junho 01, 2012

10 de Junho será sempre o dia de Portugal, porque é a perfeita celebração da essência da Pátria .
É uma escolha tão bem fundada e de tal forma nos singulariza e enaltece, que uma ou outra voz dissonante (como as que recentemente se ouviram...) não terá nunca força colectiva para a desfazer. Óbvio me parece que mais de que relembrar um dos muitos acontecimentos decisivos do nosso itinerário histórico como Nação e Estado soberano é ideal, absoluta e rigorosamente ideal, celebrar a própria identidade da Pátria – a sua Cultura, na evocação do Poeta dos Lusíadas e a sua verdadeira dimensão humana, indissociável de uma imensa Diáspora, nas Comunidades Portuguesas.

Assim se convoca, numa simultaneidade de preitos vividos, o Portugal, que se imortalizou na sua língua, partilhada com outros Povos e outras Nações, o Portugal que se fez protagonista maior da história universal e se continua num espírito de convivialidade e de aventura, de que os emigrantes são um novo arquétipo.

Uma aventura que, no passado como agora, é movida pela vontade de superação das capacidades - capacidades de enfrentar o desconhecido, de fazer sacrifícios, de trabalhar duramente, de procurar o progresso individual e o engrandecimento da comunidade.

Como não ver uma linha de continuidade entre os navegadores e os marinheiros de Quatrocentos, entre os portugueses que se dispersaram, em sucessivos ciclos, num êxodo incessante, ao longo de séculos, pelos quatro cantos do mundo, e os emigrantes dos nossos tempos? Decerto que estes a compreendem mais e mais intensamente, como herdeiros directos de uma história feita de movimento, e de convívio e de partilha de experiências.  E é, de facto,  através deles que Portugal vive ainda em todos os continentes, onde aconteceu o melhor do seu destino histórico. Gente admirável, de paz, de trabalho, de bom nome e prestígio, que pertence ao todo nacional, como pertence às sociedades onde também se insere.

O 10 de Junho não deve celebrar-se a olhar para dentro, numa postura de isolamento.
É uma festa para reunir ecumenicamente os amigos, e lembrar os companheiros de uma caminhada secular, no espaço da lusofonia, nos países que falam a mesma língua,e de que o Brasil é o maior, nos países todos da nossa emigração, onde se eterniza a língua de Camões e se prepara um futuro melhor.


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