junho 30, 2018

VER O JOGO NO SOFÁ

Este ano o mundial é longe, na Rússia, onde não há emigrantes. Previsivelmente, muito poucos são os portugueses que lá estão a apoiar a seleção. Uma desses raros compatriotas (e patriotas), entrevistado pela Sport TV, dizia que estava a viver momentos emocionantes, muito mais intensos do que o mero acompanhamento do jogo pela televisão. E lançava um desafio: "saiam do sofá!" Do sofá, os portugueses até saem e ocupam as praças de todas as cidades em frente aos ecrãs gigantes... 70.000 só num dos espaços de Lisboa. E sabe-se que têm loucura pelo futebol. Qual é, então, o fator determinante da espantosa diferença de presenças de Portugal e do Uruguai, neste encontro decisivo em Suchi? O Uruguai tem uma população de apenas 3 milhões, face aos nossos 10 milhões. A Rússia é longe para nós, mas é ainda mais longe para eles. E é também muito mais cara (ao menos nos voos regulares) uma viagem intercontinental da América do Sul para os confins da Europa. Não sei ao certo, mas postaria numa explicação simples e deprimente: somos pobres, somos mais pobres do que os outros. Os ricos são mais ricos e os pobres são mais pobres e muito mais numerosos.

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