janeiro 06, 2015


GERAÇÃO EUROPA

Discursos e Expressões dos Descendentes de Emigrantes Portugueses

 

Maria Beatriz Rocha-Trindade

Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais/CEMRI

Universidade Aberta

 

Abstract

Subsequentemente ao "ciclo atlântico", que termina por meados do decénio de 60, tem lugar o "ciclo europeu" que se mantém até aos dias presentes.

Todos os projetos de uma curta estadia no país de destino, emitidos pelo discurso dos que saíram de Portugal, bem como as expectativas de um regresso definitivo foram sendo progressivamente alterados.

O regresso foi assumindo formas diferentes da que tinha sido inicialmente imaginada e as estadias, embora tenham mantido um caráter regular, tanto num como noutro dos países envolvidos, foram-se alterando no que respeita à época e à duração e passaram a ser vividas de forma diferente.

Entretanto os Portugueses mudaram e os seus filhos cresceram. Na linha sucessória surgem novas formas de pensar, novas formas de «estar», novas formas de agir.

As ligações transnacionais que se mantém através de todos eles expressam-se de outro modo e tanto o individual como o coletivo traduzem a forte ligação emocional que dá continuidade aos relacionamentos em curso. A variabilidade decorre de muitos fatores, variáveis condicionantes das formas como se expressam.

Entretanto, os descendentes dos emigrantes, socializados no país para onde se estabeleceram os seus pais e vivendo num deles mas estando em regra ligados a ambos, realimentam os laços de forma pontual ou permanente, não deixando de manter um sentido de pertença a qualquer deles. Torna-se enriquecedor conhecer o seu pensamento, os seus discursos e as formas como se expressam. A diversidade que subjaz às perspectivas de análise desta realidade torna muito interessante a análise de um segmento da diáspora portuguesa sobre o qual têm recaído poucos trabalhos.

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