julho 22, 2009

2006 O livro sobre as Portuguesas do Rio

Um livro, que é uma raridade, porque não está à venda.
Está nas mãos das mulheres que nele participaram.
Eu tenho apenas um exemplar - porque, de algum modo, participei, promovendo a ideia, inialmente, e fazendo um prefácio - "ganhei" o direito a tê-lo na minha estante.
Mas acho, evidentemente, que o mérito é de quem executou e contribuiu com a história da sua vida.
Escrevi o pequeno artigo, que aqui transcrevo, para "dar o seu a seu dono".

julho 12, 2009

UM ADEUS EUROPEU AOS LIBERAIS

O episódio já está contado, neste blogue.

Refiro-me à patética mudança do PPD/PSD do "Grupo Liberal e Reformista" para o "PPE" (que era e, agora, é de novo o do CDS, onde o CDS está obviamente com mais "a propósito" e coerência do que nós...).
RUSSEL, Lord Russel Johnston, era, então o presidente dos Liberais, e um grande presidente. E, também, como já escrevi grande amigo dos Portugueses, em especial do Pedro Roseta e de mim.
Acabo de encontrar o documento em que se alude à ruptura política, à metamorfose de um PSD, que, quando aderiu ao G Liberal com algumas reservas ou pruridos ideológicos, no tempo de Sá Carneiro, depois de ter sido "candidato" rejeitado à Internacional Socialista - porque se considerava social-democrata - até exigiu que se acrescentasse ao "liberal"o ambíguo qualificativo " reformista", baralhando os espíritos europeus cultos, que conotam reformismo com religião, mais do que com política...

Encontrei esta circular do GLR, em que esta "transição" é referida, simpaticamente, para o Pedro e para mim, que sempre ocupamos lugares de representação, acção e prestígio num Grupo, com o qual nos identificavamos...

julho 11, 2009

NO MUNDO AZUL

O meu mundo é azul e branco.
Foi sempre e sempre vai ser.
Aconteça o que acontecer.
Até rima e é exacto! Como disse na entrevista ao "Mundo Azul". Falámos horas, sobre o meu tema favorito - o meu Clube. (Clube, Pátria e Família!).
Encontrámo-nos, a directora da revista, Filomena Pinto da Costa, a jornalista Mónica Monteiro, o fotógrafo Rui Russo e eu, e conversámos, descontraidamente, no Guarani, um dos cafés da minha infância.
Estava, como diria Eça, "um calor de ananases", e muito vento (quente, claro!). Só saímos para tirar fotografias, o mais perto possível, mas, por perto, não faltavam símbolos e monumentos da cidade. A torre dos Clérigos, toda a Praça, a própria Câmara - essa Câmara do Porto agora, estranhamente, fechada ao FCP...
Foi uma tarde muito bem passada. Imagino o trabalho que deu, particularmente à Mónica, fazer a indispensável selecção de matérias, depois de eu tanto me ter dispersado... Muito bem feita, diga-se!
A revista é uma aposta pessoal, ganha por Filomena Pinto da Costa, para nos mostrar um FCP, que cresce não só em curriculum desportivo, mas também enquanto fenómeno social e cultural. O "Mundo Azul" procura dar-nos, nas suas páginas, esta outra dimensão.
Por isso, aceitei, com entusiamo, a ideia de dizer coisas sinceras e verdadeiras, ainda que, algumas, porventura, politicamente incorrectas, sobre a minha forma própria de viver o "portismo".



julho 08, 2009

Praia, em tempo de lufa-lufa

Encontram-se de férias, em Espinho, a Teresa, o João Miguel e a Madalena.

Decidi, pois, fazer coincidir o meu início da época de banhos com a estada deles. Por isto, quero significar, apenas, uma rápida passagem por areia e mar, pela manhã (melhor seria ao fim da tarde, mas a nortada não o permite...).

Ainda não consegui encontra-los na baía. Ora não estão no lugar, ou no tempo certo. Hoje terão ido para a Granja.

Regressei prontamente a casa, ao trabalho, rodeada de gatos.

Trbalho pesado: duas publicações, ou mesmo três .

Uma, que pendia, desde 2003, e que já teve várias coordenações. Todas pararam, logo de início. Não há nada feito, além da transcrição das "cassettes"...

Outra, ou outras, do "Encontro em Espinho", de Março último. São, ne realidade duas: as comunicações e so textos do blogue.

Ah! E, há, ainda, a transcrição dos diálogos da "Tertúlia", que decorreu na Biblioteca, durante o dito Encontro.

Parece que não, mas é um trabalhão! Chego ao fim do dia e está ainda quase tudo por fazer. Demora...

julho 05, 2009

Três consecutivas acções, em fundo azul e branco

Na 6ª feira, foi a Assembleia Geral extraordinária da casa do FCP de Espinho, que tive de presidir, porque o mandato só termina com a posse da nova mesa de Assembleia. E, até 13 de Junho, não houve candidatos.
Reunião animadora! Parece que dali terá saido uma nova dinâmica para formar listas de dirigentes para o próximo biénio. Foram pouco mais de 60 minutos de diálogo, que terão conseguido o que em alguns meses não fora possível. Isto é, encontrar voluntários para dar continuidade a 10 anos de vida de uma bela "Casa" como o presidente Julio Lemos informou, previamente, em entrevista à "Defesa de Espinho".
No sábado, um excelente convívio com os dragões de Terras de Santa Maria, em Paços de Brandão, para festejar o TETRA. Fui às 6.00, com o colega do Conselho de Delegações e Filiais do FCP, Júlio Marques.
Uma sardinhada a preceito, com sardinhas deliciosamente frescas, de Espinho. Muita música portista, animação e toda a esperança no PENTA.
E hoje, em Matosinhos, o final da Taça do Mundo de Bilhar, onde o Porto brilha sempre, com a liderança de Alípio Jorge, o presidente do Conselho de Delegações.
Estou já de partida!

julho 01, 2009

Ciclos das nossas migrações sem fim

1 - O semanário "O emigrante - Mundo Português" está a celebrar o seu 40º aniversário, contando a história das nossas migrações, segundo as notícias e os comentários contidos nas suas páginas. Através de um interessante trabalho de síntese jornalística.
Acabo de receber o "Mundo" desta semana, que recorda os tempos do governo do "bloco central" , alicerçado no bom entendimento de Mário Soares e de Mota Pinto e na necessidade de equilibrar as contas públicas. Problema recorrente, não? Com uma diferença: é que, então, com Hernani Lopes nas Finanças conseguimos, realmente, atingir o objectivo...
No que respeita à emigração, refere-se a proximidade da adesão à CEE, o regresso crescente dos portugueses da Europa e a actividade do Conselho das Comunidades (CCP).
Se tivesse de escolher, entre os possíveis, aqueles temas que dominaram esses anos, os últimos em que estive no Governo, com o pelouro das comunidades portuguesas, não escolheria outros - ou pelo menos, mesmo que lhes juntasse mais algum, mante-los-ia, sempre, no topo da minha selecção pessoal...
O regresso, porque constituia, uma realidade, complexa, multifacetada, imparável, embora globalmente, útil para o país e para a grande maioria dos próprios retornados, e, em simultâneo, a memória, o mito ou o medo de um outro regresso, ainda recente, maciço, dramático, traumatizante, para os portugueses que vieram e para os que estavam: a fuga de África, um imenso desperdício dos bens e empreendimentos que ficaram lá, sem aproveitar a ninguém.
Impossível imaginar dois movimentos mais diversos, ainda que na mesma direcção geográfica, este pequeno rectângulo continental!
Difícil, talvez por isso, explicar a diferença, olhar as pessoas envolvidas, conhecer os seus propósitos, e, com isso, serenar os ânimos de políticos e de cidadãos. Claro que a "media" (a genérica, a nacional, não, como é evidente, a mais sensível às questões da emigração, alimentou o "fantasma" no imaginário colectivo, não ajudou nada ao esclarecimento das especificidades do que estava a acontecer e até do que já tinha acontecido (o regresso que tinha acontecido, como a prosa , que o Sr. Jourdain fazia, sem saber). Salvo raras excepções, então como agora, a emigração é assunto que só lhes interessa em caso de desastre ou de escândalo - sendo bastante úteis, quando o desastre e o escândalo são verídicos.
Ora o regresso da Europa, nos anos 80, era praticamente desprovido, em absoluto, desse colorido, e houve que o "fabricar" !
Não encontro outra razão para a incapacidade de compreenderem o que, por mim e por alguns outros, lhes era, constantemente, explicado. Foi a consultar as minhas pastas de "recortes" de imprensa, que me dei conta do fenómeno: das perguntas repetitivas, das respostas que era preciso dar incontáveis vezes. Entrevistas. Comunicados. Desmentidos. Desconfiança. Críticas.
Eu sei que, normalmente não se acredita nos políticos, sobretudo quando o seu discurso é positivo. Há até boas razões para a desconfiança.
Mas neste caso, o que eu estava a dizer era a pura da verdade (verdade, essa palavra "fétiche" do actual PSD "manuelino", da Manuela Ferreira Leite).
Verdade verdadeira!
Essa geração de portugueses preparou a volta a casa, com cuidado, paulatinamente. Passava as férias por cá, mantinha o contacto com a terra e a vizinhança, enviava as remessas, comprava campos e negócios. Sabia ao que vinha. Vinha quando queria, não quando queriam os governos do país de origem ou do país de acolhimento.
Os incentivos oferecidos por alguns destes países foram muito bem aproveitados. Permitiram antecipar a decisão já tomada, ou concretiza-la, no prazo previsto, com mais fundos ao dispôr.
Preocupante foi, sim, o caso especial da Alemanha onde, antes do período da adesão à CEE, se tornou possível levantar as contribuições da segurança social (apenas a parte descontada pelo trabalhador...), com perda do direito a pensão de reforma. Era um bom negócio só para a Segurança Social alemã, mas como convencer disso os interessados em receber uma substancial soma de marcos, que lhes parecia caída do céu? Em todo o caso, comecei a aperceber-me, nos contactos pessoais, de que, numa família, normalmente, apenas um dos cônjuges pedia o reembolso das contribuições e o outro conservava o direito à pensão futura. Do mal, o menos...
E foi, sobretudo, por causa disto que os emigrantes da Alemanha regressaram, em peso, antes da data da adesão portuguesa à Comunidade Europeia, que, obviamente, impossibilitava esta prática aberrante.
De França, nesta altura, a maioria dos retornos já estava concluida. Há muito era esse o meu "feeling", mas, em 1984, os estudos da equipa da Prof.ª Manuela Silva vieram comprová-lo, com a força de números impressionantes (meio milhão de regressos no passado próximo, previsão de mais 400.00 até à década de 90). Corroborados por outro grupo de investigadores, coordenados pelo Prof. Sousa Ferreira (com números ainda mais dilatados)...
2 - A entrada do País na Comunidade era vista como o meio ideal de consolidar o estatuto dos emigrantes, com os novos direitos de cidadania europeia, e de garantir a liberdade de circulação.
E foi bem preparada, julgo eu, dentro das possibilidades de que dispunhamos, dos orçamentos exíguos que nos estavam destinados - contra os quais eu protestei sempre, conseguindo, com isso, ser corrida do governo uma vez (do governo Balsemão), ou, talvez, duas (junte-se-lhe, com um ponto de interrogação, o governo Cavaco - dúvida decorrente do facto de eu me ter recusado a continuar na área da emigração, até como deputada, inviabilizando qualquer futuro convite para me manter na SECP, sem ter, porém, ideia sobre se quereriam, ou não, renovar convite nesse sentido...).
A livre circulação não serviu de muito, nos tempos que se seguiram. Mas tem servido, e de que maneira, desde fins do século passado e início do actual. Ainda que sem visibilidade - porque sem drama, nem escândalo, de que se constroi a notícia... - o novo êxodo é, atrevo-me a afima-lo, quantitativamente, do ordem de grandeza da "emigração a salto", nos anos 60.
3 - O CCP era, para mim, de uma importância crucial, para abrir as comunidades a uma co-participação nas políticas que lhs são dirigidas.
Em nenhum outro sector ou segmento de população faz tanto sentido ouvir e seguir as pessoas, porque as comunidades do estrangeiro se construiram com a vontade e o esforço delas, sem apoio significativo do Estado. São "Nação", sem "Estado"...
E bem deve o Estado, que em nada contribuiu para a sua existência, ir agora (então, e agora), ao seu encontro, potenciando a sua própria acção, assim como a acção delas (das comunidades organizadas, com as sua instituições, projectos, dinamismo, portuguesismo).
Esse primeiro CCP era, nesta perspectiva, naturalmente, de natureza associativa. Eleito, mas dentro de um "colégio eleitoral"formado por ONGs. Incluindo a "media".
4 - Inesperada, mas nem por isso descabida, a referência, às declarações do Bispo de Bragança, que disse, muito claramente, a um auditório de emigrantes e férias, não sei se por estas ou outras palavras, igualmente inequívocas: "Mandar dinheiro para Portugal é o mesmo que pô-lo em saco roto".
Por mim, eu não tinha respondido. Mas fui mandatada pelo governo para responder...
Eu conto, proximamente, com mais pormenor, em forma de comentário...