maio 06, 2020

MULHERES EM MOVIMENTO em ESPINHO 2010

Mulheres em movimento no desporto, no direito, na cidadania e política e nas letras. Foi o que aconteceu no passado sábado à noite (16 de Abril), em pleno Museu Municipal de Espinho. No meio das obras exclusivamente femininas da primeira Bienal de Mulheres, realizou um debate intitulado “Mulheres em Movimento”.

Graça Guedes foi a primeira oradora da noite. Coube-lhe falar de uma área que bem conhece, o desporto, propondo-se mais concretamente discursar sobre o papel da mulher da diáspora portuguesa no diálogo intercultural. A espinhense começou por abordar a temática do desporto na escola, onde defende, é necessário “respeitar e implementar a equidade, proporcionado a prática de actividade física”.

Falando da desigualdade entre géneros, Graça Guedes mencionou que isso acontecia nos media, que dão uma cobertura inferior ao desporto feminino do que ao masculino e deu o exemplo de Espinho, já que, quando Sílvia Saiote foi campeã mundial, essa conquista não veio nos jornais locais. A espinhense passou depois à parte da diáspora portuguesa e à importância da dança tradicional portuguesa, dançada pelo mundo fora pelos nossos emigrantes. “A dança é, também, actividade física, é uma forma de agir do corpo”, disse.

Do desporto, passou-se para o direito, especificamente direito das mulheres. Segundo a advogada Clara Ribeiro, este ramo é relativamente recente, com cerca de 20 anos, e nasceu nos EUA. No fundo, o Direito das Mulheres pretende lutar contra as desigualdades de género, como salários mais baixos para as trabalhadoras ou os crimes contra o sexo feminino, exigindo “a plena igualdade de direitos e deveres para homens e mulheres”. Segundo Clara Ribeiro, foi o direito comunitário que mais contribuiu para essa igualdade.

Mulheres têm que levar a bandeira
Ilda Figueiredo foi a oradora seguinte do debate. A eurodeputada começou por dizer que a ideia de que “as discriminações são encaradas como naturais” revela uma falta de educação cívica e que eram necessárias políticas públicas que alterassem a situação. A fazer 35 anos desde que o estatuto de igualdade foi consagrado na lei, Ilda Figueiredo recordou que a quantidade de mulheres que estão nos altos cargos de representação nacional se conta pelos dedos, acontecendo o mesmo cenário no poder económico. Por isso mesmo, a eurodeputada afirma que “as mulheres têm que lutar pelos seus direitos”, já que “se não forem elas a levar a bandeira, ninguém o vai fazer de tal forma”.

Para Nassalete Miranda, as mulheres “quando querem, podem”. A jornalista afirmou que “as mulheres estão em movimento” e, por isso, “têm que querer e têm que fazer”. No início da sua carreira, Nassalete Miranda recordou que só havia três jornalistas femininas no Porto, incluindo ela. Na opinião, as mulheres têm que interiorizar que podem fazer, arregaçar mangas e fazer.

in: Maré Viva
Fotos: Paulo Duarte

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