dezembro 05, 2012

Mov Fem - 1º república


1 Historicamente -M- de excepção - Rainhas, Regentes, chefes de Estado . Saúde, educação, diplomacia, heroínas de guerra...

2 - Imprensa feminina do sec XIX. 2ª Metade - Francisca Wood, Torrezão - jornalismo, literatura, consciência da questão feminina
Outeiros,(sec XVII) salões literários, assembleias Leonor, Marquesa de Alorna

3 - Princípios sec XX - movimentos colectivos, M- notáveis, famílias progressistas (muitas M- casadas com activistas, republicanos, maçons) Pouco impacto público no começo - círculos restritos de elites Movimento tardio:

Em 1902, CM de Vasconcelos:
"O combate das massas femininas em vista de melhores condições sociais está inteiramente por organizar (...) o aparecimento de uma mulher na política seria considerado uma monstruosidade. (razão para as diferentes Constituições do Reino e da República não excluírem expressamente o voto das mulheres - exclusão implícita, subentendida...)

4 - Início da participação pública - out of the shadows..
.1904 - I Congresso do Livre Pensamento - Adelaide Cabete, Maria Veleda e outras Perfil da militante: fem, rep e” maçons”
1907 - iniciação na Maçonaria de Adelaide Cabete, Ana C Osório, CB Ângelo -lojas de adopção "Humanidade" - as 3 iriam ser"veneráveis", a última teria o seu nome dado a uma loja depois da sua morte em 1911)

1908 - Alarga-se o espaço de intervenção, no quadro do movimento republicano (acções de propaganda ,M- a secretariar comícios e sessões
Criação da Liga Republicana da Mulher Portuguesa - a convite de António José de Almeida, Bernardino Machado, Magalhães Lima (GM do GOLU)

1909 -LPMP integrada nas estruturas do PR (equivalente a um actual deparamento feminino de um partido) Ana C O é oradora num comício

1910 . Generaliza-se a intervenção das M em acções de propaganda promessa de igualdade política e civil, sufrágio universal, co-educação

O VOTO
Visão comparativa na Europa:
Países nórdicos
1907 - Finlândia voto, elegibilidade, 19 M- no Parlamento
1907/1913 - Noruega Afirmação progressiva dos direitos políticos (acção de Camilia Collet. Desde 1884, Union for Working Women de Gina Kroeg)
1907/1915 Dinamarca Gradualismo; 1889 (conselhos escolares), 1890 (conselhos sociais),
1901 (Conselhos municipais)1907 - Voto restrito (M- com independência econ)1913 - voto e elegibilidade com algumas diferenças1915 - voto igual
(na Islândia, voto em 1915 e na Suécia em1921 (influência de escritores, Ibsen, Ellen Kay, Frederika Hertha)

+UK (sufragistas, sufragettes)
1903 - W Social and Political Union - Mrs Pankhurst (no Parlamento já 200 deputados favoráveis ao suf fem)
1907 . Grande marcha sobre o parlamento, aquando da discussão da lei eleitoral1910 - nova grande marcha, aquando de nova discussão
1912 - Começo da luta violenta das suffragettes (E P)1914 - 18 - trégua devida à Guerra. voto antes do fim do conflito, em1918.elegibilidade de seguida, m ano (1ª eleita Lady Astor, Mrs Pankhurst candidata pelo P Conservador!)(Estátua póstuma frente ao Parlamento)

Europa do Sul
Portugal . 1º voto 1911 .CBAngelo1931 - voto com restrições1969 - voto igual exct locais -só chefes de fam, M ou H)
1975 . sufrágio universal
Espanha - 1931 (1º elegibilidade, seguidamente voto)
França - 1946

O DISCURSO (mais convergência) A ACÇÃO / (diferenças)

E Pankhurst: If civilization is to advance at all, it must be through the help of women, freed of their political shackles, women with full power to work their will in society"

Angelina Vidal: A liberdade não comporta escravos - só a Mulher livre pode produzir sociedades livres, fortes, moralizadas e sadias"

Ana Castro Osório: Se uma República nos expulsa das suas leis cívicas, não podemos considerar nossa a Pátria onde não temos direitos, onde não temos voz para protestar"( a mesma veemência na análise da realidade. nos objectivos a prosseguir, nos fins, mas não nos meios, na estratégia)

O FEMINISMO PORTUGUÊS - a tentação do companheirismo, a recusa do afrontamento radical

A via portuguesa acompanha a ala moderada de outros mov fem - e praticamente não comportou extremistas (Maria Veleda, politicamente das mais revolucionárias, no capítulo do feminismo abdicou até do sufragismo...)

Porquê?
RAZÕES POLÍTICAS

Confluência de causas (Rep e Fem) Ligação umbilical LRMP/PR ( por ex. mais do que sufragettes ao Labour)
Pela mão dos H - abertura à vida pública das M-

SITUAÇÃO FAMILIAR/ SOCIAL Laços familiares, fam ideológicas e fam de sangue - casais Mov de elites, não de massas

NA OPOSIÇÃO, NO PODER
Oposição - proximidade, cumplicidade, esperança Poder . Promessas incumpridas, tensões, conflitos (tb dentro da maç).
cisão - umas mais fem do que rep (as 3 veneráveis da maçonaria), sufrágio...Outras mais rep do que feministas (Mª Veleda) acento na educação, leis de família...

SUFRÁGIO - causa perdida Moderação excessiva da reivindicação - não sufrágio universal, mas voto restrito a elites. Receio do voto rural e do voto fem (contracção do universo eleitoral) (Na Europa. tb esqª contra o voto fem por receio, direita por preconceito)

LEIS ELEITORAIS em Portugal
1911 - o voto de CB Ângelo( requisitos, chefe fam, etc - recurso, juiz Castro)
1913 - 1915 - 1918 - 1927 (já Estado Novo)
M protestam, com manifestos, petições, pedidos de audiência (n- luta radical...) Reacção popular ao voto (estrondosa ovação . idem com Guardiolas, na AN, idem 1987)

EDUCAÇÃO, LEIS CIVIS (divórcio, mas igual no Dº de Família)
(desajustamento leis realidade social - nos círculos burgueses, pelo menos. "a M- port casa para ser livre" dizia A C Osório, embora à face da lei perdesse toda a liberdade).
Co-educação - criação de escolas...

AS CISÕES
As "mais republicanas" Mª Veleda - abandona a reivindicação do voto feminino - não sendo adversa ao voto feminino defende em 1º lugar a emancipação da M- considerando perigosa "enqt a M- não estiver inteiramente liberta da tutela religiosa, a sua interferência na vida política do país". (...) sendo já tão grande o nº de eleitores inconscientes, aumentar esse nº com o voto das M- parece-me grave imprudência: se as M- são conservadoras, a educação as libertará"
As "mais feministas" AC Osório "A questão feminista é a questão da M- que tem sido na sociedade a eterna escrava, a perpétua ludibriada. Por isso, ninguém pode dizer que traímos este ou aquele ideal, porque só devemos ter políticas do ponto de vista do interesse do nosso sexo".

1911 - o abandono da LRMP por ACO e as outras feministas
1912 - criação da APF - Assoc de Propaganda Fem (apolítica, sem filiação ou oposição religiosa, aberta a todos, sem filiação partidária, com ligação a mov internacionais feministas
1914 - Conselho Nac das M- Port (1ª presidente Cabete, última Mª Lamas) - afiliada no International Women's Council, sufragista
1916 - Cruzada das Mulheres- Port (presidente Ana de Castro Osório)

A IDEIA da PARIDADE (avant la lettre)
Adelaide Cabete - O feminismo não é o que muitos julgam e pensam, asM- a desejar imitar os H-, fumando, usando colarinho e gravata etantas outras imitações ridículas"
ACO - "O verdadeiro feminismo é um dever partilhado por M e H dedesejar as M criaturas de inteligência e razão, educadas util e praticamente, de modo a verem-se ao abrigo da dependência"

Angelina Vidal "Não separemos a nossa emancipação da emancipação do H-"

Alice Pestana (CAEL) - Só a Educação e a cultura podem libertar a M-(pacifista: "A guerra contra a guerra"

Mº Veleda - A necessidade de viver honestamente pelo tº é que nos inspirou o feminismo . A M- tem de arremessar para bem longe o seu diadema de deusa, despedaçar o ceptro da sua ilusória realeza ecaminhar ao lado do H-. serena, corajosa e altiva para um mundo novo:M-e H- unidos nos direitos e ideais" (exorta à educação)

dezembro 02, 2012

Para o jornal Portugal em Foco - mensagem de Natal



Por esta altura, todos os anos, Dona Benvinda Maria telefonava-me a pedir, com urgência, uma saudação de Natal, para a Revistaa, com que o jornal festeja a data.
Faltou-me agora ouvir a sua voz, mas o pedido foi feito, com a mesma intenção, e eu respondi, como sempre, com todo o gosto - e pensando muito nela


Um Natal de Saudade


Vamos viver a mensagem de Natal para que nos sintamos sempre, ao longo do ano inteiro, mais próximos uns dos outros, no acompanhamento das nossas vidas, na solidariedade, na lembrança.

Que as luzes que iluminam as árvores de Natal, as ruas, as casas em festa, nos iluminem também o caminho a andar, com as lições que nos deixaram os nossos maiores, com as perspectivas que os mais jovens vão descobrir!

Que o casal de emigrantes num trânsito aventuroso, mas venturoso, em terra estranha, com o seu menino recém-nascido - o menino que vinha dar-nos um novo mundo de valores humanos transcendentes e com eles abrir nova era na História universal! - seja, verdadeiramente, um modelo inspirador, para que, em Portugal, possamos resistir às dificuldades dramáticas dos tempos que atravessamos, numa maior união entre a parte da Nação que se debate com as maiores agruras, dentro do nosso território (e de outros, também...), e a que contempla o futuro com a certeza do bem-estar e da prosperidade, em Estados melhor geridos e mais desenvolvidos.

Dentro de fronteiras, aumenta, dia a dia, o desemprego, o desânimo, a pobreza, e, com tudo isso, cresce, num dramático recomeço de ciclo, pelas mesmas más razões de sempre, a emigração! "Portugal, País das migrações sem fim" foi o título que dei, na meia década de 90, a um livro sobre estes temas sem querer fazer profecia, e sem adivinhar a colossal dimensão que o fenómeno iria em breve atingir... Sabemos todos que esse movimento infindo de dispersão, com os seus altos e baixos, as suas mudanças de percurso e a diversidade de integração socioeconómica das pessoas, serviu sempre o engrandecimento de Portugal, levando consigo, nos laços mantidos com a terra-mãe, a expansão da cultura e da língua na diáspora, em verdadeiras comunidades extra-territoriais. Assim se fez e faz a nossa História - uma história de família, de “família-comunidade”- e de “família-nação”.

E o Natal é, por excelência, a festa da família, uma reunião que vence distâncias na geografia e que atravessa os tempos, com as reminiscências dos Natais do passado, a memória dos que estão longe ou dos que já partiram... É o grande reencontro no afecto, no coração, no espírito!

Por isso, neste Natal, no meu mundo de saudade, onde revisito família e amigos, vão estar, de um modo muito especial, as recordações que guardo de Dona Benvinda Maria. Da sua amizade. Da sua vida exemplar ao serviço de grandes causas! Da sua energia e coragem! Estou certa que o Filipe e todos os que contribuem para feitura e para o sucesso do “Portugal em Foco” partilham comigo esta vontade de assim sentir o Natal de 2012.

Para todos, Feliz Natal