abril 28, 2011

Artes pintadas nas Letras

O diálogo entre as Artes e as Letras é agora relançado em Espinho, de uma forma original e criativa, por Nassalete Miranda, nesta fórmula pensada para comemorar o segundo aniversário da sua audaciosa empresa jornalística - uma aventura feita de sucessivas incursões no mundo da “Nação- Cultura” portuguesa, desvendada e reflectida, a partir do norte do País.
Aqui se nos oferece a Arte eterna, num encontro efémero, pelo tempo de vida de uma fascinante exposição, que fica, todavia, a fazer parte tanto da história do Jornal, quanto da do próprio Museu Municipal de Espinho.
Agradecemos a escolha com que, uma vez mais, Nassalete Miranda distingue e privilegia esta cidade com a marca de qualidade das suas iniciativas culturais, sabendo que o gesto tem maior significado numa data tão especial.
Este espaço ímpar do FACE, onde duas enormes galerias de exposições se alongam, lado a lado, em linhas rectilíneas e se abrem, em simultâneo, numa mesma vista ampla para o mar português, “o mar sem fim”, exige, sempre, a capacidade de sonhar, de ousar, de surpreender, de criar magia. Tudo o que nesta mostra se alcançou!
E se, como cremos, é, sobretudo, na Cultura que sobrevive, renascendo, o espírito de um povo em cada nova Idade, então bem podemos achar nas presenças, nos testemunhos, nas obras reunidos para esta ocasião festiva, fundadas razões de esperança no futuro.

Maria Manuela Aguiar

abril 23, 2011

Abril de 74

Abril: o dia.
Portugal estava parado no tempo, décadas atrás do tempo real... Um anacronismo assente numa ditadura asfixiante, ultramontana, misógina, enredada numa guerra colonial, isolada na Europa e no mundo. Nada acontecia, nada mudava. E nesse dia 25, assim, de súbito, todas as utopias, todas as mutações pareciam ao nosso alcance...

Abril: o processo dinâmico

Foi uma época vertiginosa, fantástica, de refundação do Estado, de reconstrução da democracia. Vieram para a política os melhores - e com eles, com um povo corajoso e de espírito aberto, se atingiram tantas metas, uma a uma (se cumpriram os sonhos).
Sá Carneiro foi, para mim, a expressão máxima de uma nova visão de Portugal e dos meios de lutar por ela. Era, mais do que os outros, o anti-Salazar, o oposto mais oposto. Salazar desconfiava dos portugueses, da sua capacidade de viver em democracia, sem o paternalismo de uma tutela. Sá Carneiro confiava nos portugueses e, por isso, exigia democracia no imediato e sem tutelas, fossem elas civis ou militares, nacionais ou internacionais. Onde muitos, dentro e fora do partido que criara, preconizavam, por temor e calculismo, a cedência a uma transição gradual, ele queria o povo a decidir, na hora, e a fazer futuro, como os povos seus iguais na Europa.

Abril: hoje

A história feita nas três primeiras décadas comprova que que uma democracia, modelo europeu, pode florescer entre nós, convivial e fraterna. O povo respondeu às dúvidas que tantos levantavam
Ma até que ponto o descalabro económico, fruto do mau governo minou, em poucos anos, a soberania do Estado e o estado da democracia? É ainda possível afastar a sombra de novas tutelas, agora impostas do exterior?
A resposta à dúvida só pode ser dada, uma vez mais, pelos Portugueses - políticos e sociedade civil.

Maria Manuela Aguiar

abril 21, 2011

Centenário da República em Espinho: as memórias

EM JORNAL, REVISTA e DVD.
Jornal e Revista lançados imediatamente antes do último - último até à data - Café (Des)conserto, dando a palavra a quem menos a tem tido: a um monárquico, falando como tal, o Engº Helder Sampaio. Eu também sou monárquica - embora viva bem em qualquer regime democrático - mas institucionalmente, não me cabia fazer disso o centro do discurso, ainda que do facto não fizesse segredo... E que bem se incumbiu da missão o Engº Sampaio, traçando o evoluir da Revolução como a teria visto um seu Avô revolucionário, que não assistiu ao fim do sonho republicano.
O "jornal" é um jornal mesmo, escrito por uma jovem e excelente jornalista, a Claudia Brandão (a vida tem destas coisas: era tão óbvio que estaria presente, que se esqueceram de a convocar e, por isso, não foi lá...).
O DVD está em feitura nas mãos de um jovem também muito talentoso: o Filipe Couto.
Apresentação no fim do mês, aquando do encerramentoda expo de Fátima Melo?
É uma possibilidade. Há que aproveitar as mobilizações dos munícipes para oferecer o "dois em um".

MULHERES EM MOVIMENTO- EM ESPINHO

Mulheres de Abril era a ideia inicial: olhar o 25 de Abril no feminino. E assim se fez, ainda que outro fosse o nome da mesa redonda, e não tivessemos começado, como inicialmente previsto com o poema de Teresa Horta.
Mas a situação da Mulher no pós 25 de Abril esteve presente na intervenção de cada uma das participantes, em domínios tão distintos como a discriminação no desporto (Graça Guedes), as leis da igualdade no trabalho (Clara Ribeiro), a vivência da cidadania (Ilda Figueiredo) e a presença da mulher nas artes e no jornalismo (Nassalete Miranda).
Não se esperaria que tudo se conjugasse tão perfeitamente, como num puzzle onde não falta uma só peça. Aconteceu e não por mérito da moderadora, que era eu...
Debate animadíssimo, ainda que curto. À meia noite, havia que fechar as luzes do Museu. (E que magia a luz da noite acrescentava à exposição "Mulheres de Artes", que ali nos acolhia no mais apropriado e fascinante dos ambientes - cruzamento de temas e de diálogos, muito à maneira de Nassalete, muito embora a autora da proposta para ali nos reunirmos, no contexto da exposição, fosse de Ilda Figueiredo)

abril 20, 2011

Porto, Porto! Real, Real!

Felicidade a dobrar, num inesquecível 20 de Abril de 2011.
Mourinho, Villas -Boas...
Fazem-me pensar em Siza e Sotto Moura.
O surpreendente Portugal, onde, por vezes, os génios se levantam, aos pares, por sobre a mediocridade geral.
"The special ones", no plural.
Quem diria, alguns meses atrás?...

abril 17, 2011

FCP CAMPEÃO - festa em Espinho

A Casa do FCP em Espinho não tinha dúvidas - a tarja comemorativa do campeonato estava pronta a ser colocada logo no final do jogo da LUZ. E foi!

A Nação azul e branca juntou-se, dentro e fora da Casa do Porto. Grande festa, sem apagão.

A falta de senso e boas maneiras dá nisto: para sempre este campeonato tem essa imagem de mau perder vermalho e de gozação azul.

É, para sempre, o campeonato do apagão da LUZ, em vez de ser mais um campeonato da era Pinto da Costa. Não havia necessidade...

CAFÉ (DES)CONSERTO




O próximo será já o 5º...

Todos diferentes, todos iguais na pura genialidade do Maestro António Victorino de Almeida.

A diferença espanta - nada se parece com nada. Passámos das histórias do Jazz e do "acorde do diabo" no 1º para a música de compositores românticos, interpretada pelo virtuoso duo Olga Pratts- Maestro (nesse segundo "(des)conserto", por sinal, afónico - sorte não ser cantor...). O 3º foi um dueto com a Nádia qua canta Piaff como a Piaff gostaria de ser cantada. No 4º interpretou a sua própria música de filmes, com narrativas sempre deliciosas sobre as aventuras da sua escrita...

Um fenómeno de simpatia, para além da infinita cultura e talento geridos por um inteligência privilegiada. Insuperável!

É "benfiquista", como toda a gente sabe, mas deu provas de desportivismo ao felicitar os portistas presentes por mais um campeonato ganho. E não gostou nada do "apagão" Gente civilizada é assim...

Espinho vive noites mágicas! Só mais duas, pelo menos nesta fase...

PARIS: PORTRAITS DE LA RÉPUBLIQUE

A exposição com que o Museu Municipal de Espinho comemorou o centenário da República, prossegue o seu périplo em França.

Depois da cidade geminada de Brunoy e de Puteaux, Palácio da Cultura, ei-la actualmente em Paris -Étoile, na sede da CGD que fica ali junto aos Campos Elísios.

Na inauguração, o Embaixador de Portugal, o Deputado Carlos Gonçalves, o Cônsul-Geral de Paris, o Conselheiro Social da Embaixada Dr Vitor Gil e Mulher, os directores da CGD, conselheiros das comunidades, jornalistas, muitos portugueses interessados nas coisas da nossa história. Foi um dia especial, para acomunidade portuguesa e para ESPINHO também (presente a vereadora da Cultura, em representação do Executivo).