Numa semana o FCP mudou radicalmente, para melhor.
Foi isso, para além daquele golo fantástico do nosso incrível Givanildo, o que mais me impressionou no jogo de apresentação da equipa.
Devo esclarecer que perdi, no domingo anterior, numa fila de espera, para actualizar as quotas do meu primo -que as minhas são pagas ao ano e estão sempre em dia... - precisamente 20 minutos, os tais em que parece que o "team" jogou melhor. Do que eu vi contra o AJAX, salvou-se a vitória tangencial.
Neste último domingo, pelo contrário, o espectáculo foi uma festa de futebol de ataque e posse de bola!!! Que diferença! O Sampedoria desapareceu em combate.
E a esperança mora no Dragão.
5 comentários:
Muito curioso é o facto de Moutinho ter sido o mais aplaudido dos dragões!
Instinto colectivo de o proteger contra as invectivas do antigo clube (muito disparatadas, diga-se, nada que se espere de um clube de gente civilizada, como costuma ser a elite sportinguista) ou paixão à primeira vista?
Talvez as duas coisas...
Eu sou uma adepta típica, no género do saudoso Tio David (o tal que me convenceu a ir com ele ver os jovens às Antas, nos domingos de manhã, porque "ganhavam sempre". Nesse tempo, quando nos júniores já brilhavam a grande altura o Fernando Gomes e um extremo direito chamado Maia, que se perdeu para o futebol, os séniores não nos davam as mesmas alegrias...
Tal como o Tio David, em matéria de novos treinadores, "espero para ver".
Mas deste jovem Villas Boas confesso que gosto, logo à partida!
Antes de eu ganhar o hábito de assistir às partidas do campeonato júnior, ao qual me converti completamente, o Tio dizia-me: "Temos lá um jogador, que é um verdadeiro fenómeno. Nunca vi nada igual. Chama-se Fernando Gomes". (Como hoje sabemos, a profecia viria a realizar-se).
Encheu-me de curiosidade. Queria ver o fenómeno. Mas isso não aconteceria facilmente. Num jogo, a nosso maior "craque" estava castigado, na quinzena seguinte lesionado...
Por fim, num domingo em que cheguei atrasada ao campo de treinos - onde esses jogos se disputavam - vi, por sorte, um jogador que desconhecia, marcar, nesse preciso momento, um golo monumental. Ao fundo, no topo norte. Interceptou a bola, com um toque só ao alcance de um acabado tecnicista, elevou-a até à cabeça e rematou, sem dar chance ao guarda redes. Perfeito!`
É o Gomes, pensei. Era!
Já o disse muitas vezes: é ao meu pai que devo o gosto pelo futebol.
Era sócio do FCP e, a partir da inauguração do Estádio das Antas, em 1952 (tinha eu 9, 10 anos) levava-me com ele, para a bancada central.
À Constituição nunca cheguei a ir. O Pai devia achar que não tinha condições ideais para uma criança...
Não me lembro de ver meninas por perto, nessa altura, mesmo nas Antas. Eu era uma das felizes excepções.
Em 56 tive das maiores alegrias que se pode ter: o 1ª campeonato ganho pelo FCP na minha vida de quase 14 anos!
Ninguém se admire por Dorival Knipel, Yustrich, ser o maior herói da minha mocidade. Ou pelo facto de a "minha" grande equipa ser essa, para sempre - com nomes como os de Jaburú, Gastão (os "mineiros" que ele trouxe de Belo Horizonte), Miguel Arcanjo, Monteiro da Costa, Hernani ou Perdigão...
Não pude seguir de perto a sumptuosa carreira do FCP na sua primeira "champions". Estava no Governo, andava constantemente por terras distantes e raras vezes podia frequentar estádios.
Assim, a minha segunda grande equipa foi a de Mourinho.
Era, então, deputada, com mais disponibilidade para o futebol.
A convite do FCP, dispus-me alegremente, convictamente, a afrontar as proibições de Mota Amaral, e estive presente em Sevilha, em Gelsenkirchen e em Yokohama.
Imperdíveis jornadas de glória!
DECO, BAÍA, DERLEI, MANICHE e todos os outros, sem esquecer Alenitchev e Carlos Alberto e, depois, DIEGO, o "quase Deco" que tivemos quando Deco foi "fazer do Barça campeão", o Pedro Emanuel com o seu famoso penalty, que valeu a taça intercontinental, são nomes deste tempo ainda próximo...
Queremos recomeçar o ciclo - com Villas Boas!
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