novembro 28, 2009

Padre José Manuel Fernandes

A maioria dos seus 50 anos de sacerdócio passou-os o Padre José Manuel Ribeiro Fernandes fora do País, junto dos portugueses da "diáspora".
Conheci-o há quase trinta anos em Caracas e depressa aprendi a admirá-lo não só como sacerdote, mas também como cidadão atento aos problemas sociais e culturais de uma comunidade à procura de integração em terra estrangeira, empenhado nos seus projectos de desenvolvimento e de entreajuda, que, com ele, ganhavam uma dinâmica imparável! Homem de causas, de princípios, Homem de acção muito concreta e eficaz.
Excepcional nessas duas vertentes em que se constroi uma sociedade mais tolerante, mais capaz de praticar as virtudes cristãs e de com elas tentar a renovação das mentalidades, das políticas e das estruturas de que a emigração tanto necessita.
Penso, por exemplo, no extraordinário papel que desempenhou como representante da Venezuela no Conselho das Comunidades Portuguesas, um importante orgão de consulta e um forum associativo de reflexão e debate sobre as migrações. Foi aí uma das vozes mais esclarecidas e influentes, porque falava, reconhecidamente, com um saber de experiência feito, com um pragmático idealismo, como, ao longo de vários anos, pude testemunhar.
Em contextos e situações tão diversas, nas paróquias de Aveiro ou nas das nossas comunidades da América Latina e da América do Norte, o Padre José Manuel foi sempre igual a si próprio - revelando a mesma facilidade de comprender as realidades e as pessoas, de lhes dar apoio, de as incitar ao voluntariado, e de assim levar a cabo iniciativas e obras de grande vulto e de grande mérito. A arte de fazer amigos, de criar com eles um círculo de solidariedade e de empreendimento, era revelada já pelo muito jovem pároco de há quatro ou cinco décadas e continua hoje em dia.
A sua simpatia e alegria de viver, indissociáveis do seu sentido de missão como sacerdote, tornam-no um "emigrante entre emigrantes". Um líder natural, próximo do seu próximo.
Bem-haja, Senhor Padre José Manuel, por ser como é, por continuar verdadeiramente jovem de espírito, dinâmico, moderno, bem informado e à vontade neste novo século, adepto declarado das novas tecnologias, da música, do teatro ou do desporto!
São palavras muito sinceras, que aqui deixo, entre muitas mais que ficam por dizer, nesta data tão especial.

Com a maior estima e admiração,

Manuela Aguiar

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