novembro 23, 2012

Nota de Abertura da Revista

Vamos olhar, nas páginas de uma revista, um mundo, feito de sonhos e de obras de muitas Mulheres Portuguesas. Vamos à procura da realidade plural, dinâmica e mutável da nossa emigração feminina, situando-a no espaço que efectivamente ocupa, ainda que sem ter a visibilidade correspondente. Vamos pôr no centro das atenções as múltiplas formas de asserção das mulheres na cultura, nas artes e nas ciências, no associativismo, no desporto, no trabalho, no empreendedorismo….
Move-nos a intenção de retratar, tão bem quanto possível, a história do passado e a história no seu curso para o futuro, sempre com a esperança de contribuir para a mudança, de influenciar o processo, e de mobilizar para a acção a metade que tem sido marginalizada nas nossas comunidades.
Em 2011, o Encontro Mundial de Mulheres da Diáspora, o terceiro organizado pela “Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade Mulher Migrante” foi um acontecimento que nos trouxe novos dados e perspectivas sobre as migrações portuguesas, e que, em conjunto com muitas das suas protagonistas, trazendo ao diálogo a força de crenças e sentimentos e com muitos dos investigadores neste domínio, com a sua visão objectiva e rigorosa das coisas, nos permitiu repensar os modos combater pela causa que nos une "num espaço sem fronteiras" - a da cidadania assumida pelas mulheres migrantes, enquanto membros de pleno direito de duas comunidades nacionais. Cidadania para além do reconhecimento do simplesestatuto jurídico, que em muitos países está já adquirido, a criação das condições para a sua facticidade, para a assunção de direitos e deveres em concreto, o seu exercício, à medida da querer e das capacidades de cada pessoa.
As situações de facto são, como é sabido, as mais diversas, influenciadas tanto por factores individuais, que, no caso das mulheres, tendem ser vistos como levando a uma escolha natural ou espontânea de menor participação, como por factores estruturais, sociais e políticos, que àqueles se sobrepõem, condicionando fortemente a livre expressão da cidadania feminina. E, por isso, tem o Estado a obrigação de intervir activamente para assegurar a igualdade de género, como, em Portugal, manda a Constituição da República, sem circunscrever ao território nacional o âmbito de tais “tarefas”, que qualifica como “fundamentais”
Incumbência do Estado, mas também nossa.
A igualdade conquista-se primeiro na lei, mas, depois, decisivamente, na consciência das discriminações subsistentes. E, por isso, a observação, o estudo, a constatação das diferenças, no que se constituem em limitação de direitos, são imprescindíveis. E é neste campo que o legislador, e os próprios cidadãos, o Estado e a sociedade civil, devem convergir nos seus esforços. Eis o que nos tem determinado numa colaboração de mais de duas décadas, ininterrupta e estreita, com sucessivos governos, qualquer que seja o seu quadrante partidário - porque esta é uma questão nacional, ou, mesmo mais, civilizacional.
E, assim, em iniciativas próprias tanto quanto nessa tradição de trabalho em projectos comuns com serviços públicos, universidades, centros de investigação e ONG’s no País, e nas comunidades do estrangeiro, com mulheres e homens que querem construir sociedades mais igualitárias, temos feito um percurso singular – e que, bem vistas as coisas começou antes mesmo da constituição da AEMM…

novembro 20, 2012


Manuela Bairos e Maria Manuela Aguiar participaram no II Simpósio Internacional "Rosa dos Ventos O Português nos quatro cantos do mundo", que, comemporava 65 anos de ensino de Português na Universidade de Toronto. Com uma excelente organização da Profª Manuela Marujo e da sua equipa e intervenções, nomeadamente, do Professor Malaca Casteleiro, da Presidente do Instituto Camões, do Cônsul de Portugal, Dr Júlio Vilela e de conferencistas brasileiros, contando com a presença de alunos da Universidade e de membros da comunidade portuguesa, o simpósio decorreu nos dias 28 e 29 de Setembro.
No painel dedicado ao tema "A língua portuguesa e a Diáspora" , moderado pelo Cônsul Geral Júlio Vilela, Manuela Bairos falou sobre "A diplomacia da língua portuguesa e a Diáspora" e Manuela Aguiar sobre " Histórias de vida" - ASAS para voar - lançamento do projecto na Diáspora portuguesa" (Academias Seniores de Artes e Saberes)
No final dos trabalhos, Manuela Bairo e um grupo de participantes do simpósio visitaram o Museu Português de Toronto, enquanto Manuela Aguiar partiu para a festa do 56º aniversário do First Portuguese Canadian Cultural Centre, onde teve ocasião de se dirigir aos presentes, enaltecendo a acção do First nos vários domínios em que foi pioneiro, mas, muito em particular, co campo da acção para os mais idosos, qualificando o seu Centro de III Idade, como uma verdadeira universidade sénior, em pleno funcionamento.
No dia 30, antes do regresso ao Porto, Manuela Aguiar esteve na Casa dos Açores com Virgílio Pires e com Manuela Marujo e Aida Baptista, que aí realizaram a primeira das actividades do projecto ASAS em Toronto - uma aula sobre escrita criativa, com enfoque no tema narrativas de vida: "Minha vida numa moldura". Um sucesso, que se espera tenha continuidade ao longo dos próximos meses.

Síntese da Intervenção de Maria Manuela Aguiar
Manuela Aguuiar começou por referenciar os esforços da Associação a que pertence, e, antes disso, até dos seus próprios projectos na Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, para promover a recolha de narrativas de vida de emigrantes, como embrião de um futuro Museu das Migrações. Um Museu cujo primeiro património seria a história das pessoas e das instituições de que se são formadas as comunidades portuguesas, em sentido orgânico - uma forma ideal de fazer a história das migrações, como parte da história da Nação portuguesa - guardando a riqueza. das singuralidades de experiências individuais imersas na grande vaga dos movimentos de expatriação e de retorno,
O Museu da Emigração sueca , em Vaxö , com os seus registos de milhares de imagens e de entrevistas de gente comum foi o modelo inspirador do Fundo Documental e iconográfico das Comunidades Portuguesas, criado na primeira metade da década de 80, (no âmbito do Instituto de Apoio à Emigração e às Comunidades Portuguesas), para proceder à recolha de imagens e de contributos de investigadores e dos próprios emigrantes, e à sua publicação, mas o "Fundo" acabou por não ter continuidade.
Manuela Aguiar não escondeu as dificuldades com que tem deparado os projectos da Associação de Estudos Mulher Migrante, que se enquadram no mesmo tipo de preocupações - incluindo o que está em curso, com a denominação de "Ateliers da memória" . Resultados concretos foram obtidos no Rio de Janeiro, onde a Directora do Jornal "Portugal em Foco" Benvinda Maria impulsionou uma publicação com narrativas de vida de cerca de 120 mulheres portuguesas e luso-brasileiras e na região de Buenos Aires está em curso um projecto semelhante, encabeçado pela Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina.
Segundo Manuela Aguiar o próprio projecto da criação de Academias Séniores de Artes e Saberes foi desde o início visto como um meio de incentivar a recolha das narrativas, pela via da oralidade ou pela escrita. Essa é a única matéria que se coloca como prioritária no programa de funcionamento das "Academias" tudo o mais sendo deixado ao critério de cada organização, por se entender que só cada um dos interlocutores saberá como adaptar o paradigma das chamadas universidades sénires às características do associativismo local .Mais importante do que o número inicial de participantes, o número de cursos ou actividades. a própria designação que cada iniciativa tome, é que se vá num crescendo de participação, que signifique mobilização dos mais velhos para o intercâmbio de saberes, para o convívio, lúdico e útil, para o aumento da auto-estima. Para que se sintam cidadãos que ainda podem dar muito de si aos outros, à sua comunidade Para que possam ajudar a combater a tão falada decadência de boa parte das associações portuguesas.

novembro 19, 2012

MALICE

Maria Alice, jornalista e directora do mais antigo jornal de língua portuguesa em Toronto era uma Mulher de cultura, de Letras e de causas, com um intenso interesse pelas coisas da política, tanto nacional, como canadiana e mais ainda pelas da sua comunidade.


Sempre pronta a conversar à mesa do café, ou ao telefone, como se o tempo que perdia connosco, não o fosse gastar em noitadas de porfiado trabalho.

Sim, havia o seu “quê” de excessivo na personalidade de Maria Alice – mas todos os seus excessos eram virtuosos (salvo o de ser fumadora inveterada): excesso de generosidade, de voluntariado, de cuidado com o detalhe, com o sucesso de todas as vertentes de uma acção, que a fazia uma parceira mais do que fiável, infalível, em qualquer iniciativa conjunta. As suas organizações tinham o rigor de um relógio suíço, a par de um entusiasmo e uma emotividade muito à portuguesa. Amigos não lhe faltavam, Sabia escolhe-los na perfeição, e pô-los a trabalhar para o “bem comum”. Foi através dela que conheci o filantropo Virgílio Pires, o Manuel Leal (que ela achava “esquerdista” – que exagero! …) ou o Laurentino Esteves, o jovem promissor, que tratava como um segundo filho

Só ela me faria estar numa passagem de ano em Toronto (porque para além da minha família portuguesa, achava que eu tinha obrigações para com a minha vasta família de afectos luso-canadiana…). E não nos limitamos a confraternizar em duas ou três festas de associações, mas em quatro ou cinco, umas visitadas no ano que findava e outras já no ano seguinte,,, No meio de um nevão que cobria os passeios, onde se afundavam os nossos sapatos de salto alto. Coisa benigna, quando comparada a uma ida de Toronto a Kingston, que durou horas e horas, sob sucessivas tempestades de neve, com o Virgílio Pires firmemente ao volante do seu Cadillac, que resvalava aqui e ali, mas sempre sem

perder o rumo…. E, depois de cumprirmos na íntegra o programa – visita à Igreja portuguesa, encontro no clube, entrevistas à rádio e à televisão e jantar como Mayor – regressamos à aventura de mais umas horas de condução exímia do Virgílio, sob a fúria da intempérie. Em ininterrupta e divertida conversação a três, naturalmente…

Com Malice não havia silêncios nem tempos mortos, era assim, cheia de energia, de ideias e de projectos, que levava por diante contra todos os obstáculos, fossem os da natureza ou os dos seus opositores - que nunca a venceram nem convenceram...

O que a movia? Julgo que era, antes do mais, o portuguesismo, a vontade de defender a cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá e também o inconformismo face às práticas e tradições que desvalorizavam o modo de ser feminino.

O Correio Português era o jornal da Maria Alice e do António Ribeiro, numa paridade completa, pragmática e eficaz. Mas para Malice, como os amigos lhe chamavam, o jornal foi mais do que um jornal bem gerido e bem escrito. Com ele deu voz à comunidade, fez a história da comunidade, mas também soube ter voz própria e ser protagonista de primeiro plano na construção de um universo luso canadiano que não parava de crescer, após o início das migrações em massa dos anos 50.

Do seu pioneirismo no campo da escrita e do jornalismo ao seu pioneirismo na representação dos emigrantes no Conselho das Comunidades Portuguesas, desde os anos 8o até ao último dia de uma luta contra grave doença, fica a força de um exemplo de vida, Fica a memória da fase primordial da emigração portuguesa no Canadá, em páginas e páginas do seu "Correio". E fica, também, à espera dos investigadores que o possam tratar e divulgar, um precioso arquivo fotográfico, recolhido no Museu Português de Toronto, graças a uma intervenção atempada de Virgílio Pires.

Na verdade, Malice tinha sempre à mão, para além do inevitável maço de cigarros,

a sua máquina fotográfica de profissional...Nesse arquivo, está, em imagens, muito do passado português em Toronto – cabe agora ao “Museu” revela-lo, valorizando-se.

E, por fim, numa revista que fala de mulheres na diáspora não poderíamos esquecer que a ela se deve a proposta para a realização do “1º Encontro Mundial de

Mulheres Portuguesas no Associativismo e no Jornalismo”, em 1985. Esse seu gesto é, de algum modo, o precursor da longa caminhada, em que andamos, e em que a sua memória nos acompanha.



Maria Manuela Aguiar

novembro 17, 2012

Pioneiras da Diáspora da década de 80

No início de 1980, Sá Carneiro escolheu-me para Secretária de Estado da Emigração do seu Executivo e, por dever de ofício, parti então, para as primeiras de muitas visitas a comunidades do estrangeiro. Deparei com um mundo de homens - homens que me recebiam surpreendentemente bem, atendendo ao facto incontroverso de eu ser a primeira mulher que um Governo da Pátria mandava ao seu encontro, desde o remoto começo das migrações portuguesas…

Havia, é certo, algumas raras mulheres que com eles ombreavam, mas constituíam a excepção à regra e eram, naturalmente, excepcionais, a todos os títulos... .
Malice Ribeiro em Toronto, Manuela Chaplin em Newark, Mary Giglitto em San Diego
Benvinda Maria no Rio de Janeiro, Manuela da Rosa em Pretória… (cito pela ordem cronológica, determinada pelo roteiro dessas “viagens de descoberta” das pessoas e das comunidades).
Digamos que elas partilhavam, formal ou informalmente, o “poder” nessas pequenas" repúblicas de homens" - e tinham bastante poder, tomavam decisões, ou influenciavam acontecimentos de uma forma pública e não só nos bastidores... Eram reconhecidas admiradas e algumas, para além disso, a meu ver, temidas também - visivelmente, no caso das formidáveis jornalistas, MaliceRibeiro e a Dona Benvinda Maria e da cronista Manuela Chaplin... Mas as outras impunham respeito do mesmo garu e natureza : quem ousaria atravessar-se no caminho da Mary, “alma mater” do grandioso Festival Cabrilho ou ou pôr em questão o movimento feminino de Manuela da Rosa, fundadora da “Liga da Mulher Portuguesa da África do Sul?
Destas cinco "grandes" da Diáspora, três foram pioneiras da presença feminina no Conselho das Comunidade Portuguesas - ao tempo oriundo do associativismo e espelhando o perfil masculino do dirigismo das suas organizações..Eleitas e reeleitas “conselheiras” quando e como desejaram (Malice, Chaplin e Manuela Da Rosa, pertenceriam ao CCP na sua segunda vida, a partir de 1997, num modelo de eleição por sufrágio universal). E Mary e Benvinda Maria só não foram por que não quiseram - uma assembleia de pendor "político" não era o palco preferido de uma e de outra.

novembro 15, 2012

Não foi a primeira vez que me convidaram para falar de mim e do que me levou aos caminhois da pollítica -  ali o que fez a diferença foi uma audiência tão simpática de uruguaios que frequentam os cursos de portugués do Clube Brasil. O presidente do Clube, filho de portugueses comoveu-se até às lagrimas a falar do país e da língua de seus pais. Estava criado o ambiente propício às emoções e às confidências. A recordar o meu passado feminista que vem da infância, De ouvir as Avós a dizerem-me: "As meninas não fazem isto, não fazem aquilo". Era o  plural o que mais me intrigava...  E partia em frente a provar que "as meninas" eram tão capazes como os meninos de escalar uma árvore, de me dependurar nas traseiras de um eléctrico ou de marcar um golo a jogar futebol com os primos... Comecei por me sentir uma espécie de representante das "meninas" e acabei no Governo e no parlamento, a representar a Nação...

Conf O céu é o limite Síntese em inglês

The role of woman in the Portuguese Diaspora has been relatively unacknowledged throughout centuries of huge migratory movements largely dominated by male stereotypes.
Nevertheless emigration had in fact profound effects in the life of women within the family circle, in society and in the labour market, and women did strongly contribute to transform both individual immigration projects and the Portuguese communities in host societies.
Traditional Portuguese policies opposed and limited feminine emigration as women were expected to suffer "double discrimination" abroad (as foreigners and as women) but recent studies and hearings of women speaking for themselves reveal that in many cases and for a majority of them, emigration signified more rights and opportunities.
In more prosperous, modern and egalitarian societies they became aware  of individual rights and of social causes and learned new ways of being  wives, mothers, citizens and professional workers They were a decisive factor  in the integration and in the wellbeing of the whole family and very often  an obstacle to the choice of returning to the country of origin.
Inside their ethnic group, they also played an important role in the setting up of cultural organisations guarding traditions and ways of being and living collectively. But the association movement is still mostly led by men, women reacting in some cases by creating their separate associations . The major institutions of Portuguese emigration are still less egalitarian than the host society as a whole - although some more than others.
A comparative view of progress in this domain, through research, seminars and debates is a way to press for change.

novembro 14, 2012

MALICE homenagem em Toronto

Síntese das palavras ditas na homenagem a Málice, na Casa do Alentejo, a 25




de Outubro de 2010:

Há 30 anos raras eram as portuguesas emigradas que tinham voz na sua comunidade.´Maria Alice foi para mim, desde o dia em que a conheci, uma revelação do que pode ser a liderança no feminino – e no seu melhor!
Na verdade, muitos anos de c onvívio confirmaram o que antevi desde esse encontro inicial, na primeira “missão de serviço” que me levou à América do Norte: ali estava alguém que tinha infindas reservas de energia, de coragem, de dedicação à “res publica” e que delas fazia uso, apaixonadamente, intensamente, no quotidiano de uma das maiores e mais dinâmicas comunidades lusas à face da terra (como, com ela e com outros dos seus dirigentes, aprendi que é a de Toronto).
O que a movia? Julgo que era, claramente, o portuguesismo, o sentimento patriótico, sempre mais desperto no estrangeiro - na aventura da emigração - a par do inconformismo com as regras, as práticas e as tradições que desvalorizam o género feminino e lhe reservam um papel secundário. E, também, as causas que abraçava, com entusiasmo, tais como: a defesa dos direitos dos imigrantes, e das mulheres; a defesa da cultura portuguesa na imensa panóplia de culturas conviventes no Canadá; propósito de informar, com rigor, com verdade, sobre o passado e a actualidade de uma Pátria, distante mas presente; a vontade de dar corpo e alma a uma comunidade, que para sempre lhe deve parte da dimensão que alcançou - e que não para de crescer. Málice, como os amigos lhe chamavam - e por isso a chamo eu assim - foi uma pione ira da emigração portuguesa em Toronto. Fundou, com o marido, António Ribeiro, o primeiro jornal de Toronto, escrito - e muito bem! - na nossa língua. Tornou-o um semanário “ de referência ” no mundo português de além fronteiras, e um espaço de vivência de ideias e de grandes causas. Envolveu-se em inúmeras realizações importantes e campanhas de mobilização
comunitária, porque vivia para a sua própria família, como para a família mais extensa, a do associativismo, o núcleo agregador dos emigrantes, que constrói verdadeiras comunidades. Foi Conselheira eleita do CCP, desde os anos 80
(quando o “Conselho” era, quase em exclusivo, masculino ) e para o CCP trabalhou, eficiente e incansavelmente, até ao fim dos seus dias, vencendo a doença enquanto lhe foi possível. Um grande exemplo para os jovens, para as gerações que farão o futuro!
Maria Alice Ribeiro tem, para sempre, o seu lu gar na história do jornalismo da diáspora, na história das comunidades portuguesas do nosso tempo. E, connosco, os que tivemos o privilégio de ser seus amigos e admiradores, permanece
viva na memória e na saudade.

Maria Manuela Aguiar

novembro 13, 2012

The role of woman in the portuguese Diaspora has been relatively
unacknowlwdged troughout centuries of successive migratory movements
largely dominated by male stereotypes.
Neverthless emigration had in fact profound effects in the life of
women in the family circle, in society and in the labour market, and
on the other hand, women did strongly contribute to transform both
individual immigration projects and the portuguese communities in
host societies.
Ttraditional portuguese policies opposed and limited feminine
emigration as women were expected to suffer "double discrimination"
abroad (as foreigners and as women) but recent studies and hearings
of women speaking for themselves reveal that in many cases, for a
majority of them, emigration signyfied more rights and more
opportunities. In more prousperous, modern and egalitarian societies
they became aware of individual rghts and of social causes and learned
new ways of being wives, mothers and professional workers They were a
decisive positive factor in the integration of the whole family and
often an obstacle to the option of going back to the country of
origin.
Inside their ethnic group, they played an important role in the
setting up of cultural organisations guarding traditions and ways of
being and living collectively, seats of community life due to their
presence and contributions. But such organisations are still mostly
led by men, women reacting in some cases by creating their separate
associations . The situation is changing gradually, but that
"portuguese universe" abroad is still less egalitarian than the host
society as a whole.

Responder
Encaminhar

Notas sobre o colóquio de S José

San José - Abril 2012




Numa primeira intervenção convidei os participantes o olharem todo um passado de desinteresse dos poderes públicos e da “inteligência” nacional pelas questões da igualdade entre os sexos, de acesso da mulher à educação e à participação cívica, questões que se levantaram tardiamente em Portugal – e, mais ainda nas comunidades do estrangeiro, muitas das quais permaneceram, ou ainda permanecem, num estado de anacrónico conservadorismo neste particular domínio.

Comecei por fazer, a traços largos, a história da evolução do movimento feminista português de novecentos aos nossos dias, da revolução pós 74 no plano jurídico-constitucional, e, seguidamente, das políticas contra a discriminação de sexo a que a Constituição obriga o Estado e que no estrangeiro foram de aplicação mais morosa e inegavelmente mais descuidada – uma situação que se inverteu nos últimos anos e para a qual a AMM pode legitimamente reclamar uma boa contribuição, em parceria com sucessivos governos (ou não fosse no plano nacional, na prática, e desde a sua criação em 1994, a única totalmente voltada para a especificidade das situações das mulheres migrantes…)



E perguntei, para efeito de debate: qual é o grau da mudança verificada na realidade? Continuará tudo quase como dantes, com as mesmas e persistentes discriminações, de facto, apenas encobertas de uma forma mais subtil num quadro teórico de igualdade? Como comparar avanços reais ou retrocessos em Portugal, na Califórnia, nos EUA e, mais globalmente, nas comunidades de outras partes do mundo?

Apesar da perfeita revolução operada na esfera jurídica, no pós 25 de Abril - que essa é perfeita e objectiva e coloca o Portugal numa vanguarda europeia e universal - apesar da igualdade entre os sexos, consagrada na Constituição e nas leis, que com ela têm de conformar-se, o nosso parece ser ainda um dos países europeus da "União" onde é mais raro encontrar responsáveis, a alto nível político, que demonstrem, encarar como prioritária a matéria do equilíbrio de participação de género, vendo-a como vertente nuclear de um "avanço civilizacional (tal como há mais de um século o via já Emmeline Pankhurst, porventura a mais emblemática das sufragistas)

A aplicação do sistema de quotas, a partir de 2006, parece indiciar isso mesmo, pois se tem limitado ao parlamento ou autarquias, onde a lei as impõe, sem que os Primeiros -ministros, no Governo, onde a escolha é livre e é sua, se tenham, até ao dia de hoje, preocupado em assegurar uma proporção minimamente aceitável de mulheres no Executivo.

Apesar do direito de voto e de elegibilidade, apesar das quotas, a paridade é ainda uma utopia, numa república de homens…Desde 1910, os líderes de uma República, que se revia como moderna e progressista, recusaram o sufrágio às mulheres, do primeiro ao último dia, e, não foi por acaso. Foi, com certeza, por força de factores culturais, que pesaram mais do que a vontade de seguir os bons exemplos de outros Estados europeus (quase todos monarquias). Será este pano de fundo cultural que condiciona ainda fortemente o tratamento dado à discussão sobre os papéis de mulheres e homens na sociedade e na vida pública…

Se assim é, em termos gerais, mais o é, naturalmente, no domínio das migrações, tanto mais que a emigração portuguesa foi, ao longo de séculos, uma aventura quase em exclusivo masculina Mas a emigração feminina cresceu, a partir de oitocentos e aproximou-se da igualdade numérica, nos anos 70/80 do século XX.

A partir de então, muitas interrogações são pertinentes, de algumas das quais ali me fiz eco: Qual a parte das mulheres, na construção das comunidades portuguesas? O que significou para elas a o trajecto migratório, no estrangeiro? Pode a alegada decadência do movimento associativo, em tantas e tantas comunidades, ser combatido com a maior mobilização das mulheres? Há uma consciência disso, por parte delas mesmas, dos dirigentes associativos e dos governantes? Como se vêm as migrantes, na sociedade em que vivem, e face àquela de onde vieram?

"Os Encontros para a Cidadania - A igualdade entre homens e mulheres nas comunidades portuguesas" realizados entre 2005 e 2009, nos quatro cantos do mundo português constituíram uma via de procura de respostas para essas e outras interpelações.

Com a particularidade de ser empreendida, em conjunto, pela "sociedade civil" por ONG’s e pelo Governo. Proposta por aquelas, decisivamente apoiada por este. Mais concretamente, proposta pela Associação de Estudos Mulher Migrante e apoiada pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, com um envolvimento político muito grande de membros do Governo, que estiveram sempre presentes.

Esta experiência, que de algum modo, se insere no que chamamos “congressismo”, juntando a vertente de acção concreta à dos estudos (na melhor tradição do feminismo português) terá significado o início de uma ruptura com o passado, que parece pesar sobre a tomada de consciência dos problemas num domínio tão decisivo –e está sendo continuada, a partir de um novo Encontro Mundial de Portuguesas da Diáspora em 2011 em iniciativas como a que nos reuniu em S José

As conclusões daquele Encontro deram respostas e colocaram novas questões, que em S, José, na presença do SECP Dr José Cesário, tivemos ocasião de passar em revista, e de acrescentar. O SECP esteve ali em perfeita coerência consigo, com um discurso que vinha de trás, pois foi, como deputado, na Assembleia, o primeiro a propor uma Resolução pioneira que convocava os governos a mobilizarem mulheres e homens para a mudança na partilha das decisões e de poder no universo da diáspora, para a afirmação livre de capacidades e de contributos.



Olhamos não só a política, mas outros campos do empreendedorismo feminino que preenchem o conceito lato e eficaz de cidadania, com protagonistas notáveis em diversos campos., começar pela cultura, pelas artes, pela ciência. Uma organização com a marca da Profª Deolinda Adão, ela própria um exemplo de uma Académica que nem por isso deixa de ser militante de causas e interventora.

Estivemos na Califórnia, onde as Portuguesas foram pioneiras no movimento associativo e fraternal – e estão particularmente bem preparadas para o futuro mais igualitário. De S. José trazemos exemplos de boas ideias e de boas práticas e a obrigação de lhes dar visibilidade e divulgação.



Numa segunda intervenção, foi a política que esteve mais em foco e o diálogo conduziu-a, no meu caso, como nos outros, para o contar de experiências individuais, para a análise do bom e do menos bom das vivências muito concretas e dos seus ensinamentos.

novembro 12, 2012

Natália sobre Albertina

O Olhar da Pte. da Associaçâo Mulher Migrante na Argentina para a 1ª Mulher Presidente do Clube Português




Sra. María Albertina



Eu conhecí a Sra. María Albertian muito jovem no ano 1970, na Quinta da Saudade, que pertençe ao Clube



Começei a ver seu trabalho e a observa-la como uma Associada mais, mas sempre admirando essa Mulher......



Admirava sua atuaçâo em todo momento, nas festas..... um día perguntei que me informaram..... como essa Mulher tinha um lugar destacado dentro do Clube, era a única.....saber da sua vida e é assím como posso dizer-lhe , que lá pelo 02 de Dezembro de 1952, se Inaugurou a Sede do Club Plortuguês, e esta Mulher com grande Portuguesismo, muito Jovem mas com uma grande vocaçâo `de trabalho Associativo, começa a trablhar no Clube Português, como socia......

O Clube Português era uma casa nova donde ainda hoje está a Sede principal. María Albertina, começa no día 13 de Outubro de 1952, e de ahí para adiante nunca mais deixou de estar, de pertencer, e trabalhar sempre em todo momento e em todos os Festejos do Clube.



Nâo só trabalha no seu Clube que também hà mais de 35 anos , que ela vai aos diferentes Clubes e sempre convoca muita gente a assistir às Festas de outras Instituiçôes as mais Jovens,



Tenho conhecimento dos diferentes lugares que trabalhou, membro da Comissâo de Jovens, nessa altura o Clube, estaba com quasse todos Portugueses, já que era o único lugar donde os Portugueses podíam ir a buscar um pouco de Saudade e recordar a Patria Distante....



Esteve em varias Sub- Comissôes Diretivas do Clube, Foi integrante do Rancho Folclórico (ALEGRÍAS PORTUGUESAS) Cultura, Sub- Comissâo de Damas etc.



Durante estes 60 anos esteve na divulgaçâo da Cultura Portuguesa e colaborando com todas as Associaçôes Portuguesas, do Grande Bs. As. e tambêm com as mais distantes.



A Sra. María Albertina é una pionera do Associativismo dentro da Comunidade Portuguesa na Argentina, eu era muito nova ainda quando ouvia falar da Sra. Albertina como se dizia, era a única Mulher , que já era nomeada como uma Mulher participante, e que os Homens a respeitabam, nâo era pouca coisa.? eram tempos donde o Homem quería estar dirigindo tudo, e tinhamos homens muito machistas, por isso que esta Mulher na altura que ela foi pte. teve que demostrar que tin ha condiçôes pessôais , para lutar contra esse Machismo que faço referência.



Seus cargos principais foram: Vice-Pte. desde Outubro do ano 2000, a Setembro de ano 2002,

Foi a primeira Vice-Pte. Mulher e despois Presidente dentro dos períodos de Junho do ano 2000, a Setembro de 2002, sempre esteve nas Comissâo do Clube Português o mais antigo da Argentina, de Janeiro de 2004 a Dezembro do 2004, novamente Presidente Interina .(Por Renuncia do pte. em ejercicio.



Foi Socia Fundadora da Associaçâo da Mulher Migrante Portuguesa na Argentina e grande colaboradora, estando sempre ao nosso lado.



Também Socia da Casa de Portugal Virgem de Fátima de Villa Elisa da Cidade de La Plata.



No Ano 2003 o Ministerio dos Negocios Estrangeiros das Comunidades Portuguesas, Dr. António Martins da Cruz le otorgó a Medalha ao Mérito pela atuaçâo relevante em Prol das Comunidades Portuguesas.



Todo este trabalho feito pela Sra. María Albertina foi com o acompanhamento da sua familia, seu marido Amandio Gago Rodrigues, um trabalhador incansavél e incondicional em todo momento com sua esposa.....



E seus filhos o Dr. Marcelo Fabián Gago Rodrigues e A Licenciada Arlete Liliana Gago Rodrigues, que adoram Portugal, pelo ejemplo da sua Mâe,os quais muitas das vezes tiveram que ter a ausência da sua Mâe em casa para ela poder realizar todos estes trabalhos.



Quem nâo está dentro de uma Associaçâo nâo sabe dar valor.,às horas de dedicaçâo que se dá? mas tudo se faz pelo nosso Portugal lá distante.



Quando penso que pensaram em escolher uma Mulher para Presidente, para dirigir o Clube Português nâo deve têr sido fácil!!!!!! mas uma Mulher que têm um trabalho como María Albertina nâo podia ser ignorada pelos seus pares da Comissâo Diretiva.





También foi Diretora do Boletim Informativo durante 20 anos , foi parte do Staff, do programa radial A VOZ DO CLUBE PORTUGUÈS) , programa que leva 46 anos de vida , sendo também Diretora do Programa.



Tambêm foi membro do Conselho das Comunidades Portuguesas na República Argentina, durante muitos andes-



Como Pte. da Associaçâo da Mulher Migrante e Socia Vitalica do Clube Português sinto-me muito orgullosa de têr sido integrante da Comissâo Diretiva do Clube e têr compartido momentos inolvidáveis junto à Sra. María Albertina.



Trabalhar com uma Mulher de estas características foi uma grande oportunidade que tive de aprender ao seu lado e hoje posso dizer que estar em uma Comissâo nâo só é querer ser Pte. senâo temos qeu têr o ejemplo de uma Mulher como ela, que continúa a trabalhar e domostrar que está muito alto seus valores , para continuar a dar Ejemplo de Sabiduría, e que muitas pessôas aprendam dela, que foi Ejemplo de todos os tempos dentro do Associativismo na Argentina



Tería muito mais para falar de esta gran Lutadora do Clube Português; mas dizem que a Verdadeira Historia começa depois!!!!!quando nâo estamos por aquí...........
Portugal teve a honrra demandar como Emigrante à Argentian uma grande cidadâ a trabalhar pela Lingua, Cultura, e pelas Costumes e por tudo o que está relacionado com Portugal



Muito Obrigada María Albertina !



Sra. Natália M. Renda Correia



Pte. Associaçâo da Mulher Migrante Portuguesa na Argentina



Mulheres em movimento - Espinho notas para a intervenção

1 - A tradição portuguesa da segregação de género
Espaço exterior, público - H
Espaço interiro, doméstico - M

Idem na emigração -M mantidas no interior do País  Mar e mundo - aventura masculina
Políticas proibitivas de emig feminina, desde sempre, com excepções pontuais (casais ' d' El-Rey, órfãs d' El-Rey)
Movimento crescente, clandestino, a partir de fins do sec XIX - oposição de especialistas, E Silva, A Costa

2 - Feminismo manifesta-se em círculo restrito, na imprensa feminina (casal Woods, Guiomar Torrezão) - de meados a fins do sec XIX
Sem impacto na sociedade em geral. As M "aceites" não ousam ser feministas -Mª Amélia Vaz de Carvalho, que só aparece como escritora depois da morte do marido o poeta Crespo
1902 - Carolina Michaelis escrevia: "O combate das massas feministas está totalmente por organizar. O aparecimento de uma M na política seria considerado uma monstruosidade".
1904 - Um prenúncio: participação de algumas senhoras no I Congresso do Livre pensamento e na adesão de um primeiro núcleo à Maçonaria (a primeira experiência acontecera de 1880 a 1885). ACO, Cadete e Veleda estão presentes mas só aderem à Maçonaria em 1907.
1908 - Criação da LIGA Republicana das M Port - pela mão dos homens. Convite de Bernardino Machado, Antº José de almeida e Magalhães Lima
1909 - LIGA formalmente integrada no PR. Presença de M em actividades de propaganda e nos Centros rep.
1910 - Generalização da participação de M- em sessões públicas - oradoras (ACO), secretárias de comícios, um pouco por todo o ladoRevolução . Grandes esperanças num mundo mais igualitário - Direitos civis (Divórcio) e Direitos políticos. Direito à educação
Ganhos em várias frentes, mas não na política (sufrágio)... (igualdade pioneira, na Maçonaria - lojas de rito próprio, autónomas, dentro do GOLU, 38 anos antes de qlq outro país europeu) Não em campo aberto...
Voto isolado de Carolina B Ângelo em 1911, aproveitando a omissão da lei qt a sexo - lei alterada em 1913 e todas es leis eleitorais seguintes.
Divisão no movimento feminista, como nos partidos em geral... (umas mais feministas, outras mais rep

3 - A IDEIA DA PARIDADE NO DISCURSO FEMINISTA durante a 1ª República
( Feministas e femininas - precursoras de uma caminhada conjunta - anti radicalismo e modernidade - prematuramente?)
Angelina Vidal - Não separemos a nossa emancipação da emancipação do H
Caiel - Só a educação e a cultura podem libertar a M-
ACO - O verdadeiro feminismo é um dever, partilhado por M e H, de desejarem as M- criaturas de inteligência e de razão, educadas util e praticamente, de modo a verem-se ao abrigo da dependência
Adelaide Cabete - O feminismo não é o que muitos julgam e pensam, as M a desejar imitar os H-, fumando, usando colarinho e gravata e tantas outras imitações ridículas
Mª Veleda - A necessidade de viver honestamente pelo trabalho é que nos inspirou o feminismo. A M tem de arremessar para bem longe o seu diadema de deusa, despedaçar o ceptro da sua ilusória realeza e caminhar ao lado do H, serena, corajosa, altiva, para um mundo novo: H e M unidos nos direitos e nos ideais.

4 - O porquê desta vontade de partilha e mudança em favor de todos - Singularidade do caso português

Entre cruzamento de causas - a revolução rep e a revolução feministas indissociáveis no seu pensamento.
Famílias de sangue (famílias inteiras de activistas rep.) e famílias de ideologia. Apreço e reconhecimento mútuo. Elites. Intelectuais, compreensão da necessidade de mudar o regime, as regras, num futuro cheio de promessas e expectativas de mais igualdade feminismo como humanismo e aspiração democrática.
Crença nas virtudes políticas" da educação. Obscurantismo/conservadorismo. Cultura, meio de fazer adeptos dos novo regime.
Veleda - 1º a educação, num2º tempo, o voto (não criar mais eleitores inconscientes...) "Se as M são conservadoras, a educação as libertará"

5 - A causa perdida do sufrágio
Pedem apenas o voto para as mais instruidas e esclarecidas - e é-lhes negado . Afastamento de ACO. Se uma Rep não nos aceita nas suas leis, nós não consideramos nossa a pátria inde não temos direitos, onde não temos voz para protestar.(maçonaria, retira estatuto de autonomia às lojas fem, qd adere à Assoc Internacinal, em 1922 - Deixam o GOLU e aderem ao Direito Humano, com sede em Paris - maçonaria  mista)

6 - O Direito de Voto
1931 . Restrito às M com curso do Liceu ou superior
(Espanha no mesmo ano, mas 1º com elegibilidade)
1933 - Constituição. regra da Igualdade - exct natureza da M e bem da Família
- voto a nível local, solteiras, com bom comportamento
1934 - Elegibilidade - alfabetizadas, mais de 21 anos
Eleitas: Cândida Parreira, Guardiola. Domitila
Câmara Corporativa - Clemência Dupin de Seabra, grande empresária
1945 - DL 35426 de 31 Dez - visa retirar o Dº de voto às M casadas
1946 - Derrotado na AN - defesa Luísa Van Zeller e Luís Pinto Coelho
1969 - Voto igual para a AN
Autarquias - chefe de Fam (M solteira, viuva, ou marido ausente)

6 - REVOLUÇAO DE ABRIL 74
1975 - voto igual a todos os níveis
1976 - Igualdade consagrada na Constituição - sem precedência de qlq luta (apenas o divórcio é objecto de campanha pública)
Artº 9º, considera como tarefa fundamental do Estado alínea h): “a promoção da igualdade entre H e M”
(tarefa imperfeita, inacabada - mais descurada na emig do que dentro do país - Comissão da Igualdade - CITE)
1997 - Novo artº 109º
"A participação política activa de h e m na vida política constitui condição e instrumento fundamental de consolidação do sistema democrático, devendo a lei promover a igualdade d direitos civis e políticos e a não discriminação em função do sexo no acesso a cargos políticos"
Parece exigir uma lei da paridade (cirurgia invasiva da ordem enquistada). Entra as teses da "alteração de mentalidades" e as da "actuação sobre as estruturas", opção constitucional pela última...
Legitimação:
Presunção de igualdade de capacidades (em termos de formação, único factor que poderia justificar a ausência de M em paridade)
Presunção inilidível de discriminação - indiciada pelos números
Nao há questão de" mérito" - como onde há provas objectivas, exames , onde me parece inadmissível a adopção de quotas-  porque há, sim, nepotismo ou companheirismo nas escolhas partidárias -  e os partidos são poderosíssimos.
Falta de intervenção no interior dos partidos, sobretudo os posicionadas à direita (nos paíse nórdicos . quotas dentro dos partidos, não nas leis eleitorais)

Números elucidativos das últimas eleições que antecederam a aprovação da Lei da Paridade em 2006
1991, 1995,1999, 2002, 2005
PS 10% 13% 20% 23% 29%
PCP 18% 27% 29% 33% 21%
PSD 7% 8% 14% 17% 8%
CDS 0% 20% 6% 7% 8%
(BE paritário, desde o início)


Lei da Paridade - LEI ORGÂNICA nº 3/2006
(aprovada pelo PS e BE - contra os demais partidos)
Veto do PR à 1ª versão que excluía as listas incumpridoras. Passa 2ª versão com multas pecuniárias (cortes nos subsídios estatais aos partidos)
(1ª tentativa, sem sucesso em 2001)

Necessidade de estudo sobre incumprimento da lei - mulheres que renunciam para deixar os lugares para os homens

Espinho 27-10-2012





: