novembro 17, 2016
– Em 1974 no preciso ano em que as nossas fronteiras se abriam aos
portugueses, fechavam-se as dos países de destino na Europa e por todo
o lado…O maior êxodo da história das migrações portuguesas e um dos
mais dramáticos, encerrava-se, por causas exógenas, e começavam o seu
curso, muito diverso, duas imensas vagas de regresso, absolutamente
inéditas pela magnitude e pelo ritmo a que aconteciam. Destes
movimentos desencontrados, apenas um tinha origem no processo
revolucionário – o que resultava da descolonização: de Angola e
Moçambique chegaram a Lisboa, em 1974/75, subitamente, desapossados de
todos os seus bens, psicologicamente destroçados, mais de 800.000
portugueses. Não eram “de jure” emigrantes ou refugiados, mas eram-no
de facto, pelas dificuldades de reinserção que enfrentavam. .E já
então famílias inteiras voltavam a Portugal, fechando o ciclo da
emigração europeia, iniciado em 1950/60 – regressos voluntários, tão
bem preparados e bem sucedidos que foram quase invisíveis. Contas
foram feitas, com base no censo de 1980, por equipas de investigadores
universitários, já estavam entre nós, mais de 500.000 e o movimento
prosseguiria numa cadência de cerca de 30.
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