junho 09, 2010

Moralismo ou o quê?

Estou bem lembrada daquelas medidas muito moralizadoras, que amigos meus do PSD promoveram, entusiasticamente, no ano de 1995: em 1º lugar, a famosa "lei das incompatibilidades".
Com toda a estima pessoal e sinceríssima consideração pelos principais proponentes, achei aquilo um exagero e uma "desnecessidade"... Levada a lei à letra, poucos portugueses poderiam fazer politica. E, de facto, não tinha as supostas virtualidadas para evitar nepotismo, compadrios, ou desmandos maiores.
Agora, em 2010, o corte nos vencimentos dos políticos, desacompanhado de igual medida no que respeita aos proventos do "pessoal" político (que é, naturalmento bem mais numeroso, porque quase todos os políticos geram um círculo alargado de colaboradores, oriundos da sua "cantera" partidária...) suscita-me o mesmo "feeling": será "para fazer de conta"...
Idem, idem, aspas, no que respeita ao tecto uniforme das pensões.
Só posso estar plenamente de acordo se se aplicar não apenas aos habituais funcionários públicos e similares, à CGA e CNP, mas a todos os sistemas, a começar por aqueles que atribuem pensões realmente milionárias.
Aqueles que podem comprar, como ontem dizia um deputado de esquerda, grandes iates e Lamborghinis (coisa que ninguém consegue com pensões de 5030 euros).
Basta de parar a moralização nos "pequenos milionários"... Vamos até aos médios e aos grandes. Aí estou de acordo, e até podem baixar o tecto para metade.
FORÇA!
Quem ousa?
Nestas coisas, não gosto definitivamente de meias tintas.

2 comentários:

Maria Manuela Aguiar disse...

Na "noite do dia" de Portugal, no seu comentário habitual na TVI 24, Luis Marques Mendes também se insurgiu contra o facto do "pessoal político" ter sido isentado do sacrifício que se exige à classe política, propriamente dita.

Les beaux esprits se rencontrent...
Afinal, Luis Marques Mendes é o mais famoso dos meus ex-alunos na Fac. de Direito de Coimbra!

Maria Manuela Aguiar disse...

Paulo Portas não foi meu aluno - conheci-o adolescente, ainda aluno do liceu, mas já definitivamente genial.
Foi Ângelo Correia quem nos apresentou num Conselho Nacional do PSD (nessa altura, o CN-PSD era aberto a observadores, caso do Paulo).
Ao tempo, eramos do mesmo partido, mas não da mesma ala no seu interior. Sempre me considerei da esquerda do PSD (porque sou mesmo "social-democrata à sueca"...) e o Paulo estava no outro lado.
Nunca isso impediu a amizade, o bom entendimento e, da minha parte, a fascinação por aquele tão jovem "special one", que escrevia crónicas esplendorosas no jornal "O Tempo" e era igualmente comunicativo e muito divertido em ambiente de tertúlia (era e é!).
Além disso, conseguiamos ser, os dois, cada qual à sua maneira, absolutamente "Sá Carneiristas "...
Pois bem: agora vejo-me de acordo com ele, nesta questão do PEC, pelo menos quando reclama que haja menos aumento de impostos e mais cortes nas despesas púlicas.
E supressão de projectos megalómanos, também.
Não quero pagar impostos para construir o TGV para Madrid( ou melhor para a fronteira de Badajoz!!!).
Que absurdo!!!