janeiro 29, 2014

O outro Portugal, os outros portugueses

Falar de comunidades portuguesas tornou-se, entre nós, uma outra maneira de dizer emigração, num mero sentido estatístico - a comunidade portuguesa de França ronda um milhão de portugueses, a do Canadá meio milhão, etc. etc.. Assim se vão somando milhões, por alto, porque ninguém sabe, com inteiro rigor, quantos deixaram o país. Os cerca de cinco milhões dos registos oficiais ficam, certamente, aquém da realidade e poucos são os responsáveis políticos que resistem à tentação de subvalorizar o êxodo, quando este ultrapassa o limite do razoável. Neste aspeto, o atual Secretário de Estado é uma exceção, pois não hesita em apontar para 120.000 novos emigrantes, ano após ano, desde o início da "Crise" (com letra grande…).
Todavia, para a avaliação do fenómeno migratório na sua inteira dimensão, mais importante do que as cifras, é a perceção de um universo cultural em expansão, através de segundas e terceiras gerações. O mais importante é, pois, tomar consciência das infinitas possibilidades de alargar este universo, pelo reforço das ligações a Portugal de novos portugueses, que não saem do país por uma fronteira geográfica, mas entram nas nossas comunidades pela via sua ascendência assumida afetivamente. As famílias, as associações têm tido, neste domínio, o papel essencial, como se constata no paradigma da emigração mais antiga: a da Califórnia, onde, há décadas cessaram significativos surtos migratórios, mas onde mais de um milhão de cidadãos se reconhecem como portugueses ou de origem portuguesa; a do Brasil, em tudo singular, desafiando qualquer tentativa de contabilização, antes de mais, porque muitos dos recém chegados não se registavam nos consulados e, por isso, nas nossas estatísticas nunca existiram….Emigração antiga, imersa numa nação que partilha uma mesma língua e em cuja sociedade se move com à vontade, torna praticamente impossível determinar onde se quebra a cadeia geracional. Podemos contar milhões… Todavia, a superfície bem visível desse "iceberg" lusitano é formada, por aqueles que se integram na vida das instituições portuguesas.
Razão bastante para reafirmarmos que a incerteza dos números não é preocupante quando pensamos a presença no mundo, porque esta se deve muito mais a factores qualitativos do que os quantitativos.As comunidades” (não “a comunidade portuguesa”, quadro estatístico, massa anónima, mas as comunidades muito concretas) existem, como a expressão dessa mais valia qualitativa, que é a organização, a rede de instituições culturais e sociais, que criam e animam um verdadeiro espaço português extra territorial. O que possamos ter lido e ouvido de terceiros não nos prepara nunca, para o encontro com este outro Portugal, mais emotivo e mais consciente de si, que é, nas palavras do Prof Adriano Moreira, a "Nação dos afetos". Tudo se deve não às correntes migratórias – em si mesmas, agentes de dispersão – mas sim a um poderoso movimento associativo, que se converteu em força de agregação..
Se a existência deste imenso património tivesse dependido do mais pequeno gesto do Estado Português, nem uma só dessas estruturas, algumas monumentais, teria conseguido erguer-se. Bem poderemos parafrasear o Presidente Kennedy, usando o tempo pretérito: “não perguntem o que o País fez por eles, perguntem o que eles fizeram pelo País”.
 
2 - A obra está por todo o lado, como os próprios portugueses. Deve – se, em grande parte, à reconversão de um tradicional êxodo de homens sós em emigração familiar, com a sua metade feminina – ainda pouco visível na direção das maiores instituições, mas determinante no que respeita tanto à integração na sociedade estrangeira, como à corporização das comunidades, neste sentido orgânico, em que as consideramos. Essas instituições foram sempre encontrando lideranças à altura das expetativas, contudo, de há alguns anos a esta parte, vem-se questionando, o seu futuro, pelo envelhecimento dos seus dirigentes, num quadro de “fim dos tempos" da emigração – fim esse muito propagandeado pelos nossos políticos desde à adesão à CEE , como símbolo de desenvolvimento. A pobreza,  profetizavam, era coisa do passado...
Ora a pobreza está, agora, de volta a Portugal. O Governo não hesita em levar a cabo, um programa de austeridade seletiva, que pesa, essencialmente, sobre as classes médias, destruindo-as. No generalizado empobrecimento e, sobretudo, no desânimo e na revolta se gera  outro ciclo de emigração, descomunal, tremendo, como aquele que há precisamente um século, o Prof. Emygdio da Silva denunciava, falando em “emigração delirante”.
Abalam todos os que podem... qualificados ou não, mais e menos jovens, homens e mulheres (ainda uma minoria, é certo, mas, pela primeira vez, autonomamente, com ambições profissionais).
Serão elas e eles a solução para a segunda vida do associativismo e das comunidades da Diáspora, num maior equilíbrio de género e geração, inovando, modernizando? É a grande questão, para a qual não há que esperar resposta: há que busca-la! Este é o tempo ideal para equacionar políticas e tomar medidas que possam influenciar respostas afirmativas.

janeiro 28, 2014

Contra estas PRAXES

Entrei na Faculdade de Direito de Coimbra em 1960.  Sempre gostei do meu traje académico, É um sinal de pertença, é  elegante, é prático. Igualiza.
Usei o "grelo" no 3º ano, as fitas vermelhas no 4º, a cartola e bengala no ano de despedida. Recordo com imensa saudade as serenatas, os cortejos e bailes das "Queimas" O cine clube, o teatro, as tertúlias de café. Tudo o que diverte, sem ser à custa de ninguém.
Praxe só neste sentido!
O resto é barbaridade, é prepotência, é opressão - mesmo que não haja violência física. Umas tesouradas na cabeleira dos caloiros não é propriamente coisa que ponha em risco a sua vida e isso foi o pior que vi na Coimbra do meu tempo. Mesmo assim, eu detestava as trupes, que irrompiam  das sombras da noite na perseguição dos "caloiros".  E que levavam os incautos, sem que estes resistissem, para lhes aplicar o castigo ritual.
Para mim, tudo aquilo era sinistro, os vultos negros das trupes, as cabeças rapadas dos colegas...
Vivi, assim, o primeiro ano em estado de revolta contra a praxe, e nunca recuperei desse sentimento profundamente "anti"
Não me afetava pessoalmente, porque as  estudantes não estavam sujeitas a essas praxes. Pelo contrário: como quaisquer outras senhoras, até podiam "dar proteção" aos caloiros, desde que com eles fossem de braço dado. Várias vezes, salvei colegas, com um gesto rápido ao pressentir o "inimigo" ...

E se não estivesse num lar de freiras (o lar das Dominicanas, junto às escadas monumentais) nada mais teria para contar sobre o meu 1º ano.   Nesse mundo fechado, imagine-se, havia uma réplica da praxe,  numas festas noturnas,  em que as "caloiras" eram gozadas pelas "doutoras" e não podiam responder na mesma moeda. Respondi. Insurgi-me, saí pela porta fora e fui naturalmente, de imediato, ostracizada.
Isto é, no pacato lar era a única a não ser convidada para aquelas sessões patéticas de basófia (de uma lado) e de servilismo (do outro). Excelente saída! Nunca mais me maçaram, e vice versa.

janeiro 16, 2014

A Associação "MULHER MIGRANTE"
 Duas Décadas de "Congressismo"

A Associação vai buscar as suas origens ao primeiro grande congresso de mulheres da emigração (Viana do Castelo - 1985) e a uma proposta aí avançada de institucionalizar o diálogo e a cooperação entre Portuguesas do mundo inteiro. Esta ligação a um passado anterior ao seu próprio ato de constituição, assim como o reconhecimento de que, em termos globais, a luta pelos direitos da Mulher, entre nós, desde o movimento feminista de início de novecentos, se fez, especialmente. através do que chamamos "congressismo", levou a AEMM a utilizar , em primeira linha, esta forma de mobilização das mulheres migrantes para a igualdade.
Na publicação comemorativa do 20º ano da "MM"  fazemos um sintético relato das suas  principais iniciativas  neste domínio.

 1985 
 O 1º Encontro Mundial de Mulheres Migrantes

A realização do primeiro Encontro foi proposta por duas portuguesas, que, em Outubro de 1984, estavam presentes na Reunião Regional do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), em Danbury, Connecticut : Natália Dutra (dirigente associativa e mulher do Conselheiro Ramiro Dutra), e a Conselheira da CCP Maria Alice Ribeiro, que formulou a recomendação, consensualmente aprovada. A Secretária de Estado da Emigração  Maria Manuela Aguiar deu-lhe imediato seguimento e o Encontro Mundial teve lugar em Junho do ano seguinte.
Uma das conclusões desse Encontro histórico apontava para a criação de uma Associação, formada pelas participantes e aberta a outras mulheres que, no país e no estrangeiro, quisessem aderir, irmanadas no objetivo de dar voz à metade feminina das comunidades. Uma outra reclamava a organização de um novo Congresso  para tratar de questões atuais como as do papel da mulheres emigrantes no associativismo, no voluntariado, na defesa da língua, no incentivo à maior intervenção dos jovens, no regresso ao País...
Porém, nos anos seguintes, apenas se regista uma reunião em Toronto (1986), não tendo, após a queda do Governo em 1987, sido implementado o projeto de convocar, com regularidade, uma Conferência para a participação da mulher, na órbita do CCP.


1993 - Constituição da AEMM
 A "Mulher Migrante  Associação de Estudo, Cooperação e Solidariedade" nasceu em 1993, para corporizar as mais importantes propostas do " Encontro de Viana". As suas fundadoras, com exceção da luso-brasileira Fernanda Ramos (a grande impulsionadora do processo nesta fase) tinham estado no Encontro , como organizadores, como participantes do estrangeiro, como conferencistas e queriam dar uma segunda vida às esperanças que o animaram.
Esse pequeno núcleo fundador teve de elaborara os Estatutos,  tarefa entregue à jurista Maria do Céu Cunha Rego, que  já havia  sido figura preponderante na preparação do congresso de Viana.
A formalização legal aconteceu em 8 de outubro desse ano, no 16º Cartório Notarial de Lisboa.. Assinaram a escritura notarial 22 associadas/os. São consideradas fundadoras/ fundadores 82. (a "MM" conta com mulheres e homens unidos pelos mesmos valores humanistas.
Os Estatutos foram publicados no Diário da República, III Série nº 255 de 30 de Outubro
A sua primeira sede foi no nº 77/79 da Rua de São Marçal, a convite  da Associada Teresa Costa Macedo.  A partir de 1994, a MM celebrou um protocolo com um centro de apoio jovens e a idosos (CAGIL) e passou a partilhar as suas instalações da Rua do Lumiar, 57. Desde 2003, funciona em sede própria, arrendada à Câmara de Lisboa, na Rua Maria Pia, Lote 4, Loja .
A Associação foi admitida no "Conselho Consultivo da Comissão para a Igualdade e os Direitos das Mulheres" em Novembro de 1993 e da "Comissão" recebeu o maior apoio ao longo da primeira década de atividades -  centrada, sobretudos no País, ainda quando as temáticas se relacionavam com a Diáspora. Desde 2005, é com a SECP que a "MM" coopera mais estreitamente, aumentando o seu envolvimento com as instituições das comunidades em todo o mundo.

1994
BARCELOS
A primeira iniciativa pública resultou de uma colaboração com a Associação Comercial e Industrial de Barcelos e foi inaugurada pelo SECP Dr. Luís Sousa de Macedo.
Tema: "Regresso e Reinserção - a intervenção e a participação  da Mulher nesta fase do ciclo migratório"
Era ainda um tempo de regressos significativos ao país, embora já em fase de declínio, e a finalidade principal consistia em avaliar esse movimento, ao longo da última década, em particular no que respeita às mulheres. Com uma sala cheia e um alto nível de participações, o primeiro passo estava dado.

1995
ESPINHO
"Encontro Mundial De Mulheres Migrantes - Gerações em diálogo"
 (18/21 de Março)

 Vieram a Espinho cerca de 400 pessoas de todos os continentes, entre elas, algumas das "pioneiras" de Viana. Era o caso de Graça Guedes, então Vice-Presidente da  "Mulher Migrante", a quem a Direcção incumbiu da preparação local do Encontro.
A abertura foi presidida pela Secretária de Estado da Juventude, Maria do Céu Ramos e a sessão de encerramento pela Primeira -Dama Drª Maria de Jesus Barroso.
Entre numerosas colaborações, salientam-se as do Governo da República, das Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, da Fundação Gulbenkian, da FLAD, da Câmara Municipal de Espinho, de Universidades - e dos "media", nacionais e das comunidades do estrangeiro. A componente dos jovens, de ambos os sexos foi particularmente significativa.
A "MM" estabeleceu, a partir daqui, a sua rede de contactos, firmou-se como interlocutora de muitas organizações da sociedade civil, da administração pública e do Governo do País, 
Publicações: as actas do Encontro e a revista  "As ideias e os Factos assinalados" (coordenação de Eduardo Saraiva)

1996
LISBOA
Colóquio "A Mulher Migrante - Igualdade e Solidariedade. Que Direitos? Que Estratégias?"
Abertura pela Presidente da Comissão para a Igualdade Joana de Barros. Entre outras, intervenções do Bispo de Setúbal, do Deputado Carlos Luís, de Maria Manuela Aguiar e de Rita Gomes
 Foram publicadas as actas do colóquio.

1998
LISBOA
Conferência, seguida de mesa redonda sobre "A Mulher Imigrante e sua família. O caso Português" .
Parceria com a Comissão da Igualdade.

LISBOA
Conferência sobre "As Mulheres Portuguesas perante os projectos de Emigração e de (Re)inserção  Social".
Conferencista a Profª Doutora Engrácia Leandro (Universidade do Minho).
Publicação com o mesmo título da conferência

BUENOS AIRES
Encontro da Drª Maria Manuela Aguiar e do Conselheiro do CCP Luís Panasco Caetano com um grupo de mulheres portuguesas em Villa Elisa, Argentina, do qual resultou, a constituição da Associação Mulher Migrante Portuguesa neste país.

2000
LISBOA
Mesa Redonda sobre "Políticas de Emigração e Comunidades Portuguesas nos últimos 25 anos:1974/1999"
Uma primeira reunião de antigos Secretários de Estado da Emigração e das Comunidades Portuguesas, para a qual todos foram convidados. Presentes: Rui Machete, Manuela Aguiar, José Vitorino, Correia de Jesus. Moderador Pedro Cid.

2001
Ao longo do ano, o enfoque foi dado aos problemas da nova imigração, em parceria  com Câmaras Municipais, e a  Região Autónoma da Madeira .

 OEIRAS 
 Seminário sobre "Mulheres Migrantes em Portugal - Expectativas e Experiências de vida. A perspetiva das Entidades Locais".
Intervenção de dirigentes da "MM". Testemunhos de jovens imigrantes africanos e europeus

POMBAL
Encontro de Mulheres Migrantes, para comemoração do "Dia Internacional da Mulher". Intervenções do Presidente da Câmara, da Deputada Maria de Belém, das dirigentes da "MM" Maria Manuela Aguiar e Rita Gomes, e de mulheres imigrantes da Europa de Leste, seguidas d debate, num. Auditório  completamente cheio

PORTO DE MÓS
Encontro com Imigrantes, organizado pela Deputada Ana Narciso, com a presença do Presidente da Câmara e de Maria Manuela Aguiar. Testemunhos de muitos imigrantes europeus de Leste e de empresários, que realçaram a mais valia que para eles representava a nova grande vaga de imigração e denunciaram os obstáculos burocráticos que dificultavam a sua legalização.

FUNCHAL
Seminário organizado pelo Diretor das Comunidades Madeirenses Gonçalo Nuno Perestrelo Santos. Intervenção de  Maria Manuela Aguiar e de muitos imigrantes da Europa de Leste

2002
LISBOA
Colóquio sobre "Problemas Sociais da Nova Imigração". com duas mesas redondas
1- O direito à reunificação Familiar e à Livre Circulação
2 - Igualdade na Sociedade Portuguesa para a Mulher Imigrante
Na sessão de abertura, discurso do Embaixador de Cabo Verde, na de encerramento intervenção da Secretária de Estado para a Igualdade Maria do Céu Cunha Rego.
Publicação com o mesmo título do colóquio, coordenada por Maria Manuela Aguiar 

2003
LISBOA
Seminário "Mulheres Migrantes - Duas Faces de uma realidade"
Uma iniciativa da CIDM, presidida pela Drª Maria Amélia Paiva. A "MM" foi convidada a integrar o grupo de trabalho encarregado da organização, indicando a Presidente Rita Gomes.
Intervenções de Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes e da Presidente da Associação Mulher Migrante Argentina, Maria Violante Martins. 

2004
Ciclo de encontros e colóquios no 10º aniversário do início da atividades da "MM"

OLIVEIRA DE AZEMÉIS
Colóquio "Mulheres Migrantes das Diversas Gerações -Questões de Hoje/Que perspetivas? 
Realizado em parceria  com o Diretor da Revista Portugal e  do jornal "A voz de Azeméis" Comendador Aníbal de Araújo. Intervenções  do SECP Dr José Cesário, de investigadores, professores universitários, dirigentes da Administração pública e de associações de Imigrantes

CANADÁ/ EUA
Encontros com Mulheres Portuguesas em Toronto, London, Ontário, Montreal e (Newark), com a participação de Maria Manuela Aguiar
No Ontário, organização coube ao Conselheiro do CCP Manuel Leal, nos EUA à Presidente da Delegação da "MM". Manuela Chaplin.

BUENOS AIRES
Homenagem da "MM" da Argentina à "MM" de Portugal, por ocasião do 10º aniversário, com a presença de cerca de 100 pessoas, muitos dirigentes associativos, individualidades argentinas e portuguesas e da AEMM, Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes e Isabel Aguiar

LISBOA
Colóquio "Mulheres Migrantes das diversas Gerações - Conhecer/Participar  -  nas Sociedades de Origem e de Acolhimento
Um colóquio que se estendeu por dois dias (26 e 27 de Novembro) e reuniu dezenas de participantes de Portugal e do estrangeiro (EUA, Canadá, Argentina e França), dirigentes de associações de imigrantes, Altos funcionários. Intervenções do SECP Dr. Carlos Gonçalves e da Dr.ª Maria Barroso.
Patrocínios da SECP e da FLAD.

2005
Uma década após o Encontro Mundial de Espinho, a "MM" iniciou uma nova fase da sua vida, marcada por um contacto mais direto com o mundo associativo das comunidades de estrangeiro, propiciado por uma parceria com a SECP, visando a execução sistemática de um programa de ação para a igualdade de género na Diáspora. Com o patrocínio do Secretário de Estado António Braga, em colaboração com as Embaixadas de Portugal e com instituições locais e outras ONG's nacionais, a "MM" levou a bom termo, nas Américas, na Europa e na África, entre 2005 e 2009, os "Encontros para a Cidadania - igualdade entre Mulheres e Homens". O objetivo prioritário era avaliar e promover, caso a caso, a participação cívica e política das mulheres migrantes. A Presidente de Honra dos Encontros, Maria Barroso, o SECP António Braga ou o Secretário de Estado da Presidência Jorge Lacão e as dirigentes da "MM"  foram interlocutores em cada um desses Encontros pioneiros.

 BUENOS AIRES
O 1º Encontro para a Cidadania foi organizado pela Associação Mulher Migrante Portuguesa da Argentina, na Biblioteca Nacional,  anfiteatro Jorge Luis Borges -  em 11 e 12 de novembro).
 O SECP Dr. António Braga abriu e encerrou, na Biblioteca Nacional, anfiteatro Jorge Luís Borges, os trabalhos, com os quais principiava um longo roteiro de diálogo. Organização da "Associação MM" da Argentina e da Embaixada de Portugal, Com a presença da viúva de JL Borges, Maria Kodama. Os "media" nacionais  deslocaram equipas de rádio, televisão, imprensa escrita. Dois dias de intensos debates.  Depois, ainda tempo para participar nas comemorações de aniversário da "MM" da Argentina

2006
 RIO DE JANEIRO 
Dinamização da Delegação da "MM" no Brasil, presidida pela jornalista Claudia  Cavaco, com a participação de Manuela Aguiar e Rita Gomes. A reunião com novas associadas teve lugar no Liceu Literário Português, 
Dona Benvinda Maria, Diretora do jornal "Portugal em Foco" organizou convívios com  Portuguesas nas Casas Regionais, a fim de divulgar os objetivos da "MM", e fez o lançamento de uma coletânea de histórias de vida "Mulheres Emigrantes Portuguesas", recolhidas por Carlos Anastácio (colaboração num dos mais ambiciosos projetos  da "MM")..

 PARIS
No dia Internacional da Mulher, a Federação das Associações Portuguesas de França, dirigida por José Machado, promoveu um primeiro colóquio com mulheres presidentes de Associações e homenageou-as num jantar -debate sobre a temática da intervenção feminina. Pela "MM"  participou no colóquio e no debate Maria Manuela Aguiar. Pela Federação coordenou a iniciativa o Secretário-Geral Adé Caldeira.

ESTOCOLMO
2º Encontro para a Cidadania Europa
Organizado pela PIKO (Federação de Mulheres Lusófonas). em colaboração com a Embaixada de Portugal, reuniu portugueses de diversos países e individualidades suecas. A ex Ministra e Comissária Europeia Anita Gradin, co-presidiu aos trabalhos com o Secretário de Estado Jorge Lacão

Junho - Dia de Portugal no Canadá e EUA
A "MM" propôs às comissões organizadoras do Dia Nacional em Newark e Montreal a inclusão do tema da Mulher, sua presença e reconhecimento do seu papel nas comunidades no programa de comemorações

MONTREAL
Foram interlocutores o Cônsul.- Geral Dr. Carlos Oliveira e o Coneselheiro do CCP Francisco Salvador. A preparação do Colóquio foi entregue aos jovens do " Carrefour Lusophone" e  da Associação de Estudantes Lusófonos da UCAM ("Université du Québec à Montreal"), onde decorreu a sessão..
Pela MM  intervieram Manuela Aguiar,  Rita Gomes,  Graça Guedes e Maria Beatriz Rocha Trindade

NEWARK
A Fundação Bernardino Coutinho levou a cabo, durante 30 anos, a que era considerada a maior festa popular do mundo português.
Manuela Chaplin, presidente do Núcleo da "MM - EUA" e Maria Coutinho, dirigente da Fundação e do Núcleo da "MM" foram as organizadoras do seminário sobre  "Presença das. Mulheres nas Comunidades Portuguesas da América do Norte", juntando participantes dos EUA e do Canadá.
A "MM" participou com um carro alegórico na grande parada do 10 de Junho
O Seminário foi subsidiado pela FLAD e por entidades locais..
2007
PARIS
A "MM"  participou, novamente, no Dia Internacional da Mulher, organizado pela APAF -  jantar - debate na Associação Cultural Franco- Portuguesa de Alfortville, e uma Conferência - debate na Casa do Brasil  (Cidade Universitária) sobre:
A Mulher no Movimento Associativo e sobre a nova Lei da Paridade em Portugal.
 Manuela Aguiar e Rita Gomes intervieram nos debates.

TORONTO
3º Encontro para a Cidadania - Conferência sobre a participação Cívica e Política. Igualdade de oportunidades entre Homens e Mulheres nas Comunidades Portuguesas"
Organização da Cônsul-Geral de Portugal, Dr.ª Maria Amélia Paiva, coadjuvada por uma comissão formada por representantes associativas ("Working Women Community Center", Abrigo, ACT/Viver, Women+¨55, St Stefen's House, PIN, Immigration Women Health Center).
 Maria Barroso,  Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes e Maria Beatriz Rocha Trindade foram oradoras. Presidiu ao Encontro o Secretário de Estado Jorge Lacão.  Intervieram  o Embaixador Dr João Pedro da Silveira, o Dr Álamo de Oliveira, (Região Autónoma dos Açores), mulheres políticas canadianas e luso-canadianas, jornalistas, técnicos e trabalhadores sociais, investigadores, ativistas dos direitos humanos, dirigentes associativos.
Numa cidade onde são muitos e de qualidade os órgãos de comunicação social em língua portuguesa, a cobertura mediática foi excecional.

ALMANCIL
Vª Convenção Cívica das comunidades Portuguesas, FAPF
Uma continuação da colaboração entre a Federação e a MM, pondo as questões de género no centro do debate.
Os trabalhos foram abertos pelo SECP Dr. António Braga. Pela "MM" intervieram Manuela Aguiar, Rita Gomes e Maria Beatriz Rocha Trindade.

LISBOA
Seminário sobre "Discriminações...ainda por ser Mulher?"
Iniciativa integrada no ano Europeu para a "Igualdade de oportunidades para todos", organizada em parceria por seis ONG's de mulheres, uma delas a "MM", representada por Rita Gomes e Isabelle Oliveira (CNRS) .
Presentes o Secretário de Estado Jorge Lacão e a Deputada Maria de Belém.

2008
JOANESBURGO
4º Encontro para a Cidadania
  "Vertentes de mobilidade, numa perspetiva de diálogo intercultural"
Organização da "Liga da Mulher Portuguesa", com apoio da Embaixada de Portugal, do Consulado-Geral de Joanesburgo, do Governo Regional da Madeira e do Conselheiro do CCP Silvério Silva.
Iniciaram os trabalhos, a Dr.ª Maria Barroso e o Embaixador Paulo Barbosa, apelando à maior abertura das associações ao dirigismo feminino.
Em diversos painéis, intervieram muitos dirigentes associativas, maioritariamente mulheres, políticos luso-sul africanos, jornalistas,  professores de Português, jovens.  A "MM" esteve representada por Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes, Graça Guedes e Maria Beatriz Rocha Trindade. Entre as propostas avançadas, é de referir a da criação de Universidades Séniores na diáspora, pela sequência que teria em futuros programas da "MM" 
 Encerrou o Encontro o SECP Dr. António Braga,  anunciando a próxima realização de um Encontro mundial  de Mulheres Migrantes.

SANTA MARIA DA FEIRA
Convenção Mundial das Comunidades Portuguesas
Na iniciativa da Associação dos Portugueses do Estrangeiro (APE), presidida pelo Conselheiro do CCP João Morais,  co-participaram as dirigentes da "MM" Manuela Aguiar, Rita Gomes e Beatriz Rocha Trindade.
O SECP Dr. António Braga encerrou os trabalhos.

ELIZABETH - NEW JERSEY
Seminário de Formação para Jornalistas Lusófonos
Uma iniciativa do Dr António Pacheco ( Fundação Pro Dignitate), apoiada por Monsenhor João Antão nos salões da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Elizabeth.
 Maria Barroso e Maria Manuela Aguiar  introduziram no seminário a vertente da igualdade de género

BERKELEY, CALIFÓRNIA
5º Encontro para a Cidadania
"O papel da Mulher no futuro do associativismo feminino na Califórnia"
Organização da Profª Deolinda Adão (Universidade de Berkeley) e do Consulado- Geral de São Francisco, em parceria com a Fundação Pro dignitate e com a "MM"
Temas: o exemplo do associativismo feminino da Califórnia; dinâmicas intergeracionais e de género; a  imagem da mulher imigrante nos media e a formação para a igualdade. (temática que seria retomada em vários seminários no ano seguinte).
Intervenções de Maria Barroso,  Deolinda Adão, António Pacheco, Embaixador Costa Arsénio e do Secretário de Estado António Braga.

2009
Os Seminários sobre  "Mulheres Migrantes -  os multimédia, enquanto espaços de ação e representação" realizaram-se no Canadá e nos EUA

DARTMOUTH
(Universidade de Dartmouth - Massachussets)
Organização local da Cônsul-Geral Dr.ª Fernanda Coelho e do Centro de Estudos Portugueses. Parceria com a "MM" e a Fundação Pro Dignitate.
Introdução ao debate por Maria Manuela Aguiar e António Pacheco. Intervenções dos Professores Glória de Sá, Franck Sousa e Gina Reis, de líderes associativos, conselheiros do CCP, jornalistas, estudantes. Encerramento pela Cônsul -Geral, grande dinamizadora desta ação. Presentes a reitora da Universidade e professores do departamento de Estudos sobre a Mulher.

ESPINHO
Encontro "Cidadãs da Diáspora"
O principal objetivo foi fazer o balanço dos Encontros para a Cidadania, com a participação de representantes de todos eles. Foi, assim, o "Encontro dos Encontros" e um retorno a Espinho, 14 anos depois do 1º Encontro Mundial, de novo com o apoio do Presidente da Câmara José Mota.
Abriu os trabalhos a Presidente de Honra  Maria Barroso., O diálogo reuniu
 muitas as personalidades ligadas à investigação das migrações, aos serviços responsáveis pelas políticas de emigração em Lisboa e nas regiões autónomas ex-emigrantes, professores, estudantes, membros de Ong's. As intervenções, que foram recolhidas em duas publicação, uma o mesmo título do Encontro  outra, "Mulher Migrante em Congresso". com testemunhos postados no blogue da "MM.   

MONTREAL
 Dia Internacional da Mulher
Organização do Jornal Luso Presse, com o apoio do Cônsul-Geral Dr.Carlos Oliveira e da "MM" , presente através de Maria Manuela Aguiar,
Intervenção de representantes de ONG's, do CCP, jornalistas, autarcas, estudantes e professores das universidades - uma enorme audiência, com muitas mulheres a fazerem a história(mais ou menos esquecida...) das mulheres portuguesas no Québec.

LISBOA
Encontro de Enceramento das Comemorações dos 15 anos da "MM"
  • "Mulher Migrante - Perspetivas Sociais e Culturais
  • Conferência "Nós e os outros, em terreno das Migrações" por Maria Beatriz Rocha Trindade
  • Mesas redondas sobre a temática das mais recentes publicações da "MM: "Problemas Sociais da Nova Imigração" e "Cidadãs da Diáspora", (publicações organizadas por Maria Manuela Aguiar)
Regista-se a presença de muitas das personalidades com as quais a MM sempre tem podido contar. como a Drª Maria Barroso, a Presidente da CITE, o Diretor da OCPM Frei Salles Diniz, o Governador Civil de Aveiro José Mota, o Dr Carlos Luíz, o Conselheiro do CCP João Morais, o Comendador Aníbal de Almeida e o SECPAntónio Braga, que encerrou este ciclo comemorativo..

2010
NEWARK
2º Seminário sobre "Mulheres Migrantes - Multimédia, enquanto Espaços de Ação e de Representação
Organizado pela Cônsul-Geral Maria Amélia Paiva na Rutgers University, com professores e alunos de Português da Universidade e membros das comunidades de Newark e Elizabeth, nomeadamente associadas do núcleo da MM nos EUA, jornalistas, entre eles Humberta Araújo de Toronto.
Pela "MM" estiveram presentes Manuela Aguiar e Maria Beatriz Rocha Trindade.

TORONTO
3º Seminário sobre o mesmo tema.
Integrado na semana cultural da "Casa do Alentejo", e coordenado pela jornalista Humberta Araújo.
Pela "MM" foram palestrantes Maria Manuela Aguiar e Deolinda Adão. No encerramento, realizou-se uma homenagem a  Maria Alice Ribeiro, com a presença de Cônsul-Geral de Portugal e de muitos amigos e admiradores de " Malice".

ESPINHO
Lançamento da publicação "Cidadãs da Diáspora", com intervenções de Rita Gomes e dos Autores das comunicações aí coligidas.
Conferência do Ex-Deputado. Carlos Luíz sobre  "Emigração e Exílio nas vésperas da Revolução de 1910",  a convite de Maria Manuela Aguiar,  vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Espinho.
A jornada, dedicada a questões históricas e atuais da emigração, terminou com uma homenagem póstuma ao Comendador Aníbal Araújo, à qual se associaram o Governador Civil de Aveiro José Mota e a Presidente da Assembleia Geral Graça Guedes, muitos familiares e amigos

2011
AMESTERDÃO
Seminário sobre "Mulheres Migrantes - Vertentes  de Voluntariado"
Organização da Conselheira do CCP Dr.ª Teresa Heimans, que envolveu a Missão Católica Portuguesa, em cujas instalações decorreram os trabalhos. Foram oradoras  Maria Beatriz Rocha Trindade, Teresa Heimans, Maria  Manuela Aguiar, Rita Gomes. .

GENEBRA
2ª Seminário sobre "Mulheres Migrantes - Vertentes de Voluntariado"
No Museu Voltaire juntaram-se muitos portugueses de Genebra, na sua maioria ligados à vida das ONG's e ao jornalismo, sendo de destacar a proporção de gente jovem..
Abriram a sessão o Cônsul-Geral Carlos Oliveira e a Presidente da Associação "Àgora Portugal", Vera Santos, que foram os organizadores e apresentaram comunicações  Manuela Aguiar, Rita Gomes, Maria Beatriz Rocha Trindade (CEMRI -Universidade Aberta) e Isabelle Oliveira (CNRS e Sorbonne 3) 

OLIVEIRA DE AZEMEIS
Encontro sobre "Comunidades Portuguesas. Comunicar e Interagir".
 Homenagem póstuma a Aníbal Araújo, na sua terra, numa parceria da "MM" com a Câmara Municipal .
Foram oradores Frei Salles Diniz (OCPM), Jorge Oliveira e Silva (Presidente da Assembleia Municipal), Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes, o Presidente da Câmara, Hermínio Loureiro, o Deputado Carlos Páscoa, o Secretário de Estado Feliciano Barreiras Duarte

MAIA
O novo SECP Dr. José Cesário chamou a "MM" à colaboração num programa de mobilização das mulheres para a participação igualitária nas suas comunidades, que deveria arrancar através da convocatória de um Encontro Mundial, ainda no ano em curso. O Encontro, que procurou perspetivar a evolução da emigração portuguesa no feminino "(Passado, Presente, Devir")  veio a realizar-se no Forum da Maia em 25 e 26 de Novembro, e foi aberto com a apresentação pelo Dr José Cesário das grandes linhas do trabalho a desenvolver. Na Maia estiveram representantes de muitas comunidades do estrangeiro, antigos emigrantes, os deputados pela Emigração, Carlos Gonçalves, Paulo Pisco, Carlos Páscoa e Maria João Ávila, a Diretora das Comunidades Açorianas Graça Castanho, Conselheiros do CCP,  muitos investigadores e professoras universitários.  .
A "MM" mantinha, assim, uma parceria para a  prossecução das políticas de emigração com a componente de género, que começara nos "Encontros para a Cidadania".

2012
A "MM" continuou a olhar o futuro, sem esquecer o passado,  dedicando algumas das suas iniciativas ao movimento feminista de novecentos, e levando às Escolas o debate sobre as temáticas das migrações, da cidadania, da igualdade de género.

ESPINHO
Celebração do Dia Internacional da Mulher
Colóquio "Ao encontro de Maria Archer. Portuguesa, Cidadã do Mundo"
(realização conjunta da "MM", Câmara Municipal de Espinho e Escola Domingues Capela
Oradoras: Olga Archer Moreira, Dina Botelho e Elizabeth  Battista.(USP-SP)
No final, alunas da Escola representaram uma "Entrevista Imaginária com Maria Archer",(com guião de Arcelina Santiago) que se revelou um meio tão eficaz e emotivo de dar a conhecer a personalidade da Escritora e feminista.

LISBOA
Conferência sobre "Vida e obra de Maria Archer - uma Portuguesa da Diáspora" e Exposição "Rostos Femininos da República".
No salão Nobre do Teatro da Trindade mais de 120 pessoas, muitas  das quais de várias gerações da família Archer, participaram numa jornada memorável, que foi encerrada pelo Prof Fernando de Pádua (sobrinho de Maria Archer) e pelo Preseidente Mário Soares.
As intervenções e as imagens estão dadas à estampa numa publicação com o mesmo título da Conferência, organizada por Olga  Archer Moreira e  Rita Gomes.

ESPINHO
Colóquio "Vida e Obra de Maria Lamas - uma Portuguesa da Diáspora em luta pelas Mulheres do seu País"
No Auditório da Escola Dr Manuel Laranjeira, com uma assistência numerosa de estudantes,  uma  organização da Escola e da "MM", que esteve representada por Maria Manuela Aguiar
Oradoras: Maria Benedicta Monteiro (neta da Escritora, professora do ISCTE) e Maria Manuela Antunes da Silva (dirigente do MDM). Presente a dirigente do National Council of Women de Inglaterra, a recordar  Maria Lamas como última Presidente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas,.

SÃO JOSÉ, CALIFÓRNIA
Colóquio "As Mulheres como transmissoras de cultura"
(organização de Deolinda Adâo numa parceria da "Luso-American Educational Foundation" e da "MM").  O SECP José Cesário, a Deputada Maria João Ávila a Secretária Regional da Educação dos Açores, Maria Manuela Aguiar e a Nassalete Miranda foram alguns dos intervenientes, juntamente com escritoras, artistas plásticas, professores de português do Estado da Califórnia, estudantes de S José e de Berkeley, dirigentes de instituições da Comunidade,

ELIZABETH, NEW JERSEY
Encontro sobe o projeto "Universidades Séniores"
Organização apoiada pela Cônsul- Geral Maria Amélia Paiva e realizada no salão da Paróquia Portuguesa
 Graça Guedes, introduziu o tema, dando o exemplo da Universidade Sénior de Espinho.. Seguiu-se um debate em que se procurou motivar aquela comunidade para este tipo de associativismo. 

LONDRES
Encontro de Mulheres Lusófonas
Na Embaixada de Londres, reuniu um núcleo  de mulheres portuguesas e angolanas, dinamizado por Luísa Ribeiro, com o objetivo de constituir um movimento de mulheres.
Participaram pela "MM" Graça Guedes e Maria Manuela Aguiar.

ESPINHO
"Maria Archer, Jornalista, Escritora".
A Feira do Livro de Espinho foi o espaço escolhido para refletir sobre evolução da situação das mulheres em Portugal nos últimos 50 anos, a partir da escrita da mais feminista das romancistas do século passado . Os jovens estudantes ocuparam a mesa de honra, voltaram a representar a "Entrevista imaginária com Maria Archer" (um guião de Mestre Arcelina Santiago) e a ler textos da Escritora, como introdução ao debate, que contou com intervenções de Arcelina Santiago, Manuela Aguiar e Rita Gomes

LUXEMBURGO
  Encontro no Instituto Camões
 Encontro com portugueses do Luxemburgo, organizado pela  Embaixada de Portugal, com a colaboração de um conjunto de associações ldo Grão. Ducado, coordenado por Custódio Portásio. .
A sessão foi aberta pela Embaixadora Rita Ferro, tendo pela  "MM" apresentado comunicações Maria  Manuela Aguiar, Rita Gomes e Nassalete Miranda, com enfoque no projecto ASAS e em outras formas inovadoras de promover a inclusão no associativismo de grupos tradicionalmente marginalizados ( a metade feminina, os mais jovens, os mais velhos).
Seguiu-se o lançamento da publicação sobre o Encontro Mundial de 2011 e a referência às suas principais conclusões.

LUXEMBURGO

Conferência  "Le Mouvement Féministe et Républicain au Portugal" 
Organizada da Confraria dos Financeiros Lusófonos do Luxemburgo. Palestra de Maria Manuela Aguiar, seguida de um debate, em que dialogaram  portugueses e luxemburgueses, mulheres e homens. Uma incursão pela história do país, centrada na luta pela democracia, que exige a afirmação dos direitos das Mulheres. Presente o Cônsul- Geral Dr. Rui Gonçalves Moreira. 

Genebra
Encontro com a Comunidade Portuguesa, na Livraria Camões, no centro da cidade. Organizado pelo Cônsul-Geral Dr. Carlos Oliveira, com apoio da jornalista Cristina Rodrigues e da Livraria  Camões.
Foi apresentada a publicação sobre o Encontro Mundial de 2013 e suscitadas algumas das questões aí abordadas  -  ASAS, recolha de histórias de vida, associativismo feminino na emigração, no passado e no presente. Comunicações de Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes, Nassalete Miranda. Isabelle Oliveira e Leonor Fonseca, No amplo debate, que se seguiu, ficou uma promessa de realização regular de tertúlias sobre as narrativas de vida de emigrantes na Suíça.
Toronto
Rosa dos Ventos: Português nos quatro cantos do mundo"
Colóquio comemorativo do 50º aniversário do Departamento de Português da Universidade de Toronto.
A convite da Profª Doutora Manuela Marujo, Maria Manuela Aguiar apresentou o projeto ASAS, que em Toronto é encabeçado por Manuela Marujo e por Ilda Januário (escrita criativa - histórias de vida). Manuela Bairos falou sobre o papel das Mulheres da Diáspora na divulgação da Língua portuguesa

MONTEVIDEO
XXIV Encontro das Comunidades Portuguesas e Luso-Descendentes do Cone Sul
Organização da Casa de Portugal no Uruguai, presidida pelo Conselheiro do CCP, e associado da "MM", Luís Panasco Caetano.
A "MM", através de Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes, Maria Beatriz Rocha Trindade e Nassalete Miranda, levou ao Cone Sul o debate sobre as questões da Mulher e o seu papel no futuro do associativismo português na emigração -  mais um passo no sentido de colocar estas questões na agenda de grandes eventos das comunidades.
 O SECPJosé Cesário manifestou-se, uma vez mais, como um defensor destas estratégias para a Igualdade - e o mesmo fizeram os deputados da Emigração Maria João Ávila e Carlos Páscoa.

BUENOS AIRES
Encontro no Clube Português de Buenos Aires, organizado pela Associação das Mulheres Migrantes Portuguesas da Argentina. - ocasião para uma intervenção da deputada Maria João Ávila a fazer a comparação entre o associativismo no norte e no sul da América e para relançar o interesse no projeto " ASAS".

FÁTIMA
Encontro dos Promotores Sócio-Culturais das Comunidades Portuguesas.
(organizado pela OCPM)
Pela "MM", a convite da OCPM, Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes e Ana Paula Barros levou o projeto ASAS a uma  audiência, com particular sensibilidade para a abordagem das questões da "terceira Idade". Presente, também, a "MM" da Argentina, com a deslocação da Vice-Presidente Maria Violante Martins. Na sequência desta reunião , Maria Violante lançou a primeira Academia Sénior na América do Sul - em Villa Elisa, .

CARACAS
2º Congresso da Mulher Migrante Luso Venezuelana
Durante o Congresso, em que intervieram, pela "MM", Maria Manuela Aguiar e Rita Gomes, foi constituída a "Associação Mulher Migrante Luso Venezuelana", sob a presidência de Maria de Lurdes Almeida.
Os Cônsules Gerais de Caracas e de Valência e o Padre Alexandre da Paróquia Portuguesa incentivaram o movimento para a igualdade. O associativismo feminino  em Caracas e em toda a Venezuela está numa fase de grande desenvolvimento, tanto na tradicional vertente de beneficência como numa vertente lúdica, com as Academias da Espetada e através das redes sociais. - e gozam de aceitação geral, como se prova pela inclusão de mulheres e homens, e de muitos jovens, no núcleo organizativo do Congresso. 

BRUXELAS
Encontro organizada pela Embaixada de Portugal e pelo Instituto Camões, com a presença dos seus responsáveis. na Livraria Portuguesa. Na agenda, questões de género na emigração,  a criação das ASAS, a avaliação do papel das mulheres no associativismo local, e, em particular, no domínio da cultura.do ensino da língua. Intervenções de Maria Manuela Aguiar, Leonor Fonseca e Nassalete Miranda.
Na mesma ocasião foi inaugurada uma exposição de artistas plásticas portuguesas, apoiada pela AEMM

ZAANDEM - Holanda*
Organização do Instituto Camões
Encontro de caraterísticas semelhantes ao de Bruxelas, com as mesmas intervenientes da "MM". No debate,  o acento foi colocado na história da emigração feminina neste país, ali feita pelas mulheres presentes. A nova vaga de emigração teve também alguns protagonistas, que alertaram para a dificuldade da sua inclusão nas associações tradicionais.. 

MAINZ E WIESBADEN
Organização da Associação "Marias, Corações de Portugal" - uma associação que tem um núcleo diretivo, sem presidência, e que funciona nas redes sociais.
A criação de ASAS foi o maior desafio aí deixado - e Wiesbaden viria a responder prontamente com o início de atividades culturais especialmente voltados para os mais velhos.
Pela "MM" deslocaram-se à Alemanha Maria Manuela Aguiar, Rita Gomes e Graça Guedes.

2013
Antes da abertura das comemorações do 20º aniversário, realizaram-se três sessões de lançamento da  Revista "Entre Portuguesas num mundo sem fronteiras - Homenagem a Maria Lamas.
 
PORTO
No famoso Café Guarani, coube a  Nassalete Miranda a, apresentação da revista e as co-autoras presentes fizeram breves sínteses dos seus trabalhos como introdução ao debate.

 ESPINHO
Na Biblioteca da Escola Secundária Domingos Capela e, posteriormente, no auditório da Escola Dr. Manuel Laranjeira, duas apresentações dirigidas a alunos dessas Escolas e da Escola Dr Manuel Gomes de Almeida. Nova representação da "Entrevista imaginária com Mariia Archer, pelas alunas Mariana Patela e Inês Pais

janeiro 12, 2014

A Comunidade portuguesa e luso-argentina de Comodoro Rivadávia tornou-se para mim, desde uma primeira e inesquecível visita, o verdadeiro símbolo do futuro da nossa  Diáspora
Foi um primeiro encontro, feito de enormes surpresas e encantamento! Eu ia à procura  de memórias do passado, de uma antiga e famosa comunidade, a segunda maior da Argentina, que estivera presente na fundação e no fulgurante desenvolvimento da cidade de Comodoro Rivadávia. Era a história, a força de uma imagem mítica, que me levava a esse extremo sul da América e, afinal, foi com uma realidade viva e dinâmica que deparei - com uma frutuosa união de gerações, numa Associação grandiosa e cosmopolita, um  espaço de fantástica vivência das tradições, cheio de jovens, que cantavam o fado e dançavam tão bem um corridinho algarvio como um tango!
Completam-se agora 90 anos na vida desta Associação, que encontrou o segredo da eterna mocidade. no poder de atração de tantos jovens, que são uma  ponte de afetos entre duas culturas e dois países.
Bem -hajam por nos darem um exemplo admirável de associativismo, e, na simbiose da grandeza histórica e da modernidade, igualmente, uma fundada esperança de expansão da cultura portuguesa no mundo.
Por tudo isto, partilho inteiramente a felicidade e a alegria das comemorações do 90º aniversário da Associação Portuguesa de Beneficência e de Socorros Mútuos de Comodoro Rivadávia e muito me regozijo com o  significativo gesto de homenagem a Amália Rodrigues, que é, para sempre, o rosto do Fado, a voz de Portugal!
Para todos os Amigos, um sentido abraço de parabéns
- A procura. a análise, a reflexão  sobre as especificidades das migrações femininas serão o nosso ponto de partida. Uma realidade revelada pelas próprias protagonistas de um processo migratório, que ainda hoje, tende a ser visto num  "todo" de padrão masculino.
Neste Encontro de Lisboa, quer-se não só traçar as tendências recente da emigração das mulheres portuguesas, o movimento, o destino coletivo, mas também revelar os rostos da mudança, em muitos domínios de ação ou de expressão -do cultural, ao económico, ao político...
Vamos ao encontro, presencial ou não,de individualidades, de "mulheres-exceção", com o fenómeno migratório como pano de fundo. Para combater estereótipos ultrapassados ou que é preciso ultrapassar.
Ouviremos, sem dúvida, muitas histórias de vida mobilizadoras, capazes de transmitir a outras mulheres uma mensagem de autoconfiança... Mas também aqui é importante não tomar a parte pelo todo, a exceção pela regra. Isto é, não esquecer as discriminações que permanecem...
Provavelmente, em muitos casos se aventará um "e se não fossem emigrantes"? As respostas serão, necessariamente subjetivas, mas nem por isso menos significantes de uma visão do país e da diáspora, num confronto dinâmico...A terra pequena que se deixou pelo  mundo onde se fez caminho...
Nas palavras de Isabel Mateus - uma das participantes - "a terra do chiculate"...
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Encaminhar

emig hoje.. história amanhã

A história que está a acontecer só vai ser feita dentro de largos anos...  Temos, é certo, a lição de experiências concretas, de ciclos sucessivos de grandes êxodos, e podemos, até certo ponto, extrapolar, avançar hipóteses -  mas certezas não há. Até o facto de ser uma emigração mais qualificada, pode degenerar em sentimentos de frustração, se não forem devidamente aproveitadas as capacidades de cada um. E esse é um risco provável para um número significativo, ao menos numa primeira fase.
Estamos colocados perante um crescendo assustador de um fenómeno a que estávamos habituados. Mas não nesta dimensão! E não em democracia...
É um tremendo sinal de descrença no futuro do País, de fuga ao descalabro que se adivinha...Parece que só não se vão mais ainda, porque não podem, travados por crises alheias- Porque a Europa não vive um "boom" económico, como acontecia em sessenta...

ASAS

Creio que há uma crescente tomada de consciência da importância do associativismo, tanto para a  vida das comunidades portuguesas, como para a vida dos emigrantes, a defesa dos seus direitos, a sua realização pessoal, o seu direito ao bem-estar, à partilha de bons momentos, à descoberta de capacidades de contribuir para o bem estar dos outros, para fazer amigos e, com eles, coisas novas.
E isto é verdade para todos, para os mais jovens, para os mais velhos,  e, especial para as mulheres, que, como bem sabemos, tradicionalmente se viam barradas do espaço público.
O futuro do associativismo pode ser um ou outro, conforme saiba reestruturar-se para atrair -  e sobretudo para servir - todas as suas componentes. 
 Esta é a constatação que tem movido  a AEMM  no seu esforço mobilizar um número crescente de mulheres e homens para o envolvimento em novas formas de associativismo, mais próximas das exigências de comunidades modernas, ou, o que vai dar ao mesmo, a modernização de antigas e admiráveis instituições da emigração portuguesa  
ESPAÇO DE ANIMAÇÃO CULTURAL NAS ASSOCIAÇÕES PORTUGUESAS DO ESTRANGEIRO

1 - No ano europeu para o envelhecimento activo e o diálogo
intergeracional, a Associação Mulher Migrante, com o apoio da SECP e a
colaboração de vários parceiros, entre os quais a Universidade Aberta,
propõe a criação de uma rede de "Academias" através da organização de
cursos destinados a maiores de 55 anos, versando sobre uma diversidade
de matérias, da livre escolha de cada associação.

2 - Os cursos serão constituídos por aulas, palestras, seminários,
viagens de estudo ou outras iniciativas, podendo os participantes
seleccionar os que mais lhe interessem.
É desejável que a frequência seja aberta, por igual, a mulheres e
homens, com a preocupação de assegurar a natural paridade (ao menos em
termos de uma percentagem significativa de ambos os géneros) e que
entre os monitores de cursos ou conferencistas se procure a componente
intergeracional, apelando, quando se julgar, possível e vantajoso, à
colaboração dos mais jovens.

3 - Essas tarefas deverão ser desempenhadas, em princípio, em regime
de voluntariado, embora cada Academia seja autónoma nas suas decisões,
podendo optar por formas de remuneração simbólica dos docentes ou
solicitar contribuição aos auditores para custear as despesas havidas
com o seu funcionamento.

4 - Nada impede, também que os auditores de um curso sejam os mestres
em outros, de sua especialidade, visto que a troca de experiências de
vida e de saberes é uma dos objectivos principais do” projecto ASAS”.

5 - Um tema recomendado, ao longo de 2012 e 2013, a todas as Academias
que venham a criar-se, neste contexto, é a recolha oral de narrativas
de vida dos emigrantes e (ou) a escrita das suas  autobiografias. Para
o desenvolvimento de actividades neste domínio, as academias contarão
com a cooperação pedagógica e científica da Doutora Joana Miranda, da
Universidade Aberta de Lisboa e, eventualmente, de docentes de outras
universidades que se disponibilizem a colaborar.

6 - Exemplificação de outras disciplinas susceptíveis de comporem os
“curricula”das Academias:
Dança, Folclore, Teatro, Canto, Artes Plásticas, Culinária, Nutrição,
Jogos e Desporto para todos, História, Línguas, e Literaturas,
Direitos Humanos, Migrações Internacionais, Informática, Redes
Sociais, Escrita Criativa, Associativismo

7 - Inspiradas nos moldes de funcionamento das chamadas "universidades
Seniores" - que conhecem um grande sucesso e desenvolvimento em
Portugal - as “Academias” são à partida mais simples  de implementar,
por poderem facilmente integrar-se na programação cultural das
instituições aderentes.
A inserção associativa será particularmente aconselhável em
colectividade que promovam “Lares de Dia”, instituições geriátricas,
ou Centros de cultura, lazer e desporto, onde se constate o
afastamento das primeiras gerações de emigrantes.

8 - Considera-se, igualmente, importante encorajar o nascimento de
"Universidades Seniores", semelhantes às existentes no País, dotadas
de autonomia institucional, como vem a ser tentado desde 2009, nos
termos das recomendações do Encontro de Mulheres da Diáspora,
promovido pela Associação Mulher Migrante, (estando em vias de
lançamento, as de Joanesburgo e Buenos Aires).

9 - Nas “Academias Seniores” como nas Universidades Seniores, em
princípio ,não há testes ou avaliações, mas é solicitada aos
participantes uma atitude interventiva e a regularidade de atendimento
nas iniciativas programadas. No final  de cada ano, poderá ser
oferecido um diploma de participação mas não títulos académicos.

10 - Igualmente se prevê a possibilidade de edição das
melhores”narrativas de vida” , que sejam recolhidas pelas Academias e
enviadas à Associação "Mulher Migrante".

11 de Junho de 2012

janeiro 10, 2014

2005 - despedida em Montreal...


MANUELA AGUIAR:

NO CÍRCULO DA EMIGRAÇÃO

Reportagem de
Vitália Rodrigues

Manuela Aguiar, deputada pelo círculo da Emigração e Carlos Oliveira, cônsul-geral de Portugal em Montreal

Círculo de livros ao centro da mesa. Livros que Manuela Aguiar ofereceu aos presentes.



Francisco Salvador, Conselheiro das Comunidades Portuguesas no Canadá, ladeado por Manuela Aguiar e Corinne Descombes

Manuela Aguiar autografa o seu último livro


Dr. Carlos Oliveira em amena cavaqueira com o docente do Instituto Camões, dr. Luís Aguilar


Mário Conde e Corine Descombes ladeiam o representante de Portugal em Montreal, dr.Carlos Oliveira, retribuindo-lhe a visita que o diplomata fez aos Estudos Portugueses da Universidade de Montreal
Vitália Rodrigues e Manuela Aguiar
Luís Aguilar com alguns dos Representantes da Comunicação Social de Montreal presentes: Luís Tavares Belo, Conseição Rosário e Sylvio Martins

É difícil, numa figura humana, política, social, artística, económica e, até literária, como é vista Manuela Aguiar por aqueles que tiveram o privilégio de com ela contactar, acreditar na sua partida da vida política activa. Um retiro, local para onde os descendentes de Viriato, muitas vezes querem remeter figuras incómodas, que configuram uma postura independente, não-alinhada e, sacrilégio maior, pensam pela sua própria cabeça, descarrilando vezes de mais, das correias de transmissão do partido a que pertencem.
É quase consensual ter sido Manuela Aguiar a conseguir a mais significativa actuação, quer como Secretária de Estado da Emigração, quer como deputada pelo círculo da emigração, nas várias localidades deste país da América do Norte, em particular e por todo o reino da Emigrolândia, em geral.

E ela cá esteve, de novo, desta feita, para lançar um livro que reúne documentos que testemunham a sua permanente batalha em prol das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo: No Círculo da Emigração. Na última quinta-feira, dia 6 de Janeiro de 2005, na sala multiusos do Consulado-Geral de Portugal em Montreal, no círculo restrito dos órgãos de informação deste círculo da emigração portuguesa que acaba de comemorar o seu cinquentenário. Incansável, com uma energia bastante superior à que demonstrou na anterior visita a Montreal, Manuela Aguiar foi questionada sobre a sua
anunciada retirada. Uma resposta simples e imediata: - Não, eu não me retiro de coisa nenhuma. Eu apenas saio do Parlamento, o que, afinal, é muito pouca coisa.
Manuela Aguiar decide, fazer perguntas que ninguém colocou, apesar do bombardeamento de questões a que foi submetida pelos jornalistas da diáspora:
- O que falta para que se consiga fazer uma Federação Internacional das Comunidades Portuguesas Espalhadas pelo Mundo? Se ninguém perguntou, naturalmente, ninguém se mobilizou para responder a este apelo à unidade, cooperação e solidariedade.
É uma iniciativa que muitas comunidades de polacos, italianos, romenos, gregos, etc., têm levado a cabo, estranhando-se que as associações portuguesas não sigam a ideia de criar uma Federação Internacional que tanta falta faria para articular iniciativas, desenvolver projectos de cooperação, etc. Mas é a trica política - lá como cá- que mobiliza os lusos para o debate. É que Manuela Aguiar, com as questões que coloca, politicamente incorrectas, insiste numa série de medidas ameaçadoras para alguns reumatismos que habitam a comunidade portuguesa de Montreal em particular e as comunidades portuguesas, na sua generalidade.
Manuela Aguiar demonstra uma certa incompreensão, ou mesmo desespero, pelo abandono de mulheres de todos os partidos que muito ajudaram à construção de uma estranha forma de fazer política e intervir socialmente. Sente-se, por ventura, incompreendida quando olha para cada um dos presentes e percebe o desfile de olhares que se escondem por detrás de cada cumplicidade com aqueles que julgam que a diferença que marcou (e esperamos que continue ainda a marcar) um outro modo de ver as coisas, foi derrotado pela cartilha de compressão de obediências, que o politicamente correcto quis e quer impor. Com efeito, Manuela Aguiar tem um pensamento límpido, obsessivo e grávido de coerência que compagina dificilmente com o alinhamento que se espera de um político, geralmente, o oposto disso mesmo.
Respira-se outro ambiente na sala multiusos do Consulado-Geral de Portugal, ambiente a que não será alheia a postura discreta, mas empenhada, disponível, experiente e humorada do novo cônsul-geral de Portugal, cuja curiosidade pelas pequenas e grandes coisas também não cessa de espantar quem a tal não está habituado na diplomacia portuguesa. Faz-nos falta, a dinâmica presença da Maria Luísa Fernandes que, temos a certeza de que, num contexto destes, se sentiria como peixe na água.
Admiramos a extrema paciência que detém, a nossa deputada e Secretária de Estado, como muita gente de todos os quadrantes políticos gosta de chamar-lhe aqui em Montreal, para, com a pinderiquice lamecha de alguns representantes de um Portugal queixinhas, trajado de pobreza franciscana, que se esgueiram da varanda da hipocrisia, sempre a verter lágrimas de crocodilo, penduradas da algibeira oportunista.
Manuela Aguiar, entende Portugal como uma nação de comunidades e, quanto a nós, entende aquilo que, afinal, de Portugal, se espera, porque, foi esse sempre o grandioso, misterioso e glorioso significado que tem e que sempre teve como Nação do V Império visionário de Pessoa ou religioso do Padre António Vieira ou mesmo profético do sapateiro Bandarra. Isso mesmo leva um número crescente de estudantes universitários, luso-descendentes ou estrangeiros a estudar a língua de Camões e a cultura lusitana.
Foi nesse sentido que dois estudantes do programa de Mineur en langue portugaise et cultures lusophones da Universidade de Montreal, acompanharam o docente de língua portuguesa, Luís Aguilar, a este encontro: o Mário Conde, de origem galega e a Corinne Descombes uma gaulesa da Haute-Savoie que ficaram fascinados, tanto com a deputada Manuela Aguiar como com o dr. Carlos Oliveira. Foram acolhidos com simpatia os estudantes de Português, pelos dois políticos, num encontro que ficou pautado pela espontaneidade, por uma dinâmica de troca, de curiosidade e até por um certo carinho por serem eles aprendentes da nossa cultura e magna língua.
Nenhum dos dois representantes de Portugal correspondeu à imagem que eles têm dos políticos e diplomatas, pois a deputada manteve um discurso frontal e desprovido de superioridade e snobismo e o cônsul-geral, constantemente à procura da novidade e a não faltar a uma possibilidade de dois dedos de conversa que lhe apeteça.
O livro de Manuela Aguiar, cujo lançamento serviu de pretexto para este Encontro informal, mais parecido com uma tertúlia do que uma conferência de imprensa como foi alcunhado, apresenta documentos escritos na primeira ou na terceira pessoas, a actividade parlamentar da deputada e os percursos percorridos nos tempos de exercício de funções e de avidez de comunicação. Nele podemos encontrar o que escrevíamos na edição do jornal LusoPresse do dia 1 de Janeiro de 2000, a propoósito do lançamento do seu livro anterior, Manuela Aguiar. Migrações sem Fim ( Manuela Aguiar, cita-nos na página 168 deste seu novo livro):
]...[ Os temas abordados durante cerca de duas horas foram variados, mas com vincada insistência sobre o problema da nacionalidade. Manuela Aguiar voltou a esclarecer a importância da lei de

No Círculo da Emigração
1981, que veio acabar definitivamente com a lei salazarista e fascista de 1959, a qual retirava automaticamente a nacionalidade portuguesa a qualquer indivíduo que optasse por outra. Com esta nova lei, velha de 18 anos, é possível através de um processo burocrático, infelizmente moroso, reaver a nacionalidade portuguesa e manter a dupla nacionalidade. Lei libertadora, mas não menos discriminatória para todos os portugueses que se naturalizaram Canadianos entre 1959-1981. Antes de partir a deputada prometeu fazer tudo o que estivesse ao seu alcance a fim de facilitar e diminuir este processo burocrático. Esperemos que consiga obter a aprovação de um decreto, de uma alínea, de algo que permita restabelecer de uma forma simples e rápida a nacionalidade portuguesa. Boa sorte.
Hoje, aqui estamos a anunciar e a render homenagem a quem soube levar a bom porto, uma batalha de Bom Senso e Bom Gosto, mas nem por isso fácil. Cinco anos depois.
Aplica-se a Manuela Aguiar o que o povo muitas vezes diz: Água mole em pedra dura tanto dá até que fura. Furou! As pedras duras que são a burocracia lusa e a ociosa e sonolenta actividade parlamentar portuguesa.
E à Manuela Aguiar dizemos, como habitualmente, até à próxima e Boa Sorte com o seu No Círculo da Emigração, e com o novo Círculo da Emigração por e para onde não concorre desta vez, mas que, nem por isso, estamos certa, deixará de marcar o caminho desta emigrolândia, onde muito se ressona, pouco se inova, muito se grita, quase nunca se reconhece e, permanentemente se insiste em agir de costas voltados uns para os outros. Uns porque são do Benfica e outros do Sporting, uns porque são de São Miguel e outros da Terceira, uns porque são da Voz de Portugal e outros do LusoPresse, uns porque são da Escola Portuguesa do Atlântico e outros porque são da Escola de Santa Cruz, etc. Enquanto, paralelamente, todos se queixam da falta de meios e de recursos humanos. Não parece.

janeiro 02, 2014

No RECIFE





Estamos a partilhar momentos históricos neste admirável salão nobre do Gabinete Português de Leitura de Recife, porque falar de "expressões femininas da cidadania" numa grande e tradicional instituição das comunidades portuguesas do Brasil é um feito inédito. Estamos, certamente, a abrir um caminho longo, a que não vão faltar os caminhantes. E é excelente que o possamos fazer em conjunto, em reunião de representantes do Estado e da sociedade civil, brasileiros e portugueses, mulheres e homens de várias idades, todos olhando a realidade das migrações, das mulheres na sociedade de hoje, com uma mesma vontade de reinventar as formas de lhes assegurar, concreta e individualmente, o seu " direito de cidade".
O Brasil é um dos países do mundo onde, nas últimas duas décadas, as cidadãs, mais rapidamente e com mais naturalidade, ascenderam a altos cargos políticos, mas nem por isso podemos dizer que, aqui, como no resto do planeta, a questão de género está resolvida. Na verdade, não está.
Mas que o Brasil se tornou um paradigma de abertura da política às mulheres, também é verdade!
E, por isso, se torna particularmente anacrónica a falta de participação feminina nas diretorias das mais prestigiadas organizações da comunidade portuguesa, como salienta. na sua mensagem, o deputado Carlos Páscoa..
 Sabemos bem que o movimento associativo dos portugueses no Brasil é, no universo da emigração nacional, não só o primeiro, mas também o mais grandioso. Como tantas vezes disse, por todo o lado onde deveres de ofício me levaram, reconheço o mérito de tantos emigrantes portugueses, que se destacaram pela sua obra individual, mas maior é ainda, embora seja  menos referenciada e reconhecida, a sua obra coletiva - no Brasil corporizada em Gabinetes de Leitura, Beneficências, Hospitais, Clubes. Uma obra monumental!
No novo século, marcado por um recomeço das correntes migratórias para o Brasil novas perspetivas se abrem a este admirável universo institucional, o que, claramente exigirá o envolvimento das mulheres e dos jovens.  Por isso,  o Secretário de Estado Dr José Cesário vem lembrar, nas palavras de saudação que nos enviou, o papel das mulheres, qualificando-o como "absolutamente decisivo".
Entre as várias razões que explicam um quadro geral de exclusão feminina na cúpula do nosso associativismo no Brasil estarão carater predominantemente masculino da emigração portuguesa, até  meados do século XX ( muito embora a proporção de mulheres viesse a crescer bastante desde o começo do século, contrariando as políticas limitativas com que o Estado Português tradicionalmente o sexo feminino)
Em meados de novecentos, finda o longo ciclo das partidas para o Brasil, e principia o da Europa  e de outros destinos transoceânicos (Venezuela, a África do Sul, a Austrália -  de novo, a dispersão universal...).
Por todo o lado, o movimento associativo dessas comunidades emergentes, tal como o das antigas, fortíssimo e multifacetado na sua vocação de se substituir à ausência de ação do Estado português,  mantém a sua feição masculina...
Todavia, "metade feminina" ( atingiu-se, nesta nova fase o equilíbrio de género, embora, em regra, através das medidas de reunificação familiar)  veio a revelar-se tudo menos passiva ou marginal. Os primeiros estudos sociológicos realizados em Paris sobre as portuguesas, em 80 e 90, traçam um quadro muito diverso do que se antevira - as emigrantes, vindas de meios rurais para grandes cidades, haviam conseguido adaptar-se melhor do alguém poderia imaginar, tinham sido o esteio da  integração familiar e alcaçado um novo estatuto dentro e fora de casa. O acesso a trabalho remunerado, regra geral no setor dos serviços, o melhor domínio da língua, e com ele, a capacidade de melhor interagir na sociedade de acolhimento, explicam o fenómeno. A verdade é que a emigração foi para toda uma geração de emigrantes portuguesas - mesmo para as menos qualificadas profissionalmente - uma via de emancipação. Na emigração da segunda metade de século XX, quase todos ganharam. Eduardo Lourenço, ele próprio um expatriado em França, e um dos nossos mais prestigiados e queridos intelectuais, chama-lhes "uma geração de triunfadores". Podemos, com segurança, escrever a frase no feminino.
Na geração seguinte, a grande surpresa é o número de luso-francesas envolvidas na política local, que mantêm ligações com o nosso país. No Brasil, ao pensar em exemplos de participação política, logo me ocorre o nome de Ruth Escobar, a portuguesa que, ao abrigo do Tratado de Igualdade de Direitos, se candidatou e foi a 1ª Mulher eleita à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. No Rio de Janeiro, igual pioneirismo protagonizou, como Secretária do Governo do Estado, a médica Manuela Santos, que, mais tarde, seria a primeira representante eleita no Brasil ao Conselho das Comunidades Portuguesas
 Sinais indicativos de que, no Brasil como  em França, terá sido bem mais conseguida a ascensão das emigrantes nas sociedades de acolhimento do que no mundo conservador e masculino do associativismo.
A AEMM, consciente desta evolução assimétrica, na generalidade dos países, tem concentrado os seus esforços na mobilização das mulheres para uma participação de vanguarda nas comunidade portuguesas, a fim de que as convertam em espaço de expressão da cidadania e as expandam, com a inclusão de grupos marginalizados, invertendo a tendência para o seu declínio, que tantos profetizam e justamente  receiam.
Vemos o associativismo feminino, essencialmente, como um instrumento para viabilizar, a prazo, a participação paritária nas organizações das comunidades da diáspora. E encorajamos as novas formas, criativas, que vem assumindo. Penso, sobretudo, em iniciativas que se projetam na internet (por exemplo, o grupo "Marias, corações de Portugal" , surgido na da Alemanha), em tertúlias, que combinam a vertente lúdica com a beneficente ou cultural, caso das Universidades ou Academias Seniores, (que se multiplicam do Canadá à Argentina,, da Alemanha à África do Sul), ou das Academias da Espetada, em  grande crescimento nas comunidades madeirenses da Venezuela e África do Sul ( a "espetada é um prato típico madeirense). Nesta corrente inovadora se inclui, com toda a originalidade, e um jeito bem tropical,  a  "Folia das Deusas". justamente porque tão bem concilia o tempo de festa, e o tempo de ação solidária.
 A parceria que agora iniciamos com  a "Folia das Deusas" vai, certamente, continuar. Foi a
  
 Drª Berta Guedes Santana quem nos convidou a vir ao Recife. Depois do sucesso desta iniciativa, somos nós que a vamos convidar a ser  a nossa representante em Pernambuco, a participar nos nossos projetos - a criação de Academias Séniores de Artes e Saberes, a recolha de narrativas de vida,  as tertúlias literárias, as mostras  artísticas, as várias modalidades de "congressismo"  em que  denunciamos discriminações, a mobilizamos mulheres e homens para a vivência paritária da cidadania, no associativismo e na política. 
De tudo isto se falou neste dia inesquecível, com Mulheres Brasileiras e Portuguesas do Recife, que em diversos campos, (até no do associativismo tradicional, como o provam as dirigentes do Hospital Português que integram o painel de oradores) são admiráveis expressões da cidadania no feminino.
A todos os amigos aqui presentes, o meu "bem-hajam". Vamos continuar esta jornada! Direi, como Agustina Bessa Luís disse, a encerrar um outro memorável colóquio em que estive a seu lado: "Como se termina um acontecimento feliz? Não terminando..."