira, 18 de março de 2011 SOBRE O (DES)CONCERTO Em entrevista ao jornal "DEFESA DE ESPINHO" Tem-lhe encantado mais a verve do maestro António Victorino D’ Almeida ou os seus dotes musicais (ao piano) no ciclo “Café (des)conserto” (em curso no Centro Multimeios)? - Acho que o músico genial - não só um virtuoso pianista, mas um grande maestro e compositor – tem o seu lugar de vanguarda na vida cultural portuguesa do nosso tempo. E não podemos deixar de reconhecer , antes do mais esta qualidade, que só por si, tornaria histórica a sua continuada presença em Espinho. Em concerto. O (Des)concerto, porém, só é possível, graças à outra faceta, que acresce e o torna tão versátil, tão fascinante para todos os públicos, mais ou menos eruditos: a de comunicador, tendo a seu crédito uma assombrosa vivacidade, uma vastíssima cultura geral e não só musical, mais a sua imaginação e a sua “verve”. Com ele no palco, tudo é imprevisto e espontâneo e temos a certeza, não só de viver momentos de emoção artística, como outros de puro humor e diversão. E, para além disso, a certeza de aprender, porque também é o perfeito professor. Quando o título (Des)conserto me ocorreu (não esqueço que foi por acaso, ao descer, numa bela manhã de Outono, a Rua 19), pensei imediatamente no Maestro. Ou ele, ou nada! Apenas o achado de um trocadilho, sem mais consequências… 2 – Argumentando ser o música como pela palavra”, a Câmara Municipal perspectivou na antecâmara didadas (seis) sessões (nas primeiras quintas-feiras do corrente semestre) que o ciclo “Café (des)conserto” iria “certamente” marcar a vida cultural da cidade, “com a vivência de momentos inesquecíveis”… Assim foi (com o grupo coral da Academia de Música de Espinho sob a batuta do maestro Fausto Neves, a pianista Olga Prates e a cantora Nádia Sousa. E assim será nas noites de 7 de Abril, 5 de Maio e 2 Junho? Com puro café-concerto… - A aposta na “vivência de momentos inesquecíveis” foi certamente ganha nestes 3 primeiros (Des)consertos, como sabem os que podem dizer “eu estive lá!” O que vão ser os próximos? Mais e mais surpresas, a animar a vida cultural de Espinho, e a recordar memórias de outros génios musicais que por aqui passaram ou aqui viveram. Cada sessão pode ter um “leit-motiv”, uma temática, mas será sempre, acima de tudo, improviso “(des)consertante”. O Maestro é ele próprio e cria as mais prodigiosas circunstâncias… Mas os participantes podem ser parte do improviso e do seu destino. Já aconteceu: um pequeno comentário sugestivo basta para provocar uma explosão de graça e uma mudança da rota do programa. Aqui fica o convite. (publicado a 17 de Março) .................................................................... quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011 MULHERES D ' ARTES Uma exposição aberta unicamente a “Mulheres d’Artes” legitima à partida uma pergunta, que se insinua, incontornavelmente: porquê? Primeira certeza que queremos dar: o propósito não é o de excluir, segundo o sexo. É, pelo contrário, o de procurar caminhos de aceitação e valorização recíproca. Sabemos que o"masculino" avulta, desde sempre, como o "padrão", enquanto o feminino é visto como a “alteridade”. Por isso, consideramos que os movimentos e experiências que contribuam para a chamada de atenção, o enfoque sobre esta matriz ancestral vão, afinal, no sentido do encontro das metades separadas (separadas ainda, em tantos domínios, a que o artístico, em alguns aspectos, não escapará...). Ou seja, vão no sentido da expansão e universalização da vida cultural. Tão invulgar mostra do "feminino" na Arte, convocará, assim, à reflexão sobre condicionantes e estereótipos “sexistas”, sobre a relação entre “género” e formas de expressão da criatividade e do talento, sobre os modos de asserção das Mulheres, quer em áreas onde, supostamente, estão em igualdade (pintura, escultura, fotografia...) quer em outras, onde os homens praticamente inexistem (rendas e bordados tradicionais, por exemplo, que custa ainda a imaginar saídos de hábeis mãos masculinas...). Todavia, esta reunião com Mulheres d'Artes, em Espinho nem por todas estas considerações sobre a aparente natureza das pessoas e sobre a origem da diversidade e das discriminações ("on ne naît pas Femme, on le devient", escreveu, para a eternidade, Simone de Beauvoir!) deixa de ser, antes do mais, um tempo de convívio entre todos nós, tempo de contemplação destes espaços do Museu Municipal de Espinho , esplendidamente preenchidos pela Arte, tempo de revelação da excelência de tantas obras, que valem e se impõem por si próprias, sem olhar a quem, a nomes e a títulos. O meu “obrigada” a cada uma das admiráveis Artistas, vindas do País, de norte a sul, para dar curso a esta aventura colectiva e plural, e bem assim às autoras da ideia, surgida numa conversa, a que assisti, entre pintoras do Porto e Nassalete Miranda, a Comissária da exposição - conversa ocasional e breve, que espero venha a converter-se, através da sucessão de Bienais, num projecto com longo futuro. ------------------------------------------------------------------------------------------------------- quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011 OBRIGADA! É verdade: Sevilha 2003 foi uma "aventura" colectiva, dentro e fora do rectângulo de jogo. E, não o esqueço, começou a revelar ao mundo o fenómeno Mourinho. Foi o seu fulgurante lançamento europeu. O cérebro dessa equipa chamava-se DECO e já era, embora não reconhecidamente, o melhor jogador do mundo (no ano seguinte, quando na votação para esse título ficou num injusto 2º lugar, Platini diria isso mesmo - que ele era o melhor e que não lhe tinham feito justiça. O único ponto de acordo que tive com semelhante personagem. Para mim dia perfeito é aquele em que o FCP nos dá "mais uma alegria, mais uma vitória"! Na verdade, não vi o jogo em directo (poupei o coração) e aguardo, neste momento, as imagens da tv. Sevilha é cidade de boas memórias, daquele troféu conquistado com tanto mérito, depois de muito sofrimento... Em 2003, nos últimos 15 minutos não aguentei a pressão: fechei os olhos e nem vi o golo de DERLEI. Um golo para a eternidade, mil vezes revisto, posteriormente, nos registos de video... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 6 de fevereiro de 2011 O GRANDE (DES)CONCERTO Francamente, quando pensei o título - Café (des)concerto, com "c", logo depois tão bem transmutado para "S" pelo engº Helder e pelo próprio Maestro António Victorino de Almeida - nunca imaginei concretização assim perfeita e constantemente desconsertante, como aquela a que temos tido oportunidade de assistir. A realidade ultrapassa tudo o que se poderia pedir à sorte... e ao génio do Maestro. O espaço presta-se, pelo insólito, num espaço cheio de colunas, numa espécie de "floresta urbana". O espanto de Olga Prats, na sua estreia entre nós, no 1º momento, levou-a a perguntar onde estava. Nunca tocou piano num lugar sequer vagamente semelhante, isso foi por demais evidente... A audiência está sempre pronta a dar calor humano ao fantástico lugar, cumprindo a sua parte... O piano é um piano a sério (bom investimento de não sei qual membro de um executivo camarário, a quem devemos estar gratos, porque agora não me parece que alguém pagasse o seu preço de mercado...). A Pianista e o Maestro mostraram-se em mais do que perfeita "concertação", para maior e mais inesquecível (Des)conserto. Náo haverá nunca momento igual. Equivalente talvez. Melhor não é possível. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 17 de janeiro de 2011 PÉRIPLO SEM FIM Os Poetas não morrem. Não veremos mais o Dr. Edgar Carneiro, mas vamos continuar a ler os seus poemas... São muito bonitos, irradiam esperança e sensibilidade, um suave humanismo, como ele próprio. O Poeta era a imagem do Homem. Encantava do mesmo modo, com a mesma verdade. Estive com ele apenas algumas vezes - uma das derradeiras na apresentação do "Périplo", no Auditório da Junta de Freguesia de Espinho, em Dezembro de 2009. Impressionou-me imensamente! Não me surpreende que todos, os que o conheceram de perto, os que o encontraram ocasionalmente, usem de palavras tão semelhantes para o relembrar - falando da sua irradiante simpatia, da afabilidade, da sensibilidade, do gosto pela vida e pelo convívio! Alguém muito, muito especial! Fica a recordação do seu sorriso, a mensagem dos versos que dão sentido à vida. Como este: NADA SE PERDE A flor da roseira quando solta ao mesmo seio volta botão perfeito que nos seduz. Assim do nosso corpo finda a lida como um rebento novo a alma volta à vida e vai juntar-se à luz. Eu acredito que ele, o Homem, foi apenas "juntar-se à luz". ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 30 de dezembro de 2010 ISABEL O ano de 2010 fica dramaticamente assinalado em Espinho pelo desaparecimento de duas excepcionais dirigentes da função pública na Câmara Municipal: Isabel de Sousa e Beatriz Fernandes. Falei já da Drª Beatriz, mas não ainda da DrªIsabel. Relembro as duas, muitas vezes. Fazem-me falta como amigas, para além da falta que fazem na equipa que formávamos. Uma equipa de excelência, como disse publicamente desde o meu início de funções na Câmara, com total sinceridade, e sem me equivocar. Por isso, posso olhar nostalgicamente o passado, ainda tão recente, com a certeza de que as coisas nunca mais serão as mesmas... Ambas são insubstituíveis! As nossas reuniões de trabalho, à volta de uma mesa redonda, eram momentos esplêndidos de convívio, de partilha de ideias, de criatividade. Alguém lançava mais uma iniciativa, e logo, um ou uma de nós dava uma sugestão, e depois outra e outra... No fim, estavamos de acordo com o achado e já nem saberíamos precisar quem tinha dito o quê. Pouco importava! O importante era pôr o planeado em execução! Não posso acreditar que metade desse todo já não exista, excepto na lembrança... A Drª Isabel já eu conhecia bem, antes mesmo de trabalharmos em conjunto. Considerava-a, e sabia que era considerada uma das mais competentes bibliotecárias do país, com um impressionante curriculum. Do ponto de vista técnico, pela estatura intelectual, e, até também, do ponto de vista do seu relacionamento social. O que lhe permitia, por exemplo, trazer a Espinho, para lançamento de livros, convívios ou debates, personalidades marcantes da nossa cultura dos diversos quadrantes políticos. Era uma pessoa viva, comunicativa, dinâmica, que esses amigos admiravam, e a cujo chamamento respondiam positivamento. A Bibliteca ganhou com ela uma dimensão excepcional - e uma merecida autonomia. Uma "instituição dentro da instituição". O poder da qualidade - uma mais valia para todos, para a cidade! Infelizmente, em Novembro de 2009, a doença irreversível começava a manifestar-se visivelmente. Nada que afectasse as suas capacidades intelectuais e a sua força anímica. Mas afectava, e cada vez mais, a capacidade de se locomover, de se exprimir. Ao fim de poucos meses, deixou de poder trabalhar no dia-a-dia, mas não de acompanhar, interessadamente, a evolução do trabalho e de intervir nas grandes decisões do plano de acção. A Biblioteca era a sua segunda casa - a acção, o trabalho era um prazer, a ausência forçada representava um grande sofrimento. Há, entre a Drª Isabel e a Drª Beatriz muitas semelhanças, apesar de serem personalidades completamente diferentes: o mesmo "gozo", júbilo, que tiravam do exercício da profissão, a mesma "vocação" perfeita para as tarefas que desempenhavam. E, também, a mesma atitude perante a adversidade, a doença... a mesma vontade de dar o máximo de vida à sua vida, de manter o contacto com os amigos, com o evoluir das situações da comunidade, do mundo exterior. A recusa de se encerrarem no desgosto, na fatalidade. A Drª Isabel não podendo falar com a voz, falava com os meios da internet! Quase todos os dias, recebia as suas mensagens - por vezes reenvios de factos ou comentários divertidos. Responder-lhe, dialogar assim com ela, era a minha 1ª prioridade, em matéria de e-mail... O último que recebi foi na véspera do seu falecimento. Admirável. Inesquecível. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ BEATRIZ A Drª Beatriz Matos Fernandes estava à frente do Arquivo Municipal de Espinho. Conheci-a apenas em Novembro do ano passado, mas muito rapidamenta se iria tornar uma grande colaboradora e uma amiga também. Ainda não posso acreditar que não a veremos mais nas reuniões de dirigentes do pelouro da cultura, cheia de vida, de ideias, de entusiamo pelo trabalho. Gostava tanto do que fazia! E fazia-o tão bem! Transmitir esse gosto, sobretudo aos jovens era para ela uma espécie de "missão". O serviço educativo do Arquivo tem a marca da sua vontade de transformar um ambiente de pastas e pepeis em estantes cinzentas numa aventura de pesquisa apaixonante de factos e histórias, de vislumbres do passado que aí se conserva à espera da nossa curiosidade. Era, evidentemente, um caso sério de competência. E de simpatia! Sempre pronta a partilhar projectos, a ajudar,sempre voluntária de infindos gestos de boa vontade. A preparação do centenário da República em Espinho foi uma primeira ocasião para me aperceber dessa sua faceta empreendedora e solidária. A última apresentação pública das pesquisas que tinha entre mãos aconteceu em Junho, na Biblioteca Municipal: a divulgação de dados sobre a emigração portuguesa, a partir de Espinho, no começo da 1ª República, entre 1910-1913. Encantou a audiência! (esperamos, como estava previsto, editá-los em DVD, no início de 2011). A última exposição que organizou, com imenso carinho, integrava-se igualmente no ciclo do "centenário": a reconstituição de uma sala de aula de 1910, que foi inaugurada a 5 de Outubro deste ano, no Forum de Arte e Cultura de Espinho. De sua casa trouxe um esplendoroso busto da República - o mais belo que vi até hoje -um dicionário de português, editado precisamente em 1910 e vários outros objectos, que ajudavam a compor a atmosfera de época. A "sala de aula" vai continuar aberta ao público enquanto o espaço estiver disponível, à disposição das escolas, em particular. Foram apenas retirados os seus pertences, por razões evidentes (porque ninguém quer arriscar a sua perda eventual) e substituidos. O busto da República será menos invulgar, o dicionário menos precioso, mas a concepção que foi a da Drª Beatriz e o propósito que partilhamos mantêm-se! A imagem da Drª Beatriz, essa, permanece na nossa memória. O seu sorriso. A sua coragem de tentar o impossível - viver contra a doença. Viver com a alegria que transmitia aos outros. Viver intensamente, com projectos de futuro, de que se recusou a desistir. Sempre! Por isso se compreenderá o choque que sentimos todos quando depois algumas semanas de "baixa", para tratamento - pouco mais de um mês - recebemos a notícia tão inesperada da seu passamento. Sempre a vi como um exemplo de vitalidade e esperança. Uma lutadora. Uma resistente. Merecia ganhar totalmente o combate por uma vida longa. A perda é uma perda enorme para a Cidade, para a Cultura espinhense. De qualquer modo, o seu exemplo fica connosco. E também o seu trabalho, a renovação de métodos e de relacionamentos que introduziu no funcionamento do Arquivo, os projectos que delineou e vão ser prosseguidos. É tudo quanto podemos fazer, para que continue, de algum modo, bem presente no nosso quotidiano. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 18 de novembro de 2012 OS DISLATES DE BENTO Uma vergonha a aventura africana da Selecção Nacional de futebol - difícil seria jogar pior com uma equipa dos fundos dos rankings: Foi tudo mau - um relvado deplorável, um estádio despovoado, uma arbitragem delirante e um clima de ananazes, como diria Eça... Equipazinha medíocre à imagem e semelhança de Bento. Mas o dia seguinte ainda foi pior. O seleccionador guerrilheiro voltou a metralhar palavras de escárnio e mal dizer, desta vez contra Pinto da Costa. A arrogância dos medíocres, tipo Bento, é insuportável, ao contrário da arrogância dos génios, como Mourinho, quase sempre estimulante e divertida. Mas desta vez, os dislates de Bento, deixaram-me encantada. Depois do que disse a Pinto da Costa já não corremos o risco de o ver a treinar o FCP. Que alívio!!! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ CLUBE BRASIL MONTEVIDEO Não foi a primeira vez que me convidaram para falar de mim e do que me levou aos caminhois da pollítica - ali o que fez a diferença foi uma audiência tão simpática de uruguaios que frequentam os cursos de portugués do Clube Brasil. O presidente do Clube, filho de portugueses comoveu-se até às lagrimas a falar do país e da língua de seus pais. Estava criado o ambiente propício às emoções e às confidências. A recordar o meu passado feminista que vem da infância, de ouvir as Avós a dizerem-me: "As meninas não fazem isto, não fazem aquilo". Era o plural o que mais me intrigava... E partia em frente a provar que "as meninas" eram tão capazes como os meninos de escalar uma árvore, de me dependurar nas traseiras de um eléctrico ou de marcar um golo a jogar futebol com os primos... Comecei por me sentir uma espécie de representante das "meninas" e acabei no Governo e no parlamento, a representar a Nação... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 14 de novembro de 2012 MANUEL LEAL - um amigo, um irmão Manuel Leal era um daqueles raros líderes natos, que sabia repartir a sua energia e capacidade de acção entre a sua vida e a carreira pessoal e a vida da sua comunidade, com sucesso em ambas. Um homem sempre em movimento, no espaço geográfico e nos projectos, que realizava facilmente e bem. Dos Açores emigrou para o Canadá e, dentro deste país, passou de cidade em cidade, fazendo sempre amigos, fazendo sempre obra! Foi dirigente de um sem número de associações, dos Açores ou do Continente, por igual, membro do CCP e Presidente do Conselho das Comunidades do Canadá, onde com Alice Ribeiro, sua grande amiga e aliada, marcou uma época no associativismo – e no próprio Conselho. E até também da Associação da Mulher Migrante, que com ele, chegou a comunidades mais distantes, em iniciativas que é difícil repetir no futuro. Deixou, por todo o lado, um rasto de simpatia, esse Homem bom, bem disposto, extrovertido, descuidado de si e da sua saúde, mas sempre pronto a pôr um dinamismo extraordinário, e um enorme cuidado e atenção ao serviço dos outros-. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ VIRGÍLIO TEIXEIRA - fama e simpatia A fama, viveu-a numa carreira fascinante, a partir dos estúdios de Madrid e de Hollywood. Uma carreira em que o actor se impôs pelo talento e o Homem pelo encanto. Foi sempre ele, discreto, com o sentido de humor das pessoas cultas e inteligentes, com a natural distinção que levava já consigo, e que a notoriedade não poderia abalar. Virgílio Teixeira, o cidadão, brilhava também fora da tela. Um dia, como muitos outros emigrantes, quis, simplesmente, regressar à terra, à Madeira, ilha dos seus amores - para iniciar uma nova vida, para ser feliz com a Vanda, “para sempre”, como num filme que termina bem. E quis colocar toda a sua experiência do mundo da Diáspora ao serviço dos seus conterrâneos. Foi, durante anos, um talvez inesperado, mas muito eficiente, Director dos Serviços para as Comunidades Madeirenses – e nessas funções o conhecemos. Na Associação de Estudo Mulher Migrante pudemos contar com ele, invariavelmente, solidariamente, na defesa de causas comuns, no esforço de reconhecimento do papel e dos direitos dos emigrantes: um aliado, um amigo disponível para a acção, simples, generoso, com a atitude positiva e o sorriso com que sempre o lembramos. Estas são algumas das qualidades com que fez história, prestigiando o País e tornando a sociedade do seu tempo melhor, mais civilizada e mais convivial. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 21 de novembro de 2012 MARY GIGLITTO Mary ensinou-me, por palavras e actos, que os portuguesas já nascidos no estrangeiro podem ser tão ou mais patriotas do que nós e melhor continuar uma história antiga de convivialidade no mundo. O Festival Cabrilho, que não pode ser dissociado do seu nome, como uma autêntica "alma mater", é a evidência do seu querer e do seu "poder": se Portugal esteve e está no centro das Comemorações (através da Marinha, representada ao mais alto nível numa “cimeira” de altas patentes da Marinha de quatro países, que se juntam para homenagear o navegador), a ela isso se deve. E acho que até se lhe deve também o facto de Cabrilho, que, ao serviço de Castela " realizou a viagem de achamento da Califórnia, aí manter, intocada, a sua nacionalidade portuguesa - pois sem Mary, no terreno da disputa, o teriam, com toda a probabilidade, feito postumamente castelhano... (tentativas houve, mas não fizeram vencimento...) História, cultura, comunidades portuguesas encontraram nela uma defensora (ou porque não dizer, uma "guerreira"?), que sabia ganhar as batalhas com as armas que cada ocasião reclamasse: irreverência ou diplomacia, confronto ou consenso... mas sempre com os argumentos da inteligência, da simpatia irradiante, da impetuosidade lusíada e de um sentido de humor muito americano, A tese doutrinal da dupla pertença, da dupla nacionalidade, tem em Mary, na sua pessoa e na sua obra, a mais perfeita encarnação. E porque era na América que vivia, Portugal tornou-se mais a sua causa, a sua missão! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 18 de novembro de 2012 MALICE RIBEIRO Maria Alice, jornalista e directora do mais antigo jornal de língua portuguesa em Toronto era uma Mulher de cultura, de Letras e de causas, com um intenso interesse pelas coisas da política, tanto nacional, como canadiana e mais ainda pelas da sua comunidade. Sempre pronta a conversar à mesa do café, ou ao telefone, como se o tempo que perdia connosco, não o fosse gastar em noitadas de porfiado trabalho. Sim, havia o seu “quê” de excessivo na personalidade de Malice – mas todos os seus excessos eram virtuosos (excepto o de fumadora inveterada): excesso de generosidade, de voluntariado, de cuidado com o detalhe, com o sucesso de todas as vertentes de uma acção, que a fazia uma parceira mais do que fiável, infalível, em qualquer iniciativa conjunta. As suas organizações tinham o rigor de um relógio suíço, a par de um entusiamo e uma emotividade muito à portuguesa. Amigos não lhe faltavam, Sabia escolhe-los na perfeição, e pô-los a trabalhar para o “bem comum”. Foi através dela que conheci o filantropo Virgílio Pires, o Manuel Leal (que ela achava “esquerdista” – que exagero! …) ou o Laurentino Esteves, o jovem promissor, que tratava como um segundo filho Só ela me faria estar numa passagem de ano em Toronto (porque para além da minha família portuguesa, achava que eu tinha obrigações para com a minha vasta família de afectos luso.canadiana…). E não nos limitamos a confraternizar em duas ou três festas de associações, mas em quatro ou cinco, umas visitadas no ano que findava e outras já no ano seguinte,,, No meio de um nevão que cobria os passeios, onde se afundavam os nossos sapatos de salto alto. Coisa benigna, quando comparada a uma ida de Toronto a Kingston, que durou horas e horas, sob sucessivas tempestadas de neve, com o Virgílio Pires firmemente ao volante do seu Cadillac, que patinava aqui e ali, mas sempre sem perder o rumo…. E, depois de cumprirmos na íntegra o programa - visita à Igreja portuguesa, encontro no clube, entrevistas à rádio e à televisão e jantar como Mayor – regressamos à aventura de mais umas horas de condução exímia do Virgílio, sob a fúria da intempérie. Em ininterrupta e divertida conversação a três… Malice era assim, cheia de energia, de ideias e de projectos, que levava por diante contra todos os obstáculos, fossem os da natureza ou os dos seus opositores - que nunca a venceram nem convenceram... O que a movia? Julgo que era, antes do mais, o portuguesismo, a vontade de defender a cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá e também o inconformismo face às práticas e tradições que desvalorizavam o que era feminino . O Correio Português era o o jornal da Maria Alice e do António Ribeiro, numa paridade perfeita, pragmática e eficaz.. Mas para Malice, como os amigos lhe chamavam, o jornal foi mais do que um jornal bem dirigido e bem escrito. Com ele deu voz à comunidade, fez a história da comunidade, mas também soube ter voz própria e ser protagonista de primeiro plano na construção de um universo luso canadiano que não parou de crescer, após o início das migrações dos anos 50. Do seu pioneirismo no campo da escrita e do jornalismo ao seu pioneirismo na representação dos emigrantes no Conselho das Comunidades Portuguesas, desde os anos 8o até ao último dia de uma luta contra grave doença, fica a força de um exemplo de vida, Fica a memória de um tempo da emigração portuguesa no Canadá, em páginas e páginas do seu "Correio". E fica, também. à espera dos investigadores que o possam tratar e divulgar, um precioso arquivo fotográfico, recolhido no Museu Português deToronto, graças a uma intervenção de Virgílio Pires, quase na 25ª hora. Na verdade, Malice tinha sempre à mão para além do inevitável maço de cigarros, também uma excelente máquina fotográfica...Um mundo a descobrir... E numa revista que fala de mulheres na ´Diáspora não poderemos esquecer que a ela se deve a proposta, apresentada no Conselho das Comunidades, para a realização do mítico 1º Encontro Mundial de Mulheres Portuguesas, que veio a acontecer em 1985. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 3 de outubro de 2012 Há uns mais portugueses do que outros... No noticiário da TV I24 à meia noite: A abrir, uma referência ao hat-trick de C Ronaldo. Para o 2º lugar ficou a menção da vitória do FCP sobre o Paris SG... Depois de ontem, à mesma hora, o Braga, que venceu na Turquia, ter sido completamente ofuscado, nos comentários, face ao SLB, derrotado na Luz. A velha questão norte/sul... Geograficamente, e não só, as televisões, como os governos, estão situadas a sul. De Gaspar é melhor nem falar (até rima). Direi apenas que o governo continua a anunciar calamidades antes de um bom jogo de futebol... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 18 de setembro de 2012 Portuguese Women - out of the shadows Um pequeno extrato da intervenção feita na Universidade de Berkeley, em 2010, integrada no seminário sobre o centenário da República Portuguesa. 1910 PORTUGUESE REPUBLICAN WOMEN OUT OF THE SHADOWS In the beginning of the XX century a feminist and republican movement made history in Portugal. In a country where there was no tradition of feminine participation in public life an elite of highly cultured, courageous and strong-minded women came suddenly out of the shadows, with the support of republican leaders, in defense of democratic ideals and righteous causes, like education for all, equal civil laws and universal suffrage. Suffrage was a promise never fulfilled and the cause of immediate dissent among the heads of the feminist movement, because some of them were more feminists than republicans, and others definitely more republicans than suffragists, even if they all remained faithful to the new regime. Did their natural moderation and their innate republican complicity with their male partners – husbands, family and friends - play against them? In the end, they won their main battle through future generations of women and they are alive in the memory of the Republic today. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 12 de julho de 2012 DONA BENVINDA O dia em que conheci Dona Benvinda Maria não pode ser adiado. Eu bem quis, mas ela não deixou... Era o verão de 1980 e o dia em que o rancho Folclórico Português do Rio de Janeiro estava de passagem por Lisboa, com almoço marcado num restaurante próximo do elevador que Eifel construiu para subir da Rossio ao Carmo. Era eu Secretária de Estado da Emigração, tinha aceite o convite para estar presente e foi em vão que tentei fazer-me substituir pelo Chefe de Gabinete, Luís Garcez Palha. Dona Benvinda deixou bem claro que não aceitava representações. Ou eu ou ninguém! Estava ainda a meio caminho entre as capitais do norte e do país, atrasado pelo alongamento do programa da manhã. Percebi que o atraso era irrelevante, ao contrário da ausência, que não seria perdoada. O motorista voou, positivamente, pela estrada nacional nº1, ao volante do velho Citroen, para que eu chegasse antes do café. Fui recebida em festa, com os meninos a cantar e a bater palmas (ai de mim, se quisesse passar despercebida...). Dona Benvinda sorria, ao lado do marido, o Comendador Marques Mendes, e da grande artista brasileira Neuza Amaral, que, na altura, era a actriz principal da telenovela da Globo, que todo o Portugal via ao serão. Foi um encontro feliz, de começo de amizade, que não teria fim. Gostei logo na primeira impressão de Dona Benvinda - ali estava uma líder nata, em pleno exercício da liderança no feminino. Coisa ainda pouco comum hoje, mas raríssima então. Tinha ideias e sabia executa-las pragmaticamente, como se via no próprio exemplo de trazer a Portugal um grupo de danças composto por jovens escolhidos nos ranchos folclóricos das muitas "casas regionais" do Rio. Cada par com o seu traje e a sua bandeira. Bailando folclore português na 1ª parte dos espectáculos e samba, com cor e fantasia tropicais, depois do intervalo. Um achado! Ano após ano, esta iniciativa trouxe a Portugal cerca de um milhar de jovens. E foi uma entre tantas, promovidas a partir da plataforma que era o seu jornal - o Mundo Português, mais tarde, o "Portugal em Foco". O jornal tinha a sua marca inconfundível, procurava, como ela própria, a proximidade e interacção com o associativismo, com a comunidade, retratando-a, dinamizando-a, na sua relação com Portugal e Brasil. Era, por isso, mais do que uma directora de jornal, ou uma jornalista talentosa. Era uma protagonista de 1º plano nos destinos da sua comunidade. Tinha voz, tinha influência, e uma formidável capacidade de mobilizar colaborações, de fazer amigos e de realizar projectos. Uma energia inesgotável. uma força imparável, uma inteligência viva, uma sabedoria conseguida na universidade da experiência da vida. E muita espontaneidade, muito à vontade, com os ricos e poderosos e com o povo, povo, por igual. Lembro.me de ter participado, uma vez num programa de rádio, que manteve enquanto quis, com altas audiências. Um programa de porta aberta, em que entrava e saía gente, em redopio, contando histórias, dando recados, falando das coisas mais diversas, e mais divertidas, sem que o fio da meada escapasse da mão de Dona Benvinda. Ninguém mais conseguiria orquestrar assim a multidão das vozes que se cruzavam nas conversas. Nunca mais veria nada se semelhante em parte alguma do mundo. Era o mundo de Dona Benvinda, era Dona Benvinda mudando o mundo! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 13 de junho de 2012 Portugal vai em frente! Estou a ver Miguel Sousa Tavares na Sic-N e, mais uma vez, me encontro em sintonia com ele: Quanto ao défice de meio campo de Portugal (que é o ponto fraco da equipa - e, por isso, eu escrevia no mês passado que Deco em boa forma física, era ainda a nossa única esperança de atingir a excelência que, sem ele, perdemos) e quanto à falta de um ponta de lança... Mas, mesmo assim, a equipa salvou-se pela coragem e pela confiança em si - pelo verdadeiro colectivo que foi em campo! Com duas estrelas: Pepe e Nani! Não precisa, pelo visto, de mais nenhuma (e também não a tem - esqueçam o rapaz que tem tanta fama e nos dá tão pouco proveito...). ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 20 de maio de 2012 E se DECO voltasse à selecção? Se DECO voltasse - ele que voltou às grandes exibições e que aceitaria o convite, pelo que li na imprensa... - a equipa seria muito diferente, para muito melhor. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O CHELSEA E A ACADÉMICA Os improváveis vencedores, E os que eu queria que ganhassem. No caso do Chelsea para ver Bosingwe levantar a taça e mostrar que, para além de ser campeão da Europa é, de longe, o melhor defesa direito português - o único capaz de travar jogadores da craveira de Ribéry... E ainda pelo Raúl, pelo Paulo, pelo Hilário... pela parte que fica a caber a Villas Boas. No caso da Académica por Pedro Emanuel. É um líder - e tão correcto, tão verdadeiramente desportista! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 17 de maio de 2012 Selecção nacional ou territorial? Infeliz "slogan" lançado para apoiar a nossa equipa no Euro 2012 - aquele que diz que 10 milhões de Portugueses ou 10 milhões de corações batem pela selecção nacional! É que nós somos 10 milhões no território, mas 15 milhões, ou mais, no total... Há que não marginalizar as comunidades portuguesas dos cinco continentes do mundo. Aliás, é particularmente estúpido esquecer os emigrantes quando na própria selecção eles são a maioria... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 1 de maio de 2012 O 25 de Abril de 1974 é, para mim, hoje um data já marcada pela nostalgia, pela memória de um dos períodos fascinantes da nossa História, que então se iniciava. Durante os muitos anos em que estive envolvida na política nacional, convivi sempre com a certeza de que a evolução nos levaria em frente, num percurso reformista ascensional - e nenhum dos obstáculos encontrados no percurso abalou o meu invariável optimismo. Afinal, havia liberdade (coisa admiravelmente original no meu tempo de vida), havia eleições, respeito pelo veredicto popular, qualquer que ele fosse, havia políticos de grande dimensão moral e intelectual, havia mais direitos e mais igualdade, também para as mulheres. Estávamos na Europa, não só pela geografia, mas pelas afinidades políticas e pela abertura da sociedade à mudança, consolidando um novo relacionamento entre portuguesas e portugueses e entre eles e o Estado. Para usar um termo datado, sentia que se iriam “cumprir as promessas de Abril”. E penso que, na verdade, se cumpriu fundamentalmente o projecto de democratização e de europeização do País, num ciclo em que a sua consecução foi alcançada na dupla vertente nacional e internacional até à década de noventa. Todavia, com a chegada ao poder de uma nova geração de homens (homens, porque as mulheres são ainda uma minoria nas instâncias do poder...) e com a alteração substancial da realidade dos poderes fácticos da Europa, agora também com outros protagonistas e outras formas de liderança, podemos falar de uma nova época sombria, num inseguro novo século... Aprendemos, à nossa custa, que a qualidade da governação democrática não é nunca uma conquista definitiva, antes provem das pessoas que, pela inteligência, pela visão e capacidade de acção política, ou pela falta delas, a defendem ou a perdem. Estamos hoje de volta a um passado de pobreza, de emigração em massa, forçada pela miséria (que é uma forma de exílio), e de dependência dos credores externos, da “soi-disant” União Europeia, decomposta numa linha Norte/Sul. Será esta é ainda a democracia construída a partir da Constituição de 1976, num Estado soberano, democrático, solidário? Não há certezas, nem sobre Portugal, nem sobre a Europa. A Europa de Estados iguais, a Europa da “távola redonda”, que olhávamos como o garante da irreversibilidade da nossa democracia e do Estado Social, parece pronta a regredir à idade e ao lugar dos egoísmos nacionais e da prepotência dos mais fortes, sobre o pano de fundo de um capitalismo selvagem. Será, se assim for, o princípio de uma decadência fatal. Todavia, em qualquer caso, continuo a acreditar em nós, talvez porque, a partir de fora, no longo contacto com as comunidades da Diáspora, vi que Portugal existe na sua gente, na sua cultura, no espaço da lusofonia. É pela afirmação da cidadania e da cultura que havemos de resistir, num interregno de indefinida duração, até nos reencontrarmos num futuro ciclo de ressurgimento. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 18 de março de 2012 ANTÓNIO LEITÃO, JÚLIO LEMOS Um grande desportista, um grande campeão e tão simples, tão simpático! A sua, foi a única medalha olímpica que tive nas mãos. Nesse tempo, em Espinho, era fácil encontra-lo a treinar, correndo na esplanada, à beira-mar, e saudando-nos, alegremente, de passagem. Júlio Lemos no mês passado, agora António Leitão. Amigos que nos deixam, mas que não vamos esquecer. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 22 de dezembro de 2011 A gentlecat Jáo-jão era um gato lindo, uma obra-prima da natureza. Tinha uns olhos enormes verdes e expressivos, que nos diziam exactamente o que queria. No seu pelo de "tigre" (tigre muito manso!) as listas eram absolutamente simétricas, escuras sobre o beige a abrir para um tom quase amarelo (herança do pai, o velho gato Mandarim, que esse é amarelo mesmo). Mas não é, sobretudo, pela sua beleza que mais será lembrado, mas pelo carácter, pelas boas maneiras, pela amabilidade (aqule gesto de fazer festas às pessoas, sempre com as unhas recolhidas, ao contrário do resto da sua numerosa família). Desde a primeira infância que eu o cumprimentava com a rima a que fazia jus: "Jão -Jão, o gato todo bom!" para o distinguir do temível irmão gémeo, Deco, que, por contraste e por causa da tendência para a asneira, era chamado "o gato todo mau", apesar de ser também simpático e até bem mais extrovertido com estranhos... Mas o Jão era especial, inteligente, discreto, civilizado - era assim, não foi preciso ensinar-lhe nada (se é que se pode ensinar alguma coisa aos supremos praticantes da independência e da diferença que são estes felinos). Não há dois gatos iguais. E como o Jão-Jão não haverá nenhum, nunca mais. O seu único defeito era ser boémio, grande aficcionado dos telhados... Pacifista de nascença, quando atacado pelo gato mais pequeno e mais guerreiro desta casa (o Dragão), emitia um som semelhante ao da sirene dos bombeiros. E nós corríamos a salvá-lo! Hoje não pude valer-lhe, na sua última batalha contra a doença. Não pude dar-lhe o que os seus grandes olhos verdes me pediam. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 11 de outubro de 2011 Uma selecção sem classe! O que eu previa... No jogo a sério, fracasso sem apelo nem agravo. Ainda por cima, com o povo nórdico a gritar uns sulistas "olés"!... Para dizer a verdade, a primeira coisa de que gostei na nossa equipa foi de uma trivela de Quaresma, pouco depois de entrar em campo, ao minuto 66. Mas Ronaldo, à boca da baliza, rematou por alto. E de pouco valeu o seu tardio golo de bola parada. Uma sorte, aliás, não termos sofrido uma goleada, no reino da Dinamarca. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 9 de outubro de 2011 Raro acordo total com Rui Santos... Sobre Ricardo Carvalho, Madaíl, e Bento, sobre as ausências de Bosingwé e Danny e outras esquisitas vicissitudes da vida da selecção... Como se vê, Ricardo Carvalho faz muita falta... Não tem substituto à altura e nunca terá. O melhor central do mundo! Desde há muito e ainda agora. É preciso ter muito pouca coisa debaixo do cabelo, para o tratar como um novato, um fungível, um insignificante. Até Rui Santos vem dizer que Bento não poria no banco um Ronaldo sem lhe dar uma palavra, uma satisfação. Pois não, não poria... Esqueceu-se que Carvalho é tão importante na defesa como Ronaldo na ofensiva. Ou talvez ainda mais... Por mim, entre o melhor central do mundo e um vulgaríssimo Bento, resolvia o problema correndo com o medíocre. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 3 de setembro de 2011 Os insondáveis designios de Bento Um dos quais foi a convocatória de NUNO GOMES...para o banco!!! Um jogador de enorme curriculum, convocado depois de uma longa ausência, num particular sem importância, não pode entrar em campo, ao menos por alguns minutos? Nuno Gomes convocado para dar autógrafos, escreveu certa imprensa... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:24 Sem comentários: Enviar a mensagem por email Dê a sua opinião! Partilhar no Twitter Partilhar no Facebook Partilhar no Pinterest O BANCO DE BENTO... Já repararam que depois de um golo de penalty (duvidoso), de um joguito medíocre contra uma medíocre equipa, Portugal melhorou, acabou goleando o Chipre com golos de dois jogadores que vieram do banco, para disputar os últimos 15 minutos? Face ao despropósito das escolhas de Bento, parece que Ricardo até podia ter achado uma distinção ficar no banco. Era aí que estavam os melhores... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:08 Sem comentários: Enviar a mensagem por email Dê a sua opinião! Partilhar no Twitter Partilhar no Facebook Partilhar no Pinterest NÃO DESERTA QUEM QUER IR À GUERRA O desertor foge com medo do combate, ou recusa o combate por pacifismo, em nome dos princípios. Ora, como sabemos, depois de ouvir as palavras de Ricardo Carvalho - e como já antecipávamos, antes mesmo de o ouvir - o seu problema na Selecção Nacional é precisamente o contrário: ele queria "ir a combate", queria jogar! O insulto de Paulo Bento foi execrável. Não definiu o acto de Ricardo Carvalho: definiu o carácter de Paulo Bento. E com isto, já não me resta a menor dúvida: Ricardo foi maltratado. Quem tem o curriculum dele (o melhor "central" do mundo, 75 internacionalizações...), quem é um veterano, um dos pilares e um dos capitães da equipa, merece a titularidade. E se não a titularidade, pelo menos, uma palavra de explicação, quando, depois de um treino em plena forma, é substituído por um colega mais jovem, que nem sequer treinou... Vamos imaginar que uma situação semelhante acontecia com Cristiano Ronaldo: é um dos melhores jogadores do mundo, é capitão da selecção, faz um treino fantástico, e, depois, sem lhe darem uma palavra, apercebe-se de um facto insólito - vai ser substituído, no plantel, por um rapaz novo, uma vedeta ascendente. E se o Cristiano tivesse, então, de cabeça perdida, abandonado o estágio da selecção? Bento, sendo Bento, podia até dizê-lo "desertor". Mas a imprensa não iria tratar Ronaldo com está a tratar Ricardo... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 14:13 Sem comentários: quinta-feira, 1 de setembro de 2011 (REP) Pouco Bento...pouco Bento... A história da saída de Ricardo Carvalho do estágio da selecção nacional está por contar. Não obstante, quantos comentários, ontem, pela noite fora - e todos os que chegaram ao meu conhecimento condenatórios do jogador! Por mim, não faço julgamentos sumários, sem sequer conhecer todos os dados relevantes. Mas, a avaliar pelo passado de Ricardo e de Bento, até prova em contrário, presumo Ricardo inocente. Mais vítima do que culpado. De Bento conhecem-se atritos e sarilhos vários no balneário. Ricardo, por contraste, é um "senhor", para além de ser - como diz Mourinho - o melhor central do mundo. Mesmo que tivesse razão, Bento tê-la-ia perdido com os excessos de linguagem. Desertor? Desertor? Só faltou exigir o "fuzilamento". Ou não faltou... pelo menos na forma metafórica. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ O DOUTOR ADRIANO SEABRA DA VEIGA - um amigo inesquecível Em Março de 1980, aquando da minha primeira visita aos EUA, partilhei com Adriano Seabra da Veiga e a mulher, Rita, que acabava de conhecer, e com o Deputado José Gama, já um “velho” amigo, um jantar festivo, calorosamente organizado pelos portugueses de Ludlow. No longo roteiro de cidades da costa leste, que então percorri, Waterbury era a que se seguia, e o Dr Veiga, Cônsul Honorário de Portugal no Estado de Connecticut, seria, nessa qualidade, meu anfitrião. Sabia que ele era um eminente cirurgião, muito prestigiado no meio científico e na sociedade americana, uma verdadeira sumidade, que, nem por isso, deixava de atender, na sua clínica, todos os emigrantes portugueses, com a familiaridade de um médico de terra pequena, a quem todos recorrem, de quem todos dependem. Sabia também, pelo José Gama, ex-emigrante nos EUA, que na sua grande mansão, em Eastfield Road, tinha acolhido, sem olhar a cores políticas, o cantor José Afonso, exilados como o General Spínola, em breve passagem, e, em estadas mais prolongadas, Veiga Simão e Victor Crespo - seus colegas na Universidade de Coimbra– que, entre os amigos muito próximos se contavam Veiga Simão, Almeida Santos, António Maria Pereira, o Cardeal Medeiros, os Aldrich Rockefeller, Amália Rodrigues (a prima, casada com o Engº Seabra). Sá Carneiro também esteve em Eastfield Road (levado por AM Pereira) o tempo suficiente para converter o anfitrião ao PPD. O Dr. Seabra da Veiga era, realmente, uma celebridade, movia-se no mundo americano e português, com igual naturalidade – um profissional de excepção, um cientista, um filantropo, um patriota, que serviu o país como Cônsul honorário, durante décadas. De Portugal, recebeu as mais altas condecorações, antes e depois do 25 de Abril, e nos EUA, a sua notoriedade era ainda maior. Dados de conhecimento geral...Muito mais comecei a descobrir nessa viagem de carro, entre Ludlow e Waterbury - ou seja, a fantástica pessoa que dava vida a tão impressionante curriculum. É impossível retratar Adriano! Nem vou tentar…Direi apenas que ele tinha uma graça espontânea, um humor muito coimbrão, moderadamente irreverente (como mandam as boas maneiras, quando as senhoras estão presentes), uma energia inesgotável, que o tornavam divertidíssimo, imprevisível e imparável. Qualquer novo projecto o entusiasmava, e não poupava esforços para o realizar em tempo “record” – posso falar, sobretudo, dos que respeitavam à emigração… A seu lado, estava uma mulher encantadora, suave e fleumática, sempre pronta a colaborar com tudo e com todos, a abrir a sua casa a reuniões e a constantes visitas de gente lusa - ela que é americana de origem canadiana francesa. Era, sem dúvida, a mulher ideal para Adriano e formaram uma família maravilhosa – três filhos (todos fluentes na língua pátria, tal como a Rita), e (anos mais tarde…) quatro netos. Ele adorava crianças e, também, como eu, cães e gatos – recordo-me de uma gata persa, muitos Yorkshire terriers, um São Bernardo. Tudo em paz, como no paraíso de que aquela casa parecia uma antevisão terrena Para mim, a Rita e o Adriano tornaram-se família chegada, mais do que bons amigos - . Não sei quantas vezes estive com eles em Waterbury, em Lisboa, em Espinho…Em Waterbury, umas vezes como membro do governo ou deputada, outras em viagens privadas, mas com o indispensável envolvimento comunitário, porque havia sempre iniciativas para que me convocavam, através do dinâmico Cônsul Honorário. Antes do mais, para as festas do 10 de Junho, ano após ano…. Telefonava-me, peremptório: “Está convidada pela Comunidade e tem de vir, porque eles estão a contar consigo e eu já dei a notícia para os jornais” Adriano não admitia recusas, quer se tratasse de projectos comunitários, quer de questões de saúde dos amigos – assim, por exemplo, se a visita fosse no Outono, ninguém escapava à vacinação contra a gripe. Eu até sou contra, mas ali, não escapava… Recordo-me do dia em que, juntamente com a Presidente do Instituto de Emigração Maria Luísa Pinto, no final de um Encontro do CCP, regressava, com ele, a Waterbury. Antes de seguir para casa, informou-nos que íamos passar pela sua clínica, onde a vacina nos esperava, mas, entretanto, encontrou por lá um doente, quis resolver-lhe o problema e esqueceu-se do nosso caso. A Maria Luísa e eu ficámos felizes… mas por pouco mais de meia hora... Ele deu conta do lapso, chamou, de imediato, uma enfermeira que apareceu em Eastfield Road de bata branca …e, assim, embora a contra-gosto, viemos da América devidamente protegidas contra todas as epidemias invernais… Adriano, além de generoso, extrovertido e super activo, era, também, muito impaciente. A morosidade irritava-o por demais – uma vez, numa portagem de auto-estrada, arrancou, apressado, com o seu potente Mercedes e derrubou (involuntariamente, para nosso gáudio!) uma daquelas barreiras que, depois de accionada pela recepção de moedas, levanta, devagar, devagarinho... Um episódio entre mil, daqueles com que o lembramos, a sorrir, como ele gostaria de ser lembrado. Adriano Seabra da Veiga deixou-nos, subitamente, no apogeu dos seus mais de 90 anos. Telefonei-lhe poucas semanas antes, para conversarmos – mantinha toda a alegria de viver, o ânimo, a preocupação com os amigos, o interesse por Portugal ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 22 de setembro de 2013 Uma grande lição do Prof Marcelo... Uma grande lição ao aprendiz de político, que nos governa. Se fosse um exame, o primeiro ministro tinha "chumbado" logo. Falar de um 2º resgate, que absurdo!!! Até custa a acreditar que o tenha aventado, mas todos o ouvimos, dentro e fora do País... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 17:22 Sem comentários: Enviar a mensagem por email Dê a sua opinião! Partilhar no Twitter Partilhar no Facebook Partilhar no Pinterest A Lei da Paridade nas eleições autárquicas Quantas são as mulheres candidatas à presidência de Câmaras?... E quantas serão eleitas? Disso, é certo, não cura , diretamente, a "Lei da paridade".... A sua imposição é quantitativa - garantindo que nas listas haja um mínimo de equilíbrio de género. Para cumprir os ditames legais, as mulheres estão, em regra no 3º, 6º , 9º lugar das listas (e assim sucessivamente, em grupos de 3, em que raras vezes há 2 mulheres e um homem - ou mulheres no 2º, 4º ou 7º lugar..... Sinal de que se satisfaz uma obrigação, pura e simplesmente. . Porque tem de ser... Algumas eleitas, porém, depois, não chegam a tomar posse, ou são rapidamente substituídas pelos homens que se seguiam na ordenação da lista... Fraude, mentira... Está por fazer o estudo da sua extensão - indispensável para alterar a lei no curso para uma aplicação correta e vinculativa dos princípios. A lei a tal obrigava a AR. Mas também neste aspeto não foi cumprida. Alertei para o facto, sempre que tive oportunidade, em escritos, em colóquios. Uma voz a clamar no deserto... Aqui fica, na véspera de novas eleições, a memória de uma dessas insistências - em início de 2013, durante um colóquio promovido pela Professora da Sorbonne Isabelle Oliveira, no Porto Rever a Lei da Paridade é preciso! Assim manda o artº 8 da própria Lei Orgânica nº 3/2006: "Decorridos 5 anos sobre a entrada em vigor da presente Lei, a Assembleia da República avalia o seu impacte na promoção da paridade entre homens e mulheres e procede a sua revisão de acordo com essa avaliação". Já lá vão 6, quase 7 anos. As autárquicas são agora ,em 2013 - e se há correcções a fazer para melhor cumprir os objectivos da legislação é, certamente, a este nível. Será que o legislador anda distraído? Foi a pergunta que fiz no recente encontro das "Mulheres em Movimento". ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 27 de agosto de 2013 DECO - as notícias de 27 de agosto, nos 3 jornais desportivos Do meu FACEBOOK Maria Manuela Aguiar Todos esses jornais reservam às notícias sobre DECO as duas páginas centrais, mas o conteúdo não é fantástico, não dá a Deco tudo o que Deco merece... Os depoimentos de Scolari e de Figo não são nada de especial (melhor o de Figo!). Mais interessantes os de "A Bola" (Pinto da Costa e José Manuel Freitas) e as "reações" de Fernando Santos e de Derlei. em "O Jogo". Francamente, gostei mais das palavras dos comentadores do programa da RTP Informação "Grande Área", sobretudo do Bruno. Disse que, na história da nossa seleção, só Eusébio, Figo e Ronaldo se podem considerar acima de Deco. Todos o colocam no Top 10 do nosso futebol, em todos os tempos. E falaram de uma seleção que rodava à volta do médio, de "génio" , de "qualidade absolutamente excecional". Ficou, nesse programa, sem resposta a pergunta que muitos fazem: DECO foi o melhor jogador da história do Porto? Só o fazerem a pergunta já significa imenso... Sei que a resposta é difícil - nenhum a quis dar. Mas eu não tenho dúvida: sim, DECO foi o melhor jogador da história do FCP, o melhor de todos quantos vi jogar em mais de 6o anos. E não só o melhor, nas suas qualidades individuais, mas também o mais influente no jogo da equipa. No Porto como na seleção nacional. Nem Figo, nem Ronaldo, nem mesmo Eusébio foram tão decisivos na produção do jogo coletivo! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 26 de agosto de 2013 DECO A despedida do mágico Deco e a magia do seu futebol... Um dos melhores jogadores de todos os tempos, em todo o mundo.... Ficam as saudades do seu incomparável virtuosismo, tão sumptuoso quanto discreto. A sua simplicidade e competência no campo de jogo, como numa entrevista de televisão .E. certamente como na vida, que tem pela frente. Vedeta pelo mérito, anti-vedeta por idiossincrasia. DECO para sempre no coração do Porto e dos portistas. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 24 de junho de 2013 UMA NOVA ESPERANÇA PARA O FCP Excelente entrevista a de AVB em "O Jogo" de hoje. No futebol há o chamado "mister"... e, de longe a longe, acontece que o "mister" é um "gentleman" (eu gosto de usar palavras inglesas quando se trata de "football" - uma espécie de saudosismo, porque sou do tempo em que se dizia "corner", "off-side", penalty", "keeper", "goal average", ainda que com pronúncia portuguesíssima...) ABV é, a vários títulos, um verdadeiro "gentleman", pela educação, pelos seus princípios éticos, postos em boa prática,, pela natural simpatia. O meu treinador ideal! Mas confesso que vejo o novo treinador do FCP, com a esperança de que pertença a esta rara categoria... Bom pronúncio os retornos de Jorge FUCILE e de ITURBE. FUCILE, quer no FCP quer na selecção do Uruguai, já deu muitas provas de que é um dos melhores defesas laterais do mundo. E ITURBE parece-me um talento à espera de quem o compreenda! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 6 de junho de 2013 Quem (não) tem medo de quem? Estranhei ouvir o Primeiro Ministro de Portugal dizer que não tem medo dos Portugueses... Mas esse não é problema que me preocupe. O mais importante é perguntar se os Portugueses têm medo do Primeiro Ministro. Hoje mesmo, na televisão, Manuela Ferreira Leite, comentando os dados do INE, falava de "números assustadores" . E, pouco tempo depois, noutro programa, Pacheco Pereira dizia que "criar medo nas pessoas" é uma forma de governar deste Executivo. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 19 de maio de 2013 PORTO, PORTO, PORTO Azul Vitória, Azul História, Azul Memória O futebol bem jogado é sempre um espectáculo de incomparável beleza! O futebol bem jogado pela nossa própria equipa é, porém, muito mais ainda - é a nossa vida, a nossa felicidade. Eles, os que estão em campo e nós, os que estamos com eles, somos um todo. Eu sou do Porto desde sempre e para sempre. Sou do Porto que não ganhava campeonatos quando eu era menina, exactamente como sou deste Porto que superou, em fantásticas vitórias nacionais e internacionais, os meus sonhos e expectivas nesse outro tempo, nesse outro Portugal... As glórias vividas no Estádio do Dragão não fazem esquecer as emoções vividas no Estádio das Antas - com meu Pai, a quem devo o ser portista como sou. porque me levava consigo, a ver o Porto jogar (uma bancada central onde a presença feminina era, então, uma raridade...). Por isso, a memória do meu Pai está comigo nestes dias absolutamente perfeitos em o FCP nos dá "mais uma alegria, mais uma vitória", mais um título, mais um campeonato! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 19 de fevereiro de 2013 Um portista inesquecível Júlio Lemos era um portista com quem eu gostava de falar do nosso Porto. Durante anos ele foi Presidente da Casa do FCP em Espinho, um excelente dirigente, um entusiasta, sempre confiante na vitória, mas também um analista rigoroso, um grande conhecedor de futebol (com a experiência vivida de quem envergou a camisola azul e branca!). E era alegre, comunicativo, dinâmico, sabia fazer equipa, sabia fazer amigos. Passa hoje um ano sobre a sua partida do nosso convívio. E hoje o Porto venceu o Málaga. Por isso, ligo, naturalmente, mais este êxito do nosso clube à sua memória. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013 Grandola, Vila Morena... Um belíssimo hino à liberdade. Não admira que volte, de novo, a anunciar a necessidade de mudança. Emocionante ouvi-lo cantado por espanhóis, em perfeito português. E bem cantado, o que já se não pode dizer dos que por cá o usam em protesto. Salva-se a intenção... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 2 de fevereiro de 2013 Aguenta, aguenta! Aguenta tudo menos o Ulrich... Um "manifesto anti-Ulrich" é preciso! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 Chefe de Família! Fiquei surpreendida ao ouvir AJ Seguro dizer numa entrevista, há poucos minutos, que é "um chefe de família"... O que quer ele significar com isso? Os chefes de família estão abolidos pela Constituição, que consagra a igualdade dos sexos. Desde 1976... Homem de família...Pater familias... Marido e Pai ... Isso é! Até acredito que seja um "bonus pater familias". Mas "chefe" não, por favor! Definitivamente "ancien régime"... Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 15:55 Sem comentários: Enviar a mensagem por email Dê a sua opinião! Partilhar no Twitter Partilhar no Facebook Partilhar no Pinterest quinta-feira, 24 de janeiro de 2013 RTP A Praça do nosso descontentamento São falaciosos os argumentos com que os actuais responsáveis da RTP tentam justificar a "conquista" da Praça da Alegria pelos estúdios de Lisboa. Argumento de custos (esta produção nos estúdios do norte dava lucro...). Argumento de qualidade do programa - o "cinzentismo" de que fala um senhor director na revista Nova Gente (programas como a "Praça" e "O Portugal no Coração" são criações do Porto, são "marcas" de prestígio, cobiçadas justamente pelo sucesso alcançado, pois, se assim não fosse, Lisboa ocupava o seu espaço com formatos e nomes novos e originais...). Nada disto soa bem.... A equipa do Centro de Produção do Porto é excelente - e falo de toda a equipa, e não só dos seus rostos mais visíveis - os apresentadores, Jorge Gabriel e Sónia Araújo, que são incontestavelmente fantásticos profissionais e não perdem, antes pelo contrário, no confronto com os favoritos da administração lisboeta da RTP. A única coisa que faz, realmente, sentido é a RTP querer avançar para cortes de pessoal e achar que é mais fácil e mais agradável executá-los lá longe, no Porto, do que na capital. Acabo de ouvir, noutro canal televisivo, a notícia de despedimentos em massa. na tv pública, com forte incidência no Porto. Se isso se confirmar, fica tudo mais claro: é mesmo a destruição do centro de produção norte que se quer iniciar. A transferência da RTP2 para o Monte da Virgem (simples paliativo!) não contrariará essa intenção larvada. A ver vamos... -------------------------------- domingo, 20 de janeiro de 2013 2013 - Ano sem compras Não há alternativa. Ao assalto fiscal ao IRS só há uma resposta: cortar no IVA. Em 2013 vou eliminar todas as compras que não sejam absolutamente indispensáveis. Neste primeiros 20 dias de Janeiro cumpri à risca. Nem sequer um euro gastei em saldos atraentes. Aposto que vou continuar assim, dia após dia, movida pela indignação contra " Gaspar, Moedas and company". Depois, ficam os incautos governantes muito surpresos com os níveis de poupança dos portugueses... Com o meu, podem contar. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sexta-feira, 18 de setembro de 2015 MULHERES NO CCP - VENEZUELA Milú de Almeida em Caracas (Ocidente) e Fátima Pontes em Valência (Oriente) foram cabeças de lista nas duas áreas consulares em qua a Venezuela se divide e venceram as eleições, com 61% no conjunto do país. As suas listas, apresentaram um programa comum, sob o lema "Somos Portugalidade". Com uma outra candidata eleita, a representação deste país é rigorosamente parítária (3 mulheres e 3 homens), facto que julgamos inédito numa grande delegação plural. Sinal dos tempos! Decorrência natural de um associativismo, onde as mulheres, as mais das vezes, em organizações próprias, passaram para a linha da frente! Milú , Fátima e Adé (que participou ativamente na campanha) são os 3 delegados da Associação Mulher Migrante - Venezuela no Conselho de representantes da "Mulher Migrante - Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade", em que estão filiados.. Reconhecendo a 100% o mérito das conselheiras que são nossas dirigentes ( mas que não foram votadas nesta veste), temos em triplicado razões de regozijo: pelo êxito das nossas amigas, cujas grandes qualidades conhecemos bem: pelo que a sua vitória significa para a causa da igualdade; pelos frutos que a ideia de impulsionar, através do associativismo, a participação igualitária está já tendo na vida das comunidades e, por reflexo, no CCP. Uma longa luta, que se começa a ganhar, um pouco por todo o lado. Parabéns às conselheiras e Conselheiros da Venezuela pelo exemplo que dão a todas as comunidades portuguesas! O exemplo é, sem dúvida, o mais esplêndido instrumento de luta pela mudança. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ "LES SORTANTS" de LOPETEGUI Lopetegui queixa-se de que perdeu metade dos titulares da equipa, mas~, dessa metade, quantos mandou ele embora? Quaresma, Quintero e Fabiano! Na verdade do plantel do FCP só perdeu mesmo Danilo e Jackson. Os outros dois estavam emprestados e, como era previsível, regressaram aos seus clubes. Para o lugar de Fabiano tem Casillas, para o de Casemiro tem Ruben Neves. e para o de Óliver não tem, mas tinha Quintero, se quisesse. Não percebo os queixumes, tanto mais que para o lugar de Danilo lhe deram Maxi e para o de Jackson Pablo Osvaldo. Acho que nunca o FCP foi tão generoso com um treinador. Agora, esparamos que retribua e ganhe TUDO Nada menos que TUDO o que há para ganhar! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 9 de agosto de 2015 MAIS TRANSFERÊNCIAS - uns vão, outros chegam, o FCP já é campeão neste domínio! De Casillas, Maxi e uma legião de outros, que chegam ao Porto, de grandes estrelas que saem, (enchendo os cofres do Dragão) e do vaivém no SCP e no SLB se faz o verão na TV, onde a política foi de férias. O meu Presidente (como sempre chamo, com toda a admireção, ao Presidente do FCP), fala das partidas de Jakcson, Danilo, Óliver e Casemiro. Faltou acrescentar QUARESMA, que era o melhor de todos, e cuja falta ontem se notou bastante, e de QUINTERO, que é, pelo memos, tão bom como Óliver... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sexta-feira, 7 de agosto de 2015 QUARESMA no BESIKTAS... Nenhum dos nomes sonantes que acaba de chegar ao Porto, incluindo o prodígio francês que custou 20 milhões ou o mítico "portero" espanhol, me fazem esquecer Quaresma - um símbolo vivo do FCP. Defeito meu, mas prefiro os símbolos do meu clube, aos símbolos "importados" de Lisboa ou Madrid. Espero que façam uma época fantástica, que façam história, mas isso é futuro, não é presente. Têm de provar o que valem para o clube, como interiorizam os seus valores, como se entregam à luta... Quaresma era uma certeza. Um génio, com força, e com caráter. Bonito ter querido regressar ao que é, na Turquia, o "seu" clube" - mesmo que outros lhe oferecessem mais dólares e a possibilidade de mais títulos. Magnífica, a receção, a apoteose, a paixão. Quaresma merece! ----------------------- sexta-feira, 17 de julho de 2015 Que bom rever AJ JARDIM! Foi um prazer ouvi-lo falar de uma outra forma de fazer política, dos tempos em que acompanhou Sá Carneiro e lançou a ´Madeira nos caminhos da modernidade... Quantas verdades teve a coragem de dizer ... como sempre! Não é que concorde com a sua apreciação de todas as personalidades de quem falou abertamente...longe disso. Para mim, por ex, Gaspar foi o criador e Passos Coelho a criatura. Maduro é um descoordenador do Governo...e por aí fora. Mas é um homem de uma outra Europa e de um outro Portugal - e olha lucidamente a declínio dos projetos da social democracia, da democracia cristã e do socialismo que fizeram a Europa humanista e solidária . E sonha com outro futuro. domingo, 12 de julho de 2015 CASILLAS E AS RELAÇÕES PENINSULARES A brutal classificação que a Mãe de CASILLAS faz do FCP - como equipa de categoria B, muito abaixo do merecimento da excelsa figura desportiva do filho - é um exemplo triste de preconceito espanhol anti-português. O comentário é vergonhoso, é falso e é injusto. Mas explica muito do insucesso desta espécie comum de espanhois em Portugal. A começar por JULEN LOPETEGUI, e pelo que a Srª Presidente da AR chamaria o seu INCONSEGUIMENTO na tenebrosa época de 2014-2015. Sem ousar dizê-lo em voz alta, é claro que se sentia tão superior a todos os nativos que, que nunca conseguiu perceber que ser um estrangeiro num país cheio de grandes treinadores nacionais tornava a sua missão quase impossível... Eu não tenho preconceito contra espanhÓis - há-os, lúcidos, equilibrados emocionaLmente, e competentes - como muitos dos nossos. Lembro o que nos deu um título mundial, a nossa última taça intercontinental no Japão. Um senhor chamado Henriquez. Foi-se embora, sem nunca lhe terem dado o plantel oferecido de bandeja a Lopetegui ... ... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 11 de julho de 2015 SAUDADES DE QUARESMA Uma única certeza - o FCP perde na próxima época o seu melhor, mais genial e mais carismático jogador. Aquele que derrotou o Bayern no Dragão e nos fez sonhar alto. Aquele que levanta a voz, irreverentemente. Eu gosto de irreverência, de inconformismo, de bravura e de magia De treinadores que saibam lidar com Homens assim - que saibam compreende-los e estimula-los...JESUALDO, FERNANDO SANTOS... Treinadores e líderes , que deram títulos ao PORTO. Lopetegui dará??? Dúvida legítima. Deus queira que sim, porque portista eu sou, mais do que tudo na vida... E outra tristeza tenho de manifestar - a de ver o portista, Helton, cada vez mais completo como guarda redes, sentado no banco, a ver a estrela madrilena na baliza.... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ MARIA BARROSO E A AMM Na visão de Maria Barroso, na sua luta pela dignidade de cada ser humano, não havia favoritos - eram todos seus irmãos, suas irmãs: portugueses, africanos ou timorenses, velhos, crianças, mulheres, homens... Não foi por acaso que deu à sua Fundação humanitária o felicíssimo título de PRO DIGNITATE. Nesta causa maior cabem todas, sem exceção - a luta pela liberdade, pela democracia, por um mundo sem guerras e sem violência, sem fome e sem medo, a expressão das culturas, o diálogo sobre as heranças e o futuro... Mas o mais admirável da sua história era o trabalho incessante, concreto, prático, em todas as áreas em que constantemente a solicitavam. Fez de cada dia da sua vida, um dia de labor sem fim, a resolver problemas, a ajudar, com um sorriso....Com tempo para tudo e para todos... Esta a sua maneira inigualável de estar com ou outros. Em missão...sempre! Por sorte, fomos nós, um recém criada associação para o estudo das questões específicas das mulheres migrantes, que a chamámos a este domínio, que, afinal, tanto lhe dizia e onde acbou desempenhando um papel tão importante. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 13 de junho de 2015 QUE MAL JOGOU A SELEÇÃO...QUE BEM JOGAVA no tempo de DECO! A seleção jogou tão mal, que conseguiu fazer com que a Arménia parecesse uma boa equipa europeia . Em compensação, Ronaldo, o "melhor do mundo", foi oportuno e marcou 3 belos golos (que a defesa arménia facilitou, o mesmo se podendo, aliás, dizer dos 2 falhanços de Patrício, a dar os golos ao adversário), E pouco mais haverá a destacar. Depois do desporto na RTP, segui o comentário semanal de Luís Marques Mendes na SIC. Começou, naturalmente, pelo jogo de Yerevan... Lembrou outras seleções bem superiores a esta (que é tão banal...). Falou daquela em que brilhou Figo, mas esqueceu-se da seguinte, em que Deco era o grande "maestro" - a que foi, graças a ele, a melhor das últimas décadas. A mostrar que vale muito mais ter um Figo ou um DECO do que um RONALDO - que pode jogar, mas não sabe fazer jogar os outros... Não é só Marques Mendes que sistematicamente apaga DECO da história. Quase todos os comentaristas o acompanham, mesmo os daqueles jornais que, noutros tempos, faziam títulos de 1ª página a destacar a DECODEPENDÊNCIA de uma tão excelente e inesquecível equipa. Fica a dúvida: será porque DECO é natural do Brasil? Ou porque é portista? Ou a mistura fatal das duas possíveis explicações, a nacionalista e a clubista? ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 26 de abril de 2015 UMA DÚVIDA PARA A ETERNIDADE Será que o FCP teria sofrido SEIS golos em Munique com o "novo" Helton na baliza? Nada me move, bem pelo contrário, contra o mais jovem Fabiano, mas ele pode esperar. Sempre achei que a carreira de Baía foi prematuramente posta em causa por pura inépcia do treinador de então - em prejuízo do jogador, do clube e do desporto. Helton ocupou o lugar de Baía cedo demais. Ainda bem que agora não vai, ao que julgo, acontecer coisa semelhante ao próprio Helton, que está a defender melhor do que nunca! Para mim, Helton impôs -se, como um guarda redes de classe, a partir daquela época de ouro de André Villas Boas. ABV é o meu verdadeiro "special one" (sem esquecer o outro, também de boa memória, que faz parte da história do FCP, mas não é portista...). AVB, tal como eu, teve a sorte de nascer portista. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ SEM IDADE - HELTON E NELSON ÉVORA Fantásticos exemplos de superação da adversidade. Demostração de que não há idade para enterrar uma carreira, uma vida desportiva, em suma, a vida, quando a alma é jovem. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 26 de abril de 2015 UMA DÚVIDA PARA A ETERNIDADE Será que o FCP teria sofrido SEIS golos em Munique com o "novo" Helton na baliza? Nada me move, bem pelo contrário, contra o mais jovem Fabiano, mas ele pode esperar. Sempre achei que a carreira de Baía foi prematuramente posta em causa por pura inépcia do treinador de então - em prejuízo do jogador, do clube e do desporto. Helton ocupou o lugar de Baía cedo demais. Ainda bem que agora não vai, ao que julgo, acontecer coisa semelhante ao próprio Helton, que está a defender melhor do que nunca! Para mim, Helton impôs -se, como um guarda redes de classe, a partir daquela época de ouro de André Villas Boas. ABV é o meu verdadeiro "special one" (sem esquecer o outro, também de boa memória, que faz parte da história do FCP, mas não é portista...). AVB, tal como eu, teve a sorte de nascer portista. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ AMM no CAFÉ GUARANI Num dos mais emblemáticos e antigos cafés da Baixa portuense, no ambiente informal de tertúlia, o primeiro lançamento da nova publicação da AEMM - publicação que constitui o relato possível do acontecido numa série de debates, em Portugal e em comunidades portuguesas do estrangeiro, sobre o significado da democratização da vida política no País, a partir da revolução de 1974, sobre a sua projeção nas políticas de emigração, no relacionamento com os cidadãos e as instituições da "Diáspora".. Nesses debates, em auditórios de Universidades - Berkeley, Universidade Aberta de Lisboa, Sorbonne, Toronto - de escolas do ensino secundário - em Espinho, em Elizabeth, New Jersey - do MNE, dos Municípios de Gaia e de Espinho, houve muitas oportunidades de ouvir mulheres e homens sobre o quadro geral do fenómeno migratório, assim como sobre a evolução do papel das mulheres nos movimentos de expatriação e de retorno e no movimento associativo: partindo da história e da memória de sucessivas gerações até aos dias de hoje, com a avaliação da dimensão atual do fenómeno, da sua componente feminina, das novas formas de associativismo e de vivência das relações com as sociedades de origem e de destino. No Guarany, muitas participantes, e alguns participantes também, dialogaram sobre o renascimento da democracia em Portugal e a sua projeção no domínio das migrações de saída e regresso. Moderou, como sempre muito bem, Nassalete Miranda, começando rigorosamente às 17.30 e terminando, como previsto, um pouco depois das 19.00. Foram cerca de 100 minutos de conversa animada, que passaram depressa demais. Mas todos terão ocasião de falar do que ainda ficou por dizer na próxima apresentação, em Espinho, na Biblioteca José Marmelo e Silva, no dia 13 de maio às 16.00. No Porto, estiveram as coordenadoras da publicação - Graça Guedes e Manuela Aguiar, tendo Arcelina Santiago enviado mensagem do Alto Minho, onde trabalho profissional a retinha, Dos co-autores dos textos publicados, para além das dirigentes da AEMM, há a destacar a presença e intervenção do dr Amândio de Azevedo. Entre as animadoras da reunião, uma maioria de "mulheres d'artes", que têm colaborado, de uma forma contínua e admirável, com a Associação. E entre as entidades parceiras da AEMM, a presidente do Observatório dos Luso- descendentes, Drª Emmanuelle Afonso. À despedida, um agradecimento especial para o Senhor Barrios, o nosso anfitrião - o antigo emigrante no Brasil, que veio para o Porto, restituir à cidade os seus mais belos cafés - o Majestic, o Guarany, onde renasceu o ambiente, o espírito do "café-tertúlia". ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 21 de abril de 2015 Joan Marbeck - Malaca e a "Linggu Kristang" no século XXI Mutu Grandi Merseh Manuela. Onti pos jah lebah pra yo libru Mulher Migrante ( 1974 -2014 40 Anos de Migracoes em Liberdade) Korsang yo fikah mutu allegrih pra olah na pg 103 yosa email kung bos ki falah nos sa encontra na Melaka kung jah fikah yo sa kambradu teng binti seti anu. Mas bos sa saportah kung inspirah kung yo fikah ung skribang pra dokumentah ' Papiah Kristang' Ozindia yo fikah gabadu pra falah agora yo jah publikah tres libru na Linggu Papiah Kristang. Yo lo kontinua isti sibrisu pra skribeh Linggu Kristang pra mas tantu anu, ateh teng jenti kristang idadi ka mas krensa di yo sigih skribeh kung kontinua yosa sibrisu ki yo tantu amor. Masembes, mutu grandi merseh pra tudu ki bos jah fazeh pra yo. English Translation: Thank you so much Manuela. Yesterday, the Post brought me the Migrant Women Report - 1974-2014 ( 40 years of Freedom Migration) I was filled with happiness to note of an email article from me on Page 103. It related of our 1st Meeting in Melaka in 1988 when I was introduced to you by Rev. Fr. M. J. Pintado. Photos show of our 2nd. Meeting at the Marbeck Family Home Museum in 1996. Our collaboration, your support and inspiration in my work of Reviving the Language and Culture has seen me publish 3 books in the Papiah Kristang language. I shall continue with this work of documenting the Papiah Kristang Language and Heritage as long as I am able to do so and until there are others especially the younger generation of Eurasians who will continue with interest and passion the work on our Heritage, Language and Culture for the future. Once more let me say a big Thank you for all you have done for me and the Eurasians of Malaysia. Nóe é que temos de agradecer a Joan tudo quanto vem fazendo e vai continuar a fazer pela lusofonia no Oriente. Que bela é esta língua antiga que nos une ainda no século XXI! A "Lnggu Kristang"! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 6 de abril de 2015 Páscoa em MONTREUX. 1968 Uma Páscoa memorável, a de 1968! Uma decisão felicíssima a de escolher Montreux para passar um fim de semana do tempo Pascal. Montreux é a mais bela cidade das margens do lago Léman , não muito distante de Genebra , onde eu participava, então, num curso do Instituto de Estudos do Trabalho da OIT e a minha prima Eduarda fazia turismo. Fomos as duas à aventura, sem reserva de hotel - acabamos no albergue local da juventude, mas até isso teve a sua graça e representou uma imensa poupança no nosso orçamento de viagem... Tudo estava destinado a correr bem. O sol brilhava sobre o Castelo de Chillon e sobre o grande lago. Foi por puro acaso que vimos, na rua, o cartaz que anunciava a final da Taça das Nações de hoquei em patins. A nossa Nação disputava, nessa noite, o título com a Espanha. Conseguimos ingressos na 1ª fila, rigorosamente ao centro. Nunca tinha visto um jogo tão perto, sentia-me em campo... A Eduarda nunca tinha visto um jogo sequer, mas o seu entusiasmo era igual ao meu... E igual ao de numerosos portugueses que nos ladeavam. Não sei de onde tinham surgido - tantos... -, atendendo a que a grande emigração para a Suiça só haveria de acontecer mais de uma década depois. Uma fantástica vitória, seguida de convívio, celebração e jantar com os nossos vizinhos do lado! Eram do Porto, logo descobrimos que tínhamos muitos amigos em comum. Graças a elas e a eles, antecipámos o regresso a Genebra, aproveitando uma simpática boleia (e escapando, assim, a mais uma dormida no albergue, muito pitoresco e juvenil - mas a experiência estava completa, não era preciso exagerar...). ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 28 de fevereiro de 2015 CRATO e JUSTINO A minha divisa é: "de exames e chumbos, o menos possível". Estou, pois, nas antípodas do actual Ministro da Educação, que, ao que parece, acredita na multiplicação dos exames, a todos os níveis, como a grande panaceia para a melhoria do nível do ensino...Acho esta perspectiva completamente errada. Os exames não acrescentam nada a ninguém. A melhor avaliação é a que os professores fazem de forma continuada, atentos ao progresso dos alunos. A qualidade do ensino é a qualidade das pessoas - de quem ensina e de quem aprende. Os exames nacionais são apenas uma prova de desconfiança nas escolas, nos professores... E chumbar não pode ser visto como um castigo, mas antes como um privilégio. Assim se pensava já na Suécia, em finais da década de 60. Na altura, isso para mim foi uma surpresa, porque nunca tinha imaginado que fosse possível criar um sistema em que os chumbos fossem uma anomalia, mas logo aderi àquela escola de pensamento (estava num curso organizado para francófonos pelo Instituto da Informação em Estocolmo - "Connaissance de Suéde"). Um verdadeiro achado: só repetia o ano um aluno, que por razões excepcionais, não tivesse conseguido acompanhar os outros - caso em que era objecto de atenção e apoio especial. Era a social -democracia, no seu melhor! Em Portugal não havia, então, sequer democracia, quanto mais social-democracia... Mas seria o modelo praticável no Portugal depois de 1974? Nunca um Ministro de Educação ousou propo-lo... Parecia-me que não... De repente, em 2015, um antigo Ministro da Educação e actual Presidente do CNE veio abrir caminho a considerar esta opção. Já era coisa de causar espanto, neste país conservador, de tradição patriarcal e autoritária! Fantástico descobrir que, na nossa "inteligentsia", ao lado dos Cratos existem Justinos... E mais fantástica ainda é a notícia que vem na 1ª página do Expresso: o Agrupamento de Escolas de Carcavelos aplica este modelo "nórdico", com sucesso, há já 12 anos! ----------------------------------------------- COM JC JUNKER Conheco-o há muitos anos - ainda ele era um jovem Secretário de Estado, responsável pelas questões do trabalho e da imigração. Um bom aliado dos trabalhadores portugieses. As suas afirmações sobre a torika não me surpreendem. Sempre gostei dele. Continuo a gostar e, como se vê, tenho boas razões para isso ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ ICH BIN ( nicht) EIN BERLINER Asssim falaria, provavelmente, Kennedy hoje... É mais ou menos isto o que tem dito Obama sobre a nova Alemanha - pós queda do muro e reunificação - e as suas políticas de austeridade, a troika, a Grécia, o futuro de uma Eurpa subjugada pelo egocentrismo germânico, . É o que digo com crescente sentimento de revolta, apenas alterando "ein" para "eine" - "um" para "uma". Já não somos berlinenses. Berlim, capital da Alemanha é agora a capital da Europa, contra a Europa... Teremos de ser cada vez mais gregos. para sermos europeus em liberdade... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 12 de dezembro de 2016 O melhor PORTO Numa pequena entrevista dada a "O Jogo", nas vésperas do Porto- Braga, ou seja ainda em período de crise de golos, não ilibei das responsabilidades o treinador, não me queixei da insuficiência do plantel e fui absolutamente contra a compra de reforços de inverno. Na minha opinião, os reforços já lá estavam, mal aproveitados. Sinto-me profeta! Foi, é certo, preciso uma infeliz lesão para que Espírito Santo recorresse ao mais brilhante jogador que tem à disposição - Brahimi, é claro! Um verdadeiro ala. E, como do outro lado, escolheu outro extremo de grande classe, Corona, tudo ficou mais fácil. Contra o Braga, o Leicester, o Feirense... O FCP já jogou muito bem (daí eu achar que não carece de reforços), muito mal e assim-assim. A ver vamos o que o futuro nos reserva, Se não tinha perdido ainda a esperança, duas semanas atrás, sinto-me hoje mais otimista. Não, contudo, absolutamente tranquila. (e continuo a lamentar a pouca utilização de Rúben Neves... esperando que venha a ter a oportunidade merecida de um lugar no onze, sem ser por lesão de um colega) ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Lopetegui, Peseiro, Espírito Santo... "Somos Porto" à imagem destas cabeças pensantes. Não somos "Porto à Mourinho", nem somos "Porto à Villas Boas". José e André não tinham um grande passado, quando aqui chegaram, mas aqui começaram um grande futuro. E se não havia muito a recomendá-los, não havia também nada contra. O pouco que haviam feito havia sido bem feito! Um no Leiria e no Benfica, o outro na Académica. Não é o paradigma dos que, mais recentemente, têm sido responsáveis por uma longa sucessão de desaires portistas. Lopetegui trazia a marca de maus desempenhos em equipas secundárias e vitórias só em seleções juniores. Uma contratação que me provocou calafrios, desde o primeiro momento. A perseguição a Ricardo Quaresma foi o seu "começo do fim". (uma espécie de versão basca de Co Adriaanse, que perseguiu, da mesma maneira, entre outros, Baía e Diego). Peseiro conseguiu, como era expectável, a proeza de se mostrar pior do que o antecessor. Espírito Santo não prometia, à partida, inverter o caminho descendente do FCP. Porquê? Porque não é muito significativo para um clube como o Porto, o que conseguira no Rio Ave. E o trajeto no Valência revelava, sobretudo, a incapacidade de dar sequência a um início promissor, por mau relacionamento com jogadores. Com alguns dos melhores jogadores do plantel... Não havia nele nenhum Jesualdo em potência! Não me parece que vá saber tirar partido da matéria prima que tem ao dispor. Falta-lhe humildade, falta-lhe carisma, falta-lhe empatia, onde sobra discurso articulado, à mistura com traços de arrogância na hora da vitória e a tendência a negar as evidências em caso de derrota. Choca-me o tratamento que foi dado a Helton, a Aboubakar, a Brahimi, para referir apenas exemplos gritantes. Que bem Aboubakar vai mostrando no Besiktas a falta que faz a este Porto... E o Quaresma! O homem que decide jogos - como aconteceu contra o Bayern, no Dragão. Quaresma não voltará mais. Mas porque será o mágico que nos resta, Brahimi, excluído das escolhas do Espírito Santo? ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ GILBERTO FERRAZ NA BIBLIOTECA JOSÉ MARMELO E SILVA Londres, 22 nov (Lusa) - O jornalista português residente em Londres Gilberto Ferraz destacou o contributo que a sociedade britânica deu para a independência de Timor-Leste da Indonésia, num livro que vai lançar em Lisboa na quinta-feira. Organizações de direitos humanos jornalistas, académicos, estudantes e outras personalidades lutaram pela causa timorense, a qual o antigo correspondente do Jornal de Notícias e funcionário da BBC considera que não tem sido reconhecida. "Timor-Leste - Dívida por Saldar" reúne depoimentos, artigos de imprensa e correspondência diplomática, muitos dos quais inéditos, em que se pretende dar a conhecer o ativismo britânico. "Houve um movimento extraordinário que, quanto a mim, apressou e alertou" a comunidade internacional para a situação, disse o autor à agência Lusa. Gilberto Ferraz contou que, na altura, se limitou "a comunicar a audiências portuguesas o que se passava no Reino Unido sobre Timor-Leste" através dos seus artigos no JN. Durante vários anos, teve acesso a figuras como James Dunn, diplomata australiano que defendeu a independência dos timorenses, ou o prelado Martinho da Costa Lopes. Contactou com jornalistas que escreveram sobre Timor-Leste, como Hugh O'Shaughnessy, e com ativistas como o antigo deputado pelo partido Liberal Eric Lubbock e a defensora dos direitos humanos Carmel Budiardjo. Posteriormente, contou à Lusa, ouviu de Jaime Gama, antigo Ministro dos Negócios Estrangeiros, que esse trabalho ajudou o Governo português na preparação dos argumentos de defesa de Timor-Leste em organizações internacionais. O livro, resumiu, "é uma dívida ao povo britânico pelo que fez pela causa timorense". A obra vai ser lançada na quinta-feira na Fundação Pro Dignitate, em Lisboa, no dia 25 de novembro no Auditório do Jornal de Notícias, no Porto, e no dia seguinte na Biblioteca Municipal José Marmelo e Silva, em Espinho. Natural de Tondela, Gilberto Ferraz, de 82 anos, ingressou no Serviço Mundial da BBC em 1965, onde se manteve durante mais de 30 anos, e foi correspondente no Reino Unido do JN, TSF e RTP. Este ano, publicou um livro de memórias, também em língua portuguesa, intitulado "Por Terras de Sua Majestade". ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 1 de novembro de 2016 SAUDADES DE JOSÉ LELLO - A ÚLTIMA ENTREVISTA JUNHO DE 2016 O meu último encontro com José Lello, no programa de rádio e TV de uma grande jornalista, Maria Flor Pedroso. Ainda bem que aconteceu. Foi um convívio inesquecível, e, de alguma forma, um balanço de relacionamento político e, acima de tudo, pessoal de dois antigos responsáveis da pasta da Emigração - uma Secretária de Estado, um Secretário Estado. Dois Amigos. O link: https://shar.es/1E9hJt ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 23 de outubro de 2016 FCP: um grande jogador à espera de vez, RÚBEN NEVES O que mais me impressiona na história recente do FCP não é nem o défice record nas contas que acabam de ser apresentadas, nem a desolação dos resultados desportivos dos últimos três anos, sem títulos, é o continuado desperdício dos talentos das suas escolas de formação. Ao contrário do que, há muitos anos, se passa com o SCP (de Futre, Quaresma ou Ronaldo até João Mário ou Adrien) e, nestes últimos tempos, com o SLB de Rui Vitória, no Porto parece nunca haver lugar para os seus próprios jovens jogadores. Basta olhar a seleção nacional campeã da Europa e ver de onde vem cada um deles... (a atual equipa do FCP conta com um único campeão da Europa, que pouco jogou em França. e não é da sua formação - Danilo) O caso de André Silva é, agora, a exceção que confirma a regra. Teve a sua primeira oportunidade, demasiado tardia, com Peseiro (perdeu-se a Taça de Portugal, mas ganhou-se uma estrela). Rúben Neves, lançado por Lopetegui, é o caso mais visível de desperdício no FCP de Espírito Santo. Para mim, é o melhor da sua geração. Tem visão de jogo, precisão de passe, classe - classe pura! Quem pode esquecer o brilhantismo com que envergou a braçadeira de capitão na "champions" (aos 17 anos), e com que se estreou na seleção nacional? Há que lembrar a Espírito Santo que o seu muito citado "Somos Porto" não pode ser, apenas, um "slogan". ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 5 de outubro de 2016 Guterres - a vitória do melhor Não tinha certezas de nada, mas achava improvável a vitória do melhor . Nestas grandes organizações internacionais, a escolha de medíocres tornou-se normal. É o jogo de interesses que comanda a escolha - um jogo que produz, de preferência, Ban Ki-moons. Os Guterres são a exceção. Sabendo que em política falar de transparência não significa pratica-la. receava que todo o processo inovador de audições públicas, engendrado para a eleição do Secretário-Geral das Nações Unidas, fosse um simples "fazer de conta". Não foi - e isso talvez se fique a dever, unicamente, à abissal diferença de qualidade que, desde a primeira à última hora, separou Guterres de todos os outros ... e outras. Tão avassaladora que o impôs, em definitivo. António Guterres é mais inteligente e mais culto do que qualquer dos políticos da sua geração, a nível planetário. E quem o conhece sabe que é também - coisa ainda mais rara, nos tempos de hoje e em todos os tempos - um homem de imenso idealismo e generosidade. Por isso, me sinto tão feliz com esta vitória. Inesperada por ser justíssima... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 31 de agosto de 2016 3 golos em ROMA Roma virou um paraíso de Dragões! Quem poderia prever os 3-0 de Roma? Milagre, milagre! Três golos magníficos - de Felipe (na baliza certa), Layún (que veio do banco, para marcar, com toda a serenidade e virtuosismo) e Corona (um "tiro" monumental). Estamos na Champions e o Maxi Pereira, infelizmente, no hospital. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 17 de agosto de 2016 DOIS GOLOS NO DRAGÃO O FCP-ROMA acabou em empate a 1-1, mas os dois golos foram marcados por jogadores do Porto, um para cada lado. Já é o segundo que Felipe (com "e") introduz na baliza errada. Porque não experimentá-lo lá à frente, e contratar dois centrais de grande classe para a retaguarda? Não seriam mais necessários do que o Rafa? Com um Ricardo Carvalho, muito possivelmente, hoje, o FCP teria vencido a partida e chegaria a Roma com mais hipóteses de não sofrer golos. Uma diferença que valeria muitos milhões... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ LOPETEGUI e ESPÍRITO SANTO No futebol não há impossíveis - como, por exemplo, Portugal ganhar um "Europeu" à base de empates. Mas não se prevê, à partida, que o FCP, depois do 1-1 no estádio do Dragão, ganhe a eliminatória, empatando a 2-2, ou vencendo o jogo em Roma. Oxalá isso aconteça! Hoje, custou-me mais ver a forma chocante como RÚBEN NEVES foi tratado pelo treinador, do que qualquer outra coisa. Quando Lopetegui entrou a maltratar QUARESMA, eu escrevi, preto no branco, que avaliaria o basco pelo evoluir do seu relacionamento com aquele fantástico génio do futebol. Digo, hoje, exatamente o mesmo de Espírito Santo face a Rúben Neves. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 11 de agosto de 2016 André Silva e Gonçalo Paciência Gosto dos dois, por igual. Mas, na verdade, como pessoa, até simpatizo mais com Paciência! E acho um pouco estranho que seja considerado prescindível na equipa principal do seu (e meu) clube. Por isso, sigo com entusiasmo a trajetória dos seus golos nos jogos Olímpicos. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 11 de agosto de 2016 Sobre FUTEBOL E POLÍTICA - UMA ENTREVISTA de 2011 Destinava-se a ser publicada, em conjunto com outras (todas dadas por escrito), mas, por razões de vária ordem, não chegou a sê-lo. Estávamos no ano de 2011. Contudo, quatro anos depois, excetuada a enorme frustração por 3 anos sem quaisquer vitórias do do FCP (com a equipa principal de futebol), pouco mudou - não teria muito a acrescentar ao que, então, escrevi. --------------------------------------------------- É SABIDO QUE É ADEPTA FERRENHA DO FCP: A QUE SE DEVE? Ser do FCP é como ser do Porto e de Portugal. Terra-mãe, Nação, clube são parte de mim, ou eu sou parte deles, como queira... "Nasci no FCP", numa família portista - avós, pais, até tios e primos, quase sem excepções. Em linha recta, descendo de portistas desde a fundação do clube. E sempre tive paixão pelo desporto e, mais ainda, pelo futebol. O que eu sofri em criança, porque o FCP não ganhava um campeonato... tinha 13 ou 14 anos, quando conquistou o primeiro título, nas Antas, frente a uma Académica super-defensiva. Um autocarro negro à frente da nossa baliza. Depois, foi a festa inesquecível, todos abraçados, um delírio! Era a equipa de Yustrich, brasileiro de Minas Gerais, de ascendência alemã, um gigante com dois metros de altura, um ícone para a maioria dos adeptos, embora controverso - teve problemas com jogadores e directores do clube. Um dos meus primeiros heróis, por quem conservo, intacta, a fascinação, com pena não o ter conhecido pessoalmente. A última vez que visitou a cidade eu estava noutro continente. A minha vida itinerante, levou-me a perder muitas ocasiões imperdíveis, como esta... NUNCA ESCONDI O MEU CLUBISMO Julgo que quando existe é bom que se saiba, não há razão para esconder. Um deputado da emigração perguntou-me, ainda nos meus primeiros meses de AR, se isso não me seria prejudicial num círculo onde a maioria é, ou, pelo menos, era, largamente, benfiquista ou sportinguista. Respondi "não", porque as pessoas separam as águas. E, se assim não fosse, paciência, mas não renegava a identidade clubista. Duvido que tenha perdido um só voto por causa do futebol. Os emigrantes são mais abertos, frequentam associações ligadas a outros clubes, com eu frequentava, o Benfica de Toronto, o Lar dos Leões de Newark, sobretudo quando era presidido pela Maria João Ávila. Mas o futebol nem sequer pesa muito a nível local, basta pensar no caso muito concreto do Rui Rio : o confronto com o FCP de Pinto da Costa faz parte da estratégia de afirmação pessoal desse autarca. Parecendo que não, ele fez política com o futebol, em nome de uma espécie de superioridade intelectual e ética. e, apesar da cruzada anti-portista, ganha eleições no Porto, para além de ganhar boa imprensa em Lisboa. Isto também é aproveitamento do futebol, é uma parte da realidade, não a realidade inteira. O futebol pode, igualmente, servir, por exemplo, para aproximar homens e mulheres que a política divide. A primeira vez que isto se tornou evidente, na Assembleia da república, foi quando tivemos a ideia de festejar vitórias europeias do FCP, convidando para jantar no restaurante de São Bento, os principais dirigentes do clube. Por graça, alguém falou até de "grupo parlamentar do FCP", com deputados de todos os partidos. A mais viva recordação que me ficou desses convívios foi a dissertação da Natália Correia (portista "por afinidade", via Dórdio) sobre a simbologia do "dragão", parente próximo da serpente da antiga Lusitânia. Os deputados dos outros clubes "compraram" a ideia e estes convívios tornaram-se comuns - sem a mais valia dos discursos de Natália. É sempre simpático o clubismo dos outros, com fair-play - caso do Presidente Jorge Sampaio, que, na cerimónia de imposição de condecorações, quando me colocava a faixa da Ordem do Infante D Henrique me disse: "Está a ver, a sua condecoração até tem as cores do FCP!". E de facto, as cores da "Ordem do Infante" são o azul e o branco (mais uma faixa preta, que não conta, para este efeito...). Jorge Sampaio é especial, em tudo, um "gentleman" para usar uma língua que ele fala tão bem! Penso que a sua postura face ao futebol é a melhor: gosta sem complexos, tem clube coração (o SCP), não mistura política nessa relação afectiva e respeita as opções dos outros. A começar pela da Dona Maria José Ritta, que é algarvia e portista... FUTEBO E POLÍTICA O que é mau é usar as influências de um sector no outro - e infelizmente isso tem-se verificado, por vezes. Não pode evitar-se nem negar-se o facto dos políticos, quase todos, terem o seu emblema de clube, e o de a generalidade dos dirigentes ou adeptos de clubes terem uma bandeira partidária. Impróprio é usarem a sua posição num dos domínios para intervir no outro, dando apoios indevidos, aplicando, ou distorcendo, regras conforme conveniências. Com clara consciência disso, tive sempre uma grande preocupação da isenção, enquanto estava no Governo. Sou jurista e gosto de aplicar o Direito, a direito, como deve ser. A lei é para cumprir, mesmo que prejudique os meus, ou aproveite a outros. Foi o caso da emigração de jogadores do SCP (por puro acaso eram do Sporting), a quem, com um despacho, "abri" as fronteiras, em 1979, por pura convicção jurídica. FCP e SLB estavam na oposição. Foi a altura em que Séninho, do FCP também foi para um "all stars" americano, mas esse tinha idade e tempo de clube tal, como exigido pela PRT (portaria de regulamentação de trabalho), então em vigor, que eu considerei inconstitucional, por prejudicar o direito de livre circulação. Nas comunidades, tratava as delegações locais dos clubes da mesma maneira - são instituições das comunidades, como quaisquer outras, abertas e conviviais. Também não negava o mesmo apoio, se se tratasse do FCP - estive presente no seu histórico 1º congresso de delegações e filiais, que já incluía bastantes delegações do estrangeiro, embora muito menos do que actualmente. O futebol, tal como a cultura em geral, e o folclore em particular, é, na ligação dos emigrantes ao país, importantíssimo. E na relação com os PALOP's, se possível, ainda mais. Nesses países, o povo pode gostar mais ou menos da nossa selecção, mas é ainda parte integrante dos grandes clubes portugueses. São fiéis adeptos! É pena é que esses clubes não considerem prioritário aprofundar contactos. É pena que seja praticamente ignorada pelos governos esta vertente da cooperação. Opinião subjectiva, eu sei. Mas o futebol faz parte da minha vida e da vida de muita gente, com quem me identifico, milhões, por esse mundo fora. Os políticos que lançam um olhar snob sobre o futebol - e aqui são tantos! - não podem compreender isto... Fiz títulos de jornais, algumas vezes, quando respondi que ser do FCP e ser do PSD são coisas de diversa natureza - do clube sou desde o berço até à morte. Ao partido aderi depois dos 30 nos e pode não ser para sempre. Eco nos media tiveram também as "guerras" com Mota Amaral, a partir do momento em que ele resolveu sancionar com falta injustificada a ida dos deputados à final de Sevilha, como convidados do FCP. Na sua maioria nem eram do PSD, eram socialistas. Do PSD, que me lembre, só a Leonor Beleza e eu. Injustificou a falta, porque assistir a um desafio de futebol, não podia, segundo ele, ser considerado trabalho político. "Trabalho político" compreende, em regra, tudo o que deputado entender ser missão sua, enquanto parlamentar. Uma banal exposição, uma entrega de qualquer prémio numa Escola, a inauguração de uma rotunda de aldeia não costumam levantar dúvidas. Se calhar, até uma final europeia de futebol, com outro clube, também não levantava... Escrevi uma carta a dizer que o ser ou não "trabalho político" dependia das circunstâncias concretas, do propósito, do interesse da representação, avaliada pelo deputado, ele mesmo. E acrescentei um exemplo: se um deputado vai numa procissão religiosa, como peregrino, isso não é trabalho político, é devoção. Se for convidado pela Irmandade ou pela Autarquia, ou pelo Governo para estar presente, já pode merecer a qualificação de trabalho político. Segundo me disseram, Mota Amaral tinha feito uma deslocação "oficial" aos Açores, com comitiva e tudo, para assistir às festas do Senhor Santo Cristo. Não contestou a argumentação, mas manteve o "diktat". A final da "Champions", em Gelsenkirchen, no ano seguinte, serviu de segunda volta deste combate. Quando, no final, que o FCP ganhou por três golos, um jornalista lhe pediu um comentário, o José Lello, que nem é portista, respondeu: Porto 3, Mota Amaral, 0... Curiosamente, o comentário, tão bem achado, não foi dado à estampa... Depois de muito obstaculizar as celebrações portistas com as suas deslocadas interpretações regimentais, o Presidente da Assembleia da República não foi convidado para a inauguração do "Dragão" e o grupo parlamentar do PSD terá querido impor, por solidariedade para ele, a ausência dos seus deputados na cerimónia. Não sei ao certo, não estive nessa reunião do "Grupo" - mas noutra, mais plácida, algures no centro da Europa - com pena de perdido a discussão sobre o assunto. Os jornalistas, ao verem-me na inauguração, perguntavam-me, todos, se isso me iria causar grandes problemas. Respondi que não, que um partido democrático tem de permitir que cada um pense pela sua cabeça e decidir o sentido das suas solidariedades. E, se assim não fosse, entre o clube e o partido escolhia o FCP. Fui notícia, a letras gordas, no "Público"... SOBRE MOURINHO Não vou esconder que, no início, tal como, mais tarde, a maioria dos ingleses, achava Mourinho um pretensioso, com ar de galã de telenovela. Insuportável! Os ingleses converteram-se a Mourinho bem mais depressa do que eu. O braço de ferro (ainda que curto) de Mourinho com Vitor Baía retardou a minha "estrada de Damasco" em relação àquela divindade do futebol. Mas sei que aquando da final de Sevilha, já o considerava "especial". E não vou mudar de opinião. Torço por ele, onde quer que esteja, até mesmo no Real Madrid (horror dos horrores, o clube da capital das Espanhas!). Como toda a gente, reconheço que ele é genial enquanto treinador, como portuguesa agradeço-lhe a imagem de Portugal que projecta. No meio do cinzentismo geral dos nossos dirigentes, ele é absolutamente, gloriosamente exótico, turbulento, assertivo, convincente. Já não direi arrogante. O que noutro seria arrogância nele, é afinal, auto-confiança sustentada na excelência em estado puro. Quem mais poderia considerar-se o melhor do todos, com naturalidade, e ser, reconhecidamente, o melhor de todos? Os seus excessos fazem parte do "pacote" global... Assim Mourinho fascina o mundo - e me fascina a mim, também. Mas gostar, gostar, desde o primeiro minuto, gosto de Villas-Boas! No caso dele, ao reconhecimento da "classe" como treinador e como pessoa, junta-se um laço mais afectivo - pelo portista, pelo rapazinho que, ainda "teen-ager", já encantava Robson com as suas teorias. Foi fantástico o percurso no FCP 2010/11! Dentro e fora dos estádios. Tão bom no jogo, como nas conferências de imprensa. Portuense e muito "british". "Um "inglês" do Porto, na melhor tradição da novela de Júlio Diniz, que, quando menina e moça, era a minha preferida. André, onde quer que tenha êxito (e não sei se terá, neste Chelsea, mas terá, mais tarde ou mais cedo...) reparti-lo-à com a cidade e com o País. DSOBRE BAÍA Ao contrário do que aconteceu em relação a Mourinho, a admiração por Baía nasceu logo que o vi a defender a baliza do FCP - tão jovem e já um fenómeno, um super guarda redes. Tão elegante na forma de se lançar à bola, a dar ao futebol aquela "nota artística" que poucos conseguem. Creio que foi o Carlos Magno quem disse que até nos seus raros falhanços, falhava com elegância. Mas, além disso, tornou-se rapidamente, mais do que um simples atleta excepcional - um símbolo de desportivismo e de coragem, de resistência à adversidade que o perseguiu - lesões terríveis e demolidoras campanhas de imprensa, sempre à espera do mais pequeno deslize para o transformar em coisa grande. Teriam feito desanimar qualquer outro. Tudo isso o tornou uma figura carismática, um mito, muito antes de abandonar a carreira. Um eterno rosto do FCP, pelas suas qualidades, mais o seu amor ao clube, tão raro numa época de "profissionalismo", que é uma maneira diplomática de condescender com o facto do futebol se ter tornado um grande negócio, e de os protagonistas procurarem fama e dinheiro, onde quer que isso seja mais fácil. Baía é uma raridade e nele reencontramos o sonho da pureza primordial do futebol. É um de nós, ama o FCP, como nós, e é um dos maiores jogadores portugueses de todos os tempos, o melhor de todos os guarda-redes. Meu Pai dizia "eu vi jogar o Pinga" como quem participou em momentos históricos. Eu poderei contar aos mais pequenos como era o Baía, como um estádio inteiro se levantava e vibrava com a simples menção do seu nome. Para mim, o FCP é sempre o FCP. Mas o FCP de Baía e de Deco (o tal que era melhor que Pelé, como se cantava, em coro, nas Antas e no Dragão) nunca mais terá igual. Há jogadores que, de facto, fazem uma época, para além de fazerem uma equipa, como Deco, que foi, nos tempos do Porto e do Barça, o melhor nº 10 do mundo. O mágico da nossa selecção (e tão mal agradecidos fomos, por fim, com Queiroz). O “magic”, na Catalunha. No Conselho da Europa, tinha um colega catalão, que me dizia: "Não imaginas como o Deco é adorado em Camp No". Ele ia ao estádio. Eu não, mas imaginava. Até pela tv se percebia o ambiente que cercava Deco, e o carinho com que Deco acompanhou o princípio da ascensão de Messi. Que pena não serem da mesma geração! Houve outros mágicos, que vi em acção: Hernâni, Pavão, Cubillas, Anderson (nos poucos meses que jogou no Porto, porque em Manchester já não o deixam jogar assim), “Homens-golo”, como Jaburú, Gomes - outro fenómeno, o "bibota" de ouro, que eu já conhecia da equipa de juniores - ou Jardel, que há-de voar para sempre sobre os centrais, na voz de Rui Veloso, numa canção com letra de Carlos Té. E uma longa lista centrais, que o FCP transfere para as Ligas da Europa, a peso de ouro… Há o calcanhar de Madjer… O “slalom” de Derlei (outro eterno herói, o Ninja!) para a vitória no relvado manhoso de Sevilha. O olhar intenso de Pedro Emanuel, na hora de marcar o "penalty" de Yokohama… E agora o Hulk, esse espectáculo dentro do espectáculo... A verdade é que eu tenho uma paixão de infância pelo futebol e pelo FCP, da qual não vou curar-me nunca... SOBRE PINTO DA COSTA Pinto da Costa é o melhor presidente de um clube de futebol do sec. XX - e continua igual a si próprio no século. XXI. Nenhum clube deve a uma só individualidade ascensão semelhante à que o FCP conseguiu com ele. E, através do sucesso do clube, muito lhe deve também o País. Portugal nunca ganhou com a selecção os títulos europeus e mundiais que o Porto lhe deu, no mais mediático dos desportos. Obviamente, Pinto da Costa não realizou o milagre portista sozinho, soube rodear-se, criar estruturas, escolher bem. É um "case study", a nível internacional, sem dúvida. E a nível interno, também tem um lugar na história, como o único Homem do seu tempo que conseguiu pôr o Porto e o norte na vanguarda de Portugal e até da Europa. A região norte está em alta no futebol e em queda nos índices económicos, no desemprego, no investimento público, no poder político... Qualquer uma das Regiões Autónomas pesa politicamente mais do que todo o Norte. Só no futebol houve uma certa forma de regionalização, de diminuição da desigualdade de oportunidades entre a capital e o resto do País. Isso permitiu ao FCP e a outros clubes, do norte e do sul, vencerem campeonatos e taças, como acontece, normalmente, nos outros países da Europa: a França não se resume ao Paris Saint-Germain, nem a Inglaterra ao Arsenal de Londres, nem a Itália ao Roma, nem a Espanha ao Real _Madrid... Na Alemanha, o título pode ir parar a qualquer cidade, nem sequer fica sempre na Baviera. Em Portugal, antes do 25 de Abril, só dava Lisboa, SLB ou SCP. No futebol, Pinto da Costa desencadeou um movimento que podemos comparar ao da descolonização... Fez, claro, no trajecto, muitos inimigos, tanto pelos resultados alcançados como pelo seu estilo inconfundível. Não podendo vencê-lo dentro do campo, os inimigos tentam o objectivo em jogos de secretaria e em processos kafkianos. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 3 de agosto de 2016 Defesa central? RICARDO CARVALHO Anda o FCP no mercado, à procura de um grande defesa central, depois que se foram Pepe, Bruno, Rolando ou Ricardo Carvalho, o melhor entre os melhores. Li num diário desportivo que o Mónaco prescindiu de Ricardo, ou o Ricardo do Mónaco, não sei bem o que se passou. Sei que aos 38 anos, ele acaba de fazer os jogos de qualificação de Portugal, e todos os jogos da fase de grupo do "Europeu". (um erro de F Santos obriga-lo a jogos de dois em dois dias, porque, a um ritmo normal, ele continua insuperável). Ignoro se já tem outro clube, na China ou nos Emirados, ou se quer partir para a reforma. Mas se não, bem faria o Porto em ir buscá-lo. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 9 de julho de 2016 Quando não ganha o melhor... A Alemanha foi infinitamente superior à França. Esmagou na 1ª parte e teve ocasiões de sobra para marcar na 2ª, mas não os concretizou e a defesa cometeu 2 erros, que deram 2 golos a Griezman... O célebre comentador francês que adjetivou de "nogento" o futebol da equipa de Fernando Santos, se fosse capaz de alguma objetividade, deveria ter usado contra a de Didier Deschamps o mesmo palavrão no superlativo. Eu prefiro falar, como um mais lúcido comentador italiano, dessa equipa como "máquina tática". Ele referia-se apenas a Portugal, mas a França, contra adversário muito superior, colocou-se na mesma categoria... Os "Heróis do Mar" contra "les Enfants de la Patrie" Previsivelmente, não vai ser fácil para ninguém. Eu preferia a Alemanha: 11 contra 11 e nem sempre ganha a Alemanha... (inesquecível o 3-0 de Sérgio Conceição!) O Portugal-França tem sido, ultimamente, 11 contra 12 e, no fim, ganha sempre a França. Para nós. mais perigoso do que Antoine Lopes Griezman, pode bem ser o árbitro. On verra... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 6 de julho de 2016 França ou Alemanha? Ao contrário do que me parece ser o sentir geral dos portugueses, eu preferia ganhar à Alemanha e, até, se for caso disso, perder com a Alemanha. Em primeiro lugar, porque jogamos em Paris e para mais de um milhão de emigrantes, perder ou ganhar com a França, em França, é sempre uma fonte potencial de conflitos. Em segundo lugar, porque a Alemanha é campeã mundial e nos abre vaga na grande "cimeira" do futebol, e, em terceiro, porque não temos tido boa sorte com a França (nem boa sorte nem boas arbitragens). ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ SANTOS, O PRAGMÁTICO As vitórias de Santos começam sempre na defesa. E, neste campeonato, o guarda redes, e os centrais, todos eles (os dragões Ricardo Carvalho, Pepe e Bruno e, também, Fontes) têm sido a alma da equipa... Gostaria de ter visto os Ricardos em campo, mas com Santos não se pode ter tudo. E o Bruno fez, assim, a sua estreia auspiciosa, esteve muito bem. Ganhámos sempre sem brilho, mas, desta vez, ao menos, ganhámos com mérito! Claro, é um futebol atípico, mais helénico do que lusitano. No nosso caso, não podemos dizer que "a sorte protege os audazes" - bem pelo contrário, tem protegido os pragmáticos. E que continue a proteger até ao fim! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 19 de junho de 2016 O MUNDO NUMA MALA - um pequeno testemunho O Mundo numa mala, livro fascinante, em que a mala passa de mão em mão, de geração em geração, ao longo de meio século, pelo espaço que liga o oriente e o ocidente da Europa ao seu centro alemão ... Mala- simbolo que prefigura a partida. A mala metálica dos munumentos ao emigrante, a mala de cartão que ele transporta, a mala intangível do seu mundo de projetos, que vai enriquecer-se de vivências. Livro sobre o português Armando de Sá, o milionésimo Gastarbeiter recebido em festa na Alemanha de 1964. Um rosto para a história, simbolizando as infinitas histórias da emigração. Do homem símbolo partimos com as Autoras ao encontro do homem concreto e da sua mensagem intemporal: só a emigração pode fazer mais Europa e um mundo melhor. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 8 de junho de 2016 QUARESMA EM AÇÃO Quaresma é o mais genial jogador de futebol da sua geração. Provou-o hoje na seleção nacional. Simplesmente fantástico! Absolutamente Harry Potter... Na sua primeira passagem pelo Porto, eu ia ao Estádio do Dragão só para o ver fazer... o impossível. Na segunda passagem, também. E ainda não recuperei do desgosto de o ver empurrado para fora do Porto, por um dos piores treinadores de sempre a exercer a profissão num clube em Portugal. Como puro talento não há quem se possa comparar a Quaresma. Talento inato, que não se ensina, nem se aprende. Mas aprendeu outras coisas - por exemplo, a lidar com maus treinadores. Resistiu a Lopetegui. Não lhe deu motivo algum para o dispensar, embora tenha sido dispensado por esse grande perdedor, que, até ser ele próprio dispensado, decidiu sempre tudo livremente. Muito mal, é claro. A maior perda do FCP na última temporada não foi J Martinez, nem Oliver, nem Danilo (o brasileiro), - como não seria, se tivesse saído, o celebrado Brahimi. Foi Quaresma. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 6 de março de 2016 DR JM GODINHO: AMIGOS, POLÍTICAS Á PARTE O Dr. José Magalhães Godinho foi um excecional Provedor de Justiça. A meu ver, exerceu as funções como nenhum outro, por muito bons que alguns dos seus sucessores tenham sido. Com coragem, generosidade, humanismo, para além da sua experiência e sabedoria jurídica. Foi assim toda a sua vida! O seu curriculum como advogado, como resistente à ditadura, dava-lhe uma imensa autoridade moral. E a autoridade moral é a principal força do Provedor, do "ombudsman", na luta pela justiça. É preciso, também, carisma - não basta a competência jurídica, que tinham, com certeza, os apagadíssimos "provedores" destes últimos tempos... Alem de carismático, brilhante. o Dr Godinho era um homem encantador, com sentido de humor, com graça, com uma esfusiante alegria de viver! Criou à sua volta um ambiente de trabalho convivial, onde toda a gente se dava bem com toda a gente. Havia respeito e havia amizade. É de notar que, naqueles anos de 1977/78, a cena política portuguesa continuava agitada, e, todavia, dentro do SPJ, política não era tema que se debatesse, nas pausas do trabalho. Com uma exceção: as minhas habituais discussões com o Dr Godinho... Eram muito estimulantes, porque estávamos, quase sempre em desacordo - ele um Soarista convicto, eu uma prosélita das virtudes de Sá Carneiro. Ainda por cima, ambos gostávamos muito de futebol, mas ele era do SLB, eu do FCP... Um dia, dedicou-me esta quadra: Se a querem ver satisfeita E com um ar prazenteiro É darem vivas ao Porto E ao dr Sá Carneiro! --------------------------------------------------- quinta-feira, 3 de março de 2016 UMA MULHER NO LARGO DO CALDAS A liderança feminina de um dos partidos fundadores (ou refundadores)da democracia portuguesa já é dado certo - Assunção Cristas é candidata única no CDS/PP em próximas eleições. Inédito neste partido de direita, que não na política portuguesa. A fórmula feminina resultou, ostensivamente, no Bloco de Esquerda, com protagonistas de última geração. Outros se preparam para a seguir - com a norta curiosa de a figura de Cristas ser a de mulher e mãe de várias criancinhas - até agora, a única ministra a dar à luz em funções governamentais. Fora deste enlace de género e geração esteve, como é óbvio, Manuela Ferreira Leite à frente do PSD, ou Maria de Belém como presidente do PS (lugar mais honorífico do que executivo). mas são sinais importantes. Como exemplo acabado de miniginia, resta o PCP - e não se vê que vá mudar tão cedo, se é que pode mudar algum dia... Masculino, como o cante alentejano! Esta descoberta do "filão feminino" lembrou-me uma história verídica passada comigo. em S Diego, no ano de 1982. Um dos meus amigos nessa comunidade era Paulo Goulart, açoreano com um espírito e um rosto bem portugueses. Na comemoração anual da descoberta da Califórnia pelo navegador, nosso compatriota, era sempre ele que o representava num simbólico desembarque, vistosamente trajado à época, comno num filme de Hollyood. Tinha o seu próprio programa de rádio e era muito popular na nossa comunidades. Numa das muitas visitasa São Diego dei-lhe uma entrevista, finda a qual me convidou para almoçar. Um restaurante com vista para o mar. Poderia julgar-me em Lisboa ou Cascais, se não estivesse a comer tubarão grelhado... A meio da conversa, Goulart comentava os Secretários de Estado e deputados que já tinham passado por ali.E, com a franqueza que lhe era habitual, disse-me: Só há dois de quem nós, realmente, gostamos - de si e do João Lima (meu antecessor na pasta e , então, deputado do PS pela emigração). Parou, olhou para mim e acrescentou: "Pensando bem, ele tem mais valor, porque é homem e socialista". Continuámos a saborear o tubarão, mudámos de tema. Mas eu nunca mais esqueci a frase - tão surpreendente para mim. Não quanto ao antisocialismo do americano ou luso-americano comum, mas quanto às vantegens de género - para uma mulher. Nunca me tinha ocorrido, mas Goulart tem com certeza razão. Para uma mulher é, muitas vezes difícil chagar ao cargo... mas, depois, não é assim tão difícil agradar ao eleitorado... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 2 de março de 2016 O ÚLTIMO TANGO NO RIVOLI O último tango, de Giuseppe Iacono. Fantasporto Ir no Rivoli vale, eventualmente, pelo filme, vale sempre pelo regresso ao mundo mágico da cinefilia dos anos 50 do do século passado, que abrangeu a minha vida dos oito aos 18... Tinha, então, duas paixões, que perduram: a 7ª arte e o espetáculo do futebol. Cinema, as mais das vezes, com o Avô Manuel, o Estádio das Antas, a partir de 52, com o Pai. O Rivoli foi um dos que primeiro recebeu, no Porto, o grande ecrã do cinemascope (que nos trouxe muitas operetas em cenários de "western", com ou sem tiroteios). O meu Avô paterno era melómeno, preferia musicais, quer fossem sobre Tchaikowsky, ou com a Dietrich ou, no género mais ligeiro, espetáculos como "7 noivas para 7 irmãos". Não havia classificação de filmes para os mais pequenos. Vi de tudo em criança, até, estarrecida, o grande final de "Duelo ao sol". Sangue, unhappy end, como neste último tango... Gostava de tudo, antes de mais, de ver as pesadas cortinas de palco a abrir lentamente, quando as luzes se apagavam... Ainda hoje, às vezes, vou a filmes menores só para viver esse momento. Depois, quando não gosto da "fita", aaio, discretamente.. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sexta-feira, 22 de janeiro de 2016 A PRE HISTÓRIA DAS "SUBVENÇÕES" Finalmente, sobre este tema,uma análise inteligente num debate sereno - na "Quadratura do círculo" (só podia ser na Quadratura...). Com abordagens várias, todos disseram coisas com as quais, pessoalmente, concordo. Mesmo Pacheco Pereira, que foi o mais crítico do sistema. As subvenções foram, de facto, uma forma ínvia de justificar a desindexação dos vencimentos dos políticos aos dos altos cargos da administração pública, feita durante os governos de Cavaco Silva... aqueles governos em que os secretários de Estado passavam a ministros e os chefes de gabinete a secretários de Estado... Os vencimentos do pessoal dos gabinetes e dos altos quadros da função pública, muitos deles saídos da máquina partidária, quando não diretamente das "jotas", eram a prioridade. Autarcas e deputados não eram! A desindexação significou uma "widening gap" em favor dos primeiros e em desfavor dos últimos. A pretexto de que estes tinham uma espécie de pagamento diferido: a subvenção. Eu estava no Governo, não na Assembleia, quando o regime das subvenções foi aprovado (ao que parece uma proposta redigida pelo grande legislador que foi Almeida Santos). Porém, já estava na Assembleia quando aconteceu a fatídica desindexação e lembro-me bem de que o principal argumento aduzido, numa tentativa de a tornar mais aceitável, foi, ao menos nos bastidores, a existência do tal subsídio vitalício. Meios ínvios de atingir fins não muito explícitos... Se a indexação se tivesse mantido, a subvenção estava incorporada no montante da pensão! Por isso, os políticos que foram então prejudicados, continuam a sê-lo, agora como os "maus da fita"... Eis os antecedentes deste imbróglio. Tem razão Pacheco Pereira. Tem razão Manuel Alegre. Tem razão Maria de Belém. --------------------------------------------------------------- UMA IMFAME CAMPANHA POPULISTA Assim falou Manuel Alegre (bem!)sobre a vergonhosa demagogia que colocou no centro da campanha eleitoral uma questão que verdadeiramente nada tem a ver com os poderes e o exercício do cargo presidencial - as subvenções vitalícias. Matéria que pertence ao domínio da competência da Assembleia da República, em relação à qual o Presidente apenas pode fazer o que, com mais cerca de 30 deputados, fez Maria de Belém: suscitar a sua inconstitucionalidade. A meu ver, mais do que um direito, suscitar a inconstitucionalidade do que é inconstitucional não é um direito, é um dever dos deputados. Maria de Belém cumpriu o seu dever! quarta-feira, 20 de janeiro de 2016 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ TONY CARREIRA e um incidente pouco diplomático Quem não se regozija com a atribuição a Tony Carreira de uma alta condecoração francesa? Chevalier des Arts et des Lettres! Um honra para o cantor, que ele quis partilhar com os portugueses de França, seus incondicionais admiradores. Pena é que um acontecimento, que devia ser de grande alegria para todo o país, acabasse no centro de um imbróglio diplomático (difícil de compreender e de justificar...), provocado pela inabilidade de um embaixador. Tony Carreira pediu para receber a condecoração na Embaixada de Portugal em Paris. A resposta foi negativa, a pretexto de que não faria sentido a entrega de uma distinção estrangeira na sede de uma representação nacional (versão do próprio diplomata, de viva voz nos "media"!). Pode até aceitar-se a desculpa. Inaceitável é que Sua Excelência não tenha recebido Tony Carreira nos salões da residência oficial, ou na chancelaria, para o felicitar, aproveitando o encontro para, pessoal e civilizadamente, dar explicações sobre os motivos que não lhe permitiam corresponder ao pedido. Se assim tivesse procedido, seguindo regras não escritas de respeito e cortesia por um ilustre compatriota, nada disto seria (triste)notícia. Conheço, felizmente, muito diplomatas que, por altura de tão prestigiante condecoração, onde quer que houvesse ocorrido, teriam tido o bom gosto e o bom senso de se associar à homenagem, em vez de a ensombrar. terça-feira, 10 de novembro de 2015 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 11 de dezembro de 2017 CONDECORAÇÕES NO MASCULINO Dizer "condecorações no masculino" é quase um pleonasma, de tão raras que são as femininas. Portugal condecora muito, mesmo muito, em termos comparativos, mas, em regra, apenas homens. Assim aconteceu, recentemente, no Porto, pela mão do Presidente Marcelo. De uma assentada foram sete. Sete magníficos! Segundo a lista publicada pelo JN: Germano Silva, Valente de Oliveira, Amândio Seca, José de Oliveira, João Casal, Avelino do Carmo, Eduardo de Sousa. Oriundos do meio académico, cultural, empresarial. Nada contra - alguns conheço, são amigos que admiro, e os outros serão, decerto, igualmente merecedores. Em todo o caso, fica a pergunta: não há no Porto uma, ao menos uma, ilustre senhora a distinguir, do mesmo modo? Parece que não. De todos os presidentes da Republica do pós 25 de abril, só Jorge Sampaio se preocupou em olhar em volta e descobrir valores na metade esquecida da sociedade portuguesa. Começou por o fazer numa data simbólica do combate das mulheres pela igualdade - o 8 de março. Algumas teriam preferido o 10 de junho... Eu não - gostei que tivesse sido assim, como uma chamada de atenção não só para as individualidades, como para a discriminação que ainda as atinge enquanto sexo, ou género. Ou seja, para a regra e não só para as exceções. Recebi, em Braga, a par de outras colegas que, por largos anos, haviam servido no Governo da República, ou. em outros cargos e domínios, a minha condecoração (a Grã-Cruz da Ordem do Infante Dom Henrique, pelo trabalho feito nas comunidades do estrangeiro). Ter acontecido num 8 de março e por decisão do Presidente Jorge Sampaio, aquele com quem mais me identifico com feminista, acrescentou imenso ao significado do gesto em si. Agora, cerca de 20 anos depois, pensando nas cidadãs Portuguesas, que, dentro e fora do País, sem qualquer reconhecimento oficial, se envolvem em atividades cívicas ou profissionais, no voluntariado e na luta contra todas as formas de discriminação, tinha de fazer este reparo... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 9 de outubro de 2017 AS MINHAS MEMÓRIAS DE RUTH ESCOBAR Foi num jantar na residência do Cônsul-Geral em São Paulo, que conheci a Ruth. Nunca mais me cruzei com aquele nosso diplomata, que era bastante jovem para posto tão importante e extremamente simpático, comunicativo e elegante. Um homem encantador! Eu era, então, deputada pelo círculo "fora da Europa" e nessa qualidade visitava o Estado. Recebeu-me~, a mim e a outros deputados, esplendidamente, com um jantar para o qual convidou personalidades interessantes da nossa comunidade. A meu lado ficou Ruth Escobar, que eu conhecia de nome, como toda a gente (ao menos no Brasil, não em Portugal, onde à partida, os emigrantes são esquecidos e só muito poucos conseguem a merecida notoriedade...). Grande atriz de teatro, produtora, empresária, mas também uma lutadora pela democracia, que levantou a voz no tempo da ditadura e acabou sendo pioneira da participação política feminina. Na verdade, foi, em todo o Brasil, a primeira mulher eleita deputada a uma Assembleia Legislativa estadual - e logo no Estado de São Paulo... Candidatou-se ao abrigo do estatuto de igualdade de direitos entre portugueses e brasileiros, como portuguesa, sem nunca ter pedido a nacionalidade brasileira. Ruth era extrovertida e divertida. Começámos por descobrir que éramos do Porto, que víamos e amávamos a cidade da mesma maneira. Falámos das ruas, dos bairros velhos, da ribeira, da Foz, das festas, dos liceus, do estado da política, do Terreiro do Paço, de machismo e do feminismo... De imensas coisas. As afinidades eram inúmeras. E ríamos, ríamos... Parecíamos, embora não fossemos, amigas de longa data. que punham a conversa em dia. Até o nosso Cônsul caiu nessa suposição. Recordo o seu ar de espanto, quando lhe disse que não, que nos encontráramos pela primeira vez, graças à sua hospitalidade. À distância de tantos anos (não sei quantos, mas diria que esse convívio aconteceu em 1982 ou 83) guardo dessa noite memorável, também, o meu quinhão de surpresa ou espanto. Não só pela personalidade eletrizante de Ruth Escobar, o seu brilho e carisma, mas, acima de tudo, pelo facto de ela estar tão bem integrada no Brasil continuando tão portuguesa, a par de tudo o que se estava a acontecer, como se tivesse chegado na véspera do Porto, nossa terra, nossa primeira afinidade. Voltei a encontra a Ruth, várias vezes, em São Paulo e em Lisboa. O segundo encontro até chegou, ao contrário do primeiro, às páginas sociais da imprensa - e incuiu Natália Correia, que estava em S Paulo com uma agenda cultural intensa. Nova ocasião de fazer graça e reforçar amizades. E na última vez em que voltámos às conversas de tertúlia, do lado de lá do Atlântico, ía integrada numa delegação parlamentar e fomos todos convidados para assistir à mais recente produção da Ruth - a teatralização de "os Lusíadas", um espetáculo muito bem conseguido, que ela, depois, trouxe a Lisboa. Mulher vanguardista, cosmopolita e tão fiel às origens, como o comum dos emigrantes! Vi ainda a Ruth, de novo, mais chique e imponente do que nunca, numa sumptuosa festa em São Paulo, já no século XXI. Mas a sua memória esmorecia e não deu para recordarmos o Porto da nossa juventude. Mesmo assim, foi bom revê-la, já mais como mito do que como simples pessoa e pessoa simples. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 3 de outubro de 2017 CONTRA RAJOY E CONTRA FELIPE Uma barbaridade a intervenção das forças policiais contra o Povo catalão, cujo único crime era querer votar num referendo, Pouco importava que o referendo fosse inconstitucional - já houve precedente, sem violência, sem afrontamento para além do afrontamento político. Um referendo com mero valor simbólico. Teria bastado a Rajoy proclamar a sua nulidade ou inconsequência jurídica. Se fosse um verdadeiro democrata, se fosse, ao menos, um homem inteligente assim teria procedido. O rei Felipe, numa mensagem medíocre e igualmente pouco inteligente, colou-se a Rajoy. Outro seria o sentido, a recetividade, se tivesse seguido o exemplo de seu pai, o Rei (com letra grande) Juan Carlos, fazendo o pronunciamento em língua catalã. Mesmo que dissesse as mesmas tíbias palavras, faria toda a diferença... Assim o receio com que se fica é que tenha acabado a Espanha e que ele seja já somente o rei de Castela e seus domínios... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sexta-feira, 23 de junho de 2017 UM RÚBEN NEVES ASSOMBROSO 1 - Desde que Lopetegui "descobriu" Rúben (descoberta que foi a única herança positiva deixada em duas temporadas devastadoras), tornei-me uma incondicional desse verdadeiro fenómeno do futebol português, e não só do futebol portista). No meu programa desportivo preferido, que é o "Mais futebol" da TVI 24, onde todos são mestres da matéria e gente civilizadíssima, que nunca grita nem se irrita, nem nos irrita (caso rigorosamente singular em todos os programas congéneres), a classe de Rúben tem sido bem sublinhada. Há muito tempo que os três, neste aspeto consensualmente, afirmaram que, entre Rúben e Danilo, preferem Rúben, sem sombra de dúvida. Eu também... Danilo é ótimo, Rúben é melhor! Hoje, mostrou-o, uma vez mais, num jogo em que, infelizmente, a seleção sub-21 foi eliminada, pela diferença de apenas um golo, apesar de ter ganho por 4-2. Rúben foi "assombroso"! (não são palavras minhas, são de um dos comentadores). Outro dizia que um jogador assim não pode ficar sem jogar no seu clube (exatamente o que penso...), e o terceiro escolheu expressões, que eu própria sempre uso, para caraterizar este jovem médio, como "maturidade", "inteligência", "excelência". 2 - Nuno Espírito Santo, que ao contrário de Lopetegui, me parece ser um homem bom, nunca me convenceu como treinador de um clube que quer ser campeão. Antes mesmo da época começar, eu considerava-o um erro de "casting", igual a Lopetegui ou a Peseiro. Mas a "prova dos nove" foi o não ter sabido valorizar Rúben Neves (não só Rúben, todavia, os outros casos são, digamos, menos escandalosos). Agora, está onde deve estar, na Inglaterra, num clube secundário de um campeonato secundário. 3 - Em relação a Sérgio Conceição são muito diferentes os meus sentimentos. Foi um jogador fantático! (e eu adoro génios, como Deco, Quaresma ou Ricardo Carvalho...). Contudo, se ele não souber fazer um onze que tenha Rúben como referência, continuarei a lembrar o seu talento e garra nos relvados, mas com dúvidas sobre o seu sucesso à frente da minha equipa, em 2017/18... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ terça-feira, 31 de janeiro de 2017 A TAP CONTRA O PORTO E EU CONTRA A TAP A ver o programa de informação da RTP 3, fico a saber que a TAP, nos voos intercontinentais que desviou do norte, pratica preços muito mais baixos a partir de Vigo do que a partir do Porto (mais de 700 euros de diferença). Contava Luis Costa, o comentador do programa, que um seu amigo portuense, escolheu viajar com a British por um preço intermédio. Eu faço exatamente o mesmo, como meio de resistência cívica à companhia regional de Lisboa, que deixei de considerar nacional. Com a TAP, agora, só mesmo se não houver alternativa... Mas há! Sempre que posso, vou com o grupo AIR FRANCE, quase sempre com a KLM, que é excelente e me permite revisitar, por umas horas, a lindíssima cidade de Amesterdão. Foi o que aconteceu em novembro passado, no trajeto Porto - Newark -Toronto - Porto, via Holanda. Custo do bilhete, com todas aquelas ligações: 750 euros. Com a Tap ficava quase pelo dobro. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 29 de janeiro de 2017 TRUMP E TRUDEAU Em comum, apenas o "T" no início dos apelidos. Trump a banir refugiados muçulmanos por decreto presidencial. Trudeau a abrir, a todos esses refugiados, as portas do Canadá. Querem apostar quem ganhará o futuro? É uma primeira lição para os que procuram, desde a primeira hora, "normalizar" Trump e o trumpismo. A tarefa vai revelar-se impossível, mesmo para os mais esforçados. Tudo isto é medonho, desumano, atentatório do Direito internacional. Não faz o menor sentido e é apenas o começo... Porquê os 7 países escolhidos na lista fatal? Porquê, se os líderes terroristas do 9 de setembro eram da Arábia Saudita, que nem consta dessa lista?... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 19 de janeiro de 2017 TRUMP: MAKING RUSSIA GREAT AGAIN? Yes, he can... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ MÁRIO SOARES AS MEMÓRIAS DO TEMPO FUTURO Imperdível a série de programas, com este título que a RTP 3 passou, de novo, há dias. São entrevistas de quase uma hora, a Mário Soares, sobre os tempos da ditadura, do PREC, do renascimento da democracia. É na verdade, uma autêntica "autobiografia oral" Guardei em arquivo, na" box", para ver muitas vezes, e tenho recomendado a todos os amigos que façam o mesmo. A meu ver, seria ideal editar a série inteira em DVD, para ser mais acessível ao grande público (eu sei que agora se vai à NET, procurar em RTP-Play, mas prefiro o velho DVD e, como eu, haverá ainda muita gente... Ontem, tive uma simpática conversa num alfarrabista, uma conversa a três - o proprietário, um outro cliente e eu. Procurava uns antigos mini cadernos com biografias de jogadores de futebol dos anos cinquenta (do FCP de Yustrich), coisa que não consegui. Os dois senhores comentaram que raramente havia mulheres a pedir literatura sobre futebol, eu, não tendo dados para discordar, lembrei que agora os estádios estão cheios de raparigas Eles não pareciam muito convencidos de que elas lá fossem pelas mesmas razões dos homens, isto é, para ver o jogo... Palavra puxa palavra, não sei como, do enfoque no desporto transitámos para a política. Soares, Sá Carneiro, Mota Pinto... O outro cliente era, afinal, um colega, advogado formado por Coimbra, como eu, mas muito mais novo. Mário Soares esteve, naturalmente, no centro da conversa. O advogado nunca tinha votado em Soares, o livreiro, julgo, era um eleitor fiel e eu uma votante da 25ª hora, da sua última e épica campanha presidencial. Todos nos confessámos seus grandes admiradores. O jovem advogado, que fora aluno de Mota Pinto, de quem gostava imenso, lamentava não ter tido o privilégio de privar com Soares. Perguntei-lhe se tinha visto as entrevistas da RTP 3. e como ele respondeu afirmativamente, disse-lhe: "A maneira como o Dr Soares conta história e peripécias é exatamente como as contava num pequeno grupo de amigos". Por isso, essas memórias gravadas em vídeo são um delicioso convívio com um Dr. Soares, que permitirá a gerações futuras, um encontro intemporal com a figura política maior do século XX português. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 15 de janeiro de 2017 O PRAZER DE VIAJAR COM ELES ELES - Maria Barroso e Mário Soares! As viagens em que os acompanhei foram poucas, mas memoráveis. Ninguém exprimiu melhor a sensação de bem-estar e liberdade que todos sentíamos do que a mulher de um Ministro PSD, ao lado de quem partilhei a fila do avião. "Com estes, tudo é permitido, com os outros (a dupla conjugal que ocupava a residência de São Bento) tudo parece mal! Se falo um pouco mais alto, repreendem-me de sobrolho levantado, se faço uma compra, é como se estivesse a arruinar as contas externas do país" . Rimo-nos imenso, ela pertence ao clube da gente divertida! Com o casal Soares tudo se passava ao contrário. Um exemplo: quando íamos em rota para a África do Sul, com um avião cheio de empresários, jornalistas, funcionários, políticos, etc, numa algazarra medonha, já o Presidente dormia, tranquilamente, e a Drª Maria de Jesus tentava dormir, dei-me conta da nossa inconveniência e fui eu que tomei a iniciativa de pedir silêncio coletivo... Uma viagem de sonho, em que estivemos com Mandela e o Bispo Tutu, vimos as mais belas paisagens do Cabo e assistimos ao doutoramento "honoris causa" de Mário Soares na famosa "Witts" (na" Witts", suponho, mas não tenho a certeza). De qualquer modo, uma sessão colorida e soleníssima. O nosso Presidente, espantando a audiência, falou de improviso, e muito bem, enquanto os demais liam discursos pelo papel. Com o seu chapéu de doutor, que lhe ficava bem - tudo lhe ficava bem, qualquer que fosse a cor e o design. Tal como na URSS, dividi o meu tempo pela programação do Presidente e da Primeira Damas (sempre tive um especial carinho pela Drª Maria Barroso, com quem 10 anos depois haveria de correr as comunidades da diáspora em quatro continentes). Na altura, havia um movimento para a convencer a candidatar-se à presidência, movimento que eu estimulava, naturalmente. Mas não podia estimular por perto do Dr Soares, que era contra e se irritava, de verdade, com a mais leve menção da hipótese. O General Azeredo (de quem gostava imenso e com que depois partilharia a candidatura autárquica no Porto, na mais excêntrica e deliciosa das campanhas eleitorais - ele à Câmara, eu à Assembleia), preveniu-me, atempadamente... Creio que ele também era a favor, mas abstinha-se de o manifestar. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 11 de janeiro de 2017 INTERPELAÇÕES SEMPRE SIMPÁTICAS O Dr Soares tinha uma forma muito simpática de fazer pequenas provocações, Uma maneira de "forçar a nota", que tinha sempre graça e nunca ofendia. Eu tinha a fama mais do que o proveito de viajar muito Na verdade, como Secretária de Estado de uma emigração espalhada pelo mundo, depois como deputada da emigração Fora da Europa ou membro da Assembleia do Conselho da Europa fiz possivelmente mais horas de voo do que muitas hospedeiras de bordo, mas não eram excursões turísticas a países exóticos, eram deslocações regulares aos mesmos destinos - as maiores comunidades portuguesas, Brasil, Canadá, EUA, África do Sul, Venezuela, sem esquecer algumas mais distantes, mais antigas, mais pequenas. Quero dizer, fui vezes vezes sem conta a Paris, Estrasburgo e Bruxelas, assim como ao Rio, a Toronto e Montreal, a New Jersey ou a Connecticut, a Joanesburgo, Kinshasa ou Caracas, e apenas uma vez ou duas às Bermudas, a Goa, Malaca, Curaçau, Havai, Austrália ou Suazilândia. Hoje em dia, os meus sucessores viajam mais intensivamente, e isso é visto com mais naturalidade... E o certo é que o próprio Dr Soares conhecia mais mundo do que eu, mas quando se falava de um qualquer país longínquo num grupo onde eu estivesse, voltava-se para mim e perguntava:: "A Srª Drª já lá esteve?" Nem sempre tinha estado....mas, em qualquer caso, achava graça... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 1 de janeiro de 2017 MOTA PINTO NO SEU TEMPO POLÍTICO Acabo um ano e começo outro a ler uma muito interessante biografia de Mota Pinto, lançada no dia 16 de dezembro, no auditório do Museu Soares dos Reis. São cerca de 800 páginas, de uma tese de doutoramento, excelentemente documentada, sobre um dos políticos mais importantes do Século XX, e não só sobre o Homem, mas sobre o seu tempo político, que se inicia imediatamente após o 25 de abril e vai até ao ano da sua morte tão prematura, em 1985. Um trabalho que estava, em larga medida por fazer. O enfoque sobre a espantosa aventura da democratização do País, não esquecendo, o que por vezes demais tem acontecido, uma das suas figuras principais, Mota Pinto, sem a qual o curso da História teria sido outro, mais incerto e mais moroso em direção à meta da alternância partidária na governação - que marca a transição para a plena democracia. O IV Governo Constitucional, de iniciativa presidencial, é certo, mas legitimado pelo parlamento, foi no pós revolução o primeiro que se pode considerar como tal. E por isso, na posse do VI Gov Const Sá Carneiro falaria do seu como o primeiro governo de alternância, resultante de uma eleição livre (até então tinha sido sempre o PS a liderar, como partido mais votado pelo povo, ainda que não maioritário. A Mota Pinto se deve o mérito de provar que a agitação da rua não valia mais do o sufrágio, que o país era governável, pelo menos, à esquerda ou ao centro (a que se chamava direita, como se chamou ao IV e VI Governos, apesar de o não serem...). Não foi o único, nem o mais pequeno dos seus méritos| E graças a ele, à prova provada da governabilidade à direita do PS, se construiu a vitória da AD... Sempre assim pensei! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ domingo, 21 de outubro de 2018 SOBRE O NOSSO CÔNSUL EM MELBOURNE O Dr. Carlos Lemos vem a Monção matar saudades dos tempos de juventude e conversar com os seus conterrâneos sobre o livro em que conta a história da sua vida. É a vida de um dos portugueses, de um dos minhotos mais viajados e mais cosmopolitas, da sua geração, cujo percurso, nos quatro cantos da terra, se cruzou com personalidades extraordinárias e fascinantes - vultos da cultura, da diplomacia, da política, alguns dos quais de renome universal, Através de entrevista coletiva em que todos são convidados a participar, poderemos acompanha-lo numa longa viagem de memórias que atravessa épocas, regiões, continentes, desde remotos lugares da Serra da Peneda, onde, menino pobre, pareceria condenado a crescer e trabalhar num confinamento insuperável, até aos espaços imensos, onde o levou o gosto da aventura e uma insaciável vontade de conhecimento. O jovem Carlos Lemos vai do Minho a Timor, atravessa os mares, ajuda a desbravar matas virgens, nas margens de rios africanos. a mapear as costas das possessões portuguesas do Índico só Pacífico, depois os desertos australianos, e na Oceania se converte ao destino tão português da emigração, com a sua inata facilidade de conviver e a arte de fazer bons amigos. Cabe-nos fazer perguntas a este admirável minhoto, que é um excelente conversador, para descobriremos episódios marcantes, do seu passado em Monção, ou em cidades longínquas como Lourenço Marques (agora Maputo), Durban, Dili, Canberra, ou Melboune, onde de topógrafo (a profissão que foi o seu passaporte para novas fronteiras) se converteu em professor universitário, em líder de uma comunidade nacional, então a emergir do anonimato, e, por fim, em diplomata. ao serviço de Portugal, da lusofonia e do diálogo entre os Povos, com uma ação de tal modo notável, que foi, igualmente, reconhecida com altas condecorações dos Estados Português, Timorense e Australiano ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ segunda-feira, 2 de julho de 2018 A CIDADÃ MARIA BARROSO (JORNAL AS ARTES ENTRE AS LETRAS , dedicado ao PATRIMÓNIO HUMANO) O NOSSO PATRIMÓNIO HUMANO - A CIDADÃ MARIA BARROSO Entre os nomes que constituem o nosso imperecível património humano, há os que revelam a dimensão da cultura portuguesa, na sua essência universalista e fraternal. Um desses nomes é o de Maria Barroso, a maior figura feminina do século XX, a mais intemporal, a mais inspiradora. Cidadã, por excelência, em décadas de participação cívica, cultural e política, que lhe dão lugar na história da democracia, do feminismo, do teatro, do ensino, da lusofonia... Mulher símbolo de dedicação à "res publica", com um percurso de intervenção anterior ao encontro de destinos com Mário Soares, depois com ele continuado, tanto na resistência à ditadura, como na construção de um país democrático e reaberto ao mundo. Corajosa e solidária, ícone de elegância e perfeita diplomata, soube apoiá-lo com uma amável cumplicidade, sem nunca se apagar na sua sombra, ou esconder a independência de espírito, e uma forma própria de estar na sociedade e na política. A jovem revolucionária, que usava a força da palavra, como arma de combate pela liberdade, nos palcos do teatro, nas arenas políticas, ao qual não hesitou em sacrificar a vocação artística e a carreira docente, viria a ser a primeira senadora da democracia portuguesa, sem nunca perder a faceta vanguardista, a lucidez e capacidade de dizer "não" a novas formas de exclusão e violência, a violência nos "media", o tráfico de armas... Com um sentido de missão, que uma repentina e emotiva conversão ao catolicismo, levaria a outros espaços e projetos, afirmou-se no plano internacional, no universo da lusofonia e da Diáspora, que, já octogenária, percorreu, incansavelmente, para presidir aos" Encontros" para a Cidadania e Igualdade. Através da Fundação PRO DIGNITATE, de fora da política partidária, levou a cabo obra notabilíssima e ainda insuficientemente conhecida - caso do seu papel no início do processo de paz em Moçambique. Com a ideia fulcral de dignidade humana respondia a um inadiável desafio civilizacional do nosso tempo: a criação de uma cultura de paz, justiça e liberdade para todos os povos, todos os indivíduos. Nas suas preocupações e na sua ação não havia favoritos - eram iguais portugueses, timorenses, africanos, imigrantes, refugiados, mulheres e homens de boa vontade... Deu cumprimento a essa causa maior, numa relação de proximidade com as pessoas, em gestos concretos de apoio e companheirismo, com rigor e trabalho árduo, quando não excessivo, no dia a dia, até ao seu dia derradeiro! Na hora em que se despedia de Maria Barroso, o Povo Português, espontaneamente, transformou uma simples cerimónia privada em impressionante testemunho público e consensual de admiração e de saudade. Foi o primeiro sinal de que ficaria na memória do País, pelo afeto e pelo exemplo de grandeza de alma, superior inteligência e infinita energia . Maria Barroso, humanista "muito praticante", ao longo de uma longa vida. Maria Manuela Aguiar Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 04:38 Sem comentários: Enviar a mensagem por email Dê a sua opinião! Partilhar no Twitter Partilhar no Facebook Partilhar no Pinterest segunda-feira, 25 de junho de 2018 O HOMEM DO JOGO Finalmente, Quaresma! No seu primeiro jogo, como titular num Mundial, um golo fabuloso. Gostei da atitude em campo, da trivela, e fora do campo, da entrevista. Sobre as mesquinhas declarações de Queiroz, uma expressiva recusa de comentar. Muito bem. Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 16:43 Sem comentários: Enviar a mensagem por email Dê a sua opinião! Partilhar no Twitter Partilhar no Facebook Partilhar no Pinterest URUGUAI, MÉXICO E COLOMBIA BRILHAM NA RÚSSIA... Nesta primeira fase do Mundial, só as equipas sul americanas me encantaram. O México (de Herrera e Quintero!), a Colômbia (depois que James Rofriguez entrou em campo) e, sobretudo a fantástica seleção do Uruguai. Também, a espaços, o grande Brasil, agora de Coutinho, não de Neimar. Que pena, um duvidoso penalty ter roubado a Portugal o 1º lugar no grupo, dando-lhe como próximo adversário, precisamente, este Uruguai!!! Sabemos que um dos atrativos do futebol é a imprevisibilidade dos resultados, as sempre possíveis vitórias dos "underdogs". Tem acontecido neste campeonato, com razoável abundância - e mais seria se, na 25ª hora, alemães, espanhóis, e outros, não tivessem marcado. Mesmo jogando em casa, a Rússia era muito mais acessível... Resta-nos confiar na sorte habitual de Fernando Santos. Contudo, se formos em frente, como todos desejamos, vou lamentar a pouca sorte dos geniais uruguaios como, obviamente, não lamentaria a dos russos, tão banais e desinteressantes - definitivamente "dispensáveis" do ponto de vista da emoção e da beleza do desporto. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quinta-feira, 7 de junho de 2018 DURVAL MARQUES CONVITE Jantar-Homenagem "Durval Marques" Sexta 15 de Junho de 2018 Estimados Compadres, Comadres e Amigos, Portugal e as Academias do Bacalhau de todo o mundo estão de luto. O dia 10 de Junho de 1968 está histórica e afectivamente ligado à génese da fundação das Academias do Bacalhau, data em que o nosso querido e saudoso Compadre Durval Marques inaugurou oficialmente a primeira Academia em Joanesburgo, por tal razão designada de “Academia – Mãe” e se comemorou também pela primeira vez na África do Sul, o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. Meio século volvido e inesperadamente, Deus o levou. Mas a Família não se destrói pois uma parte dela fica invisível. Pensa-se que a morte é uma ausência quando ela é apenas uma presença secreta. Pensa-se que ela cria uma distância infinita e afinal apenas suprime toda a distância porque o Céu não é só habitado por anjos ou por Deus, tornando-se assim a casa da nossa Família, num andar um pouquinho mais acima! Bem-haja por tudo, querido e bom amigo Durval Marques. Sentimos muito a tua falta mas tem a certeza que a tua exemplar postura será sempre o rumo deste nosso “barco rabelo”, no qual continuarás a ser o seu fiel timoneiro . A Direcção da Academia do Bacalhau do Porto, convida as suas comadres, compadres e amigos, para o Jantar de Homenagem que justa e merecidamente lhe vamos prestar, no próximo dia 15 de Junho, sexta-feira, na secular Quinta da Boucinha e no qual a nossa ilustre Comadre Maria Manuela Aguiar, ex-Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, que tão bem o conhecia e com ele partilhou muitos momentos, desenvolverá em sua memória, o tema particularmente relevante e tanto do seu agrado: “O papel da Mulher Migrante na Diáspora Portuguesa”. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018 FCP: onde começou a derrota Bom , é claro que a derrota começou no 1º golo sofrido. E não foi apenas um golo sofrido pelo puro mérito do adversário, foi um chamado "frango" na gíria do futebol. Curioso que tantas explicações elaboradas se avancem para explicar o desastre e não haja um só comentador (dos muitos que ouvi em todos os canais de tv, embora, claro, algum me possa ter escapado); o erro maior de Sérgio Conceição foi ter substituído na baliza o melhor guarda - redes, que é obviamente Iker Casillas. Nenhuma equipa consegue competir a alto nível sem um guarda redes de classe. Gosto muito do Sérgio, e simpatizo com o jovem que ele insiste em testar na baliza. Na competição caseira, a inexperiência não é assim tão evidente. Na "champions é o que se vê. O que aparentemente ninguém quer ver... ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 13 de janeiro de 2018 REENCONTRO COM O PSD Votei pela mudança no PSD. com o propósito de ver o partido reocupar o seu lugar no centro esquerda. Ontem, no encerramento da campanha de Rui Rio (afortunadamente a poucas centenas de metros da minha casa de Espinho - tão perto que, se fosse de dia, tinha ido a pé) o ponto alto das intervenções foi aquele grito de alma do orador que repetidamente dizia: "Nós não somos de direita!" Bati palmas, naturalmente. Eu nunca fui de direita. Aderi ao PPD de Sá Carneiro, que se afirmava "social-democrata à sueca"! (primeiro como simpatizante, independente, mas ideologicamente próxima, depois, desde 1980, como membro do Governo Sá Carneiro, por convite seu, e como militante, por decisão minha, sem que tivesse sido pressionada a fazê-lo). Com entusiasmo! Há muito que o partido "virou à direita". A nível internacional, vi a adesão ao PPE como uma rotura clara com o pensamento e as opções de Sá Carneiro. A governação de Passos Coelho, a sua colagem a Angela Merkl (PPE...), a sua displicência face ao fenómeno da emigração em massa, a sua insensibilidade face ao discurso xenófobo, racista, sectário de alguns dos seus jovens apoiantes eram assustadoras... Fiquei no partido, com as quotas em dia, para poder votar numa alternativa. Esse dia foi hoje! Dia de reencontro com o PSD ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sexta-feira, 6 de dezembro de 2019 AS CORES DA LUSOFONIA Exposição de NORBERTO d'ABREU Norberto d' Abreu é um nome que a Venezuela há muito identifica como seu. Sendo filho de portugueses, nascido em Caracas, lá fez a formação académica, mais tarde completada em Madrid, lá ganhou fama e prestígio, em décadas de trabalho reconhecido em inúmeras mostras individuais e coletivas, ao longo de um percurso artístico ascensional, em que mestria técnica, método e criatividade se combinam na perfeição. Portugal, que, ao longo dos tempos e ainda hoje, raramente vem sabendo valorizar os génios da emigração e reclamá-los para si, tem aqui, graças uma meritória iniciativa da Sociedade da Independência Nacional, a oportunidade de descobrir e admirar o seu talento.. E se a Arte não tem nacionalidade, enquanto linguagem universal, o Artista, esse, pode tê-la, afirmá-la, escolhe-la como tema e fonte de inspiração. Esta exposição, com o título "Cores da Lusofonia", é um exemplo da paixão de um Homem da Diáspora por Portugal, sua essência e trajetória universalista, e pelos povos que nela conviveram e nela permanecem, em partilha fraternal e igualitária da diversidade das culturas enraizadas no idioma comum. Norberto d 'Abreu pinta a sua ideia de Lusofonia, enquanto entrelaçamento de afetos, girândola de memórias, de rostos, de gestos e sentimentos, fulgurantemente, captados no mágico colorido das suas obras. Consegue, assim, como que reescrever a história coletiva, centrado-a em protagonistas com quem nos leva a dialogar de forma inovadora, ele que é, antes de mais, um admirável retratista! E no enfoque minucioso de uma expressão artística singular retrata-se, também, na sua visão das pessoas, a um tempo realista e sensível, juntando ao dom da observação penetrante, rigorosa e objetiva, o de uma muito subjetiva e humana simpatia. A "Lusofonia" apresenta-se, aqui, modelada nos traços e nos cambiantes de imagens de vultos tutelares e de gente anónima, que a falaram, convivialmente, primeiro no pequeno reino europeu, e, depois, a transportaram num movimento imparável de expansão mundial. Todos figurados de corpo e alma e situados, subtil e luminosamente, na sua circunstância. Norberto d' Abreu, o contador de histórias, convida-nos a uma leitura aprofundada da narração visual.centrada em personagens e destinos. Para além da emoção estética, da beleza do quadro no seu todo, em que sobressai a face, o olhar, o porte, o traje, há, em volta, em cada milímetro de tela, uma infinita riqueza de detalhes, sublinhando sonhos, projetos, acontecimentos, encenados num fio de narrativa que, não raro, ele deixa extravazar da moldura convencional, em que os cânones costumam encerrá-la. Porventura, uma maneira de nos dizer que a aventura da vida é para transcender convenções e para procurar ir sempre mais longe, em busca do impossível... "As cores da Lusofonia" são, na verdade, uma crónica pictórica esplendorosa e vibrante dessa demanda, com o estilo e a assinatura inconfundíveis de Norberto d' Abreu ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ sábado, 18 de abril de 2020 A COVID 19 - mais CINEMA e menos FUTEBOL Entre as medidas que este preclaro Governo se prepara para tomar, na normalização possível no pós estado de emergência, decretado por Sua Excelência o senhor Presidente da República, está a reabertura de cinemas, com lugar marcado e lotação limitada, e futebol à porta fechada. Que me desculpem os senhores governantes, mas tenho de lhes dizer: não entendo!!!. Então os estádios desportivos, ao ar livre, têm de estar de bancadas inteiramente vazias e as casas de espetáculos, pequenos retângulos fechados, acanhados, muitos deles subterrâneos, clautrofóbicos, podem ter público, de duas em duas filas e de três em três lugares? It is a mad, mad, mad world (título de um filme hilariante que vi, há muitos anos). ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ exta-feira, 17 de abril de 2020 SOBRE O FCP NO facebook Edmundo Macedo Há qualquer coisa com o Porto que transcende o Porto! Just amazing! . Maria Elvira Lemos Oh, campeão, o teu passado É um livro de honra de vitórias sem igual O teu brasão abençoado Tem no teu Porto mais um arco triunfal Porto, Porto, Porto, Porto Porto, Porto, Porto, Porto Porto, Porto Maria Manuela Aguiar Há uns 3 ou 4 anos , nas festas de um desses nossos 27 títulos de campeão, recebi um telefonema do programa de rádio da Linha Cunha (Rio de Janeiro), para entrar em directo a comentar. No fim, a família Aguiar, que me rodeava cantou o hino, com a letra na íntegra e a música na perfeição... Maria Manuela Aguiar Há uns 3 ou 4 anos , nas festas de um desses nossos 27 títulos de campeão, recebi um telefonema do programa de rádio da Linha Cunha (Rio de Janeiro), para entrar em directo a comentar. No fim, a família Aguiar, que me rodeava cantou o hino, com a letra na íntegra e a música na perfeição... Maria Manuela Aguiar Pertenci, em tempos, ao Conselho Cultural do FCP e durante anos, mais recentemente, ao Conselho de Delegações e Filiais do Clube - e, por isso, sei o que o Porto tem crescido no País e no mundo! inteiro! Ainda ontem o grande jornalista Ribeiro Critovão, que é uma simpatia e sabe o que é o "fair play", dizia que na sua Beira interior, quando ele era jovem não havia um portista. Agora, é o que mais há! Maria Manuela Aguiar Um grande país portista é, por exemplo, o JAPÃO. Na final de Yokohama, em 2004, o estádio estava cheio de adeptos vestidos de azul e branco, pintados de azul e branco - japoneses, evidentemente. Não vi nenhum com as cores do "Once" sul-americano... Quando encontrar as minhas fotos com esses adeptos do longínquo oriente, a celebrar o título mundial do FCP, prometo colocá-las no facebook! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ A VEZ E A VOZ DA MULHER (Toronto, 10 de maio) síntese da comunicação Maria Manuela Aguiar POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A EMIGRAÇÃO FEMININA O caso português - uma perspectiva diacrónica Portugal é um país de emigração multissecular, cujas políticas tradicionalmente descuraram a proteção dos cidadãos fora de fronteiras e se caracterizaram pela prioridade de regular os fluxos de saída, com a quase constante imposição de restrições ao êxodo masculino e de proibição ou de limitação sistemática das migrações femininas, primeiro para Oriente, depois para o Brasil e outros destinos. As primeiras políticas públicas destinadas às mulheres são marcadas por uma misoginia sem paralelo na Península Ibérica e na Europa. A revolução de 1974 trouxe a todos os cidadãos portugueses a liberdade de emigrar e o desenvolvimento de medidas de apoio cultural e social, sem que, todavia, a situação específica das emigrantes fosse objeto de particular atenção. Em 1981, o recém criado Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Órgão representativo da emigração e instância consultiva do Governo,era composto por cerca de 60 membros, eleitos no âmbito associativo, todos do sexo masculino. Em 1983, nova eleição em colégio associativo trouxe à instituição as duas primeiras mulheres conselheiras, uma das quais, Maria Alice Ribeiro, de Toronto, avançou com a proposta da convocação de um encontro mundial das mulheres emigrantes portuguesas. O 1º Encontro Mundial veio a realizar-se em 1985, com o alto patrocínio da UNESCO, dando ao país um improvável lugar de pioneirismo europeu e mundial. No entanto, a sequência a dar às suas principais conclusões só viria a concretizar-se a partir de 2005, pela via dos " Encontros para a Cidadania - a igualdade entre homens e Mulheres", uma iniciativa desenvolvida através de uma parceria entre a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e ONG's, como a Associação Mulher Migrante e a Fundação Pro Dignitate. A descontinuidade dos "Encontros para a cidadania", (do "congressismo" como instrumento de luta pela igualdade) e a sub-representação feminina no interior do Conselho das Comunidades, eleito por sufrágio direto e universal, marcam o estado atual das políticas públicas com a componente de género nas nossas comunidades do estrangeiro. Palavras chave: emigração feminina, políticas públicas, igualdade, sub-representação feminina, congressismo Publicada por Maria Manuela Aguiar à(s) 04:10 Sem comentários: Enviar a mensagem por email segunda-feira, 24 de abril de 2023 ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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