agosto 12, 2010

Viver o presente - prioridade a Ricardo Carvalho

Portugal é um país mal gerido. Vai de mal a pior. E vai pior do que os outros - está na cauda da Europa, depois de ter querido, como dizia um antigo 1º Ministro, "estar no pelotão da frente". (Já estamos habituados ao optimismo inveterado dos Primeiros Ministros...).
Esta situação deve-se certamente a razões múltiplas. Tenho para mim que uma das principais é o sacrifício do presente numa procura obsessiva da preparação do futuro, da renovação de pessoas, da mudança de paradigmas, de linhas de rumo, de soluções.
São constantes as rupturas, as mutações, a procura de novos rostos e novas experiências (ou, não raro, novas inexperiências!). Assim é, entre nós, em domínios vários, da política ao futebol.
Não é tanto assim em outros países e continentes. Já nem penso na África, onde os mais velhos são sempre vistos e respeitados como os mais sábios. Penso nos EUA ou na Europa.
Na Itália, na Espanha...
Vamos deixar a política para mais tarde e olhar, para já, o mundo do futebol. Nomes como Otto Rehagel ou Aragonés, Oliver Kahn ou Cambiasso vêm à memória...
José Mourinho, falando da necessidade de contratar um central de grande qualidade para o seu clube, equacionava, teoricamente, a opção entre escolher um jovem com muito futuro pela frente ou um mais senior com prazo de utilização mais limitado. E quando indagado sobre a hipótese Ricardo Carvalho afirmou o óbvio - "Ricardo Carvalho é o presente, não é o futuro" - daí se tirou a conclusão de que o português, com a provecta idade futebolística de 32 anos, estava afastado da corrida.
Afinal, foi mesmo a prioridade de Mourinho!
The special one is the special one.
Ele tem a exacta noção de que para ganhar títulos no tempo presente precisa mais de valores do presente do que do futuro. É uma lição que nos dá e da qual estamos a precisar - e não só no campo desportivo.

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