junho 01, 2010

Contra o preconceito anti-futebol na política portuguesa

Desde que a Câmara do Porto iniciou a sua cruzada contra o FCP, a instituição que mais nome e prestígio tem dado à cidade, desde que Mota Amaral, instado pelo seu "vice" Manuel Alegre, na Assembleia da República, se lançou, "alegremente", na mesma senda, nos anos em que o FCP venceu a taça UEFA e, depois, a Champions a a Taça Intercontinental - já muitas vezes critiquei a tentação mal disfarçada de políticos como esses, que se servem do futebol, alta e poderosamente, em proveito de uma imagem de suposta superioridade moral, a pretexto de se distanciarem de qualquer ligação ao futebol.
É uma atitude eticamente tão censurável, do meu ponto de vista, quanto a de manter ligações dúbias e oportunistas em qualquer sector de actividade, seja ele desportivo ou não.
Reconhecer o mérito desportivo, como reconhecer o mérito artístico ou científico, é uma obrigação dos responsáveis pelo poder, a nível autárquico ou nacional. As coisas são tão simples como isto. Menorizar o futebol é, na melhor das hipóteses, uma atitude complexada, pedante e intelectualóide e, na pior, pura hipocrisia ou má fé.
É o que penso como cidadã ou munícipe, em relação a qualquer clube ou delegação de clube, de qualquer cor...
Como portista, para quem o FCP, está sempre àparte - e acima! - de qualquer interesse
partidário ou político, não esqueço, por exemplo, que o meu clube, num dos muitos anos em que ganhou o campeonato nacional, foi homenageado, em Lisboa, pelo presidente da Câmara Santana Lopes e não foi sequer recebido na Câmara do Porto por Rui Rio!
E em 2010, não posso dizer que gostei que o SLB fosse campeão nacional, mas gostei de ver a forma como foi entusiasticamente acolhido na Câmara pelo Presidente António Costa, e como foi chamado, a par de outros clubes da capital, a saudar o Papa Bento XVI.
Também gostei muito de assistir, no sábado passado, na Casa do FCP da Trofa, a um fantástico concerto de Mário Laginha, promovido pela Câmara.
Eis um paradigma de colaboração entre um executivo municipal e uma instituição da terra, que, lá por ter uma ligação umbilical a um grande clube de futebol, não é menos do que qualquer outra, e merece igual consideração e respeito.
Espero, pois, voltar, em breve, à Trofa, para um próximo evento cultural na sede da Delegação do FCP!

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