novembro 12, 2019

A Praça de Londres era a minha Lisboa favorita desde os anos 60 do século passado.
Foi, por sinal, cenário do meu primeiro emprego, desde janeiro de 1967 e do meu tirocínio na política, a partir de Novenbro de 1978. Num e noutro caso, tudo começou, como tantas outras coisas que me aconteceram, sem as procurar - fruto do mais completo imprevisto
Apesar disso, gostava do meu trabalho - do profissional, primeiro, do político, depois.
E gostava dos seu pequeno jardim e da geometria assimétrica das ruas que aí acabam ou começam - nenhuma delas particularmente fadada pela originalidade arquitetónica, mas simpáticas na sua falta de pretensão ou arrogância, na vizinhança pacata da média burguesia que as habitava. Tinham sido as "avenidas novas", numa época, politicamente infausta, mas arquitectonicamente bem mais convivial. De espectacular, nessa Praça, onde começa a Avenida de Roma, apenas o edífício do Ministério das Corporações (do ancien régime) e do Ministério do Trabalho, em democracia.. Obra do Arquiteto Sérgio Amaro Gomes, ao tempo, o prédio mais alto de Lisboa, concebido para ser hotel, mas destinado, por fim, ao serviço da República, a funcionários em detrimento de turistas. Ao lado, a Igreja branca, (que é o melhor que se pode dizer em seu favor) do outro lado, o Café Londres - um verdadeiro café, daqueles que já não há - e, no outro extremo, a Mexicana, mais cosmopolita e frequentada, mais igualitariamente, pelos dois géneros.
Ali, naquele "arranha.céus" fui uma muito jovem assistente do Centro de Estudos que se sentia bem em funções consultivas de carater jurídico, e, onze anos mais tarde, uma relativamente jovem e bastante insegura (pelo menos nos primeiros dias ou semanas) Secretária de Estado do Trabalho do IV Governo Constitucional.
Recordo uma infinidade de dias e acontecimentos felizes dos meus tempos de assistente, mas, não sei porquê, não me lembro de nada do dia inicial. Deve ter corrido de forma tranquila, sem nada de especialmente singular...
O contrário posso dizer do me primeiro dia de governo... Fui para a Praça de Londres, logo depois da tomada de posse,  no carro dos meus amigos do SPJ, onde era, então assessora jurídica












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