junho 16, 2020

RECORDANDO: MULHERES EM MOVIMENTO, PORTO 2012

UMA FAMÍLIA MUITO ESTIMULANTE


1 - UMA FAMÍLIA ESTIMULANTE


Sou feminista desde que me lembro de ter opiniões sobre o assunto...Comecei cedo, com 5 ou 6 anos, e para isso muito contribuiram as Avós,especialmente a Avó materna Maria (Aguiar), uma verdadeira matriarca, que ficou viúva, com 7 filhos, aos 38 anos e se tornou líder não só em sua casa, como na sua terra. Pertencia à Obra das Mães, às organizações da paróquia, às associações culturais. Era uma senhora muito bonita, muito inteligente e muito conservadora. Em nome das boas maneiras e do recato feminino, que tanto prezava, apesar da sua respeitável proeminência, dizia-me, vezes sem conta, "as meninas não fazem isso" - "isso" sendo por exemplo, subir às árvores, saltar dos eléctricos em andamento ou jogar futebol com os primos... Eu sabia que gozava do estatuto de neta favorita e gostava imenso da Avó, mas não seguia esses seus conselhos.

O plural: "as meninas", levava-me a reagir. Achava que devia mostrar
que as "meninas" eram tão capazes como os rapazes de "fazer isso" e
partia para o demonstrar no dia a dia. Era, pois, uma feminista
praticante, com uma emergente consciência da existência das questõesde género ... Curiosamente, os homens, Pai e Avó Manuel, eram mais condescendentes com as minhas proezas desportivas, tanto como das escolares. Sempre me incentivaram a estudar e preparar o futuro profissional. Nunca o paradigma da "dona de casa" esteve nos meus horizontes, ou nos deles. Pelo contrário: punham em mim, a meu ver, excessivas expectativas....
E assim, graças a eles,o  meu feminismo esteve "ab initio" na linha de
pensamento de uma Ana de Castro Osório, mesmo que, nesse tempo, não conhecesse sequer o seu nome (como aquele personagem, Mr. de la Palice, que fazia prosa sem saber...). Os homens foram, de facto, aliados  - muitos, incluindo numerosos tios e primos, e, mais tarde, os meus professores da Faculdade de Direito de Coimbra.

Tive uma infância divertida e feliz, numa família unida e convivial,
apesar de politicamente dividida. Uma tradição que vinha de trás -
houve, sucessivamente, regeneradores e progressistas, monárquicos e
republicanos, salazaristas e democratas, germanófilos e anglófilos
(como eram os meus Pais). A política estava bem  presente, em acesas discussões sem fim, mas nunca ninguém se zangava. Consideravam os outros "gente de bem", por mais extremadas que fossem as suas opiniões. Tendo a atribuir mais a essa experiência vivida do que à idiossincrasia a ausência de preconceitos partidários em relação a quem não pensa.como eu. E, possivelmente, também o gosto pela argumentação, pela entusiástica defesa de pontos de vista, uma sensibilidade a formas de injustiça como as assimetrias regionais, o despertar para um saudável regionalismo nortenho, a par da paixão pelo Porto (e pelo FCP)...

Outra forum de "convívio e debate" determinante foi a escola - dois
anos na pública, sete anos de Colégio do Sardão (um internato de
religiosas Doroteias). Costumo comparar o colégio a um quartel
elegante, onde prestei uma espécie de "serviço militar obrigatório".
Não foi, de facto, uma opção voluntária, mas, com a excelência do
ensino e, sobretudo, das estruturas desportivas,  ginásio, campos de
jogos, parques e largos espaços de recreio, posso dizer que lá  passei
muitos bons momentos. Organizava competições desportivas (incluindo futebol clandestino), dirigia peças de teatro, escrevia crónicas e romances que partilhava com as colegas, dava largas à imaginação e à energia. Uma dessas crónicas, que pretendia fazer humor à custa da instituição, suas regra e poderes constituidos foi apreendida, e quase provocou a minha expulsão sumária, mesmo nas vésperas do exame do antigo 5º ano.
Não seria a primeira da família a passar por isso, mas escapei,
suponho que com a interferência do capelão e de algumas das Madres, que me compreendiam e me achavam graça... Mas eu quis mudar para o liceu, no Porto, contra a vontade do Pai, que me
vaticinava toda a espécie de retrocessos escolares, que tinham
desabado sobre ele, quando depois de 10 anos de Colégio dos Carvalhos se viu "à solta" na cidade  - no L iceu Rodrigues de Freitas. A história não se repetiu, pelo contrário. Bati todos os recordes pessoais no exame de 7º ano e ganhei, pelo bem-amado  Liceu Rainha Santa Isabel, o Prémio Nacional.

De qualquer modo, foi no Sardão que vivi a minha primeira batalha
política - ou político-sindical. E um "enclausuramento" que me fazia
apreciar mais os fins de semana e as férias de verão em Espinho, como espaço e tempo de liberdade...

 Frequentava, com o Pai, o estádio das Antas, com os Pais e o Avô Manuel cinemas e teatros e, também, com eles, os cafés do Porto, coisa invulgar na época para o sexo feminino, de qualquer idade...


COIMBRA ANOS 60


Em Coimbra, era, do mesmo modo, à mesa dos café que estudava, que convivia, e bradava contra as discriminações em que continuava fértil a sociedade portuguesa de 60...  No Tropical, no Mandarim, no bar da Faculdade de Letras ou de Farmácia encontrava-me com colegas, com assistentes, pouco mais velhos do que eu, embora bastante mais sábios, como era o caso do Doutor Mota Pinto,
que viria a ser o responsável pelo meu tirocínio na política.

Falava abertamente, contestava leis e costumes. A leitura do Código
de Seabra era um pesadelo - a "capitis diminutio" da mulher casada,
que era a expressão latina para a escravidão feminina subsistente
2.000 anos depois, só podia alimentar sentimentos de revolta, a
revigorar um feminismo que, por oposição à situação portuguesa, ia
ganhando base doutrinal na social-democracia sueca. O tema da igualdade de sexos não estava na agenda política de 60 - e ainda hoje não está suficientemente... Em todo o caso, na altura soava mais a radicalismo e excentricidade... Esperava tudo menos que, anos e anos mais tarde, essa faceta pudesse pesar, como creio que pesou, numa mudança de rumo, que pôs fim a escolhas profissionais assentes  (assistente de um Centro de Estudos Sociais, assessora do Provedor de Justiça). Sempre sonhei, simplesmente,  com uma carreira jurídica. A magistratura estava-me vedada, na década de 60, por ser mulher  Queria ser advogada, uma espécie de Perry Mason portuguesa. Era nesse domínio que queria afirmar-me, não no da política. Direito era, então, um curso de perfil masculino, com um corpo docente sem uma única mulher e com mais de 80% de alunos homens. No meu livro de curso, conto 63 homens e 12 mulheres. Entre elas há, hoje, excelentes juristas, advogadas, mas, das 12, na política só eu, e acidentalmente... Dos 63, foram muitos os que, no pós 25 de Abril, se distinguiram em Governos da República, na vida pública - Daniel Proença de Carvalho, António Barreto, Laborinho Lúcio, António Campos, Luís Fontoura, João Padrão, Jorge Strecht Ribeiro... Ou que são vozes autorizadas no domínio em que se cruza o Direito com a Política, como Gomes Canotilho e Manuel Porto, ou com as Letras, como Rui Barbot (Mário Claudio), ou José Carlos Vasconcelos...

Ao fim de 5 anos felizes, eu trazia de Coimbra apenas um pequeno
trauma: na única eleição a que concorri, pelo Conselho de Repúblicas, para um qualquer Conselho Feminino - cujo designação exacta nem recordo - só sei que dava acesso, por inerência,  à direcção da Associação Académica -  perdi num colégio
eleitoral que era 100% feminino. Coisa natural, porque a maioria das
estudantes era conservadora, mas eu assumi pessoalmente a derrota e
convenci-me de que não estava, mesmo nada, vocacionada para tais
andanças...


3 - A FORÇA DO IMPREVISTO


Na história dos antecedentes da minha relutante ocupação de cargos
políticos, estava já a força do imprevisto: primeiro uma proposta para
assistente de Sociologia na faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica  de Lisboa, que veio da parte de
um professor que não conhecia, o Doutor Àlvaro Melo e Sousa ( um amigo comum, Carlos Branco, indicou-lhe o meu nome, (na altura em que acabava de regressar de Paris, com uns certificados universitários na matéria). Foi preciso ele insistir, mas acabei por dizer o sim - e não me arrependi. Esse passo tornou mais fácil aceitar um segundo desafio lançado pelo Professor Eduardo Correia, para a recém-criada Faculdade de Economia em Coimbra,  da qual era o Director. Confesso que nem sabia da abertura dessa Faculdade!... Foi um encontro acidental, num colóquio. Quando me viu, achou boa ideia associar-me ao empreendimento. Não houve hesitação da
minha parte, aceitei o seu inesperado convite. Que bom voltar a Coimbra! Tomei posse a 24 de Abril de 1974. Na semana seguinte, Eduardo Correia era Ministro da Educação do 1ª Governo Provisório e eu ficava, em meio desconhecido, como assistente de Boaventura Sousa Santos. Mas,  pouco depois, um novo encontro com outro dos grandes juristas do nosso século XX, o Professor, Ferrar Correia, no pátio da universidade, à sombra da Torre, levou-me para a minha própria Faculdade. Ao saber que estava ali, ao lado, na Economia, convidou-me, de imediato, a transitar para Direito e eu aceitei tão depressa, que "ele julgou que eu julgava que ele estava a brincar"... Não era o caso, questão de feitio - reajo, assim, muitas vezes. E, ali e então, não via razão para pensar duas vezes. 

Guardo boas memórias de todas as passagens pela docência, e aquela tinha um significado muito especial - o convite chegava com atraso, mas chegava... Quando acabei o curso, em 1965, as mulheres estavam barradas do ofício - tinha havido uma assistente, não existia impedimento legal, contudo, a prática era essa. Mudara, entretanto, embora não me lembre de nenhuma colega - só homens e, quase todos, óptimos colegas, como o Proença, o Fernado Nogueira e o Cordeiro Tavares, Dez anos mais jovens do que eu,  ajudara,me a rejuvenescer. Fui assistente de  dois insígnes juristas, o Doutor Rui Alarcão e, por fim, o Doutor Mota Pinto.

 Os tempos agitados são-me, geralmente, simpáticos - como estudante dei-me bem em Paris, no pós Maio de 68, e o mesmo posso dizer de Coimbra, no pós 25 de Abril. Pude permitir-me coisas que seriam impensáveis fora de períodos revolucionários, sem oposição de ninguém: dar aulas "extra muros", aos voluntários do Porto, (na Faculdada de Letras do Porto, gentilmente emprestada, aos fins de semana, por Óscar Lopes),  ou aulas práticas, a turmas naturalmente pequenas (eram aulas facultativas, normal seria não aparecer quase ninguém), no bar de Farmácia, ao ar livre, em dias de sol. Saíamos, em cortejo, dos "Gerais", já a falar das matérias, à maneira dos peripatéticos. Esclarecia dúvidas, exactamente como se
estivessemos numa daquelas escuras e frias salas da Faculdade. E, depois, analisávamos o PREC. Os rapazes (ainda em maioria) eram quase todos de outros quadrantes ideológicos, que não o meu, mas isso não obstava ao ambiente de tertúlia. Em 1975/76 dei aulas teóricas de Introdução ao Estudo de Direito a salas cheias de simpáticos "caloiros".  Um dever e um prazer!

E refiro tudo isto, porque julgo ter sido esta segunda estada em
Coimbra que me abriu os caminhos da política: antes de mais, porque reatei, naquele preciso momento da nossa História, o relacionamento próximo com amigos que estavam no centro da fundação de partidos, em particular do PPD,  e da construção de um regime democrático, E, por outro lado, porque descobri que conseguia comunicar em público - eu, que me considerava fadada apenas para trabalho de gabinete.

Anos mais tarde, ao fazer um levantamento do perfil profissional das
mulheres mais activas do PSD, descobri que, sobretudo a nível local,
havia um grande número de professoras. Não era acaso, era a consequência de uma maior auto-confiança, que, em outras funções., não se alcança... No meu caso, não tenho dúvida de se tratou de um involuntário estágio para a futura exposição nos palcos da política, O convite que o Primeiro Ministro Mota Pinto me dirigiu  para a Secretaria de Estado do Trabalho, (uma das consideradas como coutada masculina), foi um imprevisto absoluto!
O Doutor Mota Pinto usou o argumento decisivo: "se recusar, fica responsável por não haver mulheres no meu Governo". Depois da combatividade verbal, era a hora de agir... Estávamos em fins de 1978. A ousadia da minha designação valeu ao Professor Mota Pinto um rasgado elogio de Marcelo Rebelo de Sousa, em editorial do Expresso, que guardo na pasta de recortes e na memória.

Sendo defensora do sistema de quotas, assumi-me como a "quota mínima" daquele Executivo, que veio a integrar outra Secretária de Estado na área mais tradicionalmente feminina da Educação...
Sabíamos que a missão era de curto prazo - um governo de independentes, de nomeação presidencial, que não cedia nem a pressões de rua nem a influência de náquinas partidárias, já muito poderosas. A meu ver, um governo que se impôs, ganhou credibilidades e durou, por isso, ainda menos do que o esperado... Os partidos trataram de se entender para o derrubar. Foram 9 meses intensos e formidáveis, findos os quais, voltei para a Provedoria de Justiça, que, com o Dr José Magalhães Godinho como Provedor, era o melhor lugar de trabalho à face da terra. Para mim, o Dr Godinho representava um conjunto de legendários tios republicanos, que mal conheci, na infância. A conversar com ele, sentia-me com um tio, recuperando o tempo perdido. Era família - não aquela em que se nasce, mas a que, tão raras vezes, se recria, na vida, com igual afecto.
Em janeiro de 1980, novo imprevisto me faz mudar de rumo... Logo depois da posse do VI Governo Constitucional, recebi uma chamada do Primeiro Ministro Sá Carneiro, que não conhecia pessoalmente, mas com quem me identificava, desde que afirmou, em entrevista dada a Jaime Gama ser  "social-democrata à sueca".(sem ter filiação
partidária antes de 80, considerava-me Sácarneirista a partir 1969, PPD "avant la lettre"). Pelo telefone, Sá Carneiro foi sintético e breve, a marcar um encontro para as 5.00 horas da tarde - audiência para a qual eu parti inquieta, mal penteada e mal vestida, como andava normalmente. E se ele fosse pessoa distante e pouco simpática? Se com isso arrefecesse a minha "condição de incondicional" de tudo o que dizia e fazia? Quanto ao que me esperava, isso já não era assim tão misterioso, porque os jornais falavam do meu nome para várias pastas. Sá Carneiro recebeu-me à hora exacta - não cheguei a sentar-me na sala de espera. Com um sorriso luminoso, que começava no seu olhar claro! Assim sempre o recordo, em todos os encontros que se seguiram. Quando
a ele me dirigi pelo seu título de chefe do Governo, atalhou: "Não me
chame Primeiro Ministro". Ao que eu respondi: "Desculpe, mas é como o vou chamar, porque me dá imensa satisfação que seja Primeiro- Ministro, e esperei anos para o poder tratar assim". O que cumpri! Todavia, tratamento cerimonioso àparte, a conversa tomou o rumo de uma alegre informalidade. Dei-lhe respostas um pouco insólitas, no tom que tantas vezes usei com outros políticos de quem era amiga de longa data. Sá Carneiro fez-me sempre sentir absolutamente à vontade. Ao que sei, havia quem se sentisse inibido na sua presença. Eu, pelo contrário, ficava eufórica (o carisma é assim, induz excessos de sentido vário...). O Doutor Sá Carneiro foi, para mim uma fascinante surpresa! A outra, veio do pelouro que me propôs: a emigração, num Ministério onde jamais tinha entrado, o de Negócios Estrangeiros.

No governo da AD, em 1980, havia apenas três Secretárias de Estado,
uma de cada um dos partidos, a Margarida Borges de Carvalho pelo PPM, a Teresa Costa Macedo pelo CDS e eu pelo PSD (num impulso, filiei-me nessa altura, sem nenhuma pressão para o fazer).

A emigração, ou melhor dizendo, a Diáspora Portuguesa (persistente em espaços de cultura, mantidos ao longo de gerações)) foi, para mim, uma esplêndida descoberta - de comunidade em comunidade distante me reencontrava em Portugal, pela via de um verdadeiro fenómeno de extra-territorialidade nacional.
Mundo associativo espantoso, porém um mundo de homens. Eu era,a
primeira mulher que, junto deles, representava o governo da Pátria.Se
tinha dúvida quanto à reacção que provocaria. logo os receios se
desvaneceram  - receberam-me  com alegria e simpatia. Não fiz
unanimidade, é claro, mas os afrontamentos que houve foram sempre
devidos a questões políticas, não a questões de género. Trataram-me tão bem, que me deram aquilo que tanto me faltava: um "superavit"
de confiança. Mesmo em hostes poíticas adversárias, encontrei, quase
sempre, boa vontade para trabalhar em conjunto, até no, por vezes, agitado Conselho das Comunidades, que me coube organizar e presidir, desde1981 (era então um forum associativo, de perfil masculino, politicamente dividido entre uma Europa mais contestria e uma Diáspora transoceânica bem mais próxima das preocupações do governo). Acredito que ser mulher tornou mais fácil a minha missão.
Logo em 82, quem me fez  primeiramente ver isso, foi um jornalista de S Diego, Paulo Goulart. No fim de uma entrevista, ao almoço, disse-me: "Sabe, aqui só há dois políticos de quem gostamos: é de si e do João Lima", (antigo Secretário de Estado da Emigração, então deputado pelo PS). Fez uma pausa, como quem avalia e compara os seus dois eleitos,  e acrescentou:"Pensando bem, o João Lima até tem mais mérito, porque é homem e socialista".

Achei muita graça à sua franqueza e, espantada,  apercebi-me de que, em algumas situações, mesmo em ambientes dominados pelo poder masculino, o ser Mulher pode constituir vantagem! Porque é a desafiante excepção? Porque há, no fundo, reconhecimento de que as mulheres fazem falta? Muitas hipóteses, para uma só certeza: no meu caso, senti adesão e apoio desde o primeiro momento, de um sem número de homens influentes e das raras mulheres, que, então, já se faziam ouvir - Mary Giglitto, Benvinda Maria, Maria Alice Ribeiro, Manuela Chaplin, Manuela da Rosa, Berta Madeira...
Quando deixei o governo, depois de cinco sucessivas esperiências -
sendo a última aquela em que os Secretrários de Estado passaram a ser considerdos "ajuntos de ministro"-  o imprevisto estava, de novo, à minha espera na AR, onde tinha o meu lugar pelo círculo do Porto: o convite do PSD para ser candidata à 1ª Vice-Presidência da Assembleia. Aceitei, como acontecera, anteriormente,  não muito segura de me sair bem, em representação das mulheres do meu País... Eram de facto, a primeira Mulher a ocupar aquele cargo protocolar (segunda figura na ordem de sucessão do Presidente da República), a  presidir às sessões plenárias do parlamento, à Conferência de líderes, a Delegações parlamentares - (comecei pelo Japão, que tirocínio..,). Após 4 anos nesse cargo que, quando não assumido por uma mulher, sempre fora discreto, apesar da sua relevância protocolar, fui, finalmente, eleita para um lugar que verdadeiramente queria: representante da Assembleia na APCE (Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa). Aí, me mantive até abandonar o Parlamento nacional em 2005. Fui bem mais feliz e bem sucedida lá fora do que dentro de fronteiras (tanto na emigração como nas organizações internacionais, a APCE. e a AUEO. Havia menos jogos políticos de bastidores, não se sabia o significado de disciplina partidária, era, por isso, larga a margem de iniciativa pessoal, para intervir, para propor recomendações... Presidi à Comissão das Migrações, Refugiados e Demografia, à Subcomissão da Igualdade e a outras, fui relatora em inúmeras propostas, sobretudo naqueles dois domínios.  Defendi a dupla nacinalidade, o estatuto dos expatriados, a não expulsão de imigrantes, o reagrupamento familiar, insurgi-me contra a guerra do Iraque, denunciei a discriminação de género  no desporto... Fui presidente, entre 2002 e 2005,  da Dlegação Portuguesa à APCE e á Assembleia da UEO, (organização pioneira na União da Europa no pós guerra, cuja experiência do terreno e excelência académica, em matéria de defesa, a Europa subestimou, ao extingui-la recentemente, passando as suas competências para uma UE, sem suficiente coesão neste domínio .
Um outro inesperado e insistente convite me levou, depois de deixar a AR, à vereação da Câmara da cidade onde vivo, Espinho... Fui vereadora da Cultura no ano do centenário da República e isso permitiu fazer coisas diferentes, pondo o enfoque das comemorações no movimento feminista e republicano. Não que eu seja
republicana, hoje, mas tenho a crteza que o teria sido em 1910, na
companhia da Carolina Beatriz Àngelo, Ana de Castro Osório ou Adelaide Cabete. E feminista, sou e sem nunca ter tido medo da palavra. Sou-o no sentido preciso que lhe davam as nossas sufragistas, que queriam libertar a Mulher e o Homem, em simultâneo, numa mesma luta civilizacional.
Nunca tive o complexo de preencher o espaço aberto pela "quota", 
mais ou menos explicita. No meu caso, não muito explicita, nem mesmo no cargo de VP da AR, sempre rejeitada pelos opositores das quotas, em especial, no meu partido  Qundo eu dizia: escolheram-me para  Vice-Presidente da AR, porque queriam uma Mulher (o que para mim era evidente, estava certo e só pecava por ser decisão tardia), respondiam-me:  "Manuela, não diga isso! Está nas funções pelo seu mérito"

O meu mérito não era para ali chamado - poucas vezes o é, nas escolhas partidárias, seja qual for o género... Mais me preocupava mostrar o mérito do sistema de quotas, que em nada contende com o valor ou
capacidade pessoal, antes pelo contrário o pressupõe, mesmo quando
porventura se revele um erro. Erros de "casting" não faltam, à margem do sistema de quotas.


PELA PARIDADE, PELAS QUOTAS


Assim vou terminar: Quando há avaliações objectivas dos candidatos, o sistema de quotas é inaceitável. Exemplo: o  acesso à universidade Devem entrar os que têm as melhores notas. Por sinal, entre nós, são maioritariamente as mulheres... 
Ora a falta de educação, de formação seria o único fundamento de uma desigual participação feminina na vida pública. Se a situação
é de igualdade ou supremacia das Mulheres no Ensino, nas Universidades, a sua ausência na Política suscita, impõe uma
presunção de discriminação. A  Lei da Paridade torna essa presunção
inilidível e é, a meu ver, com base nela que determina uma quota
mínima de participação, em função do género.

A igualdade de mérito presume-se e a realidade tem vindo a comprova-la, onde quer que o sistema seja praticado de boa fé, com
honestidade: no norte da Europa, onde o sistema nasceu, ou no sul,
onde chegou com atraso. Portugal não é excepção.
Imprescindível é que a aplicação da Lei da Paridade seja objecto de avaliação, como a própria Lei impõe, ao fim de cinco anos
(artº 8º). Sete anos depois da entrada em vigor da lei, a obrigação
de cumprir o preceituado no artº 8º anda esquecida! Onde estão os
estudos sobre a progressão das mulheres, a nível do parlamento e das
autarquias locais? Estranho! Ou talvez não, porque as questões de género continuam marginalizadas na agenda política ,em Portugal.
Aqui fica uma chamada de atenção ao Governo e ao Parlamento, seja para, eventualmente, poderem pensar alterações à lei nº 3/2006, com vista a mais paridade, seja para conferirem mais visibilidade ao percurso que as mulheres vêm fazendo, no caminho que a Lei lhe tem aberto, contra regras não escritas e práticas discriminatórias vigentes nos aparelhos partidários. E quanto à frase com que comecei para me definir como feminista, devo dizer que não a li nim livro, nem a ouvi num congresso - vi-a, há muitos anos, numa placa de um carro que atravessava o centro de Boston, iluminado pelo sol:


FEMINISM IS THE RADICAL NOTION THAT WOMEN ARE PEOPLE

junho 01, 2020

TEMPOS DE DESIGUALDADE,  EXCESSOS E CONTRADIÇÕES 
 
1 - Fique em casa! Saia, faça turismo! Máscaras não! Máscaras sim!  Hospitais seguros, vá às consultas! Praias não! Praias sim, com lotação limitada!  Cafés, esplanadas ou restaurantes, com restrições! Aviões cheios, sem restrições! Festivais de música não! Festa do Avante, comício e música (talvez) sim! Futebol 1ª Liga, sim! Outro futebol, outras Ligas, não! Controlo nos aeroportos do Continente, não! Controlo nos aeroportos das Ilhas, sim, e com imposição de quarentena" (exceto para equipas de futebol de visita à Madeira para jogar com o Marítimo...). 
Exemplos de uma densa rede de regras e de exceções "à la carte". Algumas das "palavras de ordem" vão sendo ilustradas pelo exemplo dos maiorais: Sua Excelência o Presidente Marcelo (entre o povo, sempre de máscara, honra lhe seja feita) a comprar postas de bacalhau e verduras no mercado da Ericieira; o Senhor Primeiro Ministro António Costa almoçando, "tête à.tête", com Sua Excelência Ferro Rodrigues, num restaurante muito "cozy", sem máscara e sem guardar a distância protocolarmente imposta pela DGS Graça Freitas ao cidadão comum e até aos infantes das creches... 
 Assim vão sendo feito os primeiros convites ao desconfinamento, que se revelam mais difíceis de aceitar, do que foi o recolhimento doméstico em que o prudente português comum se refugiou, antes de decretado o "estado de emergência" e,  depois, o "estado de calamidade". Este último, ao invés das aparências, ainda está em vigor... Enfim, está e não está!
Interiorizados foram sendo outros estados concomitantes e mais persistentes, como o "estado de medo", e o " estado de depressão",  o "estado de pobreza e necessidade" para um galopante número de desempregados e de trabalhadores em "lay-off", e, para uma minoria, na qual me conto, o "estado de ceticismo", a caminho do "estado de inconformismo". A tal ponto levam os excessos de burocracia e de propaganda, avidamente ampliada pelos "media nacionais"... Está criado um clima de unanimismo, que exorcisa qualquer crítica construtiva, como ato de transgressão tão grave como era, em março/ abril, um idoso sair de casa... Eu confesso que passeei, quotidianamente, por Espinho/Norte, a bem da minha saúde mental e física, cumprindo todas as regras que fazem sentido (máscara, distância de dois metros dos transeúntes sem máscara, que são ainda muitos, desinfeção das mãos, troca de sapatos à entrada de casa). A idade não me assusta! Os seniores que morreram, em massa, não foram tanto os que andavam na rua, mas, sobretudo, infelizmente, os que estavam internados nos lares (coisa que a DGS nunca se preocupou em destacar - sendo pelos "media" que ficámos a saber que, cá, como na maioria dos países ditos civilizados, metade, ou muito mais de metade, dos mortos da pandemia eram idosos institucionalizados. Aconteceu em Portugal, no Canadá, Grã-Bretanha, Espanha, Itália, França, Suécia, etc etc....
...
2 - O "Big Brother" de Geoge Orwell voltou à atualidade... Estamos, de facto, localizados, ao minuto e ao centímetro, pelo nosso telemóvel, sujeitos a mensagens subliminais, condicionados  por toda a espécie de normas e protocolos, em que, pelo ridículo, se destacam alguns dos emitidos pela Senhora DGS .. 
A lembrar outro livro de Orwell,  "A quinta dos animais", fábula genial sobre uma revolução fraterna, seguida da fatal ascensão de uma nova casta dominante. No início, os revolucionários, que da "quinta" expulsaram o explorador humano, proclamaram a igualdade entre todos os animais. Por fim, o princípio é lapidarmente reescrito: Todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais do que os outros" .
Comprei ambos os livros, (lidos outrora, há mais de meio século...), na Livraria Bertrand,  inaugurada recentemente na rua 19.  Boa notícia e bom preságio para Espinho esta aposta num belo espaço de convívio com as novidades literárias, que há tantos anos nos faltava! Com saudade, recordo o último que nos foi dado frequentar, na rua 62, autêntica instituição da cidade, lugar de tertúlias e de exposições artísticas. A uma Bertrand não se pede tanto, mas, para quem gosta de deambular por entre estantes de livros é um pequeno  paraíso!
Voltando ao tema da fábula orwelliana, direi que chegou a hora de silenciar incongruências e desigualdades. Os "mais iguais".crescem em sociedades amedrontadas e conformistas, onde as críticas construtivas esmorecem. Não deixemos que pensem por nós. Colaboremos na prevenção da epidemia, com o civismo em que a maioria dos portugueses tem sido pródiga, mas não nos deixemos apanhar nas teias de oportunismo, que queiram tecer à nossa volta. Olhemos os  sintomas e os factos e ousemos  manifestar indignação. 
Indignificante foi, certamente, o contraste entre o privilegiado ajuntamento de um milhar de sindicalistas, que puderam ir, de todo o país, em camionetes, para a jornada do 1º de Maio em Lisboa, em pleno "estado de emergência", e a implacável expulsão pela polícia, à mesma hora, de uns quantos passageiros do metro, que iam de São Bento a Santo Ovídio, que fica a dois passos. A imagem, fornecida pela televisão, de homens fardados a banirem humildes trabalhadores do Porto e de Gaia de uma carruagem de  metro, enquanto os trabalhadores "mais iguais do que os outros", festejavam nas praças do Porto e de Lisboa, é coisa que me recuso a esquecer 
Também Inesquecível, e pela positiva, é a resposta à interpelação de uma repórter da TV  dada por um velho sindicalista, de 92 anos, que celebrava o seu 1º de maio,  de grande bandeira na mão. A jovem verberava a presença do velho, no meio da multidão, por fazer parte de "um grupo de risco", com "dever especial de confinamento". Calou-a ele, dizendo que se sentia muito bem, saudável, e, se tivesse de morrer, é porque tinha chegado a sua hora, depois de uma longa vida.... Também o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, que vai nos 73 , foi interrogado sobre o excesso de idade para estar na Alameda, e não gostou da pergunta... Eu também não!  Preferia que a arrogante jornalista tivesse tido a coragem de pôr essa mesma questão ao  Presidente Marcelo, que tem, mais ou menos, a idade de Jerónimo, anda por todo o lado, e pondera recandidatar-se ao cargo, que poderá completar com 77 anos. Em matéria de idade, são todos iguais. Ou não?

3 - Deixando para mais tarde algumas observações sobre o polémico relançamento do campeonato de futebol, domínio, por excelência, do improviso e de arbitrariedade, uma palavra sobre outra controversa reabertura: a das praias, que tão diretamente interessa a Espinho.
Começar por dizer que talvez nada me tenha chocado tanto, neste tempo pandémico, como a interdição do acesso ao mar, durante semanas, meses!. O mar é nosso, é das pessoas, é domínio público. Evitar grandes concentrações, previsíveis no verão, sim, certamente, mas com regras de "distanciamento social" semelhantes para ruas,  esplanadas, ou areais....
A diversidade de soluções é, para já, a nota dominante, mas, (cuidado!) falta saber ainda o que sairá da fértil imaginação da senhora DGS...
 Há quem queira criar divisórias de acrílico (em Itália), implantar quadrados de areia conglomerada (em Espanha), abolir guarda-sóis sol e barracas para melhor aproveitamento do espaço (em Cascais), ou demarcação por cordões... Também há quem queira uma separação entre "praias estáticas" e "praias dinâmicas". Originalíssima adjetivação! Traduzindo: as "estáticas" são reservadas a banhos de sol, as "dinâmicas" a banhos de mar... 
Olhando as caraterísticas próprias da nossa linha de  costa, que tal destinar a Baía, (uma  quase"piscina natural"), aos dinâmicos surfistas e  nadadores, ao menos numa considerável faixa próxima do mar? O que permitiria libertar as outras praias para o culto do sol, as estáticas toalhas estendidas na areia, para-ventos e barracas, obviamente sem proibição de ir à água, exceto com o içar da bandeira vermelha... Declaração de interesses: é uma sugestão de quem gosta, sobretudo, de nadar.

MANUELA "A VOAR" de "O círculo Aguiar)


MARIA MANUELA AGUIAR DIAS MOREIRA

MANUELA "A VOAR"

A Maria Manuela Aguiar Dias Moreira, nasceu no dia 9 de Junho de 1942, na Villa Maria, em S. Cosme de Gondomar.
























Publicada por em 12:21   

14 comentários:

Lé disse...
Parabéns Manela!
Muitas histórias e peripécias haveria que contar sobre a Manela, ela é a mulher mais activa e emancipada que conheci em toda a minha vida. Uma das muitas histórias que me ficou na memória para todo o sempre foi a nossa ida de férias para Espanha, há cerca de 30 anos atrás. Foram umas férias maravilhosas: piscina, praia, passeios, houve tempo para tudo inclusive “namoriscar”. No regresso a casa, de autopulman, com temperaturas escaldantes, a Manela começou a entrar em órbita, e, então, saca de um lenço e ataca o cabelo ficando com um ar caricato, tipo dona de casa desesperada, depois começa num rodopio: ora senta, ora levanta, ora vai para a janela, ora pergunta ao motorista o que se passa com o ar condicionado, enfim ela não parava! Bufava, arfava, e eu e a Nó caladinhas, já sabíamos que não valia a pena dar palpites, mais valia estarmos quietas no nosso canto. Ao fim de várias horas de viagem com a Manela imparável, chegamos a Lisboa e mal chegou à porta a Manela atirou as suas malas para dentro de casa, bateu a porta com força, correu de seguida para a lista telefónica, ligou para a igreja de Benfica para saber as horas da missa e, de repente, virou-se para as duas inocentes: - “Meninas vão à missa vão, vão, vão e deixem-me em paz e sossego!...” As duas inocentes, uma com quinze e outra com dezasseis anos, lá foram. Nós não sabíamos onde era a igreja e era a primeira vez que saíamos sozinhas em Lisboa. Foi demais.L.. á fomos à missa tranquilamente, e, quando chegamos a casa, a Manela já estava óptima! Nada se tinha passado.
É este lado explosivo/dramático tolerante/compreensivo que nos aproxima, sem dúvida!!!
Mais uma vez, Muitos Parabéns!
terça-feira, 09 junho, 2009 
Alexandre disse...
Parabèns à Manela, que é uma prima encantadora que diz bem de toda a gente.....da Família!!!!
Muito Obrigado por falares tão bem de mim. És muito simpática.
Os gatos de Maio estão muito giros.
Ainda não dei o concerto em Gondomar e, por isso, ainda não te convidei. Mas está prometido para este Verão!!!!
terça-feira, 09 junho, 2009 
Paulo disse...
Não tenho grandes histórias a contar sobre a Manela. A minha memória não guarda muitos episódios, pois eu vivo mais de sentimentos. E tenho pela Manela uma grande amizade, daquelas que costumam unir as pessoas que se sentem diferentes entre si, seja lá o que fôr que isto quer dizer.... De facto, não considero que sejamos parecidos, raramente concordo com as suas ideias políticas, não partilho do seu feminismo (graças a Deus!), gosto pouco de gatos....mas sou do FCP!!!
No entanto, sempre admirei a Manela pela sua inteligência, competência, frontalidade, simpatia, capacidade de comunicação, empenho e...porque viaja muito! Espero que ela também aprecie a minha sinceridade...
Também gosto da Manela porque ela gosta de nós. De todos nós que somos a sua Família. É atenciosa para todos, sempre presente nos momentos importantes, interessada e integrada em todos os ambientes e estilos. A todos aceita, com as suas diferenças e a prova disso é este blog!
A minha mãe sempre a estimou e admirou e considerava um previlégio falar com ela. Tratava-a com uma familiar deferência, achando-a acima da média e, sobretudo, uma pessoa sensata e com princípios e convicções fortes, características que muito apreciava nas pessoas. A minha mãe também não era uma pessoa de meias tintas...
O meu pai tinha na Manela uma confidente, não sobre assuntos privados que, quanto a isso, o meu pai era muito reservado. Mas era com a Manela que ele gostava de conversar sobre os inúmeros assuntos que interessavam a ambos. Como a Manela, também o meu pai sabia conversar sobre quase tudo...e gostava de conversar. E sei que o meu pai prezava as opiniões da Manela e encarava-as como ideias de alguém inteligente e experiente em àreas que ele não dominava.
Como já disse, não me ocorre nenhum episódio que possa contar que envolva a Manela. Lembro-me de, há muitos anos, ter estado uns dias na casa dela, em Lisboa, e de ela (a conduzir) nos ter levado ao Cabo Espichel, no Peugeot. Lembro-me de ela ter entrado (por cima) na Política, como Secretária de Estado do Trabalho, vendo reconhecido pelo Prof. Mota Pinto, o seu valor. Lembro-me dos sábados no período em que, com alguma frequência, a Manela ia almoçar a nossa casa, e como a aguardavamos ansiosos por saber algumas histórias da Política e dos políticos, que ela contava de uma forma tão interessante. Lembro-me de ela ter estado em Londres com os meus pais. Lembro-me dos dias de Natal, de Ano Novo e de Páscoa e de como, fossem quais fossem as circunstâncias e os seus afazeres, sempre arranjou tempo para nos visitar. E como a aguardávamos... Lembro-me do dia do meu casamento que ela filmou na integra. Lembro-me de muitos bons momentos que passamos juntos e que espero ainda se repitam muitas vezes! PARABÉNS MANELA!
terça-feira, 09 junho, 2009 
Lisa disse...
Muitos Parabéns Manela:
Subscrevo todas as palavras do meu irmão.
Não tenho o dom da palavra, como o dele nem o como o teu, Manela.
O meu "negócio" é mais filmes...!
Pode ser que um dia faça um mais ao "lado" dos Aguiares.

Beijinhos e saudações "nabais" ( da Tv Nabo).
quarta-feira, 10 junho, 2009 
Rosa Maria Gayoso disse...
É extremamente difícil para mim falar sobre a Manela. Ela é a GRANDE AMIGA no meio das minhas amigas é a Irmã que eu não tive, com quem posso falar à vontade, sempre presente e disponível quando eu preciso. Desde crianças que nos entendemos bem e. com a idade, a amizade e a cumplicidade aumentaram. Hoje, respeitáveis sexagenárias, a nossa amizade é uma rocha E posso afirmar que junto da Manela e Família Aguiar encontro a família que não tenho. Espero continuarmos assim amigas até estarmos tão gágás que perguntemos uma a outra - Como te chamas ó coisinha? - Um abraço grande grande.
quarta-feira, 10 junho, 2009 
Maria Teresa Aguiar disse...
Querida Manela,
Muitos parabéns, que tenhas muitos e bons anos para viver connosco.
Como já disse a Lé, nós, talvez mais eu pelo facto de ter vivido uns anos em Lisboa contigo, temos muitas histórias para contar. Espalhadas pelos sete, temos quase cinquenta anos de peripécias para contar.
Como sabes, ultimamente tenho estado "assoberbada da trabalho", mas, assim que me sinta mais livre e inspirada, vou deixar alguns testemunhos da minha convivência com contigo. Talvez comece, tomando a deixa da Lé, da viagem que fizemos a Torremolinos, onde ela conta o regresso, mas o início também, à distância, é engraçadíssimo. Para além deste episódio, temos o dos tempos que vínhamos passar uns dias à rua 16, os fins-de-semana em Espinho, as nossas idas ao cinema, ao Porto, a minha passagem pela Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e finalmente, a companheira de viagens que fui...
Manela, “me aguarda”…

Muitos beijinhos da prima que muito gosta de ti,
Teresinha / Nónó
quinta-feira, 11 junho, 2009 
kika disse...
Olá Manela,
Sei que estou um bocado atrasada, mas também te quero dar os Parabéns.
Como o meu pai disse que não estavas cá, acho que ainda vou a tempo (o meu pai é que está a pôr as vírgulas e os acentos). 
Beijos da Francisca!
sexta-feira, 12 junho, 2009 
Guilherme Gayoso disse...
Manela
Muitos parabéns, votos de muita saude, felicidade......e muitas viagens!!!!!

Beijinhos
segunda-feira, 15 junho, 2009 
Maria Manuela Aguiar disse...
Que grande surpresa tive, ao abrir o blogue, depois da vinda do dia de Portugal, passado entre os portugueses de Newark!
Não estava mesmo nada a contar com palavras tão simpáticas, fruto da amizade, que eu retribuo.
Em inglês, que se fala - mais ou menos... - no país aonde fui, afrontando a epidemia de gripe mexicana, eu diria:
"Moving"!
quarta-feira, 17 junho, 2009 
Rosa Maria Gayoso disse...
Manela quando relatas a nossa aterrarem na Madeira esqueceste um facto importantíssimo. No meio daquela horrível aterragem, o compartimento da bagagem de mão abriu-se e a "minha necessaire" veio cair em cheio em cima da minha cabeça provocando-me um galo, que me doeu durante toda a estadia na Madeira.
quinta-feira, 18 junho, 2009 
Rosa Maria Gayoso disse...
Lembras-te quando fomos para Espanha passar o 25 de Abril e ficamos a primeira noite num hotel que fazia medo ao susto? Que noite horrorosa, mas no dia seguinte não sei como arranjaste um bem melhor.
quinta-feira, 18 junho, 2009 
Maria Manuela Aguiar disse...
Depois dessa dramática aterragem no Funchal, o único grande susto foi a invasão do apartamento que partilhávamos por um morcego!
Eu nunca tinha visto a pavorosa criatura ao natural, e, ainda por cima, em voos rasantes sobre as nossas cabeças. Suponho que saí aos gritos, como se fosse perseguida por um tigre...
Na Galiza, lembro-me bem do horroroso hotel, de que nos livrámos, prontamente. Pior do que esse, só um hotel em Atenas, numa excursão da Agência Abreu, em que eu tomava duche de sandálias calçadas. Também exigi, e consegui, uma imediata transferência...
sexta-feira, 19 junho, 2009 
Isabel Aguiar disse...
PARABÉNS QUERIDA!
Ó Meus Deus….vai ser complicado dizer tudo o que quero dizer ....é tanta coisa…por isso nem sei por onde começar….desde logo tenho de aqui reconhecer a admiração que tenho por Ti Manela….e tu sabes que todos temos!
Contigo passei momentos que marcaram a minha vida, e, por isso, jamais os esquecerei!
As nossas viagens... que maravilha… mas isso vou deixar para mais tarde pois, como devem imaginar, tenho episódios hilariantes para contar.
Há uns tempos, li um artigo sobre inteligência, e, ao lê-lo…só me vinha à ideia a Manela, pois aquele texto parecia ter sido escrito para ela!!!
Resumidamente, era qualquer coisa assim: “os inteligentes, sabem observar e reconhecer os próprios sentimentos, sabem criar relação entre pensamentos e reacções, sabem examinar os seus actos e conhecer as consequências deles, sabem se uma decisão que querem tomar está a ser gerida pelo pensamento ou sentimento; os inteligentes, sabem como encontrar meios de lidar com os medos, as ansiedades, a ira e a própria tristeza; sabem compreender os sentimentos e preocupações dos outros e adoptar a perspectiva deles; são excelentes ouvintes e perguntadores; sabem valorizar a franqueza e construir confiança num relacionamento; sabem, quando é seguro, falar de si próprio; sentem orgulho pelo facto de se sentirem fortes, mas também sabem reconhecer as suas fraquezas…os inteligentes riem-se de si próprios, são muito responsáveis e não deixam projectos por completar…. No final do tal texto que li, lembro-me que ainda se referia que outra grande característica era a assertividade, o dinamismo, o saber quando e como conduzir e ser conduzido e o facto de serem excelentes na resolução de conflitos….o lema deles é sempre: vencer, vencer e vencer!
Não tenho pois dúvidas que este texto foi escrito para Ti…Tu és tudo isto e muito mais, um abraço forte da prima Isabelinha.
quinta-feira, 02 julho, 2009 
Joana disse...
Manela. eu sei que estou muito muito atrasada!! Mas sabes que os exames de desrregulam o cérebro ; hihihi!!
Um beijinho muito grande para ti**Com saudades das nossas tardes na tia Giginha!!**