abril 28, 2010

O dia seguinte: na Embaixada do Canadá


Fui até ao termo do mandato como deputada, e durante anos, presidente do Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Canadá.
O Canadá é um país excepcional, enquanto destino de emigração. Depois do Brasil - por razões óbvias, porque sempre me senti portuguesa e"brasileira também"! - seria o país que escolheria para viver e trabalhar no estrangeiro.
Foram - e são - vários as embaixadoras ou os embaixadores do Canadá em Lisboa que considero amigos especiais.
Por tudo isso, teve um significado especial o almoço de despedida na Embaixada, na Rua Buenos Aires, para o qual, o Embaixador me pediu que lhe desse uma lista de pessoas a convidar. Um círculo restrito, naturalmente. O Pedro Roseta, meu colega em Estrasburgo, a Mª Beatriz Rocha-Trindade e a Rita Gomes, a Mª do Céu Cunha Rego, que colaboraram comigo na SECP e, depois, no "voluntariado" pelas comunidades dos vários continentes ( na Associação da "Mulher Migrante"e outros projectos do mesmo género...), o Dr António Pires, que conheci no Canadá e foi um notável conselheiro das comunidades no CCP e colegas do "Grupo de Amizade".

Uma bela maneira de viver o "dia seguinte", no fim de uma longa estada na política nacional.

2 comentários:

Maria Manuela Aguiar disse...

Não havia tradição de Grupos de Amizade Parlamentar entre nós, como não havia tradição democrática...
Quem quereria aceitar-nos? A ditadura de Franco?

Maria Manuela Aguiar disse...

Com a democracia, alargou-se amplamente a panóplia de amizade parlamentar potencial, mas ninguém, ao longo dos primeiros 15 anos, pensou em iniciar a "démarche".
Foi o parlamento japonês o que nos lançou o desafio, durante a visita da delegação parlamentar ao Japão, que era chefiada por mim.
Uma mulher - coisa inédita, em Portugal. Inédito era também o facto de haver, finalmente, uma mulher Vice-Presidente da República.
O que não quer dizer que fosse provável estar à frente de uma missão a país tão importante, e que incluia líderes parlamentares de todos os grupos representados: o PSD, com Correia Afonso, o CDS, com Narana Coissoró, o PCP com Octávio (presidentes), o PS, com Jorge Lacão e o PRD com Rui Silva (Vice-presidentes).
Depois direi porquê...
Perante a simpática insistência japonesa, que já tinha constituido o seu grupo lusófilo, tratei, no regresso a casa, de iniciar a batalha burocrática, para criar um regulamento e eleger um grupo que desse a devida reciprocidade à contraparte nipónica.
Não foi fácil, mas acabou por conseguir-se. E eu presidi, naturalmente, acolitada pelos meus companheiros da missão a Tóquio - de muito boa memória. Hei-de contar esssas muitas histórias.
Seguiu-se a generalização de grupos parlamentares de amizade, com todo e qualquer país democrático - ou mesmo só supostamente a caminho de o ser...
Alguns não passaram do papel, ou da eleição de uma esperançosa direcção.
O Canadá foi uma das boas excepções.
Também o Brasil, o Japão, a Suécia e até a Venezuela, por certos períodos, deram sinais de existência.
Agora não sei o que se passa...