TODOS MASCARADOS
1- O Presidente da Assembleia da República, para além de algumas declarações
"politicamente incorretas" (em prejuízo das comemorações
"politicamente incorretas" (em prejuízo das comemorações
do 25 de abril, que deveriam ter sido consensuais), foi mais longe ainda no campo do
"cientificamente incorreto", com a sua indignada rejeição do uso de máscaras. Tal como Graça Freitas, ainda não percebeu que o sucesso do "desconfinamento" em segurança, ou com mais segurança, vai depender da insubstituível arma defensiva que é a máscara, cujo uso deverá ser obrigatório no espaço público, e aconselhado, igualmente, nas visitas a familiares e amigos. Eu fá-lo-ei,
voluntariamente, consciente de que, com uma simples máscara protejo os outros. Deles
espero reciprocidade.
"cientificamente incorreto", com a sua indignada rejeição do uso de máscaras. Tal como Graça Freitas, ainda não percebeu que o sucesso do "desconfinamento" em segurança, ou com mais segurança, vai depender da insubstituível arma defensiva que é a máscara, cujo uso deverá ser obrigatório no espaço público, e aconselhado, igualmente, nas visitas a familiares e amigos. Eu fá-lo-ei,
voluntariamente, consciente de que, com uma simples máscara protejo os outros. Deles
espero reciprocidade.
Sobre a COVID 19, crescem dúvidas e pavores, e as nossas raras certezas remontam, por
sinal, aos primórdios da pandemia. A primeira é de que se trata de um vírus altamente
contagioso, e, na esmagadora maioria de casos, escondido, como camaleão, numa
ausência de sintomas ou na mansidão de sintomas ligeiros e enganadores.Outra certeza é
a de que a taxa de contágio desce, substancialmente, com o uso de máscaras. A
invisibilidade do vírus tem de se atacar, usando-as, realizando rastreios maciços, isolando
os positivos, que os testes detetam. Não basta adesinfeção das mãos e o afastamento
dos nossos semelhantes (um metro ou dois, ou mais - aí já se penetra no terreno
sinal, aos primórdios da pandemia. A primeira é de que se trata de um vírus altamente
contagioso, e, na esmagadora maioria de casos, escondido, como camaleão, numa
ausência de sintomas ou na mansidão de sintomas ligeiros e enganadores.Outra certeza é
a de que a taxa de contágio desce, substancialmente, com o uso de máscaras. A
invisibilidade do vírus tem de se atacar, usando-as, realizando rastreios maciços, isolando
os positivos, que os testes detetam. Não basta adesinfeção das mãos e o afastamento
dos nossos semelhantes (um metro ou dois, ou mais - aí já se penetra no terreno
da incerteza). Por vezes, temos de nos aproximar dos outros, ao menos para pagar uma
compra, ou quando nos cruzamos num passeio estreito, e não é o ato de lavar as mãos,
que nos livra (ou livra os nossos interlocutores) das gotículas potencialmente infeciosas de
um súbito espirro ou tossidela... A experiência dos países que sempre praticaram o
confinamento seletivo ou melhor concretizaram o "desconfinamento" global está aí, em
diversos continentes, para o provar. Negando as evidências, Graça Freitas caiu em
descrédito, qualquer que tenha sido a razão da sua luta longa e quixotesca contra as
máscaras (mera tentativa de encobrir impreparação, e falta de equipamento protetor
nos hospitais?). O Primeiro-ministro tem dado mostras de estar ciente de que não pode
avançar para o "desconfinamento", sem, previamente, assegurar a abundância, no
mercado, de material protetor. Enquanto aguardamos a sua decisão, aqui deixo um apelo:
na rua, todos mascarados!
compra, ou quando nos cruzamos num passeio estreito, e não é o ato de lavar as mãos,
que nos livra (ou livra os nossos interlocutores) das gotículas potencialmente infeciosas de
um súbito espirro ou tossidela... A experiência dos países que sempre praticaram o
confinamento seletivo ou melhor concretizaram o "desconfinamento" global está aí, em
diversos continentes, para o provar. Negando as evidências, Graça Freitas caiu em
descrédito, qualquer que tenha sido a razão da sua luta longa e quixotesca contra as
máscaras (mera tentativa de encobrir impreparação, e falta de equipamento protetor
nos hospitais?). O Primeiro-ministro tem dado mostras de estar ciente de que não pode
avançar para o "desconfinamento", sem, previamente, assegurar a abundância, no
mercado, de material protetor. Enquanto aguardamos a sua decisão, aqui deixo um apelo:
na rua, todos mascarados!
2 - Ao "estado de emergência", deve suceder o "estado de calamidade". Muda o nome,
fica praticamente intacto o poder discricionário do executivo, apenas balizado, teoricamente
, pela Constituição. Ao que consta, finda esta inédita ordália do emparedamento, seguir-se-
á uma abertura gradual, privilegiando setores de atividade, e, eventualmente,
grupos etários, cidades, regiões - segundo o critério do Governo.
fica praticamente intacto o poder discricionário do executivo, apenas balizado, teoricamente
, pela Constituição. Ao que consta, finda esta inédita ordália do emparedamento, seguir-se-
á uma abertura gradual, privilegiando setores de atividade, e, eventualmente,
grupos etários, cidades, regiões - segundo o critério do Governo.
Para já, o debate público tem-se centrado, sobretudo, na necessidade de isolamento, até
que seja operacionalizada uma vacina (lá para 2001 ou 2022...) não de todos os "grupos
de risco", mas apenas dos maiores de 70 anos, muitos deles gozando de boa saúde,
como o Presidente Marcelo. Está encontrada uma nova "peste grisalha"! Esquecidos
andam, no debate, os diversos grupos de comprovado risco - diabéticos, (mais de um
milhão) , cancerosos, doentes renais, pulmonares, cardíacos…( que deverão tomar, eles
próprios, tal como os seniores, as devidas cautelas).
que seja operacionalizada uma vacina (lá para 2001 ou 2022...) não de todos os "grupos
de risco", mas apenas dos maiores de 70 anos, muitos deles gozando de boa saúde,
como o Presidente Marcelo. Está encontrada uma nova "peste grisalha"! Esquecidos
andam, no debate, os diversos grupos de comprovado risco - diabéticos, (mais de um
milhão) , cancerosos, doentes renais, pulmonares, cardíacos…( que deverão tomar, eles
próprios, tal como os seniores, as devidas cautelas).
No anos da troika e do governo de Passos Coelho, em cujo partido surgiu a designação de
"peste grisalha", estava, supostamente, em causa a sustentabilidade do sistema de
pensões. E, por isso, sobre os reformados foi lançado um aberrante imposto etário,
denominado "contribuição extraordinária de solidariedade". Era inconstitucional, mas foi
validado pelo TC, com alguns honrosos votos contra. Agora, para garantir a
sustentabilidade do sistema de saúde, (debilitado por cortes insensatos), emerge a
tentação de sacrificar os mesmos, os mais velhos, que, nos termos da declaração do
estado de emergência, se viram sujeitos, tal como os cidadão de outros grupos de risco, a
um "dever especial de confinamento". No futuro, se o governo mantiver esse dever de
confinamento, estará, de facto, a condená-los a prisão domiciliária, atentando contra
Liberdades e Direitos Fundamentais. Manuel Alegre, de imediato, levantou a voz para
protestar. Não há limite de idade para defender a Liberdade!
"peste grisalha", estava, supostamente, em causa a sustentabilidade do sistema de
pensões. E, por isso, sobre os reformados foi lançado um aberrante imposto etário,
denominado "contribuição extraordinária de solidariedade". Era inconstitucional, mas foi
validado pelo TC, com alguns honrosos votos contra. Agora, para garantir a
sustentabilidade do sistema de saúde, (debilitado por cortes insensatos), emerge a
tentação de sacrificar os mesmos, os mais velhos, que, nos termos da declaração do
estado de emergência, se viram sujeitos, tal como os cidadão de outros grupos de risco, a
um "dever especial de confinamento". No futuro, se o governo mantiver esse dever de
confinamento, estará, de facto, a condená-los a prisão domiciliária, atentando contra
Liberdades e Direitos Fundamentais. Manuel Alegre, de imediato, levantou a voz para
protestar. Não há limite de idade para defender a Liberdade!
3 - Traçar a fronteira etária do declínio físico e mental é coisa impossível. Não existe
categoria mais heterogénea. É inegável que muitos idosos sofrem de patologias graves,
e, é por isso e não pela idade cronológica, que estarão em situações de risco, altamente
agravado no caso dos residentes em lares, legais ou clandestinos. Deles ninguém cuidou
atempadamente! Aqui, como na Europa, de norte a sul, constituíram grosso das fatalidades da COVID 19. Bom será que os nossos políticos atentem na vergonhosa realidade de tais estatísticas.
categoria mais heterogénea. É inegável que muitos idosos sofrem de patologias graves,
e, é por isso e não pela idade cronológica, que estarão em situações de risco, altamente
agravado no caso dos residentes em lares, legais ou clandestinos. Deles ninguém cuidou
atempadamente! Aqui, como na Europa, de norte a sul, constituíram grosso das fatalidades da COVID 19. Bom será que os nossos políticos atentem na vergonhosa realidade de tais estatísticas.
E que encontrem, também, explicação para o facto do enorme acréscimo de mortes
(mais 3000) ocorridas no país, nestes dois últimos meses, em comparação com o mesmo
período do ano passado, e atribuídas a outras causas, que não a pandemia. Talvez o medo
de recorrer a um hospital, o medo de sair de casa... Medo, solidão, desesperança
vitimaram mais velhos do que o corona vírus! É a hora de ouvir uma voz que se levantou
acima do ruído das banalidades, a do Cardeal Tolentino Mendonça: "Que os velhos se
tenham tornado uma abandonada periferia - e os condicionamentos da pandemia podem
ainda dramaticamente acentuá-la - diz muito da crise interior que mina o nosso tempo".
(mais 3000) ocorridas no país, nestes dois últimos meses, em comparação com o mesmo
período do ano passado, e atribuídas a outras causas, que não a pandemia. Talvez o medo
de recorrer a um hospital, o medo de sair de casa... Medo, solidão, desesperança
vitimaram mais velhos do que o corona vírus! É a hora de ouvir uma voz que se levantou
acima do ruído das banalidades, a do Cardeal Tolentino Mendonça: "Que os velhos se
tenham tornado uma abandonada periferia - e os condicionamentos da pandemia podem
ainda dramaticamente acentuá-la - diz muito da crise interior que mina o nosso tempo".
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