abril 28, 2010

Despedida do Conselho da Europa, Paris, Maio de 2005

Depois da "perseguição" que o presidente da Assembleia da República, estupidamente, me moveu, no fim do mandato europeu, prejudicando a imagem de Portugal na Assembleia do Conselho da Europa, depois do tal episódio do boicote à comparência na última reunião plenária, onde devia ter defendido um relatório (no Conselho da Europa ser relator é uma importante e prestigiante tarefa e não se compreende que o parlamento nacional prejudique a participação de quem não é mero "figurante"...), depois da indignação que os meus "pares" sentiram, acabei por ter uma inesperada compensação: uma verdadeira festa de despedida, com "champagne", na sede da Av Kléber, em Paris. Na Comissão da Igualdade, justamente aquela onde seguiu os trâmites normais, sempre no melhor dos climas de trabalho, o tal relatório que Jaime Gama quis que eu não defendesse!
Em mais de 13 anos de Conselho da Europa, vi muitos colegas de quem gostávamos, fazer a sua despedida. Muitas vezes lhes dirigimos na Comissão palavras de sincero elogio. Nunca vi ninguém ter uma "festa de despedida", como a que me fizeram.
Foi um gesto de solidariedade, sem dúvida. Pró Manuela e anti-Gama, também.
É, de facto, incompreensível, que tenha havido tão pouca sensibilidade para aquela situação...
Para além de ser relatora, eu era vice-presidente da Comissão da Igualdade e...Presidente da Delegação Portuguesa!!!
Será que em relação um presidente da Delegação (homem...) teria Gama tomado a mesma posição? Será que em relação a um homem do "seu" partido teria tomado a mesma posição?
Fica a pergunta sem resposta.
De qualquer modo, convem acrescentar que, em Junho, já depois de empossada a nova Delegação Portuguesa, Gama achou por bem OFERECER viagens pagas a todos os ex-deputados que foram distinguidos como "membros honorários" da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa: o Pedro Roseta (PSD), o Medeiros Ferreira ( PS) e eu.
Pedro Roseta e eu recusamos os dinheiros da Assembleia e fomos a expensas próprias,
O correlegionário de Gama foi pago pela Assembleia.
Faz algum sentido recusar, primeiro, o custo de deslocações de trabalho de representantes da APCE e, depois, pagar viagens de recreio a ex-representantes da APCE - ainda que para a finalidade de receber uma homenagem, por muitos anos de trabalho prestado?
Curiosamente, uma outra organização internacional, à qual pertencíamos, a par da APCE, a Assembleia da União da Europa Ocidental (AUEO), deu, pela primeira vez o título de membro honorário a três antigos membros. Terry Davies, então já Secretário -Geral da APCE, o Pedro Roseta e eu. (na foto, supra, o momento em que agradeci).
Um inglês e dois portugueses, ainda que dois portugueses, ambos, do PSD. Nem por isso menos portugueses... Pareceria que as grandes figuras pátrias - e institucionalmente Gama não deixa de o ser, faça ele o que fizer - se deveriam regozijar. Mas não! Faltava a Gama um correlegionário na lista de honra... Por isso, não houve despacho para pagamento das viagens a Paris... Só para Estrasburgo!
Nada contra Medeiros Ferreira, evidentemente - entendeu aceitar a oferta para a deslocação a Estrasburgo, não a pediu. A crítica vai inteira para o outro, o ofertante selectivo.




1 comentário:

Maria Manuela Aguiar disse...

O simpático senhor que serve o champagne é, nada mais nada menos, do que um senador da República Francesa!